A
Ascensão do Senhor já é nossa vitória
“"Eis que eu Eu estarei convosco todos
os dias até o fim do mundo" (Mt 28,20)
Quando celebramos a Ascensão do Senhor, quarenta dias após a Páscoa do
Senhor (tempo da purificação, preparação e transição), transborda de alegria
nosso coração:
- purificação: era necessário que o Ressuscitado afastasse todo o medo, apatia
diante do aparente fracasso da Sua morte na Cruz, como vimos ao longo de todo
este Tempo da Páscoa, nas Leituras proclamadas;
- preparação: capacitação para a missão com a comunicação da Paz, o sopro do
Espírito Santo; e as Suas necessárias mensagens quando de Sua aparição aos
apóstolos;
- transição: Ele parte, e confia aos Apóstolos a Sua Missão.
Com este tempo vivido, aumentou nossa fé, para que não sejamos
vacilantes; foi reerguida nossa esperança, para que jamais esmoreçamos nos
sagrados compromissos com o Reino; e foi derramado o amor de Deus em nossos
corações, de modo que inflamado jamais esfrie ou apague em nós a chama da caridade.
Com a Ascensão, céus e terra se tocam:
- temos o nosso envio apaixonante pelo Senhor, para que continuemos a
Sua Missão;
- Ele sobe ao céu para que o céu venha à terra, e somente pode subir ao
céu, porque, em fidelidade incondicional ao plano da nossa redenção, desceu às
profundezas da terra, como rezamos no Credo – “subiu aos céus... desceu à
mansão dos mortos...”;
Com a Ascensão, a
ausência do Senhor, na verdade, se faz uma eterna presença, como expressou
o teólogo Michel
Deneken: “A Ascensão é uma maneira
de morrer aos olhos e de nascer ao coração”.
Oportunas as palavras do Bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V), sobre a Ascensão do Senhor ao céu:
“Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós e nem se afastou de nós
quando novamente subiu ao céu”.
Alegremo-nos, pois continuamos a missão do Senhor, através de nossa
ação evangelizadora, e contemplamos os sinais quando:
- expulsamos os demônios, combatendo o poder do mal que rouba a beleza
da vida;
- multiplicamos compromissos que reintegram as pessoas na sociedade com
políticas públicas na educação, saúde, cultura. trabalho, salário e moradia
digna;
- falamos novas línguas do amor, da verdade, fraternidade, união,
solidariedade, cooperação, partilha, diálogo e perdão, derrubando muros e
construindo pontes, como vimos na Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, e
não propagamos a linguagem do ódio, vingança, mentira (Fake News);
- comunicamos ao mundo a cura contra toda forma de veneno, que possa
nos fragilizar e roubar a alegria e beleza do viver, alimentados pela
Palavra do Senhor que nos liberta (Jo 8,32); e alimentados pelo Pão de
Imortalidade, antídoto para não morrer, a Santa Eucaristia;
- somos instrumento da cura tanto física como espiritual, desejadas e necessárias, sobretudo dos mais vulneráveis, carentes do essencial para viver, com ações que expressam acolhida, amor e ternura, e a certeza de que ninguém nunca está sozinho.
Oremos:
“Ó Deus todo-poderoso, a Ascensão do Vosso
Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de
graças, pois, membros de Seu corpo, somos chamados na esperança a participar da
Sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém.”
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