sábado, 8 de novembro de 2025

Fortaleçamos os “pilares” da comunidade

                                                        

Fortaleçamos os “pilares” da comunidade

Uma passagem que voltamos em nossas orações, é a Carta de Paulo aos Romanos (Rm 16,3-9.16.22-27), em que o Apóstolo Paulo saúda a comunidade com o beijo santo, em atitude de gratidão, delicadeza pessoal e estima de toda a Igreja no apostolado realizado, como colaboradores em Cristo.

Nota-se um tom familiar na longa série de saudações pessoais, não se tratando de nostalgia de “belos tempos passados”, pois bem mais profunda e intensa devem ser as dimensões da Igreja em sua ação evangelizadora.

No entanto, a Igreja, sobretudo nossas Paróquias, na missão de ser uma “comunidade de comunidades”, precisa intensificar as relações de seus membros, a fim de que sejam mais acolhedoras e fraternas.

A lista dos nomes mencionados na passagem evidencia uma Igreja apostólica, ministerial, solidária e firmada sobre a participação dos cristãos leigos e leigas, como denominamos hoje todas as lideranças e agentes de nossas comunidades.

Caminhando para o final de mais um ano Litúrgico, é oportuno que nossas comunidades façam as revisões necessárias dos trabalhos realizados, em sua missão de anunciar e testemunhar a Boa-Nova de Jesus Cristo.

Reflitamos:
- Qual a vitalidade e profundidade dos vínculos fraternos de nossas comunidades?
- De que modo nossas comunidades expressam gratidão e estima por todos os que dela participam e colaboram, como vemos na passagem bíblica?
- Nossas Paróquias são, de fato, “comunidade de comunidades”?
- Qual tem sido a atuação dos cristãos leigos e leigas dentro e fora de nossas comunidades?

Roguemos a Deus para que nossas comunidades façam progressos maiores ainda, e para tanto, é preciso que, conduzida e aberta ao Espírito, faça não apenas a revisão dos trabalhos realizados, mas elabore um Planejamento Pastoral, para que sejam cada vez mais evangelizadoras; e os pilares da Palavra, do Pão da Eucaristia, da Caridade e da ação Missionária, sejam cada vez mais fortalecidos, como tão bem nos orientam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), que devem estar sempre em nossas mãos, planos e metas pastorais.

Concluindo, é sempre oportuno lembrar o Objetivo Geral das Diretrizes:

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.


Fonte: Missal Cotidiano, Editora Paulus -  1997 – pp.1468-1469

Templo e templos: Mesmo amor e zelo tenhamos!

                                                       

Templo e templos: Mesmo amor e zelo tenhamos!  
  
O zelo pela casa do Senhor e o amor pelos
Seus templos vivos, os pobres...

Retomemos a homilia escrita pelo Bispo São João Crisóstomo (séc. IV), sobre o Evangelho de São Mateus, que nos convida a refletir sobre o templo e os templos de Deus.

“Queres honrar o corpo de Cristo? Não o desprezes quando nu, não o honres com vestes de seda e abandones fora no frio e na nudez o aflito.

Pois aquele que disse: Isto é o meu Corpo (Mt 26,2) e confirmou com a palavra, é o mesmo que falou: Tu Me viste faminto e não Me alimentaste (Mt 25,35); e: O que não fizeste a um destes mais pequeninos, não o fizeste a mim (Mt 25,45). Este não tem necessidade de vestes, mas de corações puros, aquele, porém, precisa de grande cuidado...

Aprendamos, portanto, a raciocinar e a reverenciar a Cristo como lhe agrada... Assim, honra-O tu com a honra prescrita em lei, distribuindo tua fortuna com os pobres. Deus não precisa de vasos de ouro, mas de almas de ouro.

Que proveito haveria, se a mesa de Cristo está coberta de taças de ouro e Ele próprio morre de fome? Sacia primeiro o faminto e, depois, do que sobrar, adorna sua mesa.

Fazes um cálice de ouro e não dás um copo de água? Que necessidade há de cobrir a mesa com véus tecidos de ouro, se não lhe concederes nem mesmo a coberta necessária? Que lucro haverá? Diz-me: se vês alguém que precisa de alimento e, deixando-o lá, vais rodear a mesa, de ouro, será que te agradecerá ou, ao contrário, se indignará? Que acontecerá se ao vê-lo coberto de andrajos e morto de frio, deixas de dar as vestes, mandas levantar colunas douradas, declarando fazê-lo em sua honra? Não se julgaria isto objeto de zombaria e extrema afronta? Pensa também isto a respeito de Cristo, quando errante e peregrino vagueia sem teto.

Não O recebes como hóspede, mas ornas o pavimento, as paredes e os capitéis das colunas, prendes com cadeias de prata as lâmpadas, e a Ele, preso em grilhões no cárcere, nem sequer te atreves a vê-Lo.

Torno a dizer que não proíbo tais adornos, mas que com eles haja também cuidado pelos outros. Ou melhor, exorto a que se faça isto em primeiro lugar. Daquilo, se alguém não o faz, jamais é acusado; isto porém, se alguém o negligencia, provoca-lhe a geena e fogo inextinguível, suplico com os demônios.

Por conseguinte, enquanto adornas a casa, não desprezes o irmão aflito, pois ele é mais precioso que o templo.”

São João Crisóstomo possuía  uma capacidade excepcional para explicar a Boa Nova de Jesus Cristo, na linguagem e cultura do seu tempo.

Dava forte ênfase às consequências sociais do Evangelho; era, ao mesmo tempo, invejável o seu esforço para tornar bela a oração e para transmitir a reflexão teológica de forma poética.

É uma Homilia profundamente questionadora na indispensável necessidade de cuidar da beleza do templo e de tudo que ao culto se refira, sem deixar de lado o essencial do Evangelho, o cuidado e a promoção dos pobres.

Reflitamos

- De que modo cuidamos da Casa do Senhor e de tudo quanto esteja relacionado?

- Quanto de recurso financeiro e de tempo investimos no cuidado do Senhor, na pessoa dos pobres que nos interpelam, como Sua real presença?
- A preocupação que temos com o esplendor de nossos templos e liturgia é a mesma que temos com o resgate do esplendor do brilho dos olhos de nossos irmãos empobrecidos? 

Oremos:  
Senhor, que eu cuide de Ti em cada irmão e irmã empobrecido, com o mesmo amor com que cuido do culto e de Tua casa;

Senhor, que o zelo, a promoção da vida e da dignidade dos pobres me consuma como me consome o zelo pela Tua casa.

Senhor, que este zelo inseparável, irrenunciável e inadiável,
Por nós seja vivido, porque para Vós agradável e louvável!

Senhor, não permita que caiamos em omissões execráveis, 
detestáveis e lamentáveis, porque por Vós inadmissíveis e impensáveis!
Amém!

Santidade e Templo

                                                              

Santidade e Templo 

Reflexão sobre a purificação do templo pelo Senhor e  a indissociável relação entre santidade e templo. 

Santidade precisa ser vivida, como assim desejou e nos exortou o Senhor: “Sejam perfeitos como é perfeito seu Pai, que está nos céus” (Mt 5,48). 

Santidade que se destina a todas as pessoas, como tão bem expressou a “Lumen Gentium”“Todos, pois, na Igreja, quer pertençam à hierarquia ou sejam por ela conduzidos, são chamados à santidade, conforme a palavra do Apóstolo: ‘A vontade de Deus é que sejam santos’ (1Ts 4,3, Ef 1,4). 

A santidade da Igreja se manifesta de direito e de fato nos muitos variados frutos da graça, que o Espírito faz brotar nos fiéis, quando tendem para a perfeição do amor em suas vidas” (n.39). 

Na purificação do templo (Jo 2,13-25), Jesus Se apresentou como o Templo de Deus, que é o Seu próprio corpo, e todo aquele que n’Ele for batizado, viver e crer, faz parte deste Templo, pois Ele quis fazer de cada pessoa uma morada Sua, em quem podemos encontrá-Lo (Mt 25, 31-46). 

A santidade implica em sentir-se pertencente a este Templo, colocando toda a existência a serviço por amor ao próximo, como expressão máxima da adoração e amor a Deus sobre todas as coisas, com toda a alma, força, coração e entendimento. 

Amando a Deus, cumpriremos o primeiro Mandamento na ordem do preceito, e, amando ao próximo, estaremos cumprindo o primeiro na ordem da execução, como nos falou o Bispo Santo Agostinho. 

Neste sentido, encontramos inspiração nos testemunhos de tantos Santos e Santas, que viveram a santidade, alimentando-se no Templo do Senhor, mas prolongando a sua espiritualidade Eucarística na vivência da Palavra proclamada, no serviço ao outro. 

Santidade também implica em não fecharmos nossos olhos e ouvidos para o mundo no qual estamos inseridos, na completa realidade social, de modo que uma fé autêntica não se omite diante das questões sociais. 

Urge participar dos diversos espaços de expressão de cidadania, a fim de que aqueles que detêm o poder coloquem em prática a política na sua máxima expressão e grandeza: a promoção do bem comum. 

A santidade é fragilizada, manchada, quando não nos comprometemos para que a política cuide de cada cidadão, respeitando e promovendo a sua dignidade, da concepção ao seu declínio natural. 

Quando a santidade anda de mãos dadas com a sacralidade do Templo, vemos no outro um templo sagrado, e tornamos nossa fé ativa, nossa caridade esforçada e mais firme, sólida e frutuosa a nossa esperança (cf. 1 Ts 1, 3). 

Membros da Igreja, pedras vivas e escolhidas que somos, temos que ser no mundo sinal de santidade, pautando nossa vida pelos valores da verdade, justiça, liberdade, fraternidade e impelidos pelas virtudes divinas, sendo a mais importante, a virtude divina do amor, porque é eterna (cf. 1Cor 13, 8). 

No empenho constante no crescimento da santidade, cuidando do Templo e dos templos, exorto, de modo especial, os Agentes das diversas Pastorais, Movimentos e Serviços, para que, com a luz do Santo Espírito, façam a revisão do caminho trilhado na evangelização; avaliem com serenidade, à luz da Palavra de Deus e da Exortação do Papa “Evangelii Gaudium”, os objetivos, métodos e estratégias, para que sejamos uma Igreja que não fica confortavelmente dentro das paredes do Templo, mas, como Igreja em saída, vá ao encontro dos templos que clamam por uma Palavra de amor, vida, alegria e paz. 

Amando a Deus e ao próximo, vivamos a santidade em estreita e inseparável relação com o Templo e os templos.

As quatro portas do Templo

                                                                    

As quatro portas do Templo

“Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo;
 entrará e encontrará pastagem” (Jo 10, 9)

Bem sabemos que a função essencial de uma porta é entrada e saída. Valendo-se de uma linguagem figurada, o Evangelista João nos apresenta Jesus como “a Porta”.

A Parábola adaptada de “Henri Denis”, muito pode nos ajudar a renovar o dinamismo da nossa vocação, sobretudo, quando vamos celebrar o Dia Mundial de Orações pelas Vocações.

A Igreja é um templo com quatro portas:
Jesus de Nazaré, o Cristo, é a sua pedra angular.

O templo do Deus Vivo (Igreja) foi edificado com pedras vivas, e os alicerces colocados sobre esta Pedra são:
A fé de Maria, o ensino dos Apóstolos.  
Esta construção é permanente. 

A entrada no templo se dá através de duas portas:
Mistério e Instituição.

Porém, quem entra no templo, é logo convidado a sair, de modo que as portas de saída também são duas:
Missão e Reino.

O Templo não é um cofre, nem uma arca, nem um “bunker”, e nele se entra para sair e se sai para entrar.

Não é também um paraíso, nem uma mera ponte ou um edifício ornamental. Nele notamos admirável dinamismo, onde se harmoniza o aparentemente contraditório, de modo que todos estão a caminho, em permanente movimento.

No templo, há dois eixos:
- O centrípeto, para o qual conduzem as portas de entrada
(criam comunhão e identidade);
- O centrífugo, para o qual conduzem as portas de saída (responsável pela dispersão da Igreja e sua missão no mundo).

Cada um pode escolher, para começar, a porta de que mais gostar, a que lhe pareça mais fácil e acessível, mas com a condição de ir buscar em seguida as chaves das outras portas.

Um templo com quatro portas, assim é a Igreja:
Mistério, Instituição, Missão e Reino.

Como Igreja por Cristo edificada sobre a fé de Pedro (Mt 16,18),  celebramos o Mistério maior da presença de Deus em nosso meio, e o Seu Amor Eterno, na Nova e Eterna Aliança celebrada na Eucaristia.

Como Igreja, somos enviados em missão, com a presença e ação do Espírito Santo, como nos enviou do Pai, o Ressuscitado para participar da construção do Reino de Deus:

Um Reino de amor, justiça, paz, fraternidade, verdade, liberdade, santidade e paz...

Oremos:

“Velai com solicitude, ó Bom Pastor, sobre o Vosso rebanho
e concedei que vivam nos prados eternos as ovelhas
que remistes pelo Sangue do Vosso Filho.
Que vive e reina para sempre. Amém”


Em poucas palavras...

 


Templo: lugar do encontro com Deus

Jesus subiu ao templo como quem sobe ao lugar privilegiado de encontro com Deus.

O templo é para Ele a casa do seu Pai, uma casa de oração, e indigna-Se com o facto de o átrio exterior se ter tornado lugar de negócio (Mt 21,13).

Se expulsa os vendilhões do templo é pelo amor zeloso a seu Pai: «Não façais da casa do meu Pai casa de comércio». «Os discípulos recordaram-se de que estava escrito: "O zelo pela tua casa devorar-me-á" (Sl 69, 10)» (Jo 2, 16-17).

Depois da ressurreição, os Apóstolos guardaram para com o templo um respeito religioso (At 2,46; 3.1; 5,20-21; etc).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 584

Em poucas palavras...

 


“Cristo é o verdadeiro Templo de Deus” 

“Cristo é o verdadeiro Templo de Deus, «o lugar em que reside a sua glória»; pela graça de Deus, também os cristãos se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com que se constrói a Igreja.” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1197

Comunidades em permanente conversão

 


               Comunidades em permanente conversão
 
Na passagem da Carta de Paulo aos Coríntios, (1 Cor 3,9c11.16-17), o Apóstolo Paulo afirma que os cristãos são o templo de Deus onde reside o Espírito, e assim precisam viver uma nova dinâmica.
 
Em Corinto, cidade nova e muito próspera, servida por dois portos de mar, com característica de cidades marítimas, com população de todas as raças e religiões, também tinha comportamentos inapropriados.
 
É neste contexto que temos a comunidade de Corinto, uma comunidade viva e fervorosa, mas não livre destas influências, com a necessidade de aprofundar a sua vivência na lógica de Deus, sem partidos, divisões, competições, e incoerências, dando melhor testemunho de Deus, vivendo a sabedoria de Deus que consiste na “loucura da Cruz”.
 
Como Edifício de Deus, animadas pelo Espírito, precisa fortalecer os vínculos de fraternidade e unidade, vivendo uma dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da obediência a Deus em favor dos irmãos, num autêntico testemunho.
 
Urge que nossas comunidades cresçam em fraternidade, solidariedade, para o testemunho da “loucura da Cruz”, com gestos concretos de amor, de partilha, de doação, de serviço, evitando todo tipo de fragmentação, divisão, contradições, e jamais sobrepor os interesses e vaidades pessoais.
 
Vivendo a “sabedoria de Deus”, não rompam as relações de fraternidade na busca do poder; a tentação do prestígio e reconhecimento social; discernindo quais são os bens perecíveis e secundários.
 
Deste modo, em permanente atitude de conversão, serão sinal e luz diante da “sabedoria” do mundo, irradiando a verdadeira e eterna luz divina.

Que nosso coração seja puro e luminoso

                                                           

Que nosso coração seja puro e luminoso

“... Não manches tua alma
com as nódoas do pecado...”

Acolhamos o Sermão do Bispo São Cesário de Arles, quando da Celebração desta Festa da Basílica do Latrão (séc. IV), no dia 09 de novembro.

“Celebramos hoje, irmãos diletos, com exultação jubilosa e com a Bênção de Cristo, o natalício deste templo. Nós, porém, é que temos de ser o verdadeiro templo vivo de Deus. Todavia é com muita razão que os povos cristãos observam com fé a solenidade da Igreja-mãe, por quem reconhecem ter nascido espiritualmente. Pois pelo primeiro nascimento éramos vasos da ira de Deus; pelo segundo, foi-nos dado ser vasos da Sua misericórdia. O primeiro nascimento lançou-nos na morte; e o segundo, chamou-nos de novo à vida.

Todos nós, caríssimos, antes do Batismo fomos templos do demônio; depois do Batismo, obtivemos ser templos de Cristo. E se meditarmos com atenção sobre a salvação de nossa alma, reconheceremos que somos o verdadeiro templo vivo de Deus. Deus não habita somente em construções de mão de homem (At 17,24) nem em casa feita de pedras e madeira; mas principalmente na alma feita à imagem de Deus e edificada por mãos deste Artífice. Desse modo pôde São Paulo dizer: O templo de Deus, que sois vós, é santo (1Cor 3,17).

E já que Cristo, quando veio, expulsou o diabo de nossos corações para preparar um templo para Si, quanto pudermos, esforcemo-nos com Seu auxílio para que em nós não sofra injúria por nossas más obras. Pois quem proceder mal, faz injúria a Cristo. Como disse acima, antes que Cristo nos redimisse, éramos casa do diabo; depois foi-nos dado ser casa de Deus. Deus Se dignou fazer de nós Sua casa.

Por isso, diletos, se queremos celebrar na alegria o natalício do templo, não devemos destruir em nós, pelas obras más, os templos vivos de Deus. E falarei de modo que todos compreendam: cada vez que entramos na igreja, queremos encontrá-la tal como devemos dispor nossas almas.

Queres ver bem limpa a Basílica? Não manches tua alma com as nódoas do pecado. Se desejas que a Basílica seja luminosa, também Deus quer que tua alma não esteja em trevas, mas que em nós brilhe a luz das boas obras, como disse o Senhor, e seja glorificado Aquele que está nos céus. Do mesmo modo como tu entras nesta Igreja, assim quer Deus entrar em tua alma, conforme prometeu: E habitarei e andarei entre eles (cf. Lv 26,11.12)”.

Basílica do Latrão foi “... um dos primeiros templos que os cristãos puderam erguer depois da época das perseguições. Foi consagrada pelo Papa Silvestre no dia 9 de novembro de 324. 

A festa, que a princípio era celebrada apenas em Roma, passou a ser festa universal no rito romano, em honra dessa Igreja chamada 'Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e de todo o mundo' (Urbis et orbis), como sinal de amor e de unidade para com a Cátedra de São Pedro. A história desta Basílica evoca a chegada à fé de milhares de pessoas que ali receberam o Batismo”.

Tomemos consciência de nossa condição pecadora e na acolhida da misericórdia e luz divinas que nos purificam e nos iluminam, e também para que nos tornemos menos impuros para acolhida de Deus em nós, uma vez que o Batismo nos torna templos de Deus.

Acompanhe-nos, todos os dias,  a Oração, a vigilância, a conversão e a penitência para que sejamos pedras vivas na Igreja, tendo Cristo como a Pedra principal, e os Apóstolos como seus fundamentos.

Sejamos uma comunidade eclesial, onde favoreça o encontro pessoal com o Senhor, num processo de formação permanente, para que vivendo a dimensão missionária não nos omitamos no anúncio do Evangelho a todos os povos.

Purifiquemos nosso coração, pois como o próprio Senhor disse no Sermão da Montanha: “Bem -aventurados os puros de coração porque verão a Deus” (Mt 5,8).

Um canto para finalizar:

“Senhor, quem entrará no Santuário para te louvar?
Quem tem as mãos limpas e o coração puro...”

Em poucas palavras...

 


Igreja: templo do Espírito Santo

A Igreja é o Templo do Espírito Santo. O Espírito é como que a alma do Corpo Místico, princípio da sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza dos seus dons e carismas.” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 809

Em poucas palavras...

 


Cristãos: templo do Espírito Santo

“«Justificados pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Cor 611), «santificados e chamados a serem santos» (1 Cor 1,2) os cristãos tornaram-se «templo do Espírito Santo» (1 Cor 6, 19).

Este, que é o «Espírito do Filho», ensina-os a orar ao Pai (Gl 4,6) e, tendo-Se feito vida deles, impele-os a agir (Gl 5,25) para produzirem os frutos do Espírito (Gl 5,22) mediante uma caridade ativa.

Curando as feridas do pecado, o Espírito Santo renova-nos interiormente por uma transformação espiritual (Ef 4,23), ilumina-nos e fortalece-nos para vivermos como «filhos da luz» (Ef 5, 8) «em toda a espécie de bondade, justiça e verdade (Ef 5, 9).”   (1)

 

 

(1)  Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1695

Em poucas palavras...

 


Somos templos do Espírito Santo

“O Batismo não somente purifica de todos os pecados, como faz também do neófito «uma nova criatura» (2 Cor 5,17), um filho adotivo de Deus (Gl 4,5-7), tornado «participante da natureza divina» (2 Pd  1,4), membro de Cristo (1 Cor 6,15; 12,27) e co-herdeiro com Ele (Rm 8,17), templo do Espírito Santo (1 Cor 6,19).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1265

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

O soar do sino pelo cortejo da vida

 


O soar do sino pelo cortejo da vida


À tarde, como naquela tarde memorável dos discípulos de Emaús, ele veio, estilhaçado pela dor e pelo pranto, da páscoa de quem tanto se amou.
 
Olhou-me com olhar suplicante, não na esperança de uma volta, mas uma palavra para curar a dor cortante que deixa quem partiu cedo demais.
 
Sempre cedo demais será a partida de quem se amou em vida passageira.
Sem pseudos-remorsos, certos de que se fez o humanamente possível.
 
Passamos pelas páginas do Evangelho e pela ação humana e divina de Jesus.
Tão humana, marcada pela compaixão; tão divina, com poder sobre a morte.
 
Com a ressurreição do filho da viúva de Naim, inaugura o cortejo da vida.
Com a ressurreição da filha de Jairo nos devolve a vida e nos põe a caminho.
 
A ressurreição do amigo Lázaro, precedida de momentos de dor, compaixão, lágrimas da face do Senhor, a amizade chorada e a vida devolvida.
 
Jesus Cristo, nós Cremos, é a Ressurreição e a vida, e todo o que n’Ele crer
Não morrerá para sempre, à Marta e à nós Sua Palavra eternizou. Aleluia.
 
E com ele trocamos últimas palavras com olhares de esperança renovados:
O Senhor sempre nos mostra outra possibilidade, pois para Ele nada é impossível.
 
Ele sempre nos coloca de pé, e nos aponta um caminho a percorrer,
Não com facilidades, mas único caminho de felicidade que passa pela Cruz.
 
E assim concluímos fazendo um sagrado compromisso, gravado em papel frágil que se decompõe, mas no coração gravado, eternizado.
 
Lá fora, na capela, os sinos dobraram, na melodia de nossa conversa,
E, se pudesse traduzir em palavras seu som a soar pelas ruas e praças:
 
“Não deem passos cambaleantes nos cortejos da morte sem esperança,
Firmem seus passos no cortejo do Caminho, Verdade e Vida: Jesus. Amém.”


 
PS: Passagens do Evangelho:


- Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,21-43, Mt 9,18-26; Lc 8,40-56
- Ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17)
- Ressurreição da Lázaro – (Jo 11, 1-46)
- Discípulos de Emaps – Lc 24,13-35
- Jesus é o Caminho, Verdade e Vida – Jo 14,6 

Não desistir diante das provações

                                               


                                            Não desistir diante das provações

Diante da história de todos nós, com suas páginas de provações, tribulações, dificuldades, tropeços e inquietações, como fazer a necessária superação?

Precisamos, a partir da fé, escrever novas páginas de paciência, esperança, perseverança, perfeição, integridade e de verdadeira alegria.

Como Igreja Sinodal, peregrinos de esperança, sejamos iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus, que é luz para o nosso caminho (Sl 119,105), no bom combate da fé (2 Tm 4,7-8).

Urge firmar nossos passos, escrevendo páginas de acrisolamento, amadurecimento, aperfeiçoamento, vivendo o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, para com Ele Ressuscitar, e com Ele, sermos mais que vencedores:

– “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus” (Rm 8,37-39).

O Apóstolo São Paulo também nos ajuda neste santo propósito, como peregrinos do Senhor que somos:

-  “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não decepciona, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,1-5).

Por fim, acolhamos e aprofundemos nossa reflexão, à luz das palavras do Apóstolo São Tiago:

-  “Meus irmãos, quando deveis passar por diversas provações, considerai isso motivo de grande alegria, por saberdes que a comprovação da fé produz em vós a perseverança. Mas é preciso que a perseverança gere uma obra de perfeição, para que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma.” (Tg 1,2-4)


Nota-se um itinerário que o cristão precisa percorrer, na vivência da fé:

1º - A provação, como motivo de grande alegria;

2º - A comprovação da fé;

3º - A perseverança na fé;

4º - A geração da obra de perfeição;

5º - A perfeição e integridade (sem falta ou deficiência alguma).

Concluindo, vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o caminho da perfeição que devemos trilhar:

“O caminho da perfeição passa pela Cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças.” (1)

Façamos as renúncias necessárias, tomemos nossa cruz de cada dia e sigamos o Senhor (cf. Lc 9,23), cujo fardo é leve e o jugo é suave (cf. Mt 11,28-30), revitalizando-nos com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, que são os imprescindíveis e divinos Pães de nossa vida, no tempo presente e na eternidade. Amém.

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 2015 

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