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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
A solidez da Palavra Divina e a vida cristã
Vigilantes, orantes e firmes na fé
Vigilantes, orantes e firmes na fé
Nas Vésperas, da quinta-feira da primeira semana do Tempo do Advento, lemos a passagem do Livro de Tiago:
“Irmãos, ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Eis que o juiz está às portas.” (Tg 5,7-8.9b)
Dando os primeiros passos neste Tempo do Advento, tempo fecundo de vigilância e oração, nos preparamos para celebrar o nascimento do Salvador, e renovar sagrados compromissos na espera de Sua vinda gloriosa.
Deste modo, somos exortados pelo Apóstolo para que fiquemos firmes até a vinda do Senhor, fortalecendo nossos corações, porque a Sua vinda está próxima.
Mas como nos mantermos firmes e fortalecermos nossos corações, quando enfrentamos não poucas dificuldades, agravadas pela pandemia que ainda persiste, bem como outras situações adversas, como a violência, violação da vida, tanto da pessoa como de todo o planeta?
De fato, como nos fala o Cardeal José Tolentino de Mendonça, vimos o início de uma crise “poliédrica”, que nos desafia à conversão e reorientação dos rumos de nossa história:
“Que tempo é este que estamos a viver? A que o havemos de comparar? Podemos, efetivamente, olhar apenas para o assédio devastador desta crise que começa por ser sanitária, mas que depressa contaminou tantos outros âmbitos, tornando-se uma crise poliédrica: econômica, social, política, eclesial, civilizacional... Este não é o momento para fazer cair os braços em desânimo, mas é um tempo para apostas de confiança... Não é só um tempo para fechar a semente no celeiro enquanto se aguardam as condições que considerarmos propícias: este é um tempo bom para os semeadores saírem para o campo, para os pescadores se aventurarem ao lago. Não é só uma estação para gerir aflições crescentes: é também a ocasião em que Deus nos ordena que arrisquemos como Igreja e que compremos um campo novo.”
Iluminados pela palavra do Apóstolo, na oração desta tarde, caminhemos sem jamais vacilar na fé, esmorecer na esperança e esfriar na caridade.
Oremos:
“Despertai, ó Deus, o Vosso poder e socorrei-nos com a Vossa força, para que Vossa misericórdia apresse a Salvação que nossos pecados retardam. Por N. S. J. C. Amém.” (1)
(1) Oração das Vésperas – quinta-feira da 1ª Semana do Advento.
Escrito em dezembro de 2022.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2025
Oração para o Ministério Presbiteral
revestindo-me de poder,
guardando-me para a santificação do povo fiel,
para pôr em prática o que vou celebrar,
conformando minha vida ao Mistério da Cruz do Senhor.
renovo em cada Eucaristia o Sacrifício da Redenção humana,
servindo aos fiéis o Banquete da Páscoa,
presidindo o Povo de Deus na caridade,
alimentando-o com a Vossa Palavra
e o restaurando com Vossos Sacramentos.
e pela Salvação de todos.
Quero me assemelhar cada vez mais a Vós,
com mesmos pensamentos e sentimentos Vossos,
testemunhando constantemente,
com a bênção e a proteção da Mãe da Igreja, Nossa Senhora,
que jamais nos desampara.
Advento e a Oração dos sentidos
A tríplice vinda do Senhor
Em poucas palavras...
Advento: contemplemos a vinda do Senhor
“Na primeira
vinda, o Senhor veio em carne e debilidade, nesta segunda, em espírito e
poder; e na última, em glória e majestade.
Esta vinda
intermediária é como que uma senda por que se passa da primeira para a última:
na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida;
nesta, é o nosso descanso e o nosso consolo” (1).
(1)São
Bernardo (séc. XII), em sua Homilia para o Advento
Em poucas palavras...
Celebremos o Tempo do Advento
“Ao celebrar em cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta expectativa do Messias.
Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua segunda vinda (Ap 22,17).
Pela celebração do nascimento e martírio do Precursor, a Igreja une-se ao seu desejo: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3, 30)”.
(1) Catecismo da Igreja Católica parágrafo n.524
Creio n’Aquele que veio, vem e virá: Jesus
Creio
n’Aquele que veio, vem e virá: Jesus
“Aguardamos
o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo.Ele
transformará o nosso corpo humilhado e
o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com
o poder que tem de sujeitar a Si todas as coisas.” ( Fl 3,20b-21)
Creio na Encarnação Do
Verbo, feito Carne, envolto em faixas e reclinado num presépio, e assim ao vir
pela primeira vez, revestido de nossa fragilidade, para realizar o plano eterno
do amor de Deus para nós, suportando a cruz, sem recusar a Sua ignomínia, abrindo-nos
o caminho da Salvação.
Creio que virá pela
segunda vez, revestido da glória de Sua majestade, num manto de luz, cercado de
uma multidão de anjos, para nos conceder em plenitude os bens prometidos que hoje,
vigilantes, esperamos.
Creio na
primeira vinda de Cristo que foi nossa redenção, e na Sua segunda vinda, quando
aparecerá como nossa vida.
Creio na
Sua presença contínua em espírito e poder, como numa senda, guiando-nos da primeira
para a segunda vinda gloriosa, que vigilantes esperamos. Amém.
Fontes: Prefácio
do Advento I; São Cirilo de Jerusalém – séc. IV; São Bernardo (séc. XII)
A participação no Banquete Divino
O grande Banquete dos tempos messiânicos
O grande Banquete dos tempos messiânicos
Reflexão à luz da passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 25,6-10a).
A passagem nos remete à imagem do banquete, para nos falar como deve ser o mundo que Deus deseja para nós, e está sempre nos convidando para a participação do Seu Banquete de amor, vida, felicidade, alegria e paz, mas respeita a nossa liberdade, sem nos dispensar da veste nupcial necessária para dele participar: amor, partilha, serviço, misericórdia e o dom da vida.
Deste modo, o Profeta Isaías se utiliza da imagem do Banquete, comunicando, em meio a sinais de morte e desolação, o desejo de Deus, um horizonte esperançoso e promissor: um Banquete de amor e vida oferecido por Deus a toda a humanidade:
“Esta imagem do grande banquete dos tempos messiânicos, recordada constantemente pelos profetas, reassumida por Cristo nas Suas parábolas do Reino e convertida em realidade inicial na Última Ceia, será para todos os homens o melhor penhor de vida e glorificação.” (1)
O Profeta, com sua palavra, exorta a confiança e a esperança numa nova era de paz e de felicidade sem fim, porque Deus vai destruir a morte para sempre e enxugar as lágrimas de todas as faces, eliminando, assim, o opróbrio que pesa sobre o Seu povo.
Participar do Banquete de Deus implica em estarmos na mais perfeita e profunda comunhão, amizade e intimidade com Ele e com nosso próximo.
Como batizados, fomos revestidos por Cristo e, deste modo, somos sinais de comunhão com o outro, para que nossa comunhão com Deus seja credível, agradável e sinal do Banquete Eterno que prefiguramos em cada Eucaristia que celebramos e participamos. Amém.
(1) Comentários à Bíblia Litúrgica – Editora Coimbra 2 – Palheira – pág. 535
O milagre do amor e da partilha
Maria, a Mãe que cremos e amamos
Maria,
a Mãe que cremos e amamos
Maria, cremos que tu és:
- A primeira discípula, quem
melhor aprendeu as coisas de Jesus, teu Amado Filho;
- A primeira daqueles
que «escutam a Palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 28);
- A primeira a
colocar-se entre os humildes e pobres do Senhor para nos ensinar a esperar e
receber, com confiança, a salvação que vem apenas de Deus;
- A primeira a quem Jesus
parecia dizer: “Segue-me”, mesmo antes de dirigir este chamamento aos Apóstolos
ou a quaisquer outros (cf. Jo 1, 43)»;
-
Modelo de fé e caridade para a Igreja pela sua obediência à vontade do Pai,
cooperadora na obra redentora do seu Filho na abertura à ação do Espírito Santo;
-
Aquela a quem mais valeu ser discípula de Cristo do que ter sido mãe de Cristo,
como nos falou Santo Agostinho;
- Mais discípula que mãe,
a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo;
- Mãe, e que Cristo te entregou a nós porque não quer que
caminhemos sem uma mãe;
- A Mãe fiel que se
tornou «Mãe de todos os que creem, e ao mesmo tempo, é «a Mãe da Igreja
evangelizadora, e nos acolhe assim como Deus nos quis convocar, não apenas como
indivíduos isolados, mas como Povo que caminha;
-
A nossa Mãe, que quer sempre caminhar conosco, estar perto,
ajudar-nos com a sua intercessão e o seu amor;
- A Mãe do Povo fiel
que, movida por uma ternura amorosa, caminha em meio ao seu povo e cuida das
suas angústias e vicissitudes. Amém.
PS: Fonte - Dicastério
para a Doutrina da Fé - Mater Populi
fidelis - Nota doutrinal sobre alguns títulos marianos referidos à
cooperação de Maria na obra da Salvação – parágrafos n.73.76
Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento
Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento
Tempo do Advento é por excelência tempo favorável de recolhimento, oração e fecunda penitência, para a celebração de um Natal transbordante de alegria e luz, pois veio, vem e virá o Senhor sempre ao nosso encontro.
Retomemos as quatro opções de Prefácios para o Advento que a Igreja nos oferece:
Prefácio do Advento I – sobre as duas vindas de Cristo:
“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar Seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação.
Revestido de Sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”
Prefácio do Advento I A – Cristo, Senhor e Juiz da História:
“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação louvar-vos e bendizer-vos, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, princípio e fim de todas as coisas. Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e juiz da história, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade.
Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de Seu reino... Por isso, certos de Sua vinda gloriosa, unidos aos anjos, Vossos mensageiros, Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”
Prefácio do Advento II - A dupla espera de Cristo:
“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por são João Batista.
O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do Seu Natal, para que Sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os Seus louvores. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”
Prefácio do Advento II A - Maria, a nova Eva:
“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Nós Vos louvamos, bendizemos e glorificamos pelo mistério da virgem Maria, mãe de Deus. Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o pão do céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz.
Em Maria, é-nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se grande era a nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia em Jesus Cristo, nosso salvador. Por isso, enquanto esperamos Sua chegada, unidos aos anjos e a todos os santos, cheios de esperança e alegria, nós Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”
Oremos:
Senhor Deus, ajudai-nos para que vivamos estes dias do Tempo do Advento, em alegre expectativa para a Celebração do Nascimento do Vosso Filho, Senhor e Juiz da História, em esforço contínuo de conversão na vigilância e na oração, abertos e conduzidos pelo Santo Espírito.
Celebremos a dupla espera de Cristo que vem, contemplando a primeira vinda e aguardando a segunda vinda gloriosa, vivendo com zelo, ardor e amor na vinda intermediária, a missão que recebemos pela graça do batismo, a fim de que sejamos sal da terra e luz do mundo.
Nós Vos suplicamos, contando com a intercessão de Maria, a nova Eva, a mãe de todos os seres humanos, que por meio dela a Divina Misericórdia veio ao nosso encontro, trazendo a Salvação em seus raios (Ml 3,20). Amém.






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