segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

A Solenidade da Imaculada Conceição e a preparação para o Natal do Senhor

 


A Solenidade da Imaculada Conceição e a preparação para o Natal do Senhor

Celebramos no dia 8 de dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, nascida sem a mancha do pecado original, como afirma o Dogma declarado pelo Papa Pio IX (08/12/1854).

 
Na Igreja do Brasil é concedida a graça de poder celebrar a Solenidade, ainda que caia no Domingo do Advento, dada a grande devoção que o povo por ela possui, e ainda, porque Maria muito pode nos ajudar a preparar o Natal de Seu Filho, o inesgotável Mistério da nossa Redenção, a Encarnação do Menino Jesus em seu ventre.
 
Contemplamos nas páginas dos Santos Evangelhos, os momentos fundamentais da nossa Redenção, em que Maria se faz presente: a Encarnação do Verbo; o canto do “Glória” entoado pelos anjos; a alegria dos pastores, diante do Deus no Menino Jesus; a estrela que guiou os Magos até a luz, os presentes a Ele oferecidos (ouro, incenso e mirra – realeza, divindade e humanidade, respectivamente simbolizados); a consolação de Simeão e Ana, e as palavras de Simeão – “Uma espada transpassará seu coração...”; o primeiro sinal nas Bodas de Caná; sua presença na atividade pública ao anunciar a Boa-Nova do Reino; participação no Mistério da Paixão, Morte; sua fidelidade aos pés da Cruz, na hora de Sua morte; a participação; junto aos apóstolos após a Ressurreição de Jesus, como nos relata os Atos dos Apóstolos; ela nos é apresentada como modelo para a comunidade em tempo de perseguição na luta contra o mal, a perseguição, a dor e morte, porém mais que vencedora por meio do Cordeiro Imolado, Seu Filho (Livro do Apocalipse).
 
Agora é o nosso Tempo. Enquanto não vem, vigiemos e oremos à espera de Sua chegada, preparando-nos, ininterruptamente e incansavelmente, para que Ele nos encontre devidamente vigilantes: Ele que veio, vem e virá. Maranatá!
 
Que venha a Luz de Deus mais uma vez iluminar nossos caminhos, como veio e Se fez presente no ventre de Maria, e que a Sua Luz faça morada em nossa mente e coração, e então, será o verdadeiro Natal, marcado por relações mais fraternas, com vida plena e abundante para toda a humanidade.

ORAÇÃO À IMACULADA

                                                                   


 

ORAÇÃO À IMACULADA

 

“Virgem Santa e Imaculada,

que sois a honra do nosso povo

e a guardiã solícita da nossa cidade,

a Vós nos dirigimos com amorosa confidência.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Em Vós não há pecado.

 

Suscitai em todos nós um renovado desejo de santidade:

na nossa palavra, refulja o esplendor da verdade,

nas nossas obras, ressoe o cântico da caridade,

no nosso corpo e no nosso coração, habitem pureza e castidade,

na nossa vida, se torne presente toda a beleza do Evangelho.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

em Vós Se fez Carne a Palavra de Deus.

 

Ajudai-nos a permanecer numa escuta atenta da voz do Senhor:

o grito dos pobres nunca nos deixe indiferentes,

o sofrimento dos doentes e de quem passa necessidade

não nos encontre distraídos,

a solidão dos idosos e a fragilidade das crianças nos comovam,

cada vida humana sempre seja, por todos nós, amada e venerada.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Em Vós, está a alegria plena da vida beatífica com Deus.

 

Fazei que não percamos o significado do nosso caminho terreno:

a luz terna da fé ilumine os nossos dias,

a força consoladora da esperança oriente os nossos passos,

o calor contagiante do amor anime o nosso coração,

os olhos de todos nós se mantenham bem fixos em Deus,

onde está a verdadeira alegria.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Ouvi a nossa oração, atendei a nossa súplica:

esteja em nós a beleza do amor misericordioso de Deus em Jesus,

seja esta beleza divina a salvar-nos a nós, à nossa cidade,

ao mundo inteiro. Amém.” (1)

 

 

(1) ATO DE VENERAÇÃO À IMACULADA CONCEIÇÃO NA PRAÇA DE ESPANHA - Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria - Domingo, 8 de Dezembro de 2013

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2013/december/documents/papa-francesco_20131208_immacolata.html

Imaculada Conceição de Maria

                                                                



Imaculada Conceição de Maria

Dogma a partir de 1854, por Pio IX, mas desde longos séculos verdade. Vivido e assumido por toda a Igreja, pelo que Maria significa na espiritualidade cristã, no papel fundamental que desempenha no Plano de Salvação de Deus.

Maria na Liturgia oriental é chamada de Intemerata, ou seja, pura, integra.

Toda bela e formosa, cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos, e mais esplendorosa que o sol!

O Prefácio da Missa da Imaculada assim rezamos:

“… Puríssima deveria ser na verdade aquela da qual nos nasceria o Salvador, Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de Vosso povo…”.

Deus quis que Seu Filho tivesse uma mãe especial, toda de Deus, toda cheia de Graça, toda cheia do Espírito Santo. Inteiramente para Deus, traduzindo sua vida em fidelidade, amor, confiança, disponibilidade e serviço…

Deus quis preparar para Seu Filho uma habitação pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado, em previsão dos méritos d'Ele.

Assim Deus escolheu e predestinou Maria, a Mãe Imaculada, sem mácula, sem pecado, preservada de toda mancha, para viver total fidelidade a Deus e nos conceder a graça da acolhida do Salvador.

Como Nova Eva nos ensina a romper toda autossuficiência simbolizada pela serpente desde a origem do mundo na criação:

“Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o Pão do Céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida…” (cf. Prefácio II advento – Maria, a nova Eva).

Celebrar a Festa da Imaculada é ao mesmo tempo celebrar a Festa da Santidade vivida por Maria plenamente, e querida por Deus para todos nós.

Maria nos aponta o seu Filho como Aquele que deve ser ouvido, e se fizermos tudo o que Ele disser, não há dúvida que já estaremos no caminho da santidade, no caminho da santificação do mundo, e consequentemente a caminho da glória dos céus, onde ela já está junto de seu Filho, pois assunta ao céu é Mãe e Rainha do Céu.

Finalizando, fiquemos com as palavras de Santo Anselmo, (Bispo século XII) que se encontra ao longo de toda a Liturgia da Festa da Imaculada Conceição:

“Ó mulher cheia e mais cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz renascer toda criatura! Deus deu a Maria o Seu próprio Filho, único gerado de Seu coração, igual a Si, a quem ama como a Si mesmo.

No seio de Maria, formou Seu Filho, não outro qualquer, mas o mesmo, para que, por natureza, fosse realmente um só e o mesmo Filho de Deus e de Maria! Toda a criação é obra de Deus, e Deus nasceu de Maria.

Deus criou todas as coisas e Maria deu à luz Deus! Deus que tudo fez, formou-Se a Si próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado.

Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria é a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal e Maria a mãe da redenção universal. Pois, Deus gerou Aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz Aquele por quem tudo foi salvo.

Deus gerou Aquele sem o qual nada absolutamente existe, e Maria deu à luz Aquele sem o qual nada é absolutamente bom. Verdadeiramente o Senhor é contigo…” (cf. Lit. Horas Vol. I - p. 1043).

Que Deus ao vir neste Natal nos encontre vigilantes, preparando a Sua chegada, numa vida santa pura, sem mancha, piedosa e na paz, como nos exortou o Apóstolo Pedro (2Pd 3,8-14).

Imaculada Conceição de Maria

                                                                      

Imaculada Conceição de Maria
                           
Celebrar a Festa da Imaculada Conceição é ao mesmo tempo celebrar a beleza da vida criada e querida por Deus, contemplando e sentindo sua presença conosco em todos os momentos.

Quis Deus que tão grande Salvador tivesse uma mãe em tão grande dignidade, por isto totalmente preservada da possibilidade do pecado, da desobediência, do rompimento com o querer de Deus, de modo que o Divino Redentor da humanidade mereceu uma mãe plena de graça e amor.

Renovemos o desejo e compromisso com a vida na graça, na santidade desejada por Deus desde o dia do nosso batismo, com empenho irrenunciável para uma vida marcada pela fidelidade ao Projeto Divino.

Ah, se imitássemos Maria!
Como diferente o mundo seria!
Nem mais dor, nem pranto,
Nem luto indesejável, desencantos!

Ah, se imitássemos Maria!
Vida de pecado não existiria!
Acolhida da graça divina
Que bela lição nos ensina!

Ah, se imitássemos Maria
A humanidade bem outra seria!
Sem despotismo, tirania, opressão...
Fraternidade: um mundo mais irmão!

Ah, se imitássemos Maria!
O pão na mesa do irmão não faltaria!
Vida abundante de Seu Filho, sinal do Reino,
Amados e felizes, dias belos e serenos!

Ah, se imitássemos Maria!

O Dogma da Imaculada Conceição de Maria

                                                                 


O Dogma da Imaculada Conceição de Maria

Levando em conta a Tradição católica dos últimos séculos e o pedido de muitos leigos e bispos, o papa PIO IX proclamou em 8 de dezembro de 1854 o Dogma da Imaculada Conceição na bula “Ineffabilis Deus”, e cuja Solenidade celebramos dia 8 de dezembro. 

Este Dogma nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela é “toda de Deus, protótipo de que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar Seu Projeto, poderá realizá-lo em nós também” (D. Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor mariano). 

O significado de “Imaculada Conceição” 

Todos nós fomos criados em Cristo. Estamos marcados por uma “graça original”: Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu em Cristo, para sermos, diante d’Ele, santos e imaculados “(Ef 1,4). Cada bebê que vem a este mundo nasce com uma bênção de Deus. Ele nos cria para sermos felizes e construirmos a felicidade dos outros. 

Ninguém nasce pronto. Cada um se desenvolve com o tempo, aprende a ser gente. Aprende a amar e ser amado, recebe a fé e a religiosidade dos familiares e pessoas próximas. Como é fascinante sermos, sempre, até a hora da morte, “aprendizes da vida”!

Quando uma criança vem a este mundo, já no útero da mãe está recebendo, em doses distintas, amor e desamor, acolhida e rejeição, afeto e violência. Somos solidários no bem e no mal. 

Ninguém começa sua vida a partir do nada. Pela fé, reconhecemos que somos parte de um grande projeto amoroso de Deus, que estamos marcados por Sua graça e pela corrente positiva do amor, bondade, acolhida, de tantos seres humanos que vieram antes de nós. 

Mas o mundo também tem violência, mentira e maldade, que contagiam cada pessoa que nasce. Ao começar a existir, já estamos sob a ação de forças positivas e negativas, de vida e de destruição.

Há algo na nossa história que estraga os belos Projetos do Senhor. Não vem de Deus. É difícil localizar sua origem. Nós o chamamos: “Mistério do mal e da iniquidade”. Ele está espalhado na humanidade e repercute dentro de cada pessoa. Damos a ele o nome de “Pecado Original”.

Cada um de nós tem dentro de si muitos desejos, tendências e impulsos. Eles são bons, mas necessitam ser integrados e dosados. Senão, fazem muito mal à pessoa e aos outros. 

Cada um de nós necessita acreditar em si e exercitar sua liberdade, de forma a ser aceito e respeitado pelos outros. Se a pessoa é fraca, impotente, não vai contribuir para a comunidade.

Mas o poder é perigoso, quando se torna um gigante e amassa os outros. Um pai autoritário deixa muitas feridas nos filhos. Um político poderoso e corrupto prejudica a nação e faz aumentar a exclusão social. 

Todo o ser humano busca prazer, ao se relacionar, ao comer, ao se divertir. Uma das formas mais belas de prazer é a sexualidade. A relação entre homem e mulher é bela e querida por Deus. Mas o sexo, quando é desequilibrado, sem afeto e respeito, produz individualismo e violência. O consumismo desenfreado arruína nossas vidas.

Todos temos dificuldades para integrar, dentro de nós, os desejos e as tendências e colocá-los a serviço do seguimento de Jesus. Os impulsos do poder, do ter e do prazer e tantos outros nos puxam, cada um para o seu lado, e podem nos afastar de Deus. A teologia chamou essa divisão interna de “concupiscência”. Sabemos que a nossa liberdade está comprometida pelo pecado e precisa ser libertada. 

São Paulo lembra essa divisão interna que a gente vive, dizendo que muitas vezes nosso coração quer fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não desejamos (Rm 7,14-24). Mas nós cremos na vitória da graça de Jesus Cristo, que nos liberta de todas as cadeias (Rm 5,8 e 8,1-4). A “graça original” de Deus, que nos cria e nos salva, é mais importante e mais forte do que o pecado original, nossos pecados e falhas.

O Dogma da Imaculada Conceição afirma que o segredo de Maria, a perfeita discípula de Jesus, que respondeu a Deus de maneira total, tem sua raiz na graça. Ela recebe do Senhor um dom especial. Nasce mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e acolher a proposta divina.

O fato de Maria ser imaculada não lhe tira o esforço de ser peregrina na fé, pois isso faz parte da sua situação de ser humano, que necessita crescer e aprender. Maria não nasce prontinha. 

Também é aprendiz da vida. No início, ela não entende tudo (Lc 2, 49-50). E no correr da vida, Jesus a surpreende muitas vezes (Mc 3,31-35).

Diferentemente de nós, Maria trilha um caminho sempre positivo, sem desvios falsos ou atoleiros.

O Dogma da Imaculada Conceição afirma que Maria é pré-redimida por Cristo.

Ela recebe Sua graça salvadora numa intensidade maior do que nós, o que lhe dá forças para integrar tendências e impulsos e enfrentar o mal. 

Assim, desenvolve melhor sua missão de perfeita discípula, educadora e mãe do Messias. Esse “privilégio” não a transforma numa pessoa orgulhosa. 

Livre interiormente, Maria desenvolve muito suas qualidades humanas, tornando-se a criatura mais santa, mais inteira, mais “dona” de si e aberta a Deus.

A Imaculada Conceição e o Tempo do Advento

                                                         

A Imaculada Conceição e o Tempo do Advento

No dia 8 de dezembro, celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, nascida sem a mancha do pecado original, como afirma o Dogma de 8 de dezembro de 1854, declarado pelo Papa Pio IX.

Como se sabe, à Igreja do Brasil é concedida a graça de poder celebrar a Solenidade, ainda que caia no Domingo do Advento, dada a grande devoção que o povo por ela possui, e ainda, porque Maria muito pode nos ajudar a preparar o Natal de Seu Filho.

Com Maria, somos agraciados nesta preparação para a Celebração do Mistério de nossa Redenção, na Encarnação do Menino Jesus em seu ventre.

Por isto, somos convidados a visitar e rezar as páginas dos Santos Evangelhos, contemplando os momentos fundamentais da nossa Redenção, em que Maria se faz presente:

- a Encarnação do Verbo;
- o canto do “Glória” entoado pelos anjos;

- a alegria dos pastores, contemplando Deus no Menino Jesus;
- a estrela que guiou os magos até a luz, os presentes a Ele oferecidos (ouro, incenso e mirra – realeza, divindade e humanidade, respectivamente simbolizados);

- a consolação de Simeão e Ana, e as palavras do primeiro, para sempre entranhadas em sua alma – “Uma espada transpassará seu coração...”;
- o primeiro sinal nas Bodas de Caná;

- presença em Sua atividade pública ao anunciar a Boa-Nova do Reino;
- participação no Mistério da Paixão, Morte;

- a presença aos pés da Cruz, na hora de Sua morte;
- a participação e presença junto aos apóstolos após a Ressurreição de Jesus, como nos relata os Atos dos Apóstolos.

- apresentada como modelo para a comunidade em tempo de perseguição, como nos fala o Livro do Apocalipse, na luta contra o mal, a perseguição, a dor e morte, porém mais que vencedora por meio do Cordeiro Imolado, Seu Filho.

Portanto, “A Liturgia torna presente no meio da Assembleia a força que preservou a Virgem do pecado; de fato, celebra, na Eucaristia, o mesmo Mistério da Redenção, cujos benefícios, Maria foi a primeira a gozar e do qual nós participamos, segundo nossa fraqueza e nossas forças”. (1)

Agora é o nosso Tempo de preparar a chegada do Senhor, que veio, vem e virá gloriosamente. Enquanto não vem, vigiemos e oremos à espera de Sua chegada, preparando-nos, ininterruptamente e incansavelmente, para que Ele nos encontre devidamente vigilantes.

Que venha a Luz de Deus mais uma vez iluminar nossos caminhos, como veio e Se fez presente no ventre de Maria.

Que a Luz faça morada em nossa mente e coração, e então, será o verdadeiro Natal, marcado por relações mais fraternas, com vida plena e abundante para toda a humanidade. Amém.


(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1824

Maria, a Mãe que cremos e amamos

                                                                  


Maria, a Mãe que cremos e amamos

Maria, cremos que tu és:

- A primeira discípula, quem melhor aprendeu as coisas de Jesus, teu Amado Filho;

- A primeira daqueles que «escutam a Palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 28);

- A primeira a colocar-se entre os humildes e pobres do Senhor para nos ensinar a esperar e receber, com confiança, a salvação que vem apenas de Deus;

- A primeira a quem Jesus parecia dizer: “Segue-me”, mesmo antes de dirigir este chamamento aos Apóstolos ou a quaisquer outros (cf. Jo 1, 43)»;

- Modelo de fé e caridade para a Igreja pela sua obediência à vontade do Pai, cooperadora na obra redentora do seu Filho na abertura à ação do Espírito Santo;

- Aquela a quem mais valeu ser discípula de Cristo do que ter sido mãe de Cristo, como nos falou Santo Agostinho;

- Mais discípula que mãe, a primeira e a mais perfeita discípula de Cristo;

- Mãe, e que  Cristo te entregou a nós porque não quer que caminhemos sem uma mãe;

- A Mãe fiel que se tornou «Mãe de todos os que creem, e ao mesmo tempo, é «a Mãe da Igreja evangelizadora, e nos acolhe assim como Deus nos quis convocar, não apenas como indivíduos isolados, mas como Povo que caminha;

- A nossa Mãe, que quer sempre caminhar conosco, estar perto, ajudar-nos com a sua intercessão e o seu amor;

- A Mãe do Povo fiel que, movida por uma ternura amorosa, caminha em meio ao seu povo e cuida das suas angústias e vicissitudes. Amém.

 

PS: Fonte - Dicastério para a Doutrina da Fé  Mater Populi fidelis - Nota doutrinal sobre alguns títulos marianos referidos à cooperação de Maria na obra da Salvação – parágrafos n.73.76

 

Maria, tu és para nós...

                                                                

Maria, tu és para nós...


Maria, tu és para nós:
 
A aurora radiante, e o teu Amado Filho,
O Sol Nascente da justiça que nos veio visitar,
Para nossos caminhos obscuros iluminar.
 
O paraíso terrestre, a árvore da vida,
E Teu Filho, bendito fruto, na cruz crucificado,
Água e Sangue do coração jorrados.
 
A Arca da Nova e Eterna Aliança;
Mais que a arca da Aliança  trouxeste em ti
O Verbo, que nos reatou e, com Deus nos reconciliou.
 
Maria, tu és para nós:
 
A escada de Jacó que nos leva aos céus,
Porque és modelo de  fidelidade plena a Deus, 
E contigo, aprendemos a nunca desistir de esta escada subir.
 
A sarça ardente, maternidade e virgindade vividas,
Ardeste de amor por Deus e não foste corrompida.
Em ti, Deus revelou Seu poder e Sua plenitude.
 
O vaso de ouro, pensado e querido desde sempre;
Sobre ti pousou a sombra do Altíssimo, disse o anjo.
Em ti, se realizou a graça da Encarnação do Verbo.
 
Maria, tu és para nós:
 
O ramo florido de Aarão, o ramo florido de Jessé.
E deste ramo florido, nasceu Aquele que esperávamos:
O Salvador e Redentor de toda a humanidade.
 
A terra fecunda, em que a Palavra gerou frutos
Mais incontáveis que os grãos de areia do mar,
E ainda, mais que todas as estrelas do céu. 
 
A pérola da virgindade, Mãe da Igreja,
Antes, durante e depois do parto, assim cremos e professamos.
Alma pura e cristalina, plenamente fiel a Deus, igual a ti, ninguém.
 
Maria, tu és para nós:
 
A motivação para sagrados compromissos com a cidade de Deus que tanto queremos;
Sinal profético para nossas cidades que ceifam vidas,
Pecaminosamente sacrificam inocentes, com a cultura de morte.
 
A estrela da manhã anunciando um novo dia,
Em que sonhos de um novo céu e uma nova terra, cultivados,
Se veem em pequenos gestos de amor e partilha realizados. Amém.

Quem melhor que Nossa Senhora do Caminho?

                                                          


Quem melhor que Nossa Senhora do Caminho?

Ó Deus, rico em misericórdia, a Vós recorremos confiantes e suplicamos, pela gloriosa Virgem Maria, Vossa Mãe e nossa, a quem invocamos como Nossa Senhora do Caminho.

Verdadeiramente Nossa Senhora do Caminho, porque seu coração é imaculado, e jamais conheceu o pecado e a desobediência à Vossa vontade e projetos.

Quem melhor que Nossa Senhora do Caminho para:

- nos apontar Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida, e nos fazer mergulhar no Mistério profundo e imenso do Coração trespassado e ferido de amor do Seu Amado Filho?

 - caminhar conosco, e nós, como os discípulos de Emaús, sentirmos arder nosso coração como Seu Amado Filho fez ao revelar as Sagradas Escrituras no caminho e reconhecido no partir do Pão (Lc 24,13-35)?

- nos ensinar a falar com o coração para que no discipulado vivamos a necessária proximidade, compaixão e ternura, sobretudo com os pobres, Vossos amados e preferidos?

- nos ensinar o caminho de conversão, para que passemos de um mundo sem coração, para uma civilização do amor, fraternidade e comunhão?

- nos ajudar a discernir e nos comprometermos com novas posturas e mentalidades para curar a “Terra ferida” pelo nossa arrogância, consumismo e autossuficiência, comprometidos com uma necessária Ecologia integral, onde tudo está interligado?

- nos ajudar a contemplar os Vossos Mistérios, meditando e guardando tudo no Coração, como assim Ela o fazia, pois olhava com o coração, com olhar da contemplação?

- nos lembrar e nos ajudar a redescobrir, na era da inteligência artificial, que não podemos nos esquecer que a poesia e o amor são necessários para salvar o humano (Papa Francisco)?

- nos ensinar a confiar em Seu Filho, que viveu um amor apaixonado, que sofreu por nós, um coração ferido de amor e por nós Se entregou para nossa redenção, e espera tão apenas que sejamos uma resposta ao Seu divino amor, como um mendicante de nosso amor?

- nos encorajar, como peregrinos da esperança rumo à casa do Pai, mergulhados no Coração de Cristo, a obra prima do Espírito Santo (Papa São João Paulo II)?

- fazer nosso coração bater em uníssono com seu coração e o com o Sagrado Coração do Seu Filho, o compêndio do Evangelho, para vivermos a ternura da fé e a alegria do serviço, em sagrados compromissos comunitário, social e missionário?

- firmar nossos passos, para que sejamos discípulos missionários e irradiar as chamas do amor de Cristo, não nos perdendo com discussões secundárias, mas fazendo da vida uma agradável oferenda e sacrifício de louvor a Deus?

- nos ajudar, para que sejamos enamorados pelo Verbo que Se fez Carne, e a missão nossa de cada dia não seja por obrigação ou dever, mas simplesmente por um amor que nos envolve e nos enche de ternura, que se torna impossível conter?

- apontar o Caminho, ainda que marcado por renúncias e cruz carregada cotidianamente, com horizonte de eternidade, ela, que jamais nos apontaria caminhos e atalhos do abismo do sofrimento sem esperança Amém.

Maria, sempre Maria!

                                                                           

Maria, sempre Maria!

Quanto mais dela falo, nada ainda disse...
Quão forte sua voz! Quão doce seu canto!

Maria, sempre Maria!

Ela é por excelência a Cantora Divina:
Canta com alegria, confiança e esperança.
Basta de cantos tristes, nefastos lamentos!
Cantar com Maria com alma de criança...

Que canta na fidelidade incondicional ao Pai,
Na acolhida e amor irrenunciável pelo Filho Jesus,
Confiante na docilidade da ação e presença do Espírito.
Canto que revigora, ilumina, facho imensurável de luz!

Ainda que algumas vezes nos encontremos desanimados
Sob as cinzas de possível incredulidade, fragilizados,
Na indiferença, omissão, indignação ou apatia política;
Magnificat mantém acesa a menor centelha de luz! 

Com Maria sonhamos e cantamos o Mundo Novo a cada dia,
E com ela aprendemos que a mais ousada profecia.
É o compromisso com o Deus da vida e dos empobrecidos,
Reavivando a chama de quem em nada mais acredita.

Quem melhor que ela multiplicou alegrias?
Quem, a seu exemplo, o mesmo incansavelmente faz?
Atenua desesperos e refaz sonhos, reaponta novos caminhos.
Com ela, Mãe das Dores, suportemos as dores dos espinhos.

Maria não só cantou a esperança dos pobres,
Desta realização com intensidade participou.
Dedico estas palavras a quem também assim o faz,
Quem com o Mundo Novo sonha, Mundo Novo de paz!

Maria, sempre Maria!

Que este singelo poema seja uma centelha de luz;
Que para ti seja uma nota ao menos de alegre canto;
Que teus pés sejam fortalecidos, rumos reorientados, animado, acalmado,
Seque eventuais lágrimas, não se eternize o pranto!

Quanto mais dela falo, mais a venero e amo.
Quão forte sua voz! Quão doce seu canto!
Quem melhor, sob a ação do Espírito Santo,
Poderia nos dizer: “Fazei o que Ele vos disser”? (Jo 2,5)

Maria, sempre Maria!
Quanto mais dela falo, nada ainda disse...

"Salve, Rainha”

                                                           


"Salve, Rainha”

“Salve, Rainha”, uma oração milenar de súplica a Nossa Senhora. Com expressões pouco comuns ao nosso vocabulário, retrata situações de dor, solidão, dificuldades enfrentadas em todos os âmbitos.

É também uma homenagem a Maria, que veneramos como Rainha do Céu, da humanidade e da paz, ressaltando algumas de suas virtudes, conforme relatos dos Evangelhos: doçura, misericórdia, clemência e piedade.

“Salve, rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa! Salve!”
“Salve”! Saudamos a ti, ó Mãe e Rainha do céu e de todo o mundo, de toda a humanidade, em todos os tempos e lugares.

Estás acima de todas as mulheres, mas não distante de nós, porque nos amas como Mãe, e tens amor especial pela vida de todos nós, porque foste e serás sempre sinal de “doçura” e “esperança”, como vimos, sobretudo, ao visitar tua prima Isabel.

Tu és a Mãe que podemos procurar em todos os momentos de nossa vida, sempre pronta a nos socorrer com amor e misericórdia, como fizeste no primeiro sinal de Jesus em Caná da Galileia.

“A vós bradamos, os degredados filhos de Eva.”
A ti bradamos, pedimos socorro, suplicamos em todos os momentos, porque sabemos que estás junto do teu amado Filho e sempre pronta a caminhar com os “degredados” da história, os que são privados da liberdade, afastados de sua gente, de seu país, migrantes, desterrados, por inúmeros fatos, em realidades de flagelo, fome, miséria, dor, enfermidades e morte.

Tu, que disseste “sim” a Deus para ser a Mãe do Salvador, teu Filho, Jesus Cristo, que nos recuperou a filiação que havíamos perdido no Paraíso, pela desobediência de Eva, mãe de todos os viventes, e Adão, o primeiro da criação, o primeiro casal humano criado por Deus.

“A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.”
A ti continuamos suplicando, já não mais com palavras, mas com suspiros, gemidos e choros e lágrimas, porque muitas são as dificuldades, dores, tentações a serem enfrentadas e vencidas cotidianamente, na fidelidade ao teu Filho, para que tenhamos vida plena e feliz.

“Eia, pois, advogada nossa...”
Contigo, sempre avante, pois ao te contemplarmos, sentimos renovar em nós o ânimo, o estímulo, a coragem. Sabemos que podemos contigo contar, porque estás sempre pronta a nos ajudar; és nossa advogada, e, com solicitude, nos defenderás, nos recomendando a Deus. Suplicamos em oração tua materna proteção, com o Paráclito que vem em nosso divino auxílio, o Santo Espírito, que em ti agiu e fez maravilhas, te concebendo e fazendo de ti a mãe do Salvador.

“Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei!”
Maria, pedimos que voltes para nós teus olhos cheios de piedade, graça e perdão; contamos com teu valioso e indispensável auxílio, pois, como Mãe, tu amparas, guardas e proteges teus filhos.

“E depois deste desterro...”
Tu que soubeste o gosto do “desterro”, da fuga necessária para salvar teu Filho no Egito, experimentaste, longe de tua pátria, a solidão, o isolamento e, melhor que ninguém, tens sabedoria para nos ensinar a confiar e a construir um novo céu e uma nova terra, como peregrinos que somos enquanto aqui vivemos.

“Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre...”
Suplicamos a ti, ó M  ãe, ajuda-nos a fim de que nos mantenhamos firmes e corajosos, seguindo sempre os ensinamentos de teu Filho, Jesus, para que tenhamos d’Ele mesmos sentimentos (Fl 2, 5), totalmente a Ele configurados, de modo que possamos dizer: Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.”  (Gl 2, 20).

“Ó clemente, ó piedosa, ó doce, sempre Virgem Maria!”
Tu és a pura expressão da doçura e da bondade; estás assentada no cume das virtudes; és abismos de graças, oceano de carismas, como nos falou Santo Amadeu.

“Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.” 

A ti, que és Mãe e Rainha, fazemos um último pedido: recomenda-nos  ao teu Filho, Jesus, Rei e Senhor do Universo, para que mereçamos receber um lugar no Seu Reino. Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG