sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Contemplamos quatro nascimentos...

                                                            


Contemplamos quatro nascimentos...

O primeiro e maior de todos os nascimentos, que estamos nos preparando para celebrar: o nascimento do Menino Jesus, o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, e nós vimos a Sua glória, como nos falou o Evangelista João (Jo 1,1-14).

Jesus é a luz dos povos, nossa paz, o Redentor da humanidade, o caminho, a verdade e a vida: “Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4,4-5).

O segundo é o nascimento de Sansão, filho de Manué, cuja mulher era estéril. De fato, Deus manifesta a sua força e onipotência pela escolha de instrumentos frágeis ou incapazes (a esterilidade da mãe de Sansão). O menino foi consagrado a Deus desde o seio materno, exercendo a função de libertador do povo eleito dos filisteus – “Ela deu à luz um filho e deu-lhe o nome de Sansão. O menino cresceu e o Senhor o abençoou. O Espírito do senhor começou a agir nele no Campo de Dã” (Jz 13,2-7.24-25a).

O terceiro nascimento é de João Batista, filho de Zacarias e Isabel, ambos também em idade avançada, somada à esterilidade de Isabel. João Batista, aquele que, mais tarde, iria para o deserto para ser uma voz a gritar que se preparasse a chegada do Messias. João não era a Palavra, era a voz; não era a Luz, mas testemunha da Luz; não era o caminho, mas apontava e exortava para a preparação do caminho; Àquele que viria e que seria o Caminho, a Verdade e a vida, Jesus (Lc 1,5-25).

O quarto nascimento é o nosso, que fomos pensados e predestinados por Deus para sermos santos e irrepreensíveis sob o Seu olhar de amor. De Deus viemos, n’Ele nos movemos e somos, e para Ele haveremos de voltar, crendo e vivendo n’Aquele que Ressuscitou e nos alcançou a eternidade: Jesus Cristo Ressuscitado, a quem damos toda a honra, glória e poder.

O Tempo do Advento é o tempo favorável para revermos nossa história, as linhas que estamos escrevendo, o legado que estamos deixando. Tempo favorável de nos prepararmos para que, ao celebrar o Natal do Senhor, renasça dentro de cada um de nós, o melhor de Deus.

Tempo de fazermos de nosso coração a verdadeira e desejada manjedoura, o lugar preferido para que o Menino Deus possa nascer e acolhido ser, e nossa vida um novo sentido ganhar, e no mundo, Seu amor, vida, Palavra e missão, testemunhar.

Cremos no Deus do impossível

                                                            

Cremos no Deus do impossível

A passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,5-25) nos fala do nascimento de João Batista (Deus é doador da graça) anunciado pelo Anjo Gabriel.

O Missal Cotidiano nos apresenta, em seu comentário, uma citação enriquecedora do Cardeal J. Suenens:

“Felizes os que sabem auscultar em profundidade, porque ouvirão a Deus! A nós parece incrível que Deus nos fale, entretanto Ele o faz ininterruptamente. Por que então não lhe ouvimos a voz? Simplesmente porque não estamos à escuta. A frequência de suas ondas é captada por quem pede e ouve em silêncio”.

O Anjo Gabriel (a força e o poder de Deus)  faz duas comunicações: o nascimento extraordinário de João Batista, filho de um casal que prepara a anunciação de outro nascimento, e o nascimento divino: Jesus (Lc 1,26-38).

De fato, para Deus nada é impossível, e o Seu poder tem começo exatamente onde a fraqueza humana revela seus limites de possibilidades. Cremos no Deus do impossível!

“Todo o Amor suscitado pelo Espírito de Deus permanece para sempre e não há ventre estéril que o Espírito não possa tornar fecundo, porque ‘a Deus nada é impossível’” (Lc 1,37).

Bem afirmou o Cardeal que é preciso estar sempre vigilantes e em total sintonia com a voz de Deus que nos fala ao coração, e nos quer inseridos em Seu plano de Salvação.

Importa ouvir e acolher os Projetos de Deus, sem jamais atrapalhar, ou até mesmo atrapalhar quem deseja a este Projeto de Amor corresponder.

A felicidade que possamos alcançar é diretamente proporcional à capacidade de sintonia e escuta da voz de Deus que fala diretamente conosco, ou por intermédio de Seus bons “Anjos”, com quem convivemos, que são as pessoas de boa vontade que procuram viver em perfeita e plena sintonia com o querer de Deus, como fizeram Zacarias (o Senhor Se lembrou), Isabel (O meu Espírito jurou – Deus é plenitude), Maria (a amada de Deus), José (homem justo e piedoso), o próprio Jesus, o Emanuel, o Messias, Nosso Salvador, e todos aqueles que, pela fé, se colocaram em mesma atitude.

Como o próprio Apóstolo Paulo que ouviu a voz do Senhor lhe dizer em resposta à sua súplica, diante das dificuldades enfrentadas: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”; e aos Coríntios, ele assim se expressou: “Prefiro gabar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim, pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12, 9-10).

É sempre tempo de maior atenção à Palavra Divina e, a partir de sua escuta e vivência, acolhê-la em nosso coração; é sempre tempo de experimentar em nossa fragilidade humana, a onipotência do Amor Divino, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro. 

Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento

                                                         


 Preparemos o Natal do Senhor à luz dos Prefácios do Advento

Tempo do Advento é por excelência tempo favorável de recolhimento, oração e fecunda penitência, para a celebração de um Natal transbordante de alegria e luz, pois veio, vem e virá o Senhor sempre ao nosso encontro.

Retomemos as quatro opções de Prefácios para o Advento que a Igreja nos oferece:

Prefácio do Advento I – sobre as duas vindas de Cristo:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Revestido da nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar Seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação.

Revestido de Sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento I A – Cristo, Senhor e Juiz da História:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação louvar-vos e bendizer-vos, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, princípio e fim de todas as coisas. Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e juiz da história, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade.

Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de Seu reino... Por isso, certos de Sua vinda gloriosa, unidos aos anjos, Vossos mensageiros, Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento II - A dupla espera de Cristo:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por são João Batista.

O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do Seu Natal, para que Sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os Seus louvores. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Prefácio do Advento II A - Maria, a nova Eva:

“...Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Nós Vos louvamos, bendizemos e glorificamos pelo mistério da virgem Maria, mãe de Deus. Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o pão do céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz.

 Em Maria, é-nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se grande era a nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia em Jesus Cristo, nosso salvador. Por isso, enquanto esperamos Sua chegada, unidos aos anjos e a todos os santos, cheios de esperança e alegria, nós Vos louvamos, cantando (dizendo) a uma só voz...”

Oremos:

Senhor Deus, ajudai-nos para que vivamos estes dias do Tempo do Advento, em alegre expectativa para a Celebração do Nascimento do Vosso Filho, Senhor e Juiz da História, em esforço contínuo de conversão na vigilância e na oração, abertos e conduzidos pelo Santo Espírito.

Celebremos a dupla espera de Cristo que vem, contemplando a primeira vinda e aguardando a segunda vinda gloriosa, vivendo com zelo, ardor e amor na vinda intermediária, a missão que recebemos pela graça do batismo, a fim de que sejamos sal da terra e luz do mundo.

Nós Vos suplicamos, contando com a intercessão de Maria, a nova Eva, a mãe de todos os seres humanos, que por meio dela a Divina Misericórdia veio ao nosso encontro, trazendo a Salvação em seus raios (Ml 3,20). Amém.

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

                                                                  

Ó precioso Mistério da Encarnação do Verbo

"A Encarnação do Verbo, primeira etapa da Páscoa"

Em Tempo do Advento, preparando-nos para celebrar o Nascimento do Salvador, sejamos enriquecidos pelo Tratado contra as heresias, do Bispo Santo Irineu (Séc. II), que nos enriquece sobre o Mistério da Encarnação de Deus em nossa história.

“A glória do homem é Deus; mas quem se beneficia das obras de Deus e de toda a Sua sabedoria e poder é o homem.

Semelhante ao médico que demonstra sua competência no doente, assim Deus Se manifesta nos homens. Eis por que o Apóstolo Paulo diz: 'Deus encerrou todos os homens na desobediência, a fim de exercer misericórdia para com todos' (Rm 11,32). 

Referia-se ao homem que, por ter desobedecido a Deus, perdeu a imortalidade, mas depois obteve misericórdia, recebendo a adoção por intermédio do Filho de Deus.

Se o homem acolhe, sem orgulho nem presunção, a verdadeira glória que procede das criaturas e do criador, isto é, de Deus todo-poderoso que dá a tudo a existência, e se permanece em Seu amor, na obediência e na ação de graças, receberá d’Ele uma glória ainda maior, progredindo sempre mais, até se tornar semelhante Àquele que morreu por ele.

Com efeito, Cristo Se revestiu de uma 'carne semelhante à do pecado' (Rm 8,3) para condenar o pecado e, depois de o condenar, expulsá-lo da carne.

Tudo isso para incentivar o homem a tornar-se semelhante a Ele, destinando-o a ser imitador de Deus, colocando-o sob a obediência paterna, a fim de que visse a Deus e tivesse acesso ao Pai. 

O Verbo de Deus habitou no homem e Se fez Filho do homem, para acostumar o homem a compreender a Deus e Deus a habitar no homem, segundo a vontade do Pai.

Por esse motivo, o sinal de nossa salvação, o Emanuel nascido da Virgem' (cf. Is 7,11.14), foi dado pelo próprio Senhor; pois seria Ele quem salvaria os homens, já que não poderiam salvar-Se por Si mesmos. 

Por isso São Paulo proclama a fraqueza do homem, dizendo:  ‘Estou ciente de que o bem não habita em mim’ (Rm 7,18), indicando que o bem de nossa salvação não vem de nós, mas de Deus. E ainda: ‘Infeliz que sou! Quem me libertará deste corpo de morte?’ (Rm 7,24). E logo mostra quem o liberta: ‘A graça de nosso Senhor Jesus Cristo’ (cf. Rm 7,25).

Também Isaías diz: Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas:  Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é Ele que vem para nos salvar’ (cf. Is 35,3-4). 

Na verdade, nossa salvação não poderia vir de nós mesmos, mas unicamente do socorro de Deus”. (1)

Ao nos encontrarmos para a Celebração do Nascimento do Menino Jesus, sejamos envolvidos por esta graça que Ele nos alcançou ao assumir nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado, para a nossa Redenção.

Veio no ventre de Maria, o Filho de Deus, que Se encarnou para fazer a vontade do Pai: libertar a Humanidade do pecado e da morte, como nos fala o autor da Epístola aos Hebreus – “Eis-me aqui: Eu vim para fazer a Tua vontade”, de modo que a oferenda do Corpo de Jesus, feita uma vez para sempre, desde que entrou no mundo, consumou-se no Altar da Cruz, em que Ele ofereceu livremente a Sua vida pela Salvação de toda a Criação.

A Morte não se apoderou d’Ele, não teve a última palavra, uma vez que depois de Ressuscitado, foi exaltado à direita de Deus, onde intercede por todos nós continuamente.

Concluindo, cremos que a Encarnação de Deus, a Encarnação da Misericórdia divina, abriu o caminho que nos conduz, com Ele próprio, à glória da Ressurreição; e esta Encarnação é, portanto, a primeira etapa da Sua Páscoa e também da nossa.

Como vemos, é preciso sempre refletir o Mistério do Natal com os matizes Pascais, sem o que esvaziaríamos o Mistério do Natal do Senhor.

(1) Liturgia das Horas - Volume Tempo do Advento/Natal - pp.302-303

Creiamos no Deus do impossível!

                                                          


Creiamos no Deus do impossível!

Com a Liturgia do dia 19 de dezembro refletimos sobre a presença de Deus, que promete e cumpre.

Reunidos em Seu nome, Ele sempre Se faz presente, porque é Deus conosco!

Leituras bíblicas: Juízes (Jz 13.2-7;24-25a), que narra o nascimento de Sansão; e Lucas (Lc 1,5-25), que fala do nascimento de João Batista.

Ambas as leituras nos apresentam nascimentos a partir de mães estéreis. Além de tudo, Isabel, mãe de João, e seu pai Zacarias, tinham idade avançada.

Dois nascimentos, dois tempos tão diferentes, mas o mesmo Deus: Verdadeiramente, Deus é o Deus do impossível, como também assim Se revelará a Maria, ao conceber Seu Filho pela ação do Espírito Santo.

Não só a partir destes acontecimentos, como de outros tantos que a Bíblia e a História da Humanidade nos revelam a ação de Deus, o Deus do impossível.

O Tempo do Advento nos convida a contemplar a Face de Deus, que Se revela como Amor a quem pesava a esterilidade, a humilhação.

Deus também Se revela como lembrança constante dos pobres, quando Se manifesta a Zacarias, que quer dizer “Deus Se lembrou”. Ele Se revela como plenitude ao agraciar Isabel com a maternidade, como seu nome indica.

O Deus que cremos: Deus Amor! Deus do Impossível! Deus que dá plenitude à vida humana! Deus que Se lembra de todos nós, de modo especial daqueles a quem tanto ama: Os pobres de todos os tempos…

Advento é tempo de nos prepararmos para a acolhida do Deus que vem ao nosso encontro. Jesus vem e nos revela a Face de Deus, testemunhada em Sua ternura, bondade, paciência, compaixão, solidariedade, perdão, Encarnação/Vida, Morte/Vida. Eterna Ressurreição!

Quão precioso é para nós crer no Deus do impossível!

Reflitamos:

Quais são os sinais que nos levar a exultar de alegria pelo Natal do Senhor?

- De que modo esperamos ansiosamente a Noite em que as trevas cederão lugar à luz, a tristeza à alegria, a angústia à esperança, a fome à saciedade, a violência à paz, à maldade ao bem, a mentira à verdade, as diferenças às superações e aproximações, as brigas às reconciliações, os rancores à acolhida e perdão?

Quantas coisas haverão de ceder quando o Verbo Se Encarnar em cada coração humano, privilegiada manjedoura do Menino Deus, cujo nascimento em breve celebraremos!

Concluamos com este canto:

“Quero mergulhar nas profundezas do
Espírito de Deus e descobrir Suas riquezas em meu coração.
É tão lindo, tão simples. 
Brisa leve, tão suave doce Espírito Santo de Deus. 
Tão suave, brisa leve, doce Espírito Santo de Deus”.

Tempo do Advento: silenciar e contemplar a ação de Deus

                                                                 

Tempo do Advento: silenciar e contemplar a ação de Deus

Ouvimos, no dia 19 de dezembro, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,5-25), em que nos é apresentado o nascimento de João Batista, anunciado pelo Anjo Gabriel.

Vejamos o que nos diz o Cardeal J. Suenens, para que intensifiquemos a preparação para o Natal do Senhor: 

“Felizes os que sabem auscultar em profundidade, porque ouvirão a Deus! A nós parece incrível que Deus nos fale, entretanto Ele o faz ininterruptamente. 

Por que então não lhe ouvimos a voz? Simplesmente porque não estamos à escuta. A frequência de suas ondas é captada por quem pede e ouve em silêncio”. (1)

Os personagens que aparecem na passagem têm nomes, e estes revelam uma missão, como é o caso de João Batista (Deus é doador da graça), anunciado pelo Anjo Gabriel.

O Anjo Gabriel (a força e o poder de Deus)  faz duas comunicações: o nascimento extraordinário de João Batista, filho de um casal que prepara a anunciação de outro nascimento, o nascimento divino: Jesus  (Lc 1,26-38).

De fato, para Deus nada é impossível, e o Seu poder tem começo exatamente onde a fraqueza humana revela seus limites de possibilidades. Cremos no Deus do impossível!

“Todo o Amor suscitado pelo Espírito de Deus permanece para sempre e não há ventre estéril que o Espírito não possa tornar fecundo, porque ‘a Deus nada é impossível’” (Lc 1,37).

Bem afirmou o Cardeal que é preciso estar sempre vigilantes e em total sintonia com a voz de Deus que nos fala ao coração, e nos quer inseridos em Seu plano de Salvação.

Importa ouvir e acolher os Projetos de Deus, sem jamais atrapalhar, ou até mesmo atrapalhar quem deseja a este Projeto de Amor corresponder.

A felicidade que possamos alcançar é diretamente proporcional a capacidade de sintonia e escuta da voz de Deus que fala diretamente conosco, ou por intermédio de Seus bons “Anjos”, com quem convivemos, que são as pessoas de boa vontade que procuram viver em perfeita e plena sintonia com o querer de Deus, como fizeram Zacarias (o Senhor Se lembrou), Isabel (O meu Espírito jurou – Deus é plenitude), Maria (a amada de Deus), José (homem justo e piedoso), o próprio Jesus, o Emanuel, o Messias, Nosso Salvador, e todos aqueles que, pela fé, se colocaram em mesma atitude.

Como o próprio Apóstolo Paulo que ouviu a voz do Senhor lhe dizer em resposta à sua súplica, diante das dificuldades enfrentadas: 

“Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”; e aos Coríntios, ele assim se expressou: “Prefiro gabar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim, pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12, 9-10).

Seja para nós o Tempo do Advento, tempo de graça para maior atenção à Palavra Divina e, a partir de sua escuta e vivência.

Reconheçamos nossa fragilidade humana, e experimentemos a ação da onipotência do Amor Divino, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, Jesus.

Apressa-te em dizer sim, ó Maria!

                                                                      

Apressa-te em dizer sim, ó Maria!

Com a Homilia de São Bernardo (séc. XII), em louvor à Virgem Mãe, refletimos sobre o sim de Maria na realização da vontade de Deus.

“Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo.

O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação, se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. 

Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e  concebe a Palavra  de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem Santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e Ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas Aquele que teu coração ama!

Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra (Lc 1,38)”. (1)

Urgiu que Maria se apressasse em dar seu Sim para que o Verbo Se fizesse Carne em nosso meio, e é esta a mesma urgência o nosso sim aos Projetos Divinos cotidianamente se impõe, para que o Mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor não fiquem relegados a um fato do passado, mas seja um acontecimento que se irrompe em cada instante de nossa vida!

Apressemo-nos também em dizer sim para Deus e
Seus santos desígnios a nosso respeito.

(1) Liturgia das Horas - Volume Tempo Comum/Advento - pp.309-310

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                                             


O Mistério da Encarnação do Verbo

“Diz, por exemplo, Santo Inácio de Antioquia (princípio do século II): «Vós estais firmemente convencidos, a respeito de nosso Senhor, que Ele é verdadeiramente da raça de David segundo a carne (Rm 1,3). 

Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus (Jo 1,13); verdadeiramente nascido duma virgem [...], foi verdadeiramente crucificado por nós, na sua carne, sob Pôncio Pilatos [...] e verdadeiramente sofreu, como também verdadeiramente ressuscitou» (Santo Inácio de Antioquia).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 496

Mergulhemos com coragem nos Mistérios profundos de Deus! (IVDTAA)

                                               

Mergulhemos com coragem nos Mistérios profundos de Deus!

A Liturgia do 4º Domingo do Advento (Ano A) nos exorta para que intensifiquemos a preparação desta Festa do Natal do Senhor, com conversão, renovação e fortalecimento de nossa fidelidade ao Senhor.

A Liturgia da Palavra nos convida à purificação de indesejáveis alianças com falsos deuses que não nos alcançam a verdadeira alegria, somente assim teremos a possibilidade de um Natal bem celebrado. 

É imperativo a eliminação destas alianças, pois a verdadeira alegria só pode vir da Fonte das fontes, a Fonte da plena alegria, Cristo Jesus. Não percamos tempo em renovar nossa aliança de amor e fidelidade com Deus. Ele toma a iniciativa e espera nossa resposta.

Na passagem do Evangelho (Mt 1,18-24),  Deus gera Seu Filho, pelo orvalho do Espírito, no ventre de Maria. Uma vez gerado, acolhido, concebido, em vida doada no amor extremo de Cruz, e exaltado  por Sua gloriosa Ressurreição, nos reconciliará com Deus, fazendo-nos novas criaturas.       

Assim  é o Amor de Deus: gera a Fonte de amor - Jesus. Recria cada um de nós no Amor do Filho, por isto somos, d’Ele, amadas e preciosas criaturas... Em nós, faz morada pelo Espírito... 

Haverá Mistério mais belo e profundo a ser contemplado na Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus? 

Como é belo o Natal quando não esvaziamos o seu conteúdo Pascal; quando não o reduzimos a um fato do passado, a imóveis imagens num presépio!

Contemplemos duas figuras exemplares do Evangelho: Maria e José. Por trás da aparente singeleza da narrativa do sim de ambos, evidencia-se a dramaticidade vivida, a angústia, o temor... 

Não marcados pela ausência divina, ao contrário, uma proximidade que arranca de seus corações expressão de total confiança, um salto no escuro exigido pela fé para o reencontro com o esplendor da luz e da verdade. Entregam-se plenamente nas mãos de Deus, acolhem Seus desígnios que ultrapassam os limites humanos.

Maria e José nos levam a refletir quantas vezes titubeamos, tememos, oscilamos... A tibieza nos acompanha e manchamos o verdadeiro sentido do Natal, esvaziando-o de autêntico conteúdo, quando marcado pelo consumismo, ceias que nada expressam, presentes que não são acompanhados de verdadeiro amor e carinho; cartões grafados sem a tinta imprescindível do Espírito; a tinta do amor.

Maria e José, ainda que não compreendam os Mistérios e desígnios de Deus, confiam e não se contrapõem ao mesmo, exemplarmente mergulham na obscuridade do Mistério de Deus. E este é o grande convite de Deus para nós neste Natal: aceitar participar do Seu Plano de Salvação, não por nossos méritos, mas por Sua misericórdia.

A Salvação de Deus para nós é possível, mas não dispensa nossa liberdade de resposta e participação. 

Na escola de Maria e José aprendemos, a Deus, entregar todo nosso ser, nossa corporeidade, mente, espírito, tempo, fragilidade e nossa força na acolhida no mais profundo de nós, no presépio, mais ainda, na manjedoura de nosso coração Aquele que veio, vem e virá!

Eis o que nos levará a uma autêntica devoção à Nossa Senhora e ao seu justo e corajoso esposo José, aquele que tão bem soube cuidar da Fonte da Vida!

Que o Advento seja Tempo favorável de nos rejuvenescermos no amor de Deus, e assim no Natal saborearmos a alegria de nos doarmos aos irmãos, como tão bem fizeram Maria e José.

Deus vem ao nosso encontro... Abracemos com alegria esta proposta de Salvação. 

Fecharmo-nos a Deus, eclipsando-O de nossas vidas e negarmos Cristo, fará desaparecer o sentido e o valor da vida. A esperança dará lugar ao desespero, bem como a alegria sucumbirá dando lugar à depressão; afundaremos no lodaçal do pecado, da escuridão, do desamor, do rancor, da injustiça, da solidão... Desintegração pessoal, humano-afetiva, espacial e cósmica que trará funestas consequências, instaurando o caos indesejável, afastando-nos do sonho e desejo de Deus: o Reino, o reencontro do paraíso em passos firmes e certos para a plenitude do Seu amor – céu...

Diante do presépio nos coloquemos e uma vez extasiados pela singeleza do mesmo, renovemos nossa fidelidade a Deus, revigoremo-nos no Banquete da Eucaristia; deixemo-nos iluminar pela Luz Divina que a Palavra resplandece.

Com Maria e José, aprendamos que a promessa da vinda do Salvador não foi uma promessa inócua, jamais realizada; aprendamos com eles que Deus promete, Deus cumpre, pois é próprio do amor de Deus cumprir Suas promessas. 

Com eles, busquemos a Salvação que se destina a todos, não por imposição, mas acolhida com amor e liberdade, maturidade e fidelidade. Depende do quanto, a ela, nos abrimos na acolhida do Verbo que em nós mais uma vez quer fazer morada...

Ainda é tempo de preparar um lugar digno para a presença do Deus Menino, lá no mais profundo de nós, do que nós de nós mesmos. Afinal, é próprio do amor de Deus querer habitar no coração daqueles que Ele ama!



PS: IV Domingo do Advento -(ano A) -  Liturgia da Palavra: Is 7,10-14; Sl 23; Rm 1,1-7; Mt 1,18-24 

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                              


Maria, a mais perfeita realização da Igreja

“Maria é, ao mesmo tempo, virgem e mãe, porque é a figura e a mais perfeita realização da Igreja (Lumen Gentium 63): «Por sua vez, a Igreja, que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade, cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria, mãe, pela fiel recepção da Palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e pelo Batismo, gera, para uma vida nova e imortal, os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus. E também ela é virgem, pois guarda fidelidade total e pura ao seu esposo» (Lumen Gentium 64).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 507

“Patris Corde” – Com coração de pai (IVDTAA)

                                                             


“Patris Corde” – Com coração de pai 

Fomos agraciados pelo Papa Francisco com o Ano Santo de São José, como vemos na Carta Apostólica “Patris Corde” – Com coração de pai –, que iniciou no dia 08 de dezembro de 2020, e foi encerrado no dia 08 de dezembro de 2021; a fim de que celebrássemos o 150º aniversário da Declaração de São José como padroeiro Universal da Igreja Católica, pelo Papa Pio IX.

A Carta Apostólica teve como objetivo aumentar o amor por este grande Santo, para que nos sintamos impelidos a implorar a sua intercessão, bem como a imitação de suas virtudes e o seu zelo.

Em riquíssima fundamentação, à luz dos quatro Evangelhos, o Papa nos apresenta José, esposo de Maria, com coração de pai, e que depois dela, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no Magistério Pontifício.

Ao longo da Carta, o Papa nos apresenta José através de títulos que o identificam, e que muito nos ajuda a viver a fé, no tempo presente, marcado pela dramática situação de pandemia e ao mesmo tempo da presença de inúmeras pessoas dedicadas ao serviço, promoção e defesa da vida:

1 – O pai amado;

2 – O pai na ternura;

3 – O pai na obediência;

4 – O pai no acolhimento;

5 – O pai com coragem criativa;

6 – O pai trabalhador;

7 – O pai na sombra.

Conclui, convidando-nos a implorar, junto a São José, a graça das graças: a nossa conversão.

Oremos:

“Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o Seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
 
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém”.


PS: Se desejar, acesse o link e confira a carta na íntegra:

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html

Maria e José: confiança plena em Deus (IVDTAA)

                                                              

Maria e José: confiança plena em Deus

No quarto Domingo do Advento (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24), que nos fala do Mistério da Encarnação de Jesus, “Deus conosco”, que vem ao encontro da humanidade, com uma proposta de salvação para todos.

No entanto, é preciso acolher a salvação de coração e braços abertos deixando-se transformar por sua proposta.

Dediquemos especial atenção à participação de Maria e José neste Mistério do amor de Deus, ao Se encarnar entre nós, fazendo-Se um de nós, semelhante em tudo, exceto no pecado.

Contemplemos Maria:
“Maria calava, sofria e punha nas mãos de Deus a sua honra e as angústias por que José iria passar por sua causa; e Deus, que tinha revelado já a Isabel o mistério da concepção de Jesus, poderia igualmente vir a revelá-lo a José. De tudo isto fica para nós o exemplo de Maria e de José: não admitir suspeitas temerárias e confiar sempre em Deus”. (1)

Contemplemos São José, refletindo sobre o que nos dizem três santos da Igreja (São Bernardo, Santo Agostinho, e São João Crisóstomo, respectivamente):

“ São José  foi tomado dum assombro sagrado perante a novidade de tão grande milagre, perante a proximidade de tão grande mistério, que a quis deixar ocultamente… José tinha-se, por indigno…’”. (2)

- “A José não só se lhe deve o nome de pai, mas este é-lhe devido mais do que a qualquer outro. Como era pai? Tanto mais profundamente pai, quanto mais casta foi a sua paternidade… O Senhor não nasceu do germe de José. Mas à piedade e amor de José nasceu um filho da Virgem Maria, que era Filho de Deus”. (3)

- “Não penses que, por ser a concepção de Cristo obra do Espírito Santo, tu (José) és alheio ao serviço desta divina economia; porque, se é certo que não tens nenhuma parte na geração e a Virgem permanece intacta, não obstante, tudo o que pertence ao ofício de pai, sem atentar contra a dignidade da virgindade, tudo te entrego a ti, o pôr o nome ao filho. (…) Tu lhe farás as vezes de pai, por isso, começando pela imposição do nome, Eu te uno intimamente com Aquele que vai nascer”. (4)

Percebemos que nada foi tão simples e claro para Maria e José. E no diálogo e silêncio orante, souberam se abrir ao Mistério da ação divina, como mais expressivos modelos de confiança e abertura ao Plano da Salvação que Deus tinha para nós.

Vivendo este Tempo do Advento, temos a graça de rever nossa abertura aos planos e projetos que Deus tem para cada um de nós, e o quanto nos abrimos, em total confiança, para dele participar, como fizeram Maria e José.

Assim vivendo, nos preparamos melhor para celebrar o inaudito acontecimento da História: a Encarnação do Verbo, o Menino Deus, que vem ao nosso encontro para conosco caminhar, e não reduziremos o Natal à comemoração de um fato passado, mas um acontecimento que se dá todos os dias e nos renova para trilharmos caminhos de justiça, paz, vida, amor e luz.




Natal: Seja feita a Vossa vontade, Senhor! (IVDTAA)

                                                                   

Natal: Seja feita a Vossa vontade, Senhor!

Com a Liturgia do 4º Domingo do Advento (ano A), contemplamos e professamos a fé em Jesus Cristo, o Deus conosco que veio nos trazer a Salvação.

Na passagem da primeira Leitura (Is 7,10-14), a mensagem fundamental é que Deus nunca abandona o Seu povo e está sempre presente.

Com o Profeta, aprendemos que não se pode confiar em alianças efêmeras, passageiras, temporais (nações potentes, exércitos estrangeiros...). A confiança e a esperança devem ser tão apenas em Deus, do contrário, pode se incorrer em maior sofrimento e opressão.

É preciso que, como Povo de Deus, saibamos ler os sinais de Deus, para não confiarmos em falsas seguranças e ilusórias esperanças. Somente Deus, Sua presença e Palavra, devemos ter como nossa “rocha segura”.

Na passagem da segunda Leitura (Rm 1, 1-7), vemos que o verdadeiro encontro com Jesus, assim como aconteceu com o Apóstolo Paulo, culmina com o anúncio e testemunho d’Ele, de Sua Pessoa, Palavra e Projeto de Vida e Salvação.

Paulo se apresenta como o servo de Jesus Cristo (descendente de Davi), Apóstolo por chamamento e eleito para anunciar o Evangelho a todos os povos. Nisto consiste sua missão, que levou até o fim, culminando com o martírio e derramamento de sangue.

Com ele, aprendemos que a missão evangelizadora deve ser realizada com amor e espírito de serviço, com palavras e gestos concretos.

Na passagem do Evangelho (Mt 1,18-24), temos um texto catequético, em que nos é apresentado Jesus, o Deus conosco, que, ao Se encarnar, traz à humanidade um Projeto de vida e salvação, e para tanto, Deus quis contar com a colaboração humana (Maria e José).

Temos a descrição cuidadosa da mensagem do Anjo, e da revelação de quem é Jesus:

- Ele vem de Deus, com origem divina, pois Maria está grávida por obra do Espírito Santo;

- Sua missão é a Salvação de toda a humanidade, como indica o Seu nome;

- Ele é o Messias de Deus, da descendência de Davi, como por séculos fora anunciado (aqui o papel preponderante de José, com a paternidade adotiva).

Vivamos o Tempo do Advento como a graça do encontro com Jesus e a acolhida de Sua Pessoa, Palavra e Projeto, que transforma a nossa vida.

Vivamos o verdadeiro Natal, não um natal do consumismo, dos presentes trocados, das refeições mais enriquecidas.

Mais que comemorar o Natal, celebremos o Natal do Senhor, aprendendo com Maria e José, que acolheram o Verbo e permitiram que Ele crescesse em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus.

Que o sim de Maria e de José leve-nos a refletir sobre os “sins” que Deus espera de todos nós para que o Seu Projeto de amor, vida, luz e paz, chegue a todas as pessoas.

O verdadeiro Natal ocorrerá em nossa vida quando formos totalmente sim para Deus e Sua vontade, e se preciso for, revendo nossos caminhos e projetos pessoais, colocando os Seus desígnios e vontade acima de nossas próprias vontades e caprichos.

Natal é a Luz de Deus que vem iluminar nossos caminhos obscuros, sobretudo quando vemos noticiários cotidianos em que a mentira, a maldade, o roubo, o desmando, a corrupção parecem prevalecer sobre as atitudes e pessoas de boa vontade. 

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