domingo, 14 de julho de 2024

Um pouco sobre a virtude da esperança... (XVDTCA)

Um pouco sobre a virtude da esperança...

Assim afirma o Missal Quotidiano sobre a esperança para que ela se renove e seja incentivada, pois se nos faltar a esperança, o que será o nosso existir?

Antes um convite a ler a passagem do Profeta Isaías (Is 55,10-11). 

“A vida cristã é vida de esperança. Os pagãos são aqueles ‘que não tem esperança’. A esperança não é resignação, aceitação passiva da vontade de um Deus que não é conhecido como Pai; não é tampouco simples otimismo, visão rósea das coisas, própria de um caráter feliz e quiçá superficial. Esperança é certeza de que nossa vida e a vida do mundo estão em boas mãos.

Certeza de que Deus tem a respeito de cada um de nós as melhores intenções e que Sua palavra realiza sempre o que promete. A esperança do feliz êxito do mundo não tem, portanto, melhor apoio que a fé em Deus. Quem, ao invés, é resignado e sem confiança, definitivamente não crê em Deus, no Seu poder, na Sua bondade.

A confiança demonstrada por Isaías no Amor de Deus torna-se segurança inabalável no cristão, que pode ter em Jesus Cristo o fundamento de sua esperança. A encarnação do Filho de Deus assegura-lhe, com efeito, que Deus levou a sério a história do homem, a ponto dEle próprio se fazer participante dela. A Ressurreição de Jesus garante-lhe que se realizará plenamente a definitiva libertação do homem e do mundo.” 

No Catecismo encontramos uma definição da virtude teologal da esperança: 

“A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo... A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade”  (n.1817).

Ambas as citações nos apresentam a esperança não como sinônimo de imobilismo e isenção de responsabilidade, ao contrário, é virtude motivadora para a concretização da caridade daquele que crê. Por isto as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) são inseparáveis.

Num mundo em que muitas pessoas perdem a esperança (fala-se até em “hopelessness”) como Profetas que somos pelo Batismo, temos que cultivar a esperança divina contra toda falta de esperança humana. Renová-la no mais profundo de nós é preciso! Não podemos perdê-la. Assim como a fé pede que se alarguem os horizontes, acrescentaria ainda: que se alargue o horizonte da esperança impulsionado por um amor que nos move, nos renova, nos faz lançar as redes em águas mais profundas.

Como Pedro, não podemos jamais deixar de esperar e construir um novo céu e uma nova terra (2Pd 3,13), pois nisto consiste a essência de nossa missão.

Oremos:

“Ó Deus, que nos alimentastes com este Pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, Pão vivo e verdadeiro, e viver de toda a Palavra que sai de Vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”

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