Vivendo tempos sombrios, marcados por tantos sinais de dor e sofrimento, corrupção, prantos e morte, retomemos o parágrafo da Exortação Evangelli Gaudium, parágrafo n.86, no qual o Papa Francisco nos exorta a não perdermos a esperança:
“É verdade que, nalguns lugares, se produziu uma «desertificação» espiritual, fruto do projeto de sociedades que querem construir sem Deus ou que destroem as suas raízes cristãs. Lá, «o mundo cristão está a tornar-se estéril e se esgota como uma terra excessivamente desfrutada que se transforma em poeira».
Noutros países, a resistência violenta ao cristianismo obriga os cristãos a viverem a sua fé às escondidas no país que amam. Esta é outra forma muito triste de deserto. E a própria família ou o lugar de trabalho podem ser também o tal ambiente árido, onde há que conservar a fé e procurar irradiá-la.
Mas «é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós, homens e mulheres. No deserto, é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente.
E, no deserto, existe, sobretudo, a necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança». Em todo o caso, lá somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros.
Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva. Não deixemos que nos roubem a esperança!”
Oremos:
Senhor Jesus, concedei-nos a graça de cultivar a virtude divina da esperança, que se constitui em um distintivo dos cristãos, discípulos missionários Vossos, em meio às provações e contrariedades.
Senhor Jesus, renovai em nós a confiança em Vossa Palavra e poder, pois cremos que a última palavra é a Vossa, pois Vós tendes Palavras de vida eterna, que nos orientam e nos firmam os passos nesta travessia do deserto árido de nossa história.
Senhor Jesus, ajudai-nos a aprofundar nossas raízes, não em nós mesmos, mas em Vós, no amor de Vosso Pai, nutridos pela Seiva de Amor do Vosso Espírito, suportemos também as podas necessárias para produzirmos saborosos frutos de amor, vida e paz.
Senhor Jesus, que tão apenas em Vós confiemos, pois “Mais vale refugiar-se no Senhor do que confiar nos poderosos” (Sl 117,9), pois cremos, como disse Vosso Apóstolo: – “Se Deus é por nós, quem estará contra nós?” (Rm 8,31).
Senhor Jesus, não deixeis jamais que nos roubem a esperança, para que jamais nos percamos no caminho, e tenhamos sempre à nossa frente, o horizonte do inédito a ser buscado, construído, sem esmorecimentos, vacilações e recuos. Amém.
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