terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

A liberdade cristã na evangelização


A liberdade cristã na evangelização

À luz da passagem da Carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 9,16-19.22-23) contemplemos a ação evangelizadora de Paulo, feita na liberdade, fidelidade, gratuidade e obediência incondicional:

“Ele sabe que a salvação é gratuita e que sua tarefa é anunciá-la gratuitamente. A opção de se fazer livremente servo de todos comporta uma metodologia pastoral constante: viver a adaptação aos destinatários, a partilha, a condescendência para com eles, como prolongamento da Encarnação de Jesus Cristo” (1).

Quando alguém como Paulo encontra Cristo e se torna Seu discípulo não pode ficar parado, mas tem que dar testemunho, incansavelmente. Por amor a Deus e aos irmãos está sempre pronto a tudo sacrificar e até mesmo se sacrificar.

Paulo por excelência é aquele que a Cristo encontrou, por Ele se apaixonou, e daí o imperativo da evangelização que sai de sua boca, porque antes se encontra impresso na alma, nas entranhas de seu coração, com a consciência de que a origem do seu ministério não é fruto de uma decisão humana – “Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16).

O Apóstolo é convicto de que a pregação do Evangelho é uma necessidade da qual não tem como se omitir, renunciar, porque é condição para a sua salvação e participação nas promessas de eternidade contidas no Evangelho do Senhor, que anuncia e testemunha com a própria vida.

Quando o Amor de Deus é absoluto em nossa vida, o tempo é uma figura que passa, as coisas têm o seu exato sentido e tamanho.

Em nossas comunidades eclesiais, na vida da Igreja, muitos problemas deixariam de existir ou se tornariam menores se nossa paixão por Jesus fosse maior. O amor é o bem maior pelo qual se renuncia aos bens menores.

Há sempre muito para se aprender com o Apóstolo, para fazermos de nossa vida um dom a Cristo, ao Reino, aos irmãos.

Aprender a subordinar nossos projetos pessoais aos Projetos divinos, de modo que a nossa vontade seja a de Deus, e não imponhamos a Deus a nossa vontade.

Assim como o amor de Cristo foi a força que lhe permitiu colocar a sua liberdade ao serviço de todos, também o amor de Cristo seja a nossa força, pois “A liberdade cristã nasce do amor e se exerce no amor, por sua vez, realiza-se no dom, no serviço que prolonga o de Jesus” (2).

Reflitamos:

- Não nos falta uma verdadeira paixão por Jesus?
- Não nos falta uma paixão mais sincera, mais inflamada, mais comprometida...?

Concluindo, peçamos a Deus o amor e a gratuidade nos acompanhem na missão evangelizadora; que sejamos sempre iluminados pela Palavra divina que ressoa em toda a Igreja, que é para nós a verdadeira fonte de sabedoria e norma de nossa vida, para compreendermos e amarmos nossos irmãos como Deus ama, e assim sejamos incansáveis servos da bondade e da paz, tudo fazendo, como o Apóstolo, para ganhar alguns a todo custo para Jesus Cristo.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág.323.
(2) Idem – p.324.

Chamados, amados e enviados para a missão (XDTCA)

                                                       



Chamados, amados e enviados para a missão
 
Com o 10º Domingo do Tempo Comum (Ano A), a Liturgia nos convida a refletir sobre a misericórdia querida por Deus e não os sacrifícios, pois para Ele o essencial não são os atos de culto ou declarações de boas intenções, mas uma adesão verdadeira e coerente ao Seu chamado e proposta de Salvação.
 
Na passagem da primeira Leitura do Livro de Oseias (Os 6,3-6), refletimos sobre o ministério profético de Oseias numa época bastante conturbada (Reino do Norte – Israel), em termos políticos e marcado por violência, insegurança e derramamento de sangue; em termos religiosos por uma grande confusão.
 
O profeta exorta para que o povo reconheça a infidelidade cometida, vivida na idolatria, e redescubra o amor do Senhor, expresso em gestos concretos de amor, ternura, bondade e misericórdia (“hesed”) em favor dos irmãos e irmãs.
 
Reflitamos:
 
- Qual é a sinceridade, fidelidade e profundidade de adesão ao Projeto que Deus tem para nós?
- Qual o desejo e sinais que expressam atitudes de conversão ao amor de Deus?
- Como vivemos este amor a Deus no amor ao próximo? 
 
Na passagem da segunda Leitura (Rm 4,18-25), dirigindo-se aos cristãos que vêm do judaísmo (preocupados com o estrito cumprimento da Lei de Moisés, bem como os que vêm do paganismo), o Apóstolo Paulo reflete sobre o essencial: a fé.

Abraão é apresentado como um exemplo para todos nós, por sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos Seus Projetos. Em Deus, esperou “contra toda a esperança” (Rm 4,18).

De fato, a Salvação é um dom para toda a humanidade, e deve ser acolhida e vivida com confiança, entrega e obediência.

Reflitamos:

 – O que o exemplo de Abraão nos ensina?
– Como acolho e vivo a Salvação como dom de Deus? 
 
Com a passagem do Evangelho (Mt 9,9-13), vemos quão misericordioso é o nosso Deus. Jesus nos chama para segui-Lo, pecadores que somos.
 
De fato, Mateus aceitou o convite sem discussão, e o seguiu de forma incondicional, e esta adesão ao chamamento se chama “Fé”.
 
Nisto consiste o caminho do discípulo missionário do Senhor: encontrá-Lo, escutá-Lo, aceitá-Lo e segui-Lo, acolhido e transformado por Sua Misericórdia.
 
Assim Se expressa o Senhor:
 
– “Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’De fato, Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13).
 
Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Cotidiano:
 
Deus foi sempre o grande incompreendido por parte dos homens. Incompreendido em Seu agir, em Suas intervenções, incompreendido em Seu silêncio, incompreendido em Suas exigências e em Sua lei.
 
Mas a incompreensão maior e mais estranha refere-se à Sua misericórdia. É a incompreensão de quem não crê na misericórdia de Deus, de quem tem medo d’Ele, de quem treme ao pensar em comparecer à Sua presença, e foge do mal unicamente para evitar os Seus castigos...”.
 
Quem souber viver a misericórdia para com o próximo, na sincera e frutuosa prática da acolhida, do perdão, superação, compreenderá o Coração de Deus.
 
Deste modo, saboreará a mais bela e pura alegria, que nasce do perdão dado e recebido.
 
Como discípulos missionários do Senhor, não podemos permitir que o ódio, o rancor, o ressentimento fossilizem ou criem raízes nas entranhas mais profundas do coração.
 
Jamais permitir que a obscuridade ao outro deva ser para sempre imposta pelo seu erro, tropeço, falha.
 
Urge compreender, na exata medida, o erro cometido, sem nada acrescentar, e ter também a maturidade de se colocar no lugar do outro, porque todos somos passíveis de erros.
 
Isto é possível quando nosso coração de pedra se transforma em um coração de carne, terno e manso, para que nele Deus possa frutuosa e ricamente fazer Sua morada.
 
Tão somente assim, tendo os mesmos sentimentos do Senhor Jesus (Fl 2,5), teremos a possibilidade de novas ações, formando e gerando Cristo em nós e no outro, sempre impelidos pelo Amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5).
 
Nisto consiste a edificação de uma Igreja Sinodal: caminharmos todos juntos, vivendo e comunicando a misericórdia, em permanente atitude missionária, sobretudo nas periferias existenciais, como nos fala o Papa Francisco.
 
Reflitamos:
 
- Qual a consistência do nosso amor por Jesus, como Seus discípulos missionários?
- Como Igreja Sinodal, como testemunhar a Misericórdia Divina que se destina a todos os povos?


- Como vivemos a radicalidade no seguimento de Jesus: conversão e misericórdia?
- Como se dá o encontro, escuta, acolhida e seguimento do Senhor, que nos chama apesar de sermos pecadores?
 
 
 
Oremos:
 
Quem poderá compreender o Vosso coração, Senhor?
 
Ó incompreendido amor de Deus, que questiona o amor humano, tão pequeno, quantificável, porque limitado, medido, calculado, com parcimônia por vezes comunicado.
 
Ó incompreendido amor de Deus, que o nosso assim também o seja.
 
Ensinai-nos, que o amor não é para ser compreendido, amor é para amar, simplesmente; sem teorias, explicações, racionalizações.
 
Ajudai-nos a viver o Amor de Cruz, que ama, acolhe, perdoa, renova, faz renascer e rompe a barreira do aparentemente impossível.
 
O amor vivido no extremo da Cruz, que foi, é e será para sempre o verdadeiro amor.
 
Amor tão incompreendido, mas tão necessário e desafiador para a humanidade em todo tempo.
 
Amor que, se vivido, nos credencia para a eternidade de Deus, que é a vivência e mergulho na plenitude de Seu amor, luz, alegria, vida e paz. Amém.
 
 Ps: Apropriado para o dia 21 de setembro, quando celebramos a Festa do Apóstolo e Evangelista São Mateus

Livres para seguir o Senhor (XIIIDTCC)

Livres para seguir o Senhor

A Liturgia do 13º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos convida a refletir sobre o discipulado na fidelidade ao Senhor que nos chama, e a necessária disponibilidade, radicalidade e o dom total da própria vida.

Na passagem da primeira Leitura (1 Rs 19, 16b.19-21), refletimos sobre o chamado que Deus faz a Eliseu: é Deus que chama e espera a nossa pronta resposta.

A vocação do Profeta Eliseu nos ilumina: Deus nos chama não porque estejamos no ócio, ao contrário, por estarmos devidamente ocupados com as coisas do cotidiano: o Profeta “não vem do céu” pronto para a missão e tão pouco se trata de alguém que não sirva para outra coisa.

A vocação profética, antes, é uma prerrogativa divina, uma missão querida e destinada por Deus a quem Ele quiser e chamar.

Para que a vocação profética seja vivida em plena correspondência aos planos divinos, é necessário disponibilidade, generosidade e empenho cotidiano. Ninguém nasce Profeta ou se faz Profeta, tão pouco é um projeto com acabamento final.

Na passagem da segunda Leitura, ouvimos a passagem da Carta de Paulo (Gl 5,  1.13-18), em que somos exortados a nos identificarmos plenamente com Jesus, vivendo a vida nova que Ele nos oferece, na plena liberdade, pois é para a liberdade que Ele  nos libertou (Gl 5,1).

A verdadeira liberdade consiste, portanto, num fruto do Espírito. Viver segundo o Espírito é viver uma liberdade que ninguém pode oferecer, a não ser o próprio Espírito. 

Esta verdadeira liberdade consiste em viver no amor: somente é autenticamente livre quem se libertou de si próprio e vive para doar-se inteiramente aos outros, fazendo da vida um dom de si mesmo.

Uma vida na escravidão consiste em viver centrado em si mesmo, no egoísmo, orgulho, egocentrismo, autossuficiência, individualismo, isolamento empobrecedor.

A passagem do Evangelho (Lc 9,51-62) nos apresenta o caminho do discípulo e as exigências para seguir o Senhor, haja vista o contexto em que Jesus decide ir para Jerusalém consumar a obra da Redenção da humanidade, pelo Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Vislumbra-se a presença do Mistério da Cruz presente no caminho, como aparente sinal de fracasso, mas verdadeiramente sinal de vitória, de quem  nos ama e nos ama até o fim, dando a Sua vida para nos salvar.

O  Evangelista nos apresenta o itinerário que deve ser feito por aqueles que creem e aderem a Jesus, Sua Palavra e Pessoa, no compromisso com a Boa-Nova do Reino: é preciso renúncia de tudo e até mesmo da própria vida, amando até as últimas consequências.

A primeira lição que aparece na primeira parte da passagem: o Reino de Deus não acontece pela imposição da força, tão pouco por uma resposta violenta. É preciso sempre reaprender o caminho da não violência.

Na segunda parte, aprendemos que este caminho deve ser percorrido com total disponibilidade sem hesitações ou restrições (despojamento material), sempre abertos ao novo que Deus tem a nos oferecer (que os mortos enterrem os mortos), sem jamais olhar para trás, como sinal de fuga, desistência (quem põe a mão no arado não pode olhar para trás).

Urge que nos coloquemos sempre a caminho, como discípulos missionários do Senhor, no bom combate da fé.

Renovemos a alegria de termos sido escolhidos, amados, chamados e enviados em missão pelo Senhor. É preciso sempre amar, aderir e seguir o Senhor, na mais perfeita e autêntica liberdade.

Reflitamos:

- O  que ainda nos impede de viver a autêntica liberdade, fidelidade, doação e entrega da vida na missão que o Senhor nos confiou?

- O que ainda nos prende e não nos permite de nos abrirmos ao novo que Deus tem a nos oferecer, e que somente quem se abre ao Espírito, é capaz de captar e compreender?

- Somos uma comunidade marcada por relações de amor e doação?
- Damos testemunho da autêntica liberdade no dom da vida ao outro?

Caminhemos para frente, com coragem, ousadia, vivendo a graça da vocação profética. Dando razão de nossa esperança, testemunhando nossa fé numa prática frutuosa da caridade.

Lembremos o que nos ensina a Igreja: na vida de fé quando não se avança, recua-se. Não há tempo a perder, o tempo é breve e a urgência do Reino nos desinstala e o fogo do Espírito nos inflama. Amém.

O Chamamento Divino e a resposta humana! (XIIIDTCC)

O Chamamento Divino e a resposta humana!

A Liturgia do 13.º Domingo do Tempo Comum (ano C) nos convida a refletir sobre “o chamamento divino e a resposta humana”, com Jesus colocando-Se a caminho de Jerusalém, e com Ele muito aprender, por amor a vida entregar e morrer, para com Ele também, um dia, se merecedores, ressuscitar, a glória de Deus contemplar.

A vocação é, verdadeiramente, Dom Divino, que pressupõe uma resposta humana. A vocação é Dom, iniciativa divina, graça por Deus concedida. A resposta humana deve ser dada na liberdade da pessoa.

Assim é a história das vocações bíblicas, e o que vemos ao longo de toda a História.

Deus que nos criou sem nossa participação, não quer nos salvar sem nossa colaboração.

Deus é o chamamento, nós somos a resposta sem fundamentalismos, fanatismos, superficialismos… Deus chama e nós respondemos!

Identificados com Jesus, O seguiremos na liberdade, pois foi para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1), de modo que a liberdade é fruto do Espírito de Deus oferecido a cada pessoa.

A verdadeira liberdade é viver no amor. Quanto mais amarmos mais livres seremos. A ausência do amor remete-nos ao passado da escravidão, da vida centrada em si mesmo, marcada pela falsa liberdade que se confunde com libertinagem, que se manifesta no egoísmo, no isolamento, no orgulho, na autossuficiência, no individualismo, no egocentrismo…

Somente se é livre quando se ama…

A vocação do Profeta Eliseu, na passagem da primeira leitura (1 Reis 19,16.19-21), é sinal de que o Profeta não cai do céu, não é alguém inútil, ou perdido no ócio. Não! É alguém ocupado com o seu cotidiano e chamado a dar um salto, um passo para a novidade que Deus instaura no coração daquele que Ele ama, chama e acompanha.

Assim como fizera com Elias, agora faz com Eliseu e assim fará conosco.

Na resposta do chamado de Deus, em todo tempo, exige-se a paciência e confiança em Sua Misericórdia, renúncias, radicalidade da entrega, despojamento, disponibilidade, generosidade, entusiasmo, perseverança, constância, confiança, alegria, liberdade, amor, etc.

Urge que cortemos toda e qualquer amarra que nos impeça de fazer da nossa vida doação total, entrega incondicional, expressa no amor que ama até o fim, até as últimas consequências, assim como fez Jesus que por amor Se entregou em favor de todos nós – “Tendo nos amado, amou-nos até o fim” (Jo 13, 1).

Nossas comunidades, hoje, são levadas a refletir se, de fato, são comunidades voltadas para o amor, se servem ao Reino na liberdade, com amor e alegria.

A Deus se ama e se serve sem hesitações e restrições. Urge que ponhamo-nos a caminho no bom combate da fé, como nos exorta Paulo em sua Carta a Timóteo (2 Tm 4,7-8).

Colocar-se a caminho com Jesus, a serviço do Reino, eis o convite da Liturgia; sem saudades nostálgicas que fixam âncoras no passado, mas com âncoras de esperança e olhar para o futuro acreditando que um novo mundo é possível.

Se olharmos para o passado que seja para avaliar e no presente acertar, e assim o futuro possa alegria maior despertar!

Ao convite amoroso de Deus só nos resta responder na liberdade, com amor, em alegre e profunda adesão, a serviço do Reino nos colocando…

Deus nos chama no tempo presente, como alguém assim tentou expressar em palavras, tão belo e indizível Amor Divino:

“É agora que Te amo, é agora que quero encontrar-Te,
estar contigo”.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

São Brás, rogai por nós!

 


São Brás, rogai por nós!

Segundo a tradição, São Brás foi um bispo cristão de Sebaste (séc. IV), na Armênia (atualmente na Turquia), durante o império Romano, e sua memória é celebrada no dia 03 de fevereiro.

A devoção a ele cresceu ao longo dos séculos na tradição católica, e ele é frequentemente invocado para proteção contra problemas de garganta. Por isso, neste dia, muitos vão à Igreja em busca da "Bênção de São Brás", a bênção da garganta, para sua proteção e saúde.

São Brás, Bispo e Mártir, segundo a Tradição, morreu martirizado, durante as perseguições aos cristãos ordenadas pelo imperador Licínio.

Conta-se que foi preso e torturado por se recusar a renunciar à sua fé cristã. Em um dos relatos mais comuns, consta que ele foi flagelado com pentes de ferro (um tipo de tortura cruel) e, por fim decapitado.

Em uma das histórias, narra-se que, durante sua prisão, enquanto era levado para a execução, curou um menino que estava sufocando devido a uma espinha de peixe presa na garganta. Daí decorre a associação ao seu cuidado das doenças da garganta.

Recebamos a bênção tão necessária, mas também roguemos a Deus para que tenhamos a serenidade, coragem e amor pela Igreja, assim como o fez São Brás no testemunho de sua fé.

Roguemos a Deus, para que em todo o tempo, jamais vacilemos na fé, tampouco esmoreçamos na esperança, de tal modo que também não seja apagada a chama da caridade em nosso coração.

Supliquemos a Deus a força necessária para a resistência nas tentações, paciência nas tribulações e sentimento de gratidão na prosperidade.

Apresento Orações apropriadas:

Oremos:

- "Ó glorioso São Brás que restituístes, com uma breve oração, a perfeita saúde de um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, esteve prestes a expirar, obtendo para nós todos, a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta.

 

Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores de Deus. Amém!"

- "Senhor, pelos méritos de São Brás, peço-Vos por minha saúde e, especialmente, que me liberteis dos males da garganta.

Rogo-Vos, também, por minha vida espiritual. Liberta-me da preguiça na oração, pois é a única maneira de manter-me sempre unido a Deus. São Brás rogai por nós. Amém.”

Finalmente, a fórmula da bênção mais conhecida e rezada ao celebrar sua Memória:

Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te

Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”.

 

São Brás, rogai por nós!

Em poucas palavras...

                                                         


“Maravilhosa aventura da oração e da fé”

“Para que a oração possa obter os resultados surpreendentes da fé, é necessário que, antes, se perdoe aos inimigos; caso contrário, a oração não será ouvida.

Israel perdera a sua fecundidade religiosa porque, explorando o povo simples no templo de Deus, não amava a humanidade e não podia, por conseguinte, correr o risco da maravilhosa aventura da oração e da fé.” (1)

(1) Comentários à Bíblia Litúrgica – Editora Gráfica Coimbra 2 – Editora Paulus – Palheira – pp.1008-1009 – sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 11,11,-26)

Amor oblativo

                                                          

Amor oblativo

“Pois o Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos”

Peregrinamos rumo à eternidade, haja vista que não temos aqui moradas eternas, reflitamos sobre o convite que Deus nos faz para a autêntica fidelidade ao Senhor, que implica em ter na vida sempre a atitude de serviço e amor oblativo, como Ele próprio nos fala na passagem do Evangelho (Mc 10,32-45), quando Tiago e João pediram para assentar-se um à direita e o outro à esquerda no Reino da Glória.

A resposta de Jesus ao pedido foi uma admoestação que ele fez aos dez que ficaram indignados com os dois:

Sabeis que aqueles que vemos governar as nações as dominam, e os seus grandes as tiranizam. Entre vós não será assim: ao contrário, aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (v. 42-45).

O discípulo missionário do Senhor ao beber do Cálice Sagrado, ao ser batizado com o Batismo do Senhor no Espírito, tem que estar sempre pronto a dar a sua vida como o Mestre, numa fidelidade incondicional com atitudes de serviço e amor oblativo.

Mas em que consiste o amor oblativo?
É o amor puro e verdadeiro, doação, entrega, serviço, compromisso, vivendo na mais bela gratuidade como resposta de gratidão a Deus que nos cumula de Bênçãos e graças infinitas. Impossível compreendê-lo se não experimentarmos o segredo salvífico do caminho da Cruz.

O Apóstolo Paulo bem anunciou e viveu este amor como vemos em sua Carta aos Coríntios (1 Cor 13).

É o amor que o Apóstolo Pedro nos convida a viver, quando nos fala de nossa redenção e regeneração pelo precioso Sangue de Cristo, muito mais precioso que ouro e prata, aliás incomparável a qualquer outra coisa (1Pd 1,18-25).

Resgatados e redimidos pelo Sangue do Redentor, a única resposta que Deus espera de nós é uma resposta de amor: o abandono de uma vida fútil, a vivência de um amor sem fingimento, amor fraterno, amor de coração e com ardor.

Somente assim, como Igreja que nasceu em Pentecostes, na alegre e fervorosa acolhida do Espírito Santo, seremos mais fiéis Áquele que a fundou, correspondendo ao Projeto de Amor que Deus tem para a humanidade.

Vivendo o amor oblativo buscaremos a glória do amanhã, carregando e assumindo, corajosamente, a cruz hoje.

Servindo com amor oblativo, que Jesus testemunhou plenamente ao entregar Sua vida na Cruz, seremos uma Igreja alegre e tranquila.

Oremos:

 "Fazei, ó Deus, que os aconte­cimentos deste
mundo decorram na paz que desejais, e Vossa Igre­ja
Vos possa servir, alegre e tran­quila. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.
 Amém!”

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG