domingo, 23 de novembro de 2025

Minhas reflexões no Youtube

 
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Com Jesus, reinar, amar e servir

 


Com Jesus, reinar, amar e servir 

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, o Ungido de Deus. Ele que é o Cristo, Rei e Senhor de todo o Universo. 

Ele que é o Messias-Rei enviado pelo Pai para inaugurar o reinado de Deus, Reino Eterno e Universal: Reino da verdade, vida, santidade, graça, justiça, amor e paz, com a Igreja rezamos.

Um Reino na contramão do mundo, da lógica dos grandes da terra; tão diferente de tudo que se possa pensar, porque:

- Suas armas foram o amor e misericórdia, a força desarmada do amor;

- Sua autoridade foi serviço simples e humilde;

- Seu trono foi a cruz, na qual Ele derramou Seu sangue redentor, em benefício de todos, santos e pecadores;

- Sua coroa, uma coroa de espinhos, precedida de agonia, flagelo, cuspidas, humilhação, maceração;

- Seu cetro é a toalha para lavar os pés: sinal de serviço;

- Seus soldados foram pessoas humildes e desarmadas, enviadas ao mundo para anunciar o amor e a paz;

- Seus súditos são todos aqueles que aceitam colocar as suas vidas ao serviço de Deus e dos irmãos;  

- Seu Divino Alimento, para avançarmos na missão confiada, é Seu próprio Corpo e Sangue, na Eucaristia celebrados, recebidos, alimentados, nutridos e revigorados.

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, o Ungido de Deus. Ele que é o Cristo, Rei e Senhor de todo o Universo. 

Oremos:

Somos Vossos servos, Senhor, que pela graça do batismo, ordenados ou não, consagrados ou não, cristãos leigos e leigas, na comunhão desejável, como Igreja Sinodal, caminhamos juntos, na espera da Vossa Vinda Gloriosa, Vós que viestes, vindes e vireis sempre. Assim cremos. Amém.



Fonte inspiradora: www.dehonianos.org - Reflexão Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.

Jesus, o Senhor e o centro de nossa vida (Cristo Rei - Ano C)

                                                              

Jesus, o Senhor e o centro de nossa vida

Ao celebrar a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (ano C), a Liturgia nos convida a refletir sobre o modo diferente de Sua realeza.

A realeza de Jesus se expressa numa vida marcada pelo amor vivido, no serviço, na doação de Sua vida e no perdão, concedido a quem se põe numa atitude sincera de arrependimento e conversão.

Com a Festa de Cristo Rei, celebramos a festa da soberania de Cristo sobre a comunidade que n’Ele professa a fé, em total e incondicional adesão, tornando-se, como Ele, servidora do Reino, para  com Ele também reinar.

Na primeira Leitura, ouvimos uma passagem do Livro de Samuel, que nos apresenta Davi, como o rei de Israel, e um tempo marcado pela felicidade, abundância e paz (2 Sm 5,1-3).

Tempos depois, o Povo de Deus viveria situações totalmente adversas, e, com isto, o anúncio profético da vinda de seu descendente, que devolveria a este a alegria, a vida e a paz: o próprio Jesus.

Na segunda Leitura, ouvimos a passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 1, 12-20), que nos apresenta a soberania de Jesus Cristo sobre toda a criação, sendo Ele a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura (herdeiro principal), e também a fonte de vida plena para toda a humanidade, porque n’Ele, por Ele e para Ele, todas as coisas foram criadas.

Com isto, podemos afirmar que Jesus deve ter a centralidade em nossa vida, e n’Ele crer, implica numa nova conduta, novos pensamentos e sentimentos, porque a Ele totalmente configurados.

Na proclamação do Evangelho, ouvimos a passagem de Lucas (Lc 23, 35-43), com a realização da promessa que fora feita desde os tempos dos Profetas: Jesus é o Messias, o Rei, o enviado por Deus que vai transformar a realidade do povo, inaugurando o Reino de Deus, não edificado sobre a força, a violência, na lógica do extermínio, tão pouco na imposição, mas tem como pilares o amor, o perdão e o dom da vida.

A narrativa de Lucas nos apresenta Jesus crucificado entre dois malfeitores, e, diante de Si, um povo silencioso, perplexo, e sobre Sua Cruz a inscrição:

“Este é o rei dos judeus”: “Ele não está sentado num trono, mas pregado numa Cruz; não aparece rodeado de súditos fiéis que o incensam e adulam, mas dos chefes dos judeus que o insultam e dos soldados que O escarnecem. Ele não exerce autoridade de vida ou de morte sobre milhões de homens, mas está pregado numa Cruz, indefeso, condenado a uma morte infamante... Não há aqui qualquer sinal que identifique Jesus com poder, com autoridade, com realeza terrena” (1).

É exatamente na Cruz que Jesus manifesta plenamente a Sua realeza. A Cruz é o Seu trono. Reinar com o Senhor implica também que os discípulos tenham a coragem de tomar a sua cruz cotidiana, com as renúncias necessárias, para segui-Lo com disponibilidade, fidelidade.

Reinar com Jesus é experimentar a força desarmada do amor, e tão somente assim se torna digna e frutuosa a celebração da Solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo.

Finalizando, é preciso repensar nossa existência como discípulos missionários do Senhor.

Reflitamos:

- Como testemunhamos Jesus, um rei despojado de tudo e pregado numa Cruz?
vivemos um discipulado despido de pretensões de honras, glórias, títulos, aplausos, reconhecimento, ibope, glamour?

Uma vez que proclamamos Jesus como nosso Rei e Senhor, reinemos com Ele, no amor, no perdão e na entrega da vida, em sincera e frutuosa doação em favor da vida plena e feliz para todos.

Reinemos com Jesus, fazendo d’Ele e de Sua Palavra o centro de nossa vida.


A missão cristã no mundo

                                                   

A missão cristã no mundo

No que consiste a missão do cristão no mundo, segundo J. Mouroux:

"O cristão não se caracteriza pela fuga; é, ao contrário, alguém comprometido como pessoa no incremento, no bom êxito, na salvação do mundo.

Sabe que o universo inteiro tem um só princípio de consistência, de movimento, de fim: Cristo; porque por meio d’Ele todas as coisas foram feitas e n’Ele todas subsistem (Cl 1,16-18).

Cristo é, deste modo, Aquele que congrega, trabalhando no íntimo das almas e das coisas para tudo santificar, tudo unir, tudo consagrar para a glória de Deus.

O cristão se engaja voluntariamente neste gigantesco empreendimento, no seu lugar, no seu tempo, com seus recursos.

Não trabalha sozinho: colabora… Trabalha com coragem, porque a luta é dura; com fé, porque a tarefa é misteriosa e sem proporção com as forças humanas; trabalha para fazer crescer o universo e despontar a nova criação através da luta caótica e dolorosa, cheia de esperança e de preocupações, luta que não é, porém, a de uma agonia e sim a de um parto". (1)

O Cristão é um peregrino nesta terra. Não é “cidadão” do mundo, porque exilado, marcha para a verdadeira Pátria.

Cidadãos dos céus sem jamais nos omitirmos na construção de realidades humanas mais justas, fraternas e solidárias. Assim entendiam os primeiros cristãos e assim o é: “O que a alma é no corpo devem ser os cristãos no mundo“ (Carta a Diogneto 6).

Ainda no Comentário do Missal Dominical, vemos que em certo sentido depois de Cristo tudo está feito, nada mais esperamos substancialmente novo, no entanto, não deixa de ser verdade que resta tudo por fazer.

Mas, absolutamente nada deve ser feito sem Ele. Tudo deve ser feito com Ele, por Ele e para Ele. A Ele toda honra, glória, louvor e poder por toda a eternidade. Amém!


PS: Missal Dominical - Editora Paulus - p. 1076

Oração dos Cristãos Leigos e Leigas

                                                      


Oração dos Cristãos Leigos e Leigas

Senhor Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado, Vós nos apresentastes,  o Sermão da Montanha, como um Projeto de vida plena e feliz a ser vivido na planície, com renúncias necessárias, em total adesão e fidelidade, carregando nossa cruz de cada dia, na prática das bem-aventuranças.

Senhor, que sejamos pobres em espírito, abertos e confiantes na onipotência da Misericórdia do Vosso Pai, para que, como templos do Espírito Santo, irradiemos luminosidade onde vivemos, e como sal da terra, cuidemos do planeta em que habitamos, nossa casa comum.

Que saibamos viver os sins e os nãos, com sabedoria e firmeza, quando formos chamados a dar razão de nossa esperança, no fecundo testemunho da fé, acompanhado de gestos concretos de partilha, comunhão, solidariedade, como sinais do Vosso Reino.

Que saibamos dizer não à cultura do descartável; à globalização da indiferença; à violência de mil rostos; à idolatria do poder e do dinheiro; à busca do sucesso, fama e glória a qualquer preço; ao autoritarismo; à omissão de sagrados compromissos com a dignidade e sacralidade da vida.

Mas, que saibamos dizer sim à beleza da vida; à alegria da evangelização, missão que nos confiastes de ser sal da terra, luz do mundo e fermento na massa; à vida de comunidade; à comunhão com os ministérios ordenados, numa fecunda espiritualidade de comunhão ao Vosso Evangelho; à graça dos Sacramentos; ao amor fraterno; à vocação universal de santidade.

Senhor, nós Vos adoramos e glorificamos, Vós que viveis e reinais com o Pai na mais bela e plena comunhão com o Espírito, por nos  acolher como filhos e filhas pelo batismo, e pedimos que nos acompanheis com Vossa graça, para que Vos seguindo, com o nosso agir, a  verdade, a justiça, o amor e a solidariedade floresçam e se espalhem em nosso mundo

Fazei que compreendamos melhor que a nossa missão é o sair de si, em doação generosa, dando sabor de Deus à vida, dissolvendo silenciosamente em favor da vida plena e feliz e cheia de luz, com um coração sábio para gerar luz, sabedoria, como Vós fizestes, na fidelidade ao Vosso Evangelho, Luz para todos os povos.

Senhor, afastai de nós todo o medo, firmai nossos passos, solidificai nossa fé, esperança e caridade, num vínculo a ser vivido até a glória eterna, unindo-nos aos que nos precederam, e que já se encontram no repouso eterno, contemplando Vossa face luminosa. E por fim, que tenhamos Vossa Mãe como companheira e figura da Igreja. Amém.


A montanha e a planície de cada dia

Uma manhã fria, em que os raios do sol timidamente se escondem, como que desafiando a descida do Sol Nascente do alto da Montanha.

Era de manhã, ou tarde, pouco importa, o que importa é que acabara de apresentar aos discípulos o mais belo programa de vida: “O Sermão da Montanha”, as “Bem-Aventuranças”.

Suas Palavras naquele dia, como em todos os outros, para sempre gravadas na alma dos Seus e chegando até nós, comunicando calor, luminosidade que o mundo não pode dar.

Contemplo-O descendo a Montanha, com sorriso nos lábios, olhar de ternura para todos que a Ele se voltam: uma Palavra de perdão, compreensão, esperança, dos lábios saem.

Contemplo o sair dos Seus lábios palavras duras denunciando toda hipocrisia, maldade, indiferença, ambição, marginalização, exclusão que roubam a beleza da vida da humanidade.

Contemplo-O passando entre os pobres, que as mãos para Ele dirigem, rastejando no chão, com a mais doce confiança e espera de uma cura, força renovada, desejada libertação.

Como que ouço Seus passos, deixando pegadas para serem seguidas para sempre por quem quiser ser Seu discípulo, para ser d’Ele luz do mundo, sal da terra, vivendo a primazia do amor.

Contemplo Seu Coração, como que ouvindo as batidas de misericórdia e compaixão, o mesmo coração que foi transpassado, na mais sublime expressão de amor que ama até o fim.

Contemplo o Seu Coração pela lança transpassado, jorrando Água e Sangue, para vida nova nos comunicar (Batismo) e Alimento de eternidade nos conceder (Eucaristia).

Naquela tarde de nossa salvação, os lábios sem vida, os olhos cerrados, mas antes a humanidade a Mãe confiado, na pessoa do discípulo que tanto amava.

Naquela tarde, mãos e pés pregados, coração trespassado, precedidos de dor, choro, agonia a morte, enfrentados sem covardia, em fidelidade incondicional ao Pai por amor de nós.

Agora não mais na Cruz, contemplamos e cremos que Ele está glorioso, Ressuscitado, à direita do Pai sentado, tendo o Espírito a nós enviado, para Sua divina missão ser continuada.

É sempre tempo de subir à montanha, ouvir o que nos diz o Senhor; depois descer e, nutridos pelo Pão de cada dia, a fé, a esperança e o amor viver.

Não tenhamos medo, firmemos nossos passos, solidifiquemos nossa fé, esperança e caridade, num vínculo a ser vivido até a glória eterna, unindo-nos aos que nos precederam. Amém.

PS: Apropriado para a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26; Mt 5,1-12) 

Não abandonemos o primeiro amor (Cristãos Leigos)

                                                             

Não abandonemos o primeiro amor
 
“Todavia, há uma coisa que eu reprovo,
abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2,4).
 
Cristãos leigos e leigas, consagrados ou, até mesmo, com o Sacramento da Ordem, não estamos imunes do esfriamento do primeiro amor.
 
Oportuno retomar a Carta dirigida por João à Igreja de Éfeso (Ap 1,1-4;2-1-5a), com a advertência feita a esta Igreja, depois de reconhecer seus diversos aspectos relevantes e positivos: – "Todavia, há uma coisa que eu reprovo, abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2,4).
 
João lembra o retrocesso da comunidade e o convite à conversão e à volta da prática inicial:
 
“Também nas nossas Igrejas, na nossa atividade de cristãos, pode aparecer por vezes o cansaço, a fadiga, a revolta, mas como nos sugere a Palavra, não devemos abandonar ‘a caridade primitiva’ (Ap 2,4).
 
A procura da fé não deve ser ofuscada por questões contingentes, por particularismos, por atitudes mesquinhas: se é difícil chegar à fé, é ainda mais fácil perdê-la.
 
Para isso precisamos da Palavra de Deus, a qual nos acompanhará na meditação 'noite e dia’ ao longo do caminho de uma procura contínua que, alimentada pela linfa da Palavra divina, será sólida ‘como árvore plantada à beira das águas’ (Sl.1,1-4.6)” (1).
 
No testemunho de nossa fé, no seguimento de Jesus, como discípulos missionários, todos somos passíveis do cansaço, da fadiga e, até mesmo, da revolta frente a acontecimentos diversos.
 
Por vezes, pode aparecer o desencanto, as contrariedades, as provações, acompanhadas até por perseguições, não obstante, será sempre ocasião para que não abandonemos “o primeiro amor”, aqueles primeiros momentos, em que sentimos fortemente o chamado do Senhor, o Seu olhar de amor, quando nos chamou pelo nome.
 
Urge cuidar sempre, para que esta chama jamais se apague, de modo que, inflamada, sejamos evangelizadores zelosos, amorosos e ardorosos.
 
Oremos:
 
Senhor Deus, não permitais que nos afastemos de Vós, e tão pouco abandonemos “o primeiro amor”.
 
Inflamai nosso coração de amor, para que irradiemos a Vossa divina luz nas situações mais obscuras, iluminados pela Vossa Palavra e nutridos pela Santíssima Eucaristia. 
 
Seja nosso coração indiviso na fidelidade ao Vosso Filho que nos chamou, e conosco caminha, com a presença e ação do Vosso Espírito. Amém.
 
 
 
(1)    Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – Vol. II – pp.814-815
 


Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

                                                       

          Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor
 
Reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da evangelização à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 14,25-33).
 
Para que tenhamos na Igreja, alegres e convictas testemunhas do Ressuscitado, são necessárias renúncias até de si mesmo, acompanhados de separação, radicalidade e realismo.
 
Tudo isto se faz na vivência dos desapegos de toda a ordem, na radicalidade própria do amor que sabe elencar o que é prioritário, num realismo inadiável, de modo que, sem renúncias, jamais haverá fidelidade no seguimento ao Senhor.
 
A fé cristã será, portanto, movida pela virtude da esperança enraizada no chão da caridade que é o próprio coração do homem e da mulher.
 
Somente assim, cristãos leigos e leigas serão discípulos missionários do Reino, sem medo, mas com muita alegria, procurando ter do Senhor Jesus os mesmos sentimentos, em total e incondicional fidelidade, com a presença e ação do Espírito Santo (Fl 2,5).
 
Cumpra-se, portanto, a Palavra Divina, para que na fidelidade ao Senhor progridamos: “Aqueles que perseverarem no amor ficarão junto de Deus, porque a graça e a misericórdia são para Seus eleitos”, já nos dizia o autor do Livro da Sabedoria (Sb 3,9).
 
Como Igreja sinodal, ponhamo-nos todos a caminho, firmados nos pilares da Palavra, Pão da Eucaristia, Caridade e Missão, vivendo a graça do batismo recebido, com o coração ardente e os pés a caminho.
 

"Vocação e Missão dos Cristãos Leigos numa Paróquia Missionária"


"Vocação e Missão dos Cristãos Leigos numa Paróquia Missionária"

Anos passados, aconteceu em Itaici – Indaiatuba – SP, a 36ª Assembleia das Igrejas Particulares do Regional Sul I, com o tema "Vocação e Missão dos Cristãos Leigos numa Paróquia Missionária".

À luz de importantes Documentos, desde Lumen Gentium (Vaticano II) até  o Estudo 107 da CNBB, foram apresentadas pistas, com a troca de experiências sobre a missão evangelizadora das Igrejas Diocesanas, Paroquiais e Comunitárias, aprofundando a vocação e a missão do cristão leigo na Igreja e no mundo.

Dom Júlio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, fez uma reflexão de abertura sobre o tema usando a imagem de um rio: 

É preciso fazer uma viagem por este rio desde a sua nascente (Lumen Gentium) e Apostolicum Actuositantem, a torrente (Christifidelis Laici); o riacho (Conferência de Aparecida); os rios (Diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015), Documento  Comunidade de Comunidades Doc. 100, Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas (Estudo 107) e Evangelii Gaudium do Papa Francisco.

Destacou-se o valor e a eficácia dos CPPs (Conselhos Paroquiais de Pastoral), dos Conselhos Diocesanos e Nacional de Leigos, a urgência de criar estruturas que favoreçam uma consciência missionária da transmissão da fé, a conversão pastoral, maior fidelidade a Jesus, criação de espaços para uma presença feminina mais eficaz e incisiva na Igreja. 

Nos trabalhos em grupos e plenária, foram destacados os seguintes pontos que já são vividos em nossas paróquias/Diocese: grupos de rua, movimentos com capelinhas de padroeiros de paróquias ou comunidades, Oração do Santo Rosário nas casas, atuação dos leigos junto ao poder público, nos grandes centros comerciais, como os “Shoppings”, uma possível presença da Igreja com a locação de uma sala para instalação de uma Capela, entre outros.

Foi também aprofundando sobre o lugar do leigo dentro da Igreja, o protagonismo do leigo versus o protagonismo do clero, que não deve existir, cabendo ao Espírito Santo, que sustenta e revigora todas as estruturas eclesiais, o verdadeiro protagonismo.

Ao final da Assembleia, o bispo Dom Júlio Endi Akamine completou a reflexão sobre a missão da Igreja dentro e fora dela, valendo-se do método explicativo do pulsar do coração, que ao se contrair (sistole), libera sangue para suprir as necessidades do corpo e ao se abrir (diástole)  absorve o sangue para prepará-lo e depois liberá-lo (sistole-diástole).


PS: Os apontamentos apresentados são do Agente de Pastoral José Alexandre Pedrosa Bastos, da Paróquia Santuário Nossa Senhora do Bonsucesso - Diocese de Guarulhos-SP -  um dos três cristãos leigos de nossa Diocese que participou da Assembleia. em 2014 

Cristãos Leigos e Leigas: sal da terra e luz do mundo

Cristãos Leigos e Leigas: sal da terra e luz do mundo

Celebraremos com toda a Igreja, a Festa de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo e o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas.

À luz do Documento nº 105 ̶  “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na sociedade”, dos Bispos da Igreja do Brasil  ̶   CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), reflitamos e aprofundemos sobre a  missão dos cristãos leigos e leigas.

Sejam estes, pela graça recebida pelo Batismo e Crisma, sal da terra e luz do mundo, na Igreja e na sociedade, presença de um Igreja viva, profética, servidora, misericordiosa, missionária, defensora e promotora da vida plena e feliz para todos:

“Os leigos, a quem a sua vocação específica coloca no meio do mundo e à frente de tarefas as mais variadas na ordem temporal, devem também eles, através disso mesmo, atuar uma singular forma de evangelização... O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos ‘mass media’ e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento.”(Evangelli Nuntiandi, n.º 70).

Deste modo, o cristão leigo e leiga torna-se, de fato, um verdadeiro sujeito eclesial, vivendo fielmente a condição de filho de Deus na fé.

Entretanto, há a necessidade da abertura ao diálogo, à colaboração e à corresponsabilidade com os pastores, os ministros ordenados: “Como sujeito eclesial, assume seus direitos e deveres na Igreja, sem cair no fechamento ou na indiferença, sem submissão servil nem contestação ideológica. Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemunhar amor à Igreja, servir os irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus, na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo” (Doc. 105 - n. 119).

Concluindo, elevemos orações de modo especial para que estes sejam revigorados na fé, reanimados na esperança e inflamados na caridade do Senhor, do qual são alegres, disponíveis e corajosas testemunhas, vivendo com ardor a missão confiada, como profetas, sacerdotes e reis.

Que a luz, a sabedoria e a força do Espírito permaneçam com toda a Igreja, para que todos, na comunhão e corresponsabilidade, continuemos evangelizando com amor, zelo e alegria.

Cristãos leigos e leigas, testemunhas da Verdade, Jesus

 


Cristãos leigos e leigas, testemunhas da Verdade, Jesus

Oremos:

 “Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai, nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial. 

Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide. 

Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.”

 

 

PS: Oração encontra-se na Mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2023), tem como tema “Falar com o coração” , e lema - “Testemunhando a verdade no amor” (Ef 4, 15)»

Cristãos leigos e leigas que perseveram no amor

                                               

Cristãos leigos e leigas que perseveram no amor

Reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da evangelização à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 14,25-33).

Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

“Hoje, junto a nós, já não existe ambiente de cristandade. Muitas vezes, até sob formas cristãs, palpita um conteúdo pagão. Acompanhar Jesus transportado pelo entusiasmo da massa é dificilmente possível em nosso clima.

Com maior razão, pois, importa levar em conta a advertência de Jesus. Viver como cristãos não é fazer passeata com o Senhor. Sua Palavra é clara. Trata-se de renunciar, construir, lutar. Exige-se separação, radicalidade, realismo.

Quem está nos postos avançados da batalha não espera ter quem lhe desdobre as cobertas à noite. Se estamos convencidos de sermos membros de um cristianismo em estado de missão, resulta daí todo um estilo de vida missionário” .(1)

Reflitamos as exigências para que tenhamos na Igreja, alegres e convictas testemunhas do Ressuscitado: renunciar, construir, lutar… e ainda, separação, radicalidade, realismo.

Sem renúncia jamais haverá fidelidade no seguimento ao Senhor. Nenhuma construção chegará ao seu termo se prescindir da luta, do empenho…

Tornam-se necessárias as separações traduzidas como desapegos, na radicalidade própria do amor que sabe elencar o que é prioritário, num realismo inadiável.

A fé cristã move-se pela virtude da esperança enraizada no chão da caridade que é o próprio coração do homem e da mulher.

Somente assim, cristãos leigos e leigas serão discípulos missionários do Reino, sem medo, mas com muita alegria, superando um cristianismo inodoro, insípido, incolor, como também o Missal Cotidiano nos ajuda a refletir, referindo-se a Carta aos Filipenses (Fl 2,12-18) (2).

Com os Ministros Ordenados e Consagrados, ponhamo-nos a caminho acolhendo as exigências acima propostas e a alegria divina, mais do que presente em nós, transbordará.

Cumpra-se a Palavra Divina, para que na fidelidade ao Senhor progridamos: “Aqueles que perseverarem no amor ficarão junto de Deus, porque a graça e a misericórdia são para Seus eleitos”, já nos dizia o autor do Livro da Sabedoria (Sb 3,9)!


(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus – p 1459
(2)        Idem p. l458

Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas

 


Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas

 

Onze anos passados, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, celebramos também o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, que estão inseridos em nossas comunidades e professam a fé no mundo, em verdadeiro testemunho do Batismo recebido, como membros do Povo de Deus e protagonistas da evangelização e da promoção humana.

 

Retomemos parte da mensagem aos leigos da Presidente do CNLB (Conselho Nacional do Laicato do Brasil), Marilza José Lopes Schuina, expressando meu reconhecimento a todos/as pelo empenho e dedicação que tinha como referência o Documento Estudos da CNBB, 107 – “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, e a vivência celebrativa dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II:

 

“A vocação do leigo e da leiga é sal que dá sabor, é fermento que faz crescer a massa e soma com todos os cidadãos de boa vontade, na construção da cidadania para todos”. (CNBB, 107 n. 58).

 

“Como sujeito eclesial ativo na vida pessoal, nos trabalhos e nas lutas do dia a dia, com uma identidade própria e exercendo-a em toda sua grandeza, o leigo e a leiga assumem sua missão sem limites e sem fronteiras, como “Igreja em saída”, desenvolvendo sua vocação no “mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação social e ainda, outras realidades abertas para a evangelização como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento.” (EN. 70)

 

Elevemos orações a Deus, para que os cristãos leigos/as, como sujeitos eclesiais, continuem participando ativamente da vida da Igreja, sendo testemunhas fiéis de Cristo Rei, cumprindo com ardor a sua missão no vasto e complexo mundo, como homens e mulheres instrumentos e construtores do Reino de Deus.

 

De fato, estes estão no coração da Igreja e são a presença da Igreja no coração do mundo, com a mais bela missão: testemunhar o encontro pessoal feito um dia com o Senhor que transformou toda a vida e fez para sempre com renovado amor e ardor, alegres e convictos discípulos missionários do Senhor.

Mansidão e doçura (Cristãos Leigos e Leigas)

                                              


Mansidão e doçura (Cristãos Leigos e Leigas)

Ajudai-me, Senhor, a fim de que mantenha a mansidão e doçura, virtudes tipicamente cristãs, para com todos (cf. Mt 11,29), como assim fizestes para conosco, cansados e abatidos, como ovelhas sem pastor que estávamos.

Concedei-me a graça de ser inclinado à mansidão; acompanhado da contínua luta contra mim mesmo, domínio de mim, afastando toda e qualquer forma de egoísmo.

 Conceda-me progredir na paciência, constância e coragem, renúncia e sacrifício, desenvolvendo sentimentos de bondade inaugurando e fortalecendo relações fraternas de comunhão e solidariedade, sem jamais fomentar a discórdia, violência, e propagação do ódio e rancor, como assim fizeram os santos no bom combate da fé.

Conceda-me a doçura que educa para a compreensão, à clemência, à humildade, à plena e contínua comunhão com Deus; assim como a  mansidão que é a sua mais alta e delicada expressão, porque, esquecendo-se de si mesmo, alguém vive e trabalha para os outros. Amém.

 

Fonte: Missal Cotidiano - Editora Paulus, 1997 - pág. 1483 – passagem bíblica: Tt 3,1-7

A Consagração do Mundo a Deus pelo Apostolado dos Cristãos Leigos

                                                                       

A Consagração do Mundo a Deus pelo Apostolado dos Cristãos Leigos

 

O Documento Lúmen Gentium (n.34), no Documento do Concílio Vaticano II, fala-nos do Apostolado dos Cristãos Leigos no Mundo.

 

O Batismo, vivido com intensidade e profundidade, é participação na consagração do mundo a Deus, para que sua transformação seja sinal do novo céu da nova terra, da Jerusalém Celeste que tanto sonhamos e desejamos, mas que será fruto de todo empenho e compromisso:

 

“O supremo e eterno sacerdote, Cristo Jesus, querendo também por meio dos leigos continuar o Seu testemunho e serviço, vivifica-o pelo Seu Espírito e, sem cessar, os incita a toda a obra boa e perfeita.

 

E assim, àqueles que intimamente associou à própria vida e missão, concedeu também participação no Seu múnus sacerdotal, a fim de que exerçam um culto espiritual, para glória de Deus e salvação dos homens.

 

Por esta razão, os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos no Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são instruídos para que os frutos do Espírito se multipliquem neles cada vez mais abundantemente.

 

Pois todos os seus trabalhos, Orações e empreendimento apostólico, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cf. 1Pd 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia.

 

E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo.”

 

Urge que os cristãos leigos e leigas renovem o amor, a fidelidade, a esperança e a solidariedade, certos de que não estão sozinhos, pois podem contar com o Espírito Santo, o Defensor, o Advogado.

 

É preciso caminhar no caminho d’Aquele que Se fez o nosso caminho, com a certeza de que em cada Eucaristia celebrada, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza (cf Rm 8,26-30), para renovados compromissos com a construção do Reino.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG