quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

Minhas reflexões no Youtube

 
Acesse:

https://www.youtube.com/c/DomOtacilioFerreiradeLacerd d brba 

A Solenidade de Maria, Mãe de Deus

                                                                  


A Solenidade de Maria, Mãe de Deus

“Maria, a totalmente santa, toda consagrada
ao amor de Deus e ao amor dos homens.”

No dia 1º de janeiro, iniciaremos um Novo Ano, celebrando a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e o dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa São Paulo VI em 1968.

Contemplamos a figura de Maria que, com o sim dado ao Projeto de Deus, oferece ao mundo, Jesus, o Salvador da humanidade:

“A Solenidade da Mãe de Deus, no coração das celebrações do Natal, é um renovado momento de graça oferecido a todos nós para nos ajudar a aprofundar a contemplação do Mistério da Encarnação, para nos dizer uma vez mais que o Filho de Deus veio verdadeiramente na nossa carne humana, no tempo, através do corpo de uma mulher: Maria, a totalmente santa, toda consagrada ao amor de Deus e ao amor dos homens.” (1)

Na passagem da primeira Leitura (Nm 6,22-27), ouvimos a Bênção Sacerdotal, que nos revela a presença de Deus que caminha sempre conosco e nos derrama Sua bênção, comunicando vida em plenitude, uma comunicação de vida real e eficaz, agraciando àquele que foi abençoado com vigor, força, êxito, felicidade, prosperidade.

Com a bênção, O Senhor, além de conceder vida e proteção, faz brilhar Sua face, revela um rosto sorridente e favorável, concedendo a necessária graça, olhando-nos com benevolência e nos concedendo a paz, que consiste na plenitude dos bens e na felicidade plena.

Tudo recebemos de Deus: vida, saúde, força, amor e incontáveis sinais de Sua bondade, entretanto, é evidente que a bênção não é sinônimo de mágica, pois a bênção de Deus, derramada sobre nós continuamente, precisa ser acolhida com amor e gratidão e depois transformada concretamente em gestos de amor e paz. É preciso que nosso coração se abra à ação divina, para que esta nos atinja e nos transforme totalmente.

Na passagem da segunda Leitura (Gl 4,4-7), mais uma vez, contemplamos o amor de Deus, que vem ao nosso encontro nascido de uma “mulher”, Maria, e por meio deste Filho nos tornamos livres e amados e podemos nos dirigir a Deus chamando de “abbá” (“papai”), consequentemente, filhos de Deus.

E fazendo esta experiência de filhos amados de Deus, a comunidade é vocacionada a criar e fortalecer os laços fraternos, sem marginalização ou exclusão, ou escravidão, como tão bem acenou o Papa Francisco em sua Mensagem para o dia Mundial da paz (2015): – “Já não escravos, mas irmãos".

Na passagem do Evangelho (Lc 2,16-21), refletimos sobre a alegria e felicidade daqueles que acolhem o Menino Deus, que veio fazer morada entre nós e em nós, realizando assim o desígnio libertador de Deus no meio da humanidade.

Trata-se de um texto profundamente catequético, sem pretensões de “noticiário jornalístico”; tem o intuito de comunicar uma Boa-Nova e uma nova atitude.

Reflitamos:

- Jesus veio trazer a libertação. Qual é a nossa resposta?

Os pastores (pobres e marginalizados de todos os tempos) vão apressadamente ver o Menino, expressando o desejo de liberdade e a disponibilidade de coração; glorificam a Deus e dão testemunho do Menino.

Ressalte-se também a atitude de Maria, que “conservava todas estas Palavras, meditando-as no seu coração”, comunicando uma atitude de quem é capaz de abismar-se, encantar-se com a ação do Deus libertador; tem a sensibilidade para entender os sinais de Deus e a sabedoria da fé para compreendê-los à luz do Plano de Deus.

Tanto a atitude meditativa e contemplativa de Maria, como a atitude missionária dos pastores, devem ser atitudes que marquem a vida daquele que se torna discípulo missionário do Senhor: meditação, contemplação, missão, que deve ser realizada com alegria, como alegres mensageiros do Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1,14).

“Fortalecidos com esta certeza de fé, somos impelidos, como os pastores do Evangelho, a anunciar aos irmãos a alegre Notícia de que Deus fez homem para tornar o homem participante da vida divina. O Salvador – nascido de uma mulher, como nós – assumiu a nossa humanidade para nos dar a Sua glória. Somos filhos no Filho bendito, que é também a nossa paz.” (2)

Finalizando, contemplemos a ação de Deus que agiu em nosso favor neste ano que termina, e peçamos Sua bênção e proteção para mais um ano, com a certeza de que também podemos contar com a presença e a ternura de nossa Mãe, Maria, Mãe de Deus e nossa em todos os momentos.
Feliz Ano Novo!



(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - Tempo Advento / Natal - pp. 293/294
(2) Idem p.294

Em poucas palavras... (Mãe de Deus)

                                                                 


“Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus”

“Chamada nos Evangelhos «a Mãe de Jesus» (Jo 2, 1; 19, 25; Mt 13,55), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo e desde antes do nascimento do seu Filho, como «a Mãe do meu Senhor» (Lc 1, 43).

Com efeito, Aquele que Ela concebeu como homem por obra do Espírito Santo, e que Se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

 A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus («Theotokos») (Concílio de Éfeso – 431 d.C).” (1)

 

(1)       Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.495


Com Maria, coração aberto à graça divina

                                                             

Com Maria, coração aberto à graça divina

“Alegra-te, Cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28)

Abertos à graça divina, voltamos nossos olhares para Maria, aquela que é “cheia de graça”, como o Anjo Gabriel a saudou, Mãe tão serena e plena de liberdade e graça.

Permaneçamos firmes na fé, contando com Maria, nossa Mãe, com esforços necessários; abrindo-nos ao Espírito, para que, com criatividade, conduzamos muitos até Jesus e Sua presença, que nos envolve e nos plenifica de Amor.

Sejamos revitalizados na vivência de nossa vocação, para vivermos com alegria a nossa missão; seguindo o exemplo de Maria, na fidelidade a Deus, termos a necessária obediência, e conversão contínua para correspondermos aos desígnios de Deus.

Urge que nossa devoção a Maria consista em abrir sempre o coração para a graça que Seu Filho veio ao mundo comunicar: Graça como a seiva do amor, favores e bens necessários, que nos fortalecem no carregar da cruz quotidiana, com renúncias necessárias, e deste modo, nossa devoção a Maria é expressa no viver o Sim incondicional a Deus, como ela viveu.

Maria, mãe tão serena, plena de amor, liberdade e graça, rogai por nós, hoje e sempre.  Amém.

Um Ano que termina, outro que inicia...

                                                              

Um Ano que termina, outro que inicia...
       
Textos, obras, escritos, a história;
A arte, a música, a ideologia,
O sonho, a utopia, a reflexão espiritual...
Um relacionamento de amizade ou conjugal...

Mais um Ano que termina...
Tempo favorável para retrospectivas frutuosas:
Rever as atitudes, avaliar os sentimentos.

Tudo pode ser uma auspiciosa procura e encontro, ou não...
Que cada um faça suas buscas.
faça seus encontros e reencontros.
Refaça seus caminhos e concretize seus sonhos.

Tenhamos coragem de olhar para trás,
E erros, mais que dar conta, admitir, perdão a Deus pedir.
Acertos, mais que exaltação, aprimoramentos...
E louvores a Deus elevar.

Um Ano Novo que inicia...
Deixemos algumas coisas para trás, outras nem tanto.
Que olhemos para frente,
Com olhar de confiança e esperança;
Ousadia e coragem...

Assim é a história de cada um:
Aprendizado com o passado
Para um presente mais amadurecido.
No futuro, por certo, flores e frutos,
Colher com alegria e gratidão,
Por ter a vida, com graça e encanto,
Deliciosamente vivido!

Deus quer sempre o melhor de nós para nós mesmos.
Faço votos que esta reflexão nos propicie esta necessária avaliação:
Simples, mas não menos ousadas propostas fazer,
Para a que a Luz de Deus em mais um Ano venha a resplandecer.
Haverá melhor forma de amá-Lo e adorá-Lo?

Deus seja louvado pelo ano que encerra.
Deus abençoe o novo ano que iniciaremos...

Gratidão e súplica

                                                            


Gratidão e súplica
 
“O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a Sua face, e Se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o Seu rosto e te dê a paz!”  (Nm 6,24-26).
 
Fim de mais um ano, momento de fazer planos para o próximo.
Revisar e repassar o calendário e a agenda...
Quantos acontecimentos para relembrar e, também, celebrar.
 
Grafei com a cor dourada os dias com acontecimentos memoráveis.
Não foram dezenas, mas ainda que um apenas, impulso para os demais.
Precisamos destes como um oásis, em travessia de árido deserto, que por vezes enfrentamos.
 
Com a cor prateada, os dias também expressivos,
Com acontecimentos e a beleza e densidade próprias,
Que refazem nossas forças para passos firmados pelos sonhos.
 
Com cinza escuro de uma nuvem pronta para desaguar,
Os dias marcados por preocupações, na espera de que passem,
Como uma tempestade, que depois deixa sua leveza e pureza no ar.
 
Com o verde, aqueles que ficaram marcados por pequenos gestos,
Como sementes lançadas e a serem cultivadas,
Para flores e frutos saborosos serem colhidos, ainda que não os veja.
 
Com o azul da rosa exótica de um jardim cultivado,
Os dias com acontecimentos que me fizeram sentir
Que o céu é possível, se buscarmos as coisas do alto.
 
Com o amarelo, os dias que clamaram por vigilância e cuidado, para que a vida e a nossa casa comum
não fossem vilipendiadas, destruídas, dor e sofrimento dos empobrecidos amenizados.
 
Embora as cores múltiplas tão diferenciadas,
Em todo o tempo e circunstâncias
A Deus gratidão pelo ano que finda,
Acompanhada de súplicas ao que se inicia. 

Em poucas palavras...

                                                          


                        Deus quer que sejamos santos...

Deus Pai de Amor deseja que, através da ação do Espírito Santo em nós, nos pareçamos cada vez mais com o Seu Filho Jesus Cristo.

Deste modo, seremos testemunhas de santidade, e esta é possível a todos os membros da Igreja, como ela nos ensina, pois Deus quer que todos sejamos Santos, participantes de Sua Vida e Amor. 

Feliz Ano Novo!


Em poucas palavras...

                                                        


Maria, modelo de vida cristã

“Maria não é a meta da existência cristã, mas seu modelo e, neste sentido é insubstituível.”  (1)

 

(1)       Comentário Missal Cotidiano – Editora Paulus – pág. 1767

Abençoados por Deus e protegidos por Maria

                                                     


Abençoados por Deus e protegidos por Maria

Senhor, iniciaremos mais um ano, e pedimos todos os dias Vossa bênção e proteção.
Fazei resplandecer sobre nós Vosso rosto, e tenha misericórdia de nós,
Humildemente, em Vossas mãos, colocamos nossa miséria por Vós redimida.

Senhor, volvei para nós o Vosso rosto e dai-nos a Vossa verdadeira paz,
A plenitude de todos os dons, enriquecendo-nos imensuravelmente com eles,
Pois valem mais do que todo o ouro e riqueza do mundo inteiro.

Senhor, concedei-nos, a cada dia, um coração contemplativo e meditativo,
Como o coração de Vossa Amantíssima Mãe que,
Contemplando os Mistérios divinos, nos ensinou o mesmo fazer.

Senhor, com este olhar, saibamos silenciar o coração e amar como amais,
Sobretudo quando as águas turbulentas de nossa história se agitarem,
jamais percamos a fé e esperança, porque em Vós não se decepciona quem confia.

Senhor, como aos Vossos pastores, concedei-nos Vosso Santo Espírito,
Para louvar e glorificar a Vossa incansável ação em nosso favor,
Vós que nos cumulais de copiosas graças e infinitas maravilhas.

Senhor, por Vós iluminados e conduzidos pelo Vosso Santo Espírito,
Proclamemos Vossa divina Palavra, como alegres mensageiros
Discípulos missionários, com os pés a caminho, em permanente missão.

Senhor, enfim, nós Vos agradecemos, porque ao Se Encarnar e por nós morrer,
Nos redimistes e Deus nos adotou por filhos, e nos fez herdeiros por Vossa graça,
Herdeiros da mais bela riqueza, hospedeiros do mais belo Hóspede: o Santo Espírito.

Trindade Santa, sejamos, portanto, a cada dia deste ano, abençoados,
E, por Vossa Mãe, no colo carregados, e também amados e protegidos,
Por maiores que as dificuldades sejam, maior seja a força que vem de Vós. Amém.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume

                                                         


Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume

Por vezes, parece que estamos caminhando num árido deserto, sem fim.
Nada mais a ver, a não ser areia a ser pisada e o sucessivo pôr do sol,
E o tão apenas nascer de um novo dia a viver, sabe-se como.

Árido deserto, sem a esperança de um oásis, seria um triste fim.
Sem perspectivas de superações, quem assim suportaria?
Mas em situações assim, não podemos deixar morrer a esperança e a alegria.

Quantas vezes no deserto árido de nossa história,
Sentimos a presença de alguém, modelo de coragem e ousadia,
Que nos acompanha em todos os momentos? Sim, é ela: Maria.

Sua terna presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Que nos assegura que há desertos na vida, mas possível é a travessia.
Podemos contar com ela, que caminha conosco, mil noites e dias.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Que nos aponta a confiança em Seu Filho, fonte de água viva,
Que as sedes de todas as sedes, a sede do amor, somente Ele sacia.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
E ainda que caminhemos em tempos sórdidos, com páginas não memoráveis,
Em seu colo de mãe acolhidos, de nossos cansaços, forças refeitas.

Sua amável presença é sentida como o exalar de um suave perfume,
Ainda há um longo caminho a percorrer, à espera da vinda gloriosa de Seu Filho,
Que veio, vem virá. E quem melhor do que Maria, poderá esta espera nos ensinar?

Maria, Mãe de Deus

                                                       


Maria, Mãe de Deus

“Maria ficará para sempre ‘mãe’,
Mãe do homem Jesus Cristo e Mãe do Altíssimo.”

Tanto nas Igrejas do Oriente como do ocidente dão, unanimemente, a Maria o nome de “Mãe de Deus”; é através deste título que a Ela recorrem na Oração Eucarística e nas celebrações do Natal do Senhor, invocando a sua intercessão, e não poderia ser chamada de outro modo porque Seu Filho é o Filho do Altíssimo.

O Concílio Ecumênico em Éfeso, no ano de 431, a declarou solenemente Mãe de Deus, contra os que rejeitavam este apelativo.

Por isso, a proclamação do Magistério provocou na cidade um regozijo popular indescritível, porque o povo cristão já havia assim compreendido antes da afirmação do Dogma.

Em Roma, o Papa Sisto III (432-440) mandou restaurar imediatamente e consagrou à Virgem Maria a antiga basílica, que, desde o século IV, se erguia no Monte Esquilino, hoje conhecida com o nome de Santa Maria Maior (mais velha ou mais antiga), porque foi a primeira Igreja dedicada à Mãe de Deus no Ocidente.

A Virgem Maria é nossa mãe por ter trazido ao mundo Aquele que é nosso Irmão e Senhor, e muito nos enriquecemos ao contemplá-La em sua humildade como ‘escrava do Senhor’, ‘a bendita entre todas as mulheres’ que correspondeu com fé e humildade plena à sua vocação, e por isto ela se tornou a Mãe da Igreja e modelo mais perfeito para todo o discípulo missionário que pretende ser fiel na escuta prática da Palavra do Senhor.

Por isto a Igreja afirma que Ela é a "Rainha de todos os Santos", porque nela a graça desenvolveu-se sem encontrar o menor obstáculo e está intimamente associada à obra da Redenção, realizada por Seu Filho, intercedendo junto d’Ele por nós, ‘pecadores’, agora e na hora de nossa morte, como Mãe e Medianeira nossa.

Nada sabemos sobre o que o Ano Novo trará para nós e para o mundo inteiro, mesmo quando saudamos e desejamos um "Ano Novo cheio de felicidades".

Mas não há sombra de dúvida que, aconteça o que acontecer, podemos contar sempre com a graça constante de Deus e com a intercessão de Maria, que jamais nos desampara.

Silenciemo-nos e contemplemos a singeleza de um presépio, lá está Maria silenciosa ao lado de José: ela um pouco mais retirada no estábulo em que deu à luz ao Salvador, como que dizendo a todos nós: “Amados filhos, somente n’Ele, neste Menino que é Deus,  deve centrar toda a atenção, e só por Ele dar glória e louvor a Deus, e façam tudo o que Ele disser a vocês, sem medo, sem reservas, com coragem e fidelidade, e alegria, felicidade e paz encontrarão".

É deste modo que contemplamos a presença de Maria na Igreja: intensamente presente, mas em segundo plano em relação a Jesus, Aquele que é único que nos Salva, porque é Verdadeiramente Homem, Verdadeiramente Deus.

Concluindo, “Maria ficará para sempre ‘mãe’, Mãe do homem Jesus Cristo e Mãe do Altíssimo. O seu seio é o lugar onde se encontram a imensidão de Deus e a pequenez e fragilidade da criatura humana. É esta a ‘admirável permuta’ que muda o nosso destino, porque agora também a mais pobre carne humana encerra o tesouro de uma semente de humanidade.” (1)

“Por Ele, realiza-se hoje o maravilhoso encontro que nos dá vida nova em plenitude. No momento em que Vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: Ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornarmos eternos.” (2)

Contemplemos Jesus, a Fonte da Divina Graça, Maria, plena da graça divina, José, fidelidade incondicional à graça divina. Enfim, imitemos a Sagrada Família na terra, para viver com Ela no céu.



PS: Livre adaptação - Missal Cotidiano Dominical e Ferial - pp. 206 e 208;
(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus - p.292
(2) Missal Romano - Editora Paulus - p. 412

“Hino à Mãe de Deus”

                                                       

“Hino à Mãe de Deus”

Hino à Mãe de Deus: trata-se de um antigo hino siríaco de Tiago de Saroug, em que nos apresenta Maria, a Bem-Aventurada.

Também nós, como discípulos missionários do Senhor, somos chamados a trilhar o caminho das Bem-Aventuranças, como Ele nos falou no Sermão da Montanha (Mt 5,1-12).

Seja nossa devoção Mariana a imitação das virtudes de Sua Mãe, a Mãe de Deus, pois somente assim nossa devoção será frutuosa e agradável aos olhos de Deus, como nos ensina a Igreja.

“Ela é bem-aventurada: recebeu o Espírito que a fez pura e imaculada; tornou-se o templo onde habita o Filho das celestes alturas.

Ela é bem-aventurada: por ela foi restaurada a raça de Adão e reconduzidos os que tinham abandonado a casa do Pai.

Ela é bem-aventurada: sem conhecer as uniões humanas, pôde sem confusão contemplar seu Filho como as outras mães.

Ela é bem-aventurada: seu corpo permaneceu sem mancha e foi glorificado pelo terno fruto da sua virgindade.

Ela é bem-aventurada: os limites do seu seio contiveram a grandeza sem limite que enche os céus, sem que estes possam sustentá-la.

Ela é bem-aventurada: deu a vida ao antepassado comum que gerou Adão e renovou todas as criaturas degeneradas.

Ela é bem-aventurada: deu o seio àquele que levanta as ondas do mar.

Ela é bem-aventurada: carregou o poderoso gigante que sustenta o mundo com secreto vigor; beijou-O e ternamente O cobriu de carícias.

Ela é bem-aventurada: seus lábios tocaram aquele cuja chama faz recuar os ardentes serafins.

Ela é bem-aventurada: suscitou aos prisioneiros um libertador que subjugou o carcereiro e devolveu a paz à terra.

Ela é bem-aventurada: alimentou com seu leite aquele que deu a vida a todos os mundos.

Ela é bem-aventurada: pois todos os santos devem ao seu Filho a felicidade. Bendito é o Santo de Deus que brotou da sua pureza!
Amém.” 

Com Maria, contemplemos e adoremos a Divina Criança

                                                  

Com Maria, contemplemos e adoremos a Divina Criança

Ao celebrar a Solenidade da Mãe de Deus, Maria, sejamos enriquecidos pelo Sermão de São Basílio de Selêucia (séc. V).

“O Criador do Universo, o todo-poderoso, nascido da Virgem Mãe de Deus, uniu-se à natureza humana; Ele assumiu uma carne verdadeiramente dotada de uma alma, e não experimentou culpa alguma: ‘Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em sua boca’.

Corpo sagrado que abrigava o Senhor! Em Maria foi anulada a constatação de nosso pecado, pois foi nela que Deus Se fez homem, permanecendo Deus.

Ele quis submeter-se a esta gravidez, e Se humilhou ao nascer como nós, sem abandonar o seio do Pai, satisfez-Se com os afagos de sua Mãe. Porque Deus não fica dividido quando cumpre sua vontade; isto é, mesmo permanecendo para todos indivisível, Ele dá a Salvação ao mundo.

Gabriel veio à Virgem Maria sem deixar o céu, e o Verbo de Deus que abraça toda a criação, enquanto nela esteve encarnado, não cessou de ser adorado no céu.

Será necessário intervir com tudo o que os profetas disseram anunciando o advento de Cristo que nasceria da mãe de Deus? Que voz seria assaz sublime para entoar hinos que convenham a sua dignidade? De que flores nós lhe trançaríamos a coroa que a ela é devida? Porque é dela que ‘germinará a flor de Jessé’, e que tem coroado nossa raça de glória e de honra.

Que presentes dignos dela lhe ofereceremos, quando tudo o que há no mundo é indigno dela? Porque, se São Paulo disse dos demais santos: que o mundo não era digno’ deles, o que diremos da Mãe de Deus que resplandeceu acima de todos os mártires tanto quanto o sol brilha mais do que as estrelas?

Ó Virgindade pela qual os anjos, inicialmente distanciados do gênero humano, se alegram com razão por serem colocados a serviço dos homens! E Gabriel exulta por ser incumbido de anunciar a concepção divina, porque ele percorre sua mensagem de Salvação que invoca a alegria e a graça.

‘Alegra-te, cheia de graça’, assume um rosto jovial, pois é de ti que vai nascer a alegria de todos, com Este que, depois de ter destruído a potência da morte, e ter dado a todos a esperança de ressuscitar, nos libertará da antiga maldição.

O Emanuel foi rebento deste mundo que outrora havia criado, aparecendo como um recém-nascido, Ele que era Deus antes da eternidade; recostado em uma manjedoura, excluído do habitat comum. Então veio para preparar as moradas eternas.

Confinado a uma gruta e apontado por uma estrela, cumulado de presentes pelos magos e pagando o resgate do pecado, carregado nos braços de Simeão e abraçando o Universo pela extensão de sua potência divina, visto como um infante pelos pastores e reconhecido como Deus pelo exército dos anjos que cantavam ‘sua glória no céu, a paz sobre a terra, a benevolência de Deus para os homens’.

Tudo isso, a Santa Mãe do Senhor do Universo ‘meditava em seu coração’, diz o Evangelho. Ela se alegrava interiormente pela reunião destas maravilhas, ao mesmo tempo em que é transtornada pela grandeza de Seu Filho que é Deus, grandeza que ela percebe pelos olhos da alma.

Como ela (Maria) ficava a contemplar o Divino Infante, como eu o creio, por impulsos cheios de respeito, ela estava sozinha a conversar com o Único.” (1)

Iniciamos mais um ano com a certeza de que a graça e o amor de  Deus serão abundantemente derramados em nossos corações por meio do Espírito Santo; e também, que Ele, feito infante, frágil e com sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição, trouxe-nos vida plena e feliz, abrindo-nos as portas da eternidade.

Convictos também de que não nos faltará o olhar, o afago de Sua Amantíssima Mãe, Mãe de Deus e nossa Mãe em todos os momentos, assim como Jesus sempre o teve: na Encarnação, na vida, na Paixão e Morte, ao pé da Cruz, Mistério de amor e dor, e na alegria da gloriosa Ressurreição, ao lado dos apóstolos.

Iniciando um ano novo, sejamos abençoados por Deus e contemos com o olhar e ternura de Maria, que jamais se desviou e se afastou de Seu Filho, agora e na hora de nossa morte. Amém.

 

(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp. 297-298

Em poucas palavras... (Mãe de Deus)

                                             


Maria, a Estrela do Mar

“A piedade dos primeiros cristãos dá ao nome de Maria diversos significados: Muito amada, Estrela do Mar, Senhora, Princesa, Luz, Formosa... 

É São Jerônimo quem a chama Stella Maris, Estrela do Mar; Ela nos guia para o porto seguro no meio de todas as tempestades da vida.” (1)

 

(1) hablarcomdios.org - Francisco Fernandez-Carvajal.

A Luz Divina iluminará nossos passos

                                                       


      A Luz Divina iluminará nossos passos

“E o Verbo Se fez carne,

e habitou entre nós” (Jo 1,14)

Com o  olhar voltado para o ano novo, a fim de que evitemos novos erros, multiplicar os acertos, em nossa árdua missão evangelizadora.

São oportunas, neste sentido, as palavras do Papa Francisco em sua Exortação Apostólica:

Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-Lo dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que ‘da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído’” (Evangelii Gaudium n.3).

Momento propício para este encontro e renovação, foi para nós, o Tempo do Advento, em que nos preparamos para a celebração do acontecimento que mudou o rumo da História da humanidade: a Encarnação do Verbo:  E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).

Além da espiritualidade própria da Liturgia do Advento, tivemos a graça das Novenas de Natal, acompanhada do indispensável e fecundo Sacramento da Penitência, para bem celebrar o nascimento do Senhor no mais profundo de nós, que veio uma vez mais ao nosso encontro, com o desejo de que O acolhêssemos.

Vivendo a alegria do Natal celebrado, urge multiplicar gestos de amor, partilha, reconciliação, fraternidade, solidariedade e paz, afastando-nos de todo o mal, procurando viver com equilíbrio, justiça e piedade, como nos falou a segunda Leitura da Missa da Noite de Natal (Tt 2,11-14).

Urge que nos empenhemos, para que a Noite de Natal jamais fique reduzida a ceias, amigos secretos e trocas de presentes, o que levaria ao esvaziamento do seu verdadeiro sentido, que é a celebração do Nascimento do Menino Jesus, Aquele que cresceu em tamanho, sabedoria e graça diante de Deus, e deu Sua vida por todos nós, para que fôssemos redimidos e salvos, mas que antes nos comunicou a Boa-Nova do Reino.

Celebramos o Natal com gosto de Páscoa, renovando os sagrados compromissos na espera de um novo céu e uma nova terra, alegres e solícitos, pois Jesus, é a própria Misericórdia Divina que se encarnou para conosco caminhar, de modo que, parafraseando o Evangelista afirmamos: “O Verbo Se fez Misericórdia e encarnou entre nós e nós vimos a Sua Glória” (cf. Jo 1,14).

Iniciamos mais um ano tendo feito este encontro e acolhida do Verbo, deixando-nos envolver pelo Seu amor e ternura, iluminados por Sua Luz, que nunca se apaga,  e nos acompanha em todos os instantes.

Deste modo, conduzidos pelo Divino Espírito, sejamos misericordiosos como o Pai, firmando os nossos passos, para que tenhamos uma vida plena e feliz, empenhados na construção de um mundo justo e fraterno, como sinal do Reino de Deus por Jesus inaugurado.

Que a Luz Divina, que veio ao nosso encontro ilumine todos os dias do novo a ser iniciado. 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG