quarta-feira, 2 de julho de 2025

Em poucas palavras...

                                                           


“Negócio de poucos”

“Desprezar a comida, a bebida e a cama macia, pode não custar um grande trabalho a muitos... Mas suportar uma injúria, sofrer um prejuízo ou não ripostar a uma palavra implicante... não é negócio de muitos, mas de poucos”(1)

 

(1) São João Crisóstomo, Sobre o sacerdócio, 3, 13

Em poucas palavras...

                                                   


“Elevado da Terra, atrairei todos a Mim”

“Cristo está no centro desta reunião dos homens na «família de Deus». Reúne-os à Sua volta pela Sua Palavra, pelos Seus sinais que manifestam o Reino de Deus, pelo envio dos discípulos.

E realizará a vinda do Seu Reino sobretudo pelo grande mistério da Sua Páscoa: a Sua morte de cruz e a Sua ressurreição. «E Eu, uma vez elevado da Terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12, 32). Todos os homens são chamados a esta união com Cristo (Lumen Gentium n.3).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 542

A Palavra e as fibras mais íntimas do nosso ser...

                                           

A Palavra e as fibras mais íntimas do nosso ser...

A Liturgia da quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum nos apresentará a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,28-34), e refletimos sobre o itinerário da Palavra de Deus:

“A Palavra de Deus pede para entrar em nossa vida até às fibras mais íntimas do nosso ser, e para se exprimir em amor e procura do bem.

Ela chama-nos a nos entregarmos a isso com todas as nossas forças e com a humildade de sabermos que não temos pretensões a alegar, mas só misericórdia a receber. [...]

O difícil texto do Evangelho descreve o confronto da Palavra da Salvação, que é Jesus, com o mundo das trevas, que manifesta todo o seu poder destruidor. [...]

Jesus está em terra pagã, e não chegou ainda o momento para os pagãos O receberem. Nós podemos ser hoje esses pagãos: está o nosso coração como a terra deles, hostil à Palavra?” (1)

Nisto consiste o itinerário da Palavra lida, ouvida, acolhida, meditada e na vida encarnada: penetrar até as fibras mais íntimas do nosso ser, somente assim ela volta para Deus produzindo os frutos que Ele tanto espera.

A vida é breve, a Palavra proclamada abundante. A sua penetração nas fibras mais íntimas de nosso ser, dependerá de cada um e cada uma.

Oremos:

“Ó Deus, a Vossa Palavra é luz verdadeira para os nossos passos, alegria e paz para os nossos corações; concedei que, iluminados pelo Vosso Espírito, a acolhamos com fé viva, para descobrirmos na escuridão dos acontecimentos humanos os sinais da Vossa presença. Amém!”


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 640. 

Rezando com os Salmos - Sl 59(60)

 




“Eu venci o mundo”

“–1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia
‘O lírio do mandamento’. Poema de Davi. Para ensinar.
- 2 Quando ele partiu contra os arameus da Mesopotâmia
E os arameus de Soba; e quando Joab, na volta,
venceu os edomitas no vale do Sal, doze mil homens. 

=3 Rejeitastes, ó Deus, Vosso povo
e arrasastes as nossas fileiras;
Vós estáveis irado: voltai-vos!
–4 Abalastes, partistes a terra,
reparai suas brechas, pois treme.

–5 Duramente provastes o povo,
e um vinho atordoante nos destes.
–6 Aos fiéis um sinal indicastes,
e os pusestes a salvo das flechas.
–7 Sejam livres os Vossos amados,
Vossa mão nos ajude: ouvi-nos!

=8 Deus falou em Seu santo lugar:
'Exultarei, repartindo Siquém,
e o vale em Sucot medirei.
=9 Galaad, Manassés me pertencem,
Efraim é o meu capacete,
e Judá, o meu cetro real.

=10 É Moab minha bacia de banho,
sobre Edom eu porei meu calçado,
vencerei a nação Filisteia!'

–11 Quem me leva à cidade segura,
e a Edom quem me vai conduzir,
–12 se Vós, Deus, rejeitais Vosso povo
e não mais conduzis nossas tropas?

– Dai-nos, Deus, Vosso auxílio na angústia;
nada vale o socorro dos homens!
–13 Mas com Deus nós faremos proezas,
e Ele vai esmagar o opressor.”

O Salmo 59(60) é uma oração depois de uma derrota:

“O salmista lamenta uma dolorosa derrota nacional e exprime confiança no socorro divino, relembrando um antigo oráculo, no qual Deus Se manifesta como dominador sobre os povos vizinhos.” (1)

Jesus na passagem do Evangelho também nos exorta para que tenhamos coragem, e n’Ele, coloquemos toda nossa confiança e esperança:

“Eu vos disse essas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições, mas tende coragem! Eu venci o mundo! (Jo 16,33).

Nisto consiste a vida cristã: um permanente combate, o bom combate da fé, que o Apóstolo Paulo nos fala na passagem da Carta a Timóteo (cf. 2 Tm 4,5-8;17-18). Amém.

 

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – p.775

terça-feira, 1 de julho de 2025

Glorifiquemos o nome de Deus

 


Glorifiquemos o nome de Deus

Com o comentário sobre Ageu, escrito pelo bispo São Cirilo de Alexandria séc. V), refletimos sobre o nome de Deus, que é glorificado entre todas as nações.

“Por ocasião da vinda de nosso Salvador, o templo se manifestou sem comparação mais glorioso e mais divino, mais ilustre e excelente do que o antigo.

Assim o julga quem percebe a diferença entre o culto da religião da lei e o culto evangélico de Cristo, e entre a realidade e sua sombra. 

A este respeito creio poder dizer o seguinte. Existia um só templo, unicamente, em Jerusalém, e um único povo, o israelita, ali oferecia sacrifícios. Todavia, depois que o Unigênito, sendo o Deus e Senhor que resplandeceu para nós (Sl 117,27), conforme a Escritura, Se tornou semelhante a nós, o restante do orbe da terra encheu-se de casas santas e de inumeráveis adoradores que honram com incenso e sacrifícios espirituais o Deus do universo.

Foi isto que, segundo me parece, predisse Malaquias, falando em nome de Deus: Porque sou Eu o grande rei, diz o Senhor, e meu nome é glorificado entre as gentes e em todo lugar se oferece incenso a meu nome e um sacrifício puro (cf. Ml 1,11). 

É, portanto, verdade que a glória do último templo – entenda-se a Igreja – seria maior. Aos dedicados que trabalham em sua edificação será dada pelo Salvador, como recompensa e dom do céu, o Cristo, paz de todos: por quem temos acesso junto ao Pai no único Espírito (cf. Ef 2,18). É o que afirma: Darei a paz a este lugar e paz da alma para aumento de todos quantos houverem trabalhado para levantar este templo (Ag 2,9).

Em outro lugar também diz Cristo: Eu vos dou a minha paz (Jo 14,27). Qual seja sua atuação nestes que O amam, Paulo explica: A paz de Cristo, que ultrapassa todo entendimento, guarde vossos corações e inteligências (cf. Fl 4,7).

Igualmente o sábio Isaías orava: Senhor, nosso Deus, dá-nos a paz, pois Tu nos tratas como nossas ações merecem (Is 26,12). Porque para quem recebeu uma vez a paz de Cristo, torna-se fácil guardar a própria alma e dirigir o esforço para o dom da virtude bem exercida. 

Por isto se declara que será dada a paz a todo aquele que constrói. Seja alguém edificador da Igreja e sacerdote, seja intérprete dos sagrados mistérios, foi estabelecido sobre a casa de Deus. E se cuidar de sua alma, vivendo como pedra viva e espiritual para o templo santo e habitação de Deus no Espírito (cf. Ef 2,22), alcançará por prêmio a salvação sem dificuldade.”

Glorifiquemos o nome de Deus, como Igreja que somos, vivendo como pedra viva e espiritual, para o templo santo e habitação de Deus no Espírito, como disse o apóstolo Paulo aos Efésios.

Como membros da Igreja, todos somos chamados, pelo batismo, a glorificar o nome de Deus, e assim o fazemos, quando nos tornamos alegres discípulos missionários do Senhor, com a força e presença do Espírito, que aquece nossos corações, e teremos a luz divina em nosso olhar.

Teremos, portanto, como os discípulos de Emaús, o coração ardente, os olhos abertos e os pés sempre a caminho, no anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino de Deus.

 

Oliveiras e candelabros do Senhor

 


Oliveiras e candelabros do Senhor 

Apóstolos, Pedro e Paulo,
“São duas oliveiras
Diante do Senhor,
Brilhantes candelabros
De esplêndido fulgor.”(1)
 
Selaram a missão com o martírio,
Vidas configuradas a quem tanto amaram:
Jesus Cristo, Nosso Senhor,
Da humanidade, Divino Redentor
A Ele, toda honra, glória, poder e louvor.
 
Vidas modeladas pela Palavra divina,
Mais que cortante e penetrante
Do que a espada nas Escrituras mencionada,
Dividindo a alma e o espírito,
Seguiram passos firmes e confiantes.
 
Despojamento incondicional testemunhado,
Sem pompas nem acastelamentos enganadores,
Pois tão somente no Senhor depositavam a esperança,
Fé autêntica na Divina Fonte do Amor:
Corações seduzidos pelo Fogo Abrasador.
 
Duas histórias de paixão pelo Senhor,
Coragem vivida sob a luz das estrelas,
Iluminados pela Luz do Sol Nascente,
Fidelidade provada em todo tempo,
Acrisolada, pelo fogo do amor purificador.
 
Sacrifício, combate e empenho -
Em cada linha da história de ambos,
Foram escritas para sempre:
Um o Martírio pela cruz, o outro pela espada,
Na glória celestial, vidas eternizadas. Amém.


(1) Ofício das Leituras - Hino da Solenidade de São Pedro e São Paulo

Em poucas palavras...

                                                  


Fé: dom gratuito de Deus

“A fé é um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos perder este dom inestimável. Paulo adverte Timóteo a respeito dessa possibilidade: «Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé» (1 Tm 1, 18-19).

Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente (Mc 9,24; Lc 17,5; 22,32); ela deve «agir pela caridade» (Gl 5, 6) (Tg 2,14-26), ser sustentada pela esperança (Rm 15,13) e permanecer enraizada na fé da Igreja.”  (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 162

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