segunda-feira, 5 de maio de 2025
Uma súplica ao Bom Pastor
Em poucas palavras...
Servos do Bom Pastor
“Os ministros ordenados são também responsáveis pela formação na oração dos seus irmãos e irmãs em Cristo.
Servos do Bom Pastor, são ordenados para guiar o povo de Deus até às fontes vivas da oração: a Palavra de Deus, a Liturgia, a vida teologal, o «hoje» de Deus nas situações concretas” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica parágrafo n. 2686 – citando PO 4-6
Mensagem do Papa Francisco - 2018 - “Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor”
Na sinagoga de Nazaré, ao ler a passagem do profeta Isaías, Jesus discerne o conteúdo da missão para a qual foi enviado e apresenta-o aos que esperavam o Messias: «O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar o ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19).
Por último, Jesus anuncia a novidade da hora presente, que entusiasmará a muitos e endurecerá a outros: cumpriu-se o tempo, sendo Ele o Messias anunciado por Isaías, ungido para libertar os cativos, devolver a vista aos cegos e proclamar o amor misericordioso de Deus a toda a criatura. Precisamente «cumpriu-se hoje – afirma Jesus – esta passagem da Escritura que acabais de ouvir» (Lc 4, 20).
Mensagem do Papa Francisco - Dia Mundial de Oração pelas vocações - 2023
Síntese da
Mensagem do Papa Francisco para o 60º Dia Mundial De Oração Pelas Vocações (30
de abril de 2023 - IV Domingo de Páscoa)
Vocação:
graça e missão
Para o sexagésimo Dia
Mundial de Oração pelas Vocações, instituído por São Paulo VI em 1964, durante
o Concílio Ecuménico Vaticano II, o Papa Francisco nos apresenta uma mensagem
com o Tema – “Vocação: graça e missão”.
Trata-se de preciosa
ocasião para redescobrir, maravilhados, que a chamada do Senhor é graça, dom
gratuito e, ao mesmo tempo, é empenho de partir, sair para levar o Evangelho.
No decurso da nossa
vida, esta chamada, é inscrita nas fibras do nosso ser e portadora do segredo
da felicidade, e nos alcança pela ação do Espírito Santo, de maneira sempre
nova, ilumina a nossa inteligência, infunde vigor na vontade, enche-nos de
admiração e faz arder o nosso coração, afirma o Papa.
Neste sentido, dá testemunho
pessoal – “Assim aconteceu comigo em 21 de setembro de 1953, quando, a
caminho da festa anual do estudante, senti o impulso de entrar na igreja e me confessar.
Aquele dia mudou a minha vida, dando-lhe uma fisionomia que dura até hoje...”
Afirma que a vocação é
uma “combinação entre a escolha divina e a liberdade humana”, uma relação
dinâmica e estimulante que tem como interlocutores Deus e o coração humano.
Apresenta-nos a vocação
de Santa Teresa do Menino Jesus - «Encontrei finalmente a minha vocação! A
minha vocação é o amor! Sim, encontrei o meu lugar na Igreja (…): no coração da
Igreja, minha Mãe, eu serei o amor».
Toda vocação implica em
missão, afirma o Papa – “Eu sou uma missão nesta terra”, e esta chamada
inclui o envio.
A chamada divina ao amor
é uma experiência que não se pode calar. «Ai de mim, se eu não
evangelizar!»: exclamava São Paulo (1 Cor 9, 16). E a 1ª Carta de João
começa assim: «O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que
contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida [feito
carne] (…), isso vos anunciamos (…) para que a nossa alegria seja completa»
(1, 1.3.4).
Há uma missão comum para
todos os cristãos: “...testemunhar com alegria, em cada situação, por
atitudes e palavras, aquilo que experimentamos estando com Jesus e na sua
comunidade, que é a Igreja. E traduz-se em obras de misericórdia materiais e
espirituais, num estilo de vida acolhedor e sereno, capaz de proximidade,
compaixão e ternura, em contracorrente à cultura do descarte e da indiferença.
Fazer-nos próximo como o bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) permite-nos
compreender o «núcleo» da vocação cristã: imitar Jesus Cristo que veio para
servir e não para ser servido (cf. Mc 10, 45).”
Apresenta-nos um ícone
evangélica para a missão que é a experiência dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc
24, 32).
Podemos ver neles o que
significa ter «corações ardentes e pés ao caminho».
Deste modo, uma vocação somente
se revela plenamente com a sua própria verdade e riqueza, se vivida na relação
com todas as outras – “Neste sentido, a Igreja é uma sinfonia vocacional,
com todas as vocações unidas e distintas em harmonia e juntas «em saída» para
irradiar no mundo a vida nova do Reino de Deus.”
Finalizando, exorta que
as iniciativas de oração e animação pastoral ligadas a este Dia reforcem a
sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de
vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais.
Suplica ao Espírito do Ressuscitado que nos faça sair da apatia e nos dê simpatia e empatia, para vivermos cada dia regenerados como filhos de Deus-Amor (cf. 1 Jo 4, 16) e sermos, por nossa vez, geradores no amor, com a capacidade de levar a vida a todos os lugares, especialmente onde há exclusão e exploração, indigência e morte; e deste modo serão alargados os espaços de amor e Deus reinará cada vez mais neste mundo.
Conclui invocando a presença
e proteção de Maria, e retoma a oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia
Mundial das Vocações (11 de abril de 1964):
“Ó Jesus,
divino Pastor das almas, que chamastes os Apóstolos para fazer deles pescadores
de homens, continuai a atrair para Vós almas ardentes e generosas de jovens, a
fim de fazer deles vossos seguidores e vossos ministros; tornai-os
participantes da vossa sede de redenção universal, (…) abri-lhes os horizontes
do mundo inteiro, (…) para que, respondendo à vossa chamada, prolonguem aqui na
terra a vossa missão, edifiquem o vosso Corpo místico, que é a Igreja, e sejam
“sal da terra”, “luz do mundo” (Mt 5, 13)”.
PS: Se
desejar, confira a mensagem na integra:
Mensagem do Papa Francisco - 2017: “Impelidos pelo Espírito para a missão”
domingo, 4 de maio de 2025
Testemunhar a vida nova do Ressuscitado (IIIDTPC)
Testemunhar a vida nova do Ressuscitado
“Simão,
filho de João, tu me amas mais do que estes?”“Simão,
filho de João, tu me amas?”“Simão,
filho de João tu me amas?”“Apascenta
minhas ovelhas.”“Segue-me”.
A Liturgia da Palavra do 3º Domingo da Páscoa (ano C) nos convida à reflexão sobre a presença e ação do Ressuscitado no seio da comunidade, que dá coragem, confiança e garante a esperança vitoriosa e a pesca frutuosa, plena de êxito.
A missão da comunidade dos que creem, é testemunhar e concretizar a missão de Jesus Ressuscitado, que tem garantia de êxito, pois conta com a Sua presença, Palavra e Pão em cada Eucaristia celebrada.
A passagem da primeira Leitura (At 5, 27b-32.40b-41) nos apresenta o testemunho da comunidade de Jerusalém. Testemunhar a Vida Nova do Ressuscitado é pôr-se em obediência primeira e incondicional a Deus.
Impressiona-nos a coragem e o testemunho de Pedro, enfrentando a mesma oposição enfrentada por Jesus. São lapidares as palavras de Pedro: – “deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens” (At 5,29).
Animados pelo Espírito, devemos manter a fidelidade ao Senhor no caminho, enfrentando os opositores. De fato, a proposta de Jesus não é um caminho fácil, pois passa pela cruz. Não é um caminho marcado pela facilidade de glórias, aplausos, confetes, honras, popularidade.
Sua proposta não faz pacto com esquemas egoístas, injustos e opressores. Sua mensagem, em todo tempo, é questionante, transformadora, revolucionária, pois coloca em causa tudo o que gera injustiça, opressão, sofrimento e morte.
Na segunda Leitura (Ap 5,11-14), o autor do Apocalipse nos apresenta Jesus como o “Cordeiro imolado”, que venceu a morte e trouxe para nós a libertação definitiva.
A comunidade, vivendo em contexto de perseguição, martírio, sofrimento, deve se manter fiel e confiante na esperança da vitória. Ela testemunha o Cordeiro vitorioso que é Cristo Jesus. O Cordeiro imolado é vencedor da morte.
A mensagem pode ser resumida numa frase: – “Não tenhais medo, pois a vossa libertação está para chegar”. Uma mensagem para revigoramento da fé, renovação da esperança e fortalecimento da capacidade de lutar contra toda e qualquer forma de injustiça, egoísmo, sofrimento e pecado.
A comunidade eleva louvores e expressa sua gratidão pelo dom do Ressuscitado, Sua centralidade, Sua vitória, pois n’Ele está a nossa vitória!
Com a passagem do Evangelho (Jo 21,1-19), vemos os discípulos em missão e a exigência para levar adiante esta missão.
A tríplice confissão de amor pedida a Pedro, condição para cumprir com fidelidade a missão pelo Ressuscitado confiada.
Para presidir a comunidade é imprescindível o amor, a lógica da doação e do serviço.
Crer em Sua presença é escrever uma história de amor em nosso cotidiano, para além de nossas debilidades e fraquezas, como assim nos falou o Papa São João XXIII - “Não basta ser iluminados pela fé e inflamados pelo desejo do bem para impregnar de princípios sadios uma civilização... é necessário inserir-se em suas instituições” (Pacem in Terris, 148).
Quanto mais amarmos, mais revigorados seremos e mais a luz do Ressuscitado resplandecerá.
Esta presença somente é reconhecida por quem ama, fazendo de sua vida doação e serviço, assim como fez Jesus. Presença que nos faz passar da noite do fracasso para o amanhecer do êxito da vitória.
A escuridão da noite e da morte foi iluminada na madrugada da Ressurreição. As aparentes derrotas preanunciaram a vitória! Com Jesus nossa pesca será abundante!
Aprofundando a riquíssima linguagem simbólica do Evangelho, vemos que, em três grandes partes, João nos apresenta a terceira aparição do Ressuscitado: a pesca, a refeição e a investidura de Pedro.
Os sete Apóstolos voltam à sua atividade cotidiana:
Sete indica totalidade – uma Igreja toda em missão.
Pescar revela a missão da Igreja – pescar aqueles que se encontram mergulhados no mar do sofrimento e da escravidão.
Noite sem nada pescar – noite como tempo das trevas, da escuridão, da ausência de Jesus. Sem Jesus tudo é um fracasso irremediável - “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo, 15,5).
Êxito da pesca – garantida pela presença do Ressuscitado e confiança em Sua Palavra.
Rede com 153 peixes – número marcado pelo simbolismo – resultado da soma dos 17 primeiros algarismos – 10 + 7 = totalidade, todos os peixes conhecidos. Significa a plenitude e a universalidade da Salvação.
O discípulo amado reconhece Jesus, o Ressuscitado – amar é condição para reconhecer Sua presença.
Comer com os discípulos – prefigura-se a Eucaristia
– “Os pães com que Jesus acolhe os discípulos em terra são um sinal do Amor,
do serviço, da solicitude de Jesus pela Sua comunidade em missão no mundo: deve
haver aqui uma alusão à Eucaristia, ao Pão que Jesus oferece, à vida com que
Ele continua a alimentar a comunidade em missão” (1).
Reflitamos:
- De que modo estamos realizando a
missão do Ressuscitado a nós confiada no dia de nosso Batismo?
- Quais são os sinais da presença do Ressuscitado em nossa comunidade?
- Quais são as dificuldades,
oposições que enfrentamos no testemunho do Cristo Ressuscitado?
- De que modo somos “pescadores de homens do mar do sofrimento e da escravidão”?
- Ontem a Pedro, hoje a nós: Amamos o
Senhor a ponto de entregar a nossa vida por Ele?
- O que somos capazes de sofrer por amor a Jesus e a Sua Igreja?
- Quais são as forças que renovam e nutrem a nossa esperança?
- De que modo vivemos a caridade, como expressão de que somos discípulos missionários d’Aquele que é a Epifania do Amor de Deus pela humanidade, Jesus?
Concluindo, somos enviados ao mundo para o resgate de humanidade, do mar do sofrimento e da escravidão. Nisto consiste “sermos pescadores de homens”.
É Páscoa! Ele está
em nosso meio.
“Alegremo-nos e n’Ele
exultemos”.
Pelo Senhor, fomos
escolhidos, amados, enviados.
Por Ele assistidos,
acompanhados, nutridos.
A Ele toda
fidelidade, entrega, amor e doação.
Com Ele, servir,
testemunhar, nossa missão.
Amar o Amado
sempre, em fidelidade ao Pai,
que nos enviou o
Santo Espírito de Amor.
Amém.
Aleluia!
(1) Fonte: www.dehonianos.org
Rezando com os Salmos - Sl 38 (39)
Nossa
fragilidade nas mãos do Senhor
“–2 Disse comigo: ‘Vigiarei minhas palavras,
a fim de não pecar com minha língua;
– haverei de pôr um freio em minha boca
enquanto o ímpio estiver em minha frente’.
=3 Eu fiquei silencioso como um mudo,
mas de nada me valeu o meu silêncio,
pois minha dor recrudesceu ainda mais.
=4 Meu coração se abrasou dentro de mim,
um fogo se ateou ao pensar nisso,
5 e minha língua então falou desabafando:
= ‘Revelai-me, ó Senhor, qual o meu fim,
qual é o número e a medida dos meus dias,
para que eu veja quanto é frágil minha vida!
–6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias;
perante vós a minha vida é quase nada.
–7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro,
ele passa como a sombra que se esvai;
– ele se agita e se preocupa inutilmente,
junta riquezas sem saber quem vai usá-las’.
–8 E agora, meu Senhor, que mais espero?
Só em vós eu coloquei minha esperança!
–9 De todo meu pecado libertai-me;
não me entregueis às zombarias dos estultos!
–10 Eu me calei e já não abro mais a boca,
porque vós mesmo, ó Senhor, assim agistes.
–11 Afastai longe de mim vossos flagelos;
desfaleço ao rigor de vossa mão!
=12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas;
como a traça, destruís sua beleza:
todo homem não é mais do que um sopro.
=13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece,
escutai-me quando grito por socorro,
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!
– Sou um hóspede somente em vossa casa,
um peregrino como todos os meus pais.
–14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento,
antes que parta e que deixe de existir!”
O Salmo 38(39) é a prece de um enfermo e o reconhecimento de que
somos apenas um sopro; assim como a própria criação tem suas limitações, como
lemos na passagem do Apóstolo Paulo aos Romanos - A criação ficou sujeita à vaidade. por sua dependência daquele que a
sujeitou; esperando ser libertada (cf.Rm 8,20):
“Que
pode esperar o homem que é simplesmente um nada? É preciso olhar de frente a
realidade da vida terrena, para só em Deus colocarmos nossa esperança e não
vivermos na ilusão.” (1)
Reconheçamos nossa finitude e limitada condição humana diante da
onipotência divina.
Superemos toda e qualquer forma de presunção ou pretensão de uma
existência sem Deus, num mundo que, por
vezes. proclama a Sua morte ou, pior ainda, Sua desnecessária existência.
Urge que a tenhamos a humildade necessária para nos despirmos de
toda petulância e arrogância diante do criador. E, mais próximos de suas
criaturas, criemos pontes de fraternidade, derrubando todos os muros que criem
divisões e distanciamentos fraternos.
(1)
Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág. 759






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