quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

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“O Verbo Se fez Carne” (Natal do Senhor)

                                                   


“O Verbo Se fez Carne”

Na Missa do Dia de Natal, celebramos o Mistério da Encarnação numa atitude de serena alegria e de ação de graças por tão maravilhoso acontecimento:

- O Filho eterno do Pai fez-Se homem;
- O Verbo que tudo criou fez-Se carne da nossa carne;

- Aquele que habitava nos Céus pôs a Sua morada no meio de nós;
- A “verdadeira luz” que veio ao mundo, deu a conhecer a Deus “a quem nunca O tinha visto”.

Na passagem da primeira Leitura, proclamamos o oráculo do Profeta Isaías (Is 52, 7-10). Um oráculo em forma de poema, com um lirismo surpreendente:

“Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a Boa Nova, que proclama a Salvação...” (Is 52.7).

Somos convidados a contemplar a Pessoa do recém-nascido reclinado numa manjedoura, e assim contemplamos a imensurável humildade de um Deus, cuja força se manifesta na fraqueza.

Na passagem da segunda Leitura, ouvimos o início da Epístola aos Hebreus (Hb 1,1-6). Deus, ao contrário dos ídolos mudos, falou conosco e por muito tempo, de modo especial pelos Profetas.

“Nestes tempos, que são os últimos”, enviou a Sua própria Palavra, “imagem do Seu ser divino”, do Seu desígnio, da Sua vontade. Ele mesmo Se faz Palavra e vem ao nosso encontro. Ele, Palavra viva e eficaz (Hb 4,12)."

Na proclamação do Evangelho de São João, ouvimos os primeiros versículos (Jo 1,1-18). Com extrema beleza e estilo próprio, o Evangelista, ao mesmo tempo, sóbrio e solene, nos apresenta a Encarnação de Jesus através de um grande hino litúrgico, como que a abertura de uma “Sinfonia do Novo Mundo”.

Enuncia os temas que, logo a seguir, se desenvolverão em múltiplas variações com contrapontos sutis, de modo que o realismo da Encarnação do Filho de Deus constitui o centro desta vigorosa introdução do Evangelho.

A Palavra feita Carne é a revelação do Pai, do Seu amor. Receber, acolher e crer nesta Palavra é ter a vida eterna, como afirma nos capítulos posteriores.

Verdadeiramente assim cremos: Deus, movido por amor, desce misericordiosamente ao nosso encontro, porque havíamos caído miseravelmente, conforme nos falou o Bispo Santo Agostinho.

Agora que celebramos o Mistério desta Presença em nosso meio, urge que sejamos alegres mensageiros do Verbo, num mundo marcado por vezes por realidades sombrias, tristes e de morte.

A Encarnação do Verbo é, ao mesmo tempo, a nossa elevação, porque Ele Se faz hóspede de nossa alma e nos envia para sermos, no mundo, sinal de Sua presença, como alegres discípulos da misericórdia divina, dando razão de nossa esperança, no corajoso testemunho de nossa fé, inflamados pelo fogo do Seu indizível Amor.

Enfim, contemplar a Encarnação e ver a glória de Deus, é viver de modo a favorecer que vejam e sintam a presença de Deus em nós e em todas as pessoas.


PS: Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Ed Paulus – Lisboa - pp.178-180
Apropriado para dia 31 de  dezembro - Jo 1,1-18

Sejamos alegres mensageiros do Verbo! (Natal do Senhor)

                                                                         

Sejamos alegres mensageiros do Verbo!

É Natal! “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14), assim nos anunciou o Evangelista João na Missa do Dia de Natal.

A proclamação das Leituras do Antigo Testamento nos possibilitou a reflexão sobre a alegria de Israel, que deve ser a nossa alegria, devido à certeza de que Deus veio para o meio de nós.

O que era promessa e tão esperado agora se vê realizado: Deus Se faz recém-nascido, um menino com toda a fragilidade própria do humano.

Jesus Cristo é a transcrição histórica, visível e insuperável de Deus. A visibilidade, a tocabilidade, a presença d’Ele em nosso meio. O Deus Conosco que Se deixou tocar.

“Fazendo-Se Carne”, a Palavra de Deus tornou-se visível. Uma Palavra que não só se ouve, mas também se vê. O Verbo não Se furtou à opacidade da História, ao contrário, entrou nela, e dela tomou parte.

A Palavra de Deus se comunica com o homem mediante uma profunda partilha de experiências, inserindo-se em suas contradições. Na Sua morte e nas Suas dores, nas Suas perguntas e nos Seus insucessos, Jesus é verdadeiramente um Deus entre nós, companheiro de nossa vida.

Fazendo-Se um de nós, engloba a plenitude da humanidade, incluindo a fragilidade, a fadiga, a derrota, a dor e a morte. Para nos revelar o Rosto de Deus, o Filho compartilhou nossas experiências.

Isto é o Natal. Deus já não está escondido, mas revelou-Se dentro da nossa humanidade concreta e dentro da nossa história. Jesus, Filho de Deus, feito homem, tornou visível e conhecível o Rosto de Deus; o Rosto de um Pai que é amor, misericórdia, perdão, atenção com todos, e de modo especial pelos empobrecidos.

Não podemos separar o Menino da Manjedoura do Cristo da Cruz. Celebrando o Natal devemos parar silenciosamente diante destas duas imagens inseparáveis e contemplar uma bela e surpreendente Boa Notícia, que nos revela a intensidade do Amor de Deus.

Na Cruz devemos ver, sobretudo, um Deus que morre pelo homem, ao invés de um mártir que morre por Deus.

Dois anseios mais profundos encontrarão respostas: querendo saber quem é Deus olhemos para Jesus; e querendo saber quem é o Homem também olhemos para Jesus. Se quisermos corresponder à graça da acolhida do mais belo Hóspede que em nós habita – Jesus – imitemo-Lo, sigamo-Lo. Sejamos alegres mensageiros do Diviníssimo Amor, Alegria e Luz.

Há que se questionar sobre a ausência, muitas vezes, da alegria nas nossas comunidades cristãs ou na própria vida do cristão. 

Acaso terá sido perdida porque o Evangelho que anunciamos e ouvimos se tornou descolorido, mesmice, sendo incapaz de entusiasmar a nós e ao mundo, sem implicações, ressonâncias e apelos sinceros de conversão?

Não podemos esvaziar o conteúdo da Boa Nova que anunciamos, acolhemos, ouvimos. É preciso que a testemunhemos.

Que o Natal consista na renovação da alegria de sermos mensageiros do amor, da alegria e da luz. Só o fará bem quem O contemplou no Presépio, na Palavra proclamada e na Eucaristia celebrada, precedida de um frutuoso Advento, que consistiu num tempo de espera, de vigilância, de conversão e de preparação para Sua chegada.

Ele chegou! Feliz Natal! 


PS: Fonte de pesquisa: Lecionário Comentado – Advento  - Natal - Organizador Giuseppe Casarin - Editora Paulus

É Natal! (Natal do Senhor)

                                                          

É Natal!
Quero ver o sorriso nos teus lábios,
O brilho no teu olhar,
E o teu coração mais forte a pulsar.

É Natal!
Abra os teus ouvidos.
É de Amor que ELE  vai te falar.
É alegria que Ele vai anunciar.

É Natal!
Esperança que mais forte vai gritar.
Tuas mãos são fortalecidas.
Os pés protegidos.
Teus joelhos revigorados.

É Natal! 
Exultemos de Alegria!

Em poucas palavras...(Natal do Senhor)

                                   

 

                           Feliz e Santo Natal do Senhor! 

“E O Verbo fez-Se Carne, e habitou entre nós; e nós vimos a Sua glória; glória que Ele tinha junto do Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade.” (cf Jo 1,14): 

1- Para nos salvar, reconciliando-nos com Deus; 

2 - Para que assim conhecêssemos o amor de Deus;

3 - Para ser o nosso modelo de santidade;

4 - Para nos tornar «participantes da natureza divina» .

 

Fonte: Catecismo da Igreja Católica - nn.457-460

 

Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações (Natal do Senhor)

 


                Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações

Celebrar o Natal do Menino Jesus é celebrar o renascimento do melhor de Deus em nossos corações:

Da alegria daquela Noite Santa comunicada pelos anjos, e multidão celestial, com as humildes testemunhas dos pastores. Renasça sempre a alegria de sermos também testemunhas do Mistério da Encarnação do Verbo; d’Aquele que desceu ao nosso encontro, misericordiosamente, quando caímos miseravelmente pelo pecado e pela desobediência (cf. Santo Agostinho).

Da esperança de ver sinais de morte transformados em sinais de vida, porque a Vida veio ao nosso Encontro; contemplar os sinais de escuridão iluminados pelo Esplendor da Luz Divina que veio nos iluminar.

Da esperança que nos move e nos faz comprometidos na construção de novos céus e nova terra, jamais nos curvando diante da banalização e mediocrização da vida, com a consciência de que temos que passar pelo mundo deixando melhor para os que haverão de vir depois de nós. Celebrar o Natal é se tornar sagrado instrumento de esperança, sobretudo para os que mais precisarem.

Da esperança de ver o amor triunfando sobre o ódio, afinal o amor de Deus haverá de falar mais alto no coração de toda a humanidade, e em sua expressão máxima, quando Aquela Criança Se doar, no consumar de Sua Divina Missão,  no Mistério da Paixão, Morte na Cruz, Vida Nova, Páscoa, Ressurreição.

Da necessária consciência da ética do cuidado da vida, seja ela pessoal, familiar, eclesial, social, planetária. É próprio do amor de Deus cuidar de todos nós, criados à Sua imagem e semelhança. Cuidados pela Trindade Santa de amor, para também sermos zelosos cuidadores da vida em sua totalidade. Cuidado expresso na acolhida, comunhão, solidariedade, respeito à sacralidade do outro.

Da consciência de que somos mensageiros da paz, na superação de toda discórdia, destruindo muros que fragilizam e distanciam pessoas, famílias, comunidades. Somos Mensageiros da paz, do Príncipe da Paz que veio nos comunicar o Shalom, a plenitude de todos os bens. Mensageiros de paz edificam pontes que criam proximidade, comunhão, fraternidade, amizade, solidariedade; jamais muros da inimizade.

Da confiança e a certeza de que a graça que foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5), comunicada por Aquele que Se Encarnou, por nós viveu e morreu, e do alto no-la comunicou, a fim de que vivamos com equilíbrio, justiça e piedade (Tt 2,12).

Renascido o melhor de Deus em nosso coração, é tempo de irradiar no mundo tudo que faça a vida melhor, e de modo especialíssimo, o amor, a alegria e a luz do Menino Deus. Do Deus que Se fez carne igual a nós, exceto no pecado, e que armou sua tenda entre nós.

Um Deus Menino, que chora, sorri, tem sede e fome, e que cresceu em tamanho, Sabedoria e Graça diante de Deus.

Um Deus que veio enxugar nossas lágrimas, acalentar nossos prantos.

Uma luz brilhou para nós na escuridão da noite.

Feliz Natal do Senhor! Amém. Aleluia!

Natal: Acolher, Escutar e Viver (Natal do Senhor)

                                                                  

Natal: Acolher, Escutar e Viver

É Natal:
Quando acolhemos o Emanuel na forma de uma Criança,
Quando escutamos a Boa Nova do Senhor Jesus,
Quando vivemos e morremos com Cristo, o Senhor,
Para com Ele vivermos como Ressuscitados.
É Natal quando morremos para o pecado e vivemos plenamente para Deus.

É Natal:
Quando acolhemos o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós...
Quando escutamos a Palavra comunicada pelo Verbo...
Quando vivemos e encarnamos esta mesma Boa Nova!

Natal:
É o Mistério do Deus que no princípio era a Palavra;
Pela qual Deus o universo criou.
É Mistério profundo da Encarnação da Palavra, para o mundo redimir.
Que no meio da humanidade veio habitar, e Sua tenda entre nós armar,
Para dentro dela, como que numa escola, a Lei maior ensinar:

O Amor que ensina Amar!
É Mistério da Redenção da humanidade,
Pela Palavra rejeitada, crucificada, Ressuscitada,
Poderosamente pelo Pai, glorificada!
No Mistério da encarnação e redenção nossa humanidade é edificada!

É Natal:
Quando Deus armou Sua tenda entre nós,
Revelando o Seu mais terno jeito de ser:
Amor, Amante e Amado.
Deu-nos o seu rosto de amor conhecer.

É Natal:
Quando na Palavra Encarnada Deus Se torna visível,
Na Palavra acolhida e vivida um mundo novo se torna possível.
Quando a Palavra Se fez Carne,
A humanidade de Jesus, o amor de Deus, sem fim e sem limites, comunicou.
Na Palavra foi acolhida a linguagem do amor, que gera vigor e luz, a humanidade aprendeu!
A Luz para sempre no meio dos homens resplandeceu!

Natal:
Não é a festa de muitas palavras incompletas, transitórias, provisórias, vazias;
Mas a Festa da Palavra, da Palavra definitiva, viva e eterna.
Pois Nele não se separa o falar e o fazer.
Aquele que fala de amor é o próprio amor em ação.
Aquele que fala de perdão é o próprio perdão em comunicação.
Aquele que fala de compaixão é o próprio que não peca pela omissão.
Aquele que fala de paz é o próprio que não Se deixa mover pela cólera, ira e destruição.
Aquele que fala de partilha, é o próprio que Se comove, solidariza e não permite a ambição.
Aquele que fala da beleza da natureza e da criação,
Com ela Se relaciona com sobriedade, equilíbrio e proteção, nunca com gesto de destruição!

É Natal:

Quando contemplamos os belos pés dos mensageiros,
Que trazem consigo mensagem de paz, amor e harmonia,
Esperança, coragem e alegria...

É Natal:
Quando entregamos ao mais Belo Mensageiro e à própria
Mensagem do Pai, nosso ser, corpo, mente, espírito, tempo, forças e fraquezas,
Para esta Bela Notícia ao mundo anunciar.

É Natal:
Quando de Cristo nos tornamos alegres mensageiros,
Quando nos tornamos, para os que mais precisam, novos Cristos,
Na mão que se estende, no ouvido que escuta, no coração que se abre,
Como nEle crerão se não houver alguém que Dele, e por Ele, fale?

É Natal:
Quando aprendemos que sempre haverá uma possível saída,
Quando a Ele conferimos sempre a Palavra última!
Palavra última de luz, alegria, paz, carinho, ternura, perdão,
Confiança, acolhida, combates, anúncio, entrega, empenho e compreensão...

Será sempre Natal:
Quando nossa mente e coração pela Palavra e Espírito iluminados,
Dons, carismas, riquezas partilhados.
Brotará o que há de melhor no mais profundo de nosso coração.
Natal trará sempre consigo a semente da Ressurreição.

Feliz Natal! 

Nasceu para nós um Menino! (Natal do Senhor)

 


Nasceu para nós um Menino!

“Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho;
ele traz aos ombros: a marca da realeza;
o nome que foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros,  Príncipe da Paz.” Is  9,5) 

Natal do Senhor: nasceu para nós o Menino Esperança, a fim de que aprendamos a amar na esperança de que a família, o mundo e toda a humanidade podem ser melhores, que a Casa Comum em que habitamos será melhor cuidada por todos nós, assegurando vida no presente e para os que virão depois de nós.

Deste modo Natal é recomeçar a cada dia a nossa missão, nossa atividade pastoral e profissional, com entusiasmo, participando ativamente da obra do Criador.

Recomeçar sempre com Ele, que veio não porque éramos perfeitos, mas para nos aperfeiçoar, para nos recriar, para dizer que um novo tempo, um novo modo de viver é preciso recomeçar com renovado ardor, com alegria, com dedicação a missão que o Senhor nos confiou, para na eternidade consumar: Ele que desceu misericordiosamente, e nós que por vezes caímos miseravelmente (cf. Santo Agostinho).

A passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 9,1-6) é sempre uma mensagem de alegria no meio das trevas de um povo deportado: o Nascimento de um Menino com títulos ilustres; promessa de um futuro de paz, de justiça e direito para todos.

As maravilhas realizadas pelo Senhor do Universo com todas as virtudes dos heróis de Israel, mais sábio que Salomão; mais corajoso e forte do que Davi; mais piedoso que Moisés e dos Patriarcas. Ele é o verdadeiro Emanuel, o portador da Verdade Paz, o Shalon, que nos garante a plenitude de bens, plenitude de vida.

Contemplemos e adoremos o Menino Jesus, um Deus conselheiro admirável, maravilhoso; Deus Forte; Pai da Eternidade; Príncipe da Paz.

Seja, portanto, o Natal celebrado, a renovação do sagrado compromisso de comunicar a Divina Luz a quantos precisarem, uma vez que por Ele naquela Memorável Noite Santa para sempre fomos iluminados.

Em poucas palavras... (Natal do Senhor)

                                               


Jesus Cristo: perfeito na divindade e humanidade

«Na sequência dos santos Padres, ensinamos unanimemente que se confesse um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, igualmente perfeito na divindade e perfeito na humanidade, sendo o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto duma alma racional e dum corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela sua humanidade, «semelhante a nós em tudo, menos no pecado» (Hb 4,15): gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nestes últimos dias, por nós e pela nossa salvação, nascido da Virgem Mãe de Deus segundo a humanidade.

Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é abolida pela sua união; antes, as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase»”

(1)        Concílio Ecumênico de Calcedônia (451d.C.) – Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 467

Natal: Não será apenas mais uma noite... (Natal do Senhor)

                                                     


Natal: Não será apenas mais uma noite...


“O anjo então lhes disse: ‘Não temais! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade da Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo.”      (cf. Lc 2,10-11)
 
Natal não será apenas mais uma noite como todas as outras,
Se não sequestrarmos seu autêntico conteúdo e sentido.
 
Será a celebração do nascimento do Verbo, Deus-Menino,
Que, fazendo-Se  Carne, vem redimir a humanidade e a história.
 
Emanuel, Deus-conosco, virá conosco caminhar,
Aprenderá com José e Maria os primeiros passos.
 
A noite escura de pecado para sempre iluminada será,
A graça, a paz, a luz aos pobres, pequeninos a comunicar.
 
Pulsará mais forte nosso pulso, e o coração a palpitar;
Com os anjos, glória a Deus, um hino haveremos de cantar.
 
A voz proclamou no deserto que Ele, Jesus, haveria de chegar;
A Palavra desde o princípio, em nossos corações, alegre acolhida.
 
Uma noite de alegre saudação, por todos os dias a se repetir:
Não seja reduzida à formal saudação, mas comunicação de amor.
 
Feliz Natal não reduzidos às luzes de vitrines, casas ou praças,
Mas expressão de amor e fidelidade à Palavra que não passa.
 
Que nosso Natal tenha matizes pascais,  alegria de Ressurreição.
Na fidelidade ao Senhor, na maceração, flagelação, mortificação.
 
Natal: renovemos a alegria incontida de discípulos missionários,
Do Senhor, intrépidas testemunhas com ardor a missionar.
 
Natal: nascimento do Verbo celebrado no altar,
Fé, esperança e caridade a vida toda a pautar. Amém.


Natal: Com Jesus, as necessárias mudanças (Natal do Senhor)

 


Natal: Com Jesus,  as necessárias mudanças 

“Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança,
para que possais vós, ser perfeitos adultos;
Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós,
libertados das garras da morte;
 
Ele, na manjedoura, para vos por sobre o Altar;
Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas;
não havia lugar para Ele na sala comum,
para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai” (1)
 
Vigilantes, esperamos a chegada da noite tão esperada:
Celebrar o Natal do Senhor -  nasceu para nós o Salvador.
Olhos fixos nos olhos daquela criança, um Deus Menino,
Com os anjos, demos glória a Deus, em coro, num alegre hino.
 
Soem forte os sinos em todas as capelas e matrizes;
A luz veio iluminar nossos caminhos tão obscuros,
Pelas marcas da infidelidade, em pequenos ou grandes atos;
Agora, com Ele, novas atitudes, novos compromissos, de fato.
 
Com Ele renasce, em todo lugar e corações, a esperança ,
Com o imperativo, para toda a humanidade, de novas mudanças,
Em que se renovam compromissos com a vida, marca de fraternidade,
Nas ruas, nas praças, no campo e nas cidades.
 
Mudanças de faces e expressões múltiplas anunciadas:
Mudança de rumos que conduzam a uma nova realidade,
Em que haja marcas do sorriso, acompanhado de cantos,
Reapaixonamento pela vida, lágrimas enxugadas de prantos.


Mudança de assuntos reais ou virtuais, com novas pautas,
Não mais a promoção de discursos de ódios e divisões,
Superação de toda forma de rotulações marcadas pelo preconceito,
Que não edificam pontes, mas apenas erguem indesejáveis muros.
 
É Natal, tempo de virar tantas páginas,
Escrever novas linhas, uma nova história,
Com mudanças radicais e completas,
Que deem à vida novos conteúdos e cores.
 
É Natal, tempo de tomarmos consciência de que tudo passa,
Consciência de nossas limitações, fragilidades e finitudes,
Superação de toda petulância, arrogância, autossuficiência;
Renascimento, no mais profundo de nós, da necessária ternura.
 
Natal: repensar caminhos, novas diretrizes a nos conduzir,
Iluminados pela Palavra do Verbo que Se fez Carne,
Para nos ensinar a mais bela e imprescindível lição:
Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Ele nos amou.
Amém.
 
 
(1).Santo Ambrósio - séc. IV

Em poucas palavras... (Natal do Senhor)

                                          


A ação de Deus na História

“Para além da distração do período natalício e também de uma leitura ‘à maneira de presépio’ das narrações teológicas dos evangelhos da infância, o desafio que a nossa fé nos propõe cada ano com a festa do Natal, é na ótica de Lucas, precisamente a de ver a ‘coerência’ da história de Deus ‘encarnada’ nas muitas e incoerentes histórias do Seu Povo...

Um desafio para viver ainda, todas as vezes que somos tentados a não acreditar verdadeiramente na Encarnação de um Deus que permanece ‘santo’, embora sujando as mãos com a História, e de um Deus que continua a ser ‘Senhor onipotente’, embora esperando a colaboração dos seus débeis servos.” (1)

 

(1)            Lecionário Comentado - Volume Advento/Natal - Editora Paulus - Lisboa - pág. 176-177

Em poucas palavras... (Natal do Senhor)

                                             


“O Natal do Senhor é o natal da paz”

“É a paz que gera os filhos de Deus e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus os que ela separa do mundo (...)

O Natal do Senhor é o natal da paz. Como diz o Apóstolo, Cristo é a nossa paz, Ele que de dois povos fez um só (cf. Ef.2,14); judeus ou gentios, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai (Ef 2,18)” (1)

 

 

(1) Papa São Leão Magno (séc V)

Imensidão de olhares (Presépio)

                                                  


Imensidão de olhares

Noite de Natal passada,
Noite em que a Luz brilhou para o mundo.
Contemplo o presépio do Menino Jesus.
Sete mares em olhares das imagens.
 
No olhar do Menino Jesus,
Olhar de misericórdia e ternura.
Na missão pelo Pai confiada, o mesmo olhar,
Que O acompanhará até o último suspiro na Cruz.
 
No olhar da Amantíssima Maria,
Olhar contemplativo e puro como um lírio,
Expressão do que está em seu coração:
Abertura e confiança nos desígnios divinos.
 
Maria, “És lírio entre os espinhos,
és pura sem igual,
brilhando nos caminhos
da culpa original”. 
(1)


No olhar de José, guardião da Sagrada Família,
Olhar límpido e confiante, ainda que não compreenda,
Sabe transformar dificuldades em oportunidades
Sonhos, caminhos, desafios vencidos: cândida fidelidade.
 
Nos olhares dos anjos e dos pastores,
Olhar de alegria pelo anúncio e acolhida da Boa Notícia
Do Mistério do Nascimento do Salvador,
Tão pequenino, tão frágil, Mistério do Divino Amor.

 

No olhar de uma criança estática e extática diante do presépio,

Como que querendo tomar no colo a terna imagem do Menino

Acalentar, como devem ser acalentadas na ternura e no amor

Todas as crianças do mundo, as distantes de sua terra, pais e país...

 

O sétimo olhar: “Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança, para que possais vós, ser perfeitos adultos; Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós, libertados das garras da morte; Ele, na manjedoura, para vos por sobre o Altar; Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas; não havia lugar para Ele na sala comum, para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai”. Amém. (2)


(1)Liturgia das Horas - Volume Advento-Natal - pág.1037

(2) Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja (séc. IV)

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