terça-feira, 25 de novembro de 2025

Vigiar e orar em todo o tempo

 


Vigiar e orar em todo o tempo

"Eis que venho em breve, trazendo comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo as suas obras." (Ap 22,12)

Num amanhecer, entardecer ou anoitecer,
Não sabemos a hora que Ele voltará:
Ele que veio, vem e virá – Maranathá!
 
Em poucos dias, iniciaremos o Tempo do Advento,
Marcado pela leveza e suavidade dos fatos
Que nos revelam a incansável ação divina.
 
Preparemos a celebração do Natal do Senhor.
Mais que presépios, luzes a piscar,
É no coração que a Sua Luz deve brilhar.
 
E Ele virá de modo inesperado,
Importa a vigilância necessária:
Tempo fecundo de preparação.
 
“Preparai o Caminho do Senhor”,
Ressoará para sempre a voz do Profeta,
Nas ruas e praças de nossa cidade.
 
Será a celebração do Natal do Deus Menino,
Que veio, vem e virá, na fragilidade de sempre,
Para caminhar conosco e iluminar nosso destino.
 
Soarão alegremente, nas capelas e igrejas, os sinos.
Suores de lutas e empenhos a serem derramados,
Deus Se revelará na face de uma criança: frágil Menino. Amém.

Silêncio orante diante do Trono

 


Silêncio orante diante do Trono

“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”. (1)

Fixei por um tempo meus olhos nos Teus,

Vítima de olhares de insanas crueldades.

Como podemos crucificar quem nos viu

Com olhar de ternura, de misericórdia?

 

Olhos fixos em Teus lábios quase inertes,

Relembrando Tuas palavras como fogo,

Labaredas divinas que aquecem nossos medos,

De tantas situações por que possamos passar.

 

Contemplei Teus ouvidos, sempre prontos a ouvir

Nossos gritos, súplicas e, por vezes, injustos lamentos.

No trono, ainda ouves palavras imerecidas,

E o canto da morte Te envolve, mas não será o último.

 

Tua face marcada pela dor, agonia, flagelo...

Para nos devolver a imagem maculada pelo pecado;

Traços desfigurantes para nos devolver o que perdêramos:

Os traços impressos pelo Pai na obra da criação divina.

 

Tuas mãos, por cravos atrozmente cravadas,

Mãos tantas vezes estendidas aos pecadores, imerecidamente,

Após Sua Gloriosa Ressurreição por nós, continuarão,

A nos tocar, chamar e a nos enviar em divina missão.

 

Teus pés, também pelos cravos fixos no Trono da Cruz,

Recordam a cena memorável em que lavaste nossos pés,

Em lição de amor, humildade, doação e serviço.

Que nossos pés jamais se cansem do divino caminho.

 

Por fim, olhos fixos na indizível Fornalha Ardente

Do Teu trespassado Sagrado Coração, água e sangue jorrados.

Igreja Nascente, Alimento de Eternidade abundante,

Tornas-Te Comida e Bebida no Mistério da Eucaristia. Amém.

 

 

(1)    Papa São Leão Magno (séc V):

Fonte de inspiração: Lc 23,35-43

 

Medos paralisantes?! Jamais!

                                                    

                                                              

Medos paralisantes?!

Jamais!


Medos que nos submetem à inércia.

Medos que nos fazem inoperantes,

Longe daquilo que mais ansiamos: a própria liberdade,

Por falta de objetivos, submersos na mediocridade.

 

Medos paralisantes?!

Jamais!


Medo do congelamento da ética e dos bons princípios,

Que faz sucumbir vorazmente humanidade e planeta.

Medo que rarefaz as mais belas utopias;

Que faz naufragar belos sonhos e fantasias.

 

Medos paralisantes?!

Jamais!


Medos mórbidos que enfraquecem a luta.

Medos sórdidos que fazem perder o brilho da alma.

Medos que nos apequenam e nos fazem decrépitos.

Medos a serem vencidos, se formos intrépidos.

 

Medos paralisantes?!

Jamais!


Medos que desde o ventre nos acompanham,

Enfrentados, cotidianamente, permitem crescimento,

Com a virtude da fé, divina virtude por Deus concedida,

Exorciza o que nos paralisa, tornando bela a vida.

 

Medos paralisantes?!

Jamais!


Medos existem para serem enfrentados.

Se presente a virtude da fé, última palavra, medo, não será!

Se presente a esperança, mais do que superável;

Concretiza-se a caridade mais que desejável: indispensável!

 

Medos paralisantes?!

Jamais!

Com Ele a Palavra, a última Palavra:

“Não tenhais medo!”

(Mt 10,26-33). 



PS: apropriado para reflexão da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 10, 24-33; Mt 14,22-33; Mc 4,35-41; Lc 21,5-19; Jo 6,16-21)

Permaneçamos confiantes e firmes na fé

                                                                       


Permaneçamos confiantes e firmes na fé

Jesus respondeu: Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente!” 

Na terça-feira da 34ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 21, 5-11), em que refletimos sobre a necessária fé, para que nos mantenhamos firmes na espera do Senhor que virá gloriosamente, embora não saibamos quando.

O discípulo missionário do Senhor, na espera do Senhor que vem, deve manter-se em permanente vigilância, sem jamais dar ouvidos às vozes que dizem “sou eu” e “o tempo está próximo”.

Não obstante a insegurança cósmica que vivemos, inquietações de ordem política, econômica, saúde e outras tantas, é preciso manter-se sempre firmes na fé, e esta firmeza consiste na certeza de que não estamos sós, pois Ele, Jesus Cristo, caminha conosco e nos comunicou o Seu Espírito, para continuarmos a Sua missão na construção do Reino de Deus.

Não podemos nos iludir na espera de um final feliz, como num romance:

“Na perspectiva da terra, o fim será um fracasso; pressupõe provavelmente solidão a respeito dos antigos amigos e dos membros do grupo familiar que busca o êxito ou o progresso nesta vida; pressupõe dificuldades a respeito dos poderes deste mundo, que sempre desconfiam de quem anuncia outras verdades e exigências; parece que as leis da natureza e da história se riem da ilusão e da utopia do cristão”. (1)

Vivendo o tempo presente, continuemos peregrinando na fé convictos de que:

“Nada de Jesus está perdido com a Páscoa; nada do cristão pode perder-se no caminho da sua cruz e do seu fracasso, pois a vida da Páscoa devolve-lhe tudo, vitorioso e transformado”. (2)

Finalizando o ano Litúrgico, renovemos a graça de sermos discípulos missionários do Senhor, empenhando-nos decididamente no testemunho cristão, a fim de que sejamos merecedores de contemplar a face gloriosa de Deus, quando de nossa Páscoa.

 

(1)         Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – Palheira – p.1193

(2)         Idem

Quando chegarmos à fonte, veremos a Luz

 


Quando chegarmos à fonte, veremos a Luz

Sejamos enriquecidos pelo Tratado sobre João, escrito pelo bispo Santo Agostinho, (Séc. V):

“Nós, cristãos, em comparação com os infiéis, já somos luz; porque, como diz o Apóstolo: Outrora éreis trevas; agora, luz no Senhor. Andai como filhos da luz (Ef 5,8). E em outro lugar: Passou a noite, o dia se aproximou; rejeitemos, pois, as obras das trevas e revistamos as armas da luz; como em pleno dia caminhemos com dignidade (Rm 13,12-13).

Todavia, em comparação com aquela luz a que chegaremos, ainda é noite até mesmo o dia em que estamos. Ouve o apóstolo Pedro, quando do magnífico esplendor desceu até ele a voz dirigida a Cristo Senhor: Tu és meu Filho muito amado, em que pus minhas complacências. Esta voz, continua, nós a ouvimos vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo (2Pd 1,17-18).

Já que, porém, nós não estivemos lá e não ouvimos então esta voz do céu, o mesmo Pedro nos fala: E a palavra profética se tornou mais segura para nós; fazeis bem em dar-lhe atenção como a uma lâmpada em lugar escuro, até que brilhe o dia e a estrela da manhã desponte em vossos corações (cf. 2Pd 1,19).

Quando, pois, vier nosso Senhor Jesus Cristo e, segundo diz o apóstolo Paulo, iluminar tudo quanto se oculta nas trevas e manifestar os pensamentos do coração, para que receba cada um de Deus seu louvor (1Cor 4,5), então num dia assim não haverá mais necessidade de lâmpadas: não se lerá mais o profeta, não se abrirá o volume do Apóstolo, não buscaremos o testemunho de João, não precisaremos do próprio Evangelho. Portanto, todas as Escrituras serão retiradas do centro onde, na noite deste mundo, elas se acendiam como lâmpadas a fim de não ficarmos nas trevas.

Afastadas todas estas luzes, não tendo mais de brilhar para nós, indigentes, e dispensando o auxílio que por esses homens de Deus nos era dado, vendo conosco aquela verdadeira e clara luz, o que é que veremos? Onde nosso espírito irá alimentar-se? Por que se alegrará com o que vê? Donde virá aquele júbilo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem subiu jamais ao coração do homem? (cf. 1Cor 2,9). O que é que veremos?

Eu vos peço: amai comigo, correi crendo comigo, desejemos a pátria celeste, suspiremos pela pátria do alto, sintamo-nos como peregrinos aqui. Que veremos então? Responda o evangelho: No princípio era o Verbo e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1,1). No lugar de onde te banhou o orvalho, chegarás à fonte.

Aí, de onde o raio de luz, indiretamente e como por rodeios, foi lançado a teu coração tenebroso, verás a luz sem véus; vendo-a, recebendo-a, serás purificado. Caríssimos, diz João, somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que seremos; sabendo que, quando aparecer, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal qual é (1Jo 3,2).

Percebo que vossos sentimentos sobem comigo para as alturas, mas o corpo corruptível pesa sobre a alma; e a habitação terrena com a multiplicidade dos pensamentos oprime o espírito (Sb 9,15). Também eu irei deixar de lado este livro, saireis também vós, cada um para sua casa. Sentimo-nos bem na luz comum, muito nos alegramos, exultamos de verdade; mas, ao afastar-nos uns dos outros, dele não nos afastemos.” (1)

Aspiramos alcançar a eternidade, e um dia chegarmos à Fonte Divina da Luz, o céu, e então veremos a Luz.

Por ora, peregrinando longe do Senhor, com Ele sempre presente, é tempo de irradiarmos Sua luz pela palavra e pela vida em todos os âmbitos de nossa vida (cf. Mt 5,13-16).

 

(1) Liturgia das Horas – Volume IV - Tempo Comum – pp. 518-519

Alegres discípulos missionários do Senhor

                                                         

Alegres discípulos missionários do Senhor

Na terça-feira da 34ª Semana do Tempo Comum, ouvimos passagens do Evangelho (Lc 21,5-11), em que Jesus nos fala das provações e perseguições que os discípulos haveriam de enfrentar, quando de Sua partida, até à Sua gloriosa volta. 

Apresentamos algumas atitudes que devem marcar a vida do discípulo missionário do Senhor:

1 - Lutar cotidianamente pelos valores que a fé nos ensina, que se contrapõem aos valores que o mundo nos apresenta, por isto pode ser perseguido, odiado e muitas vezes acompanhado da morte.

2 - Acreditar e desejar ardentemente a vida eterna que traz o imperativo do assumir o Projeto de Deus e os valores do Reino dos céus e lutar constantemente por eles.

3 - Não temer a perseguição, desafiando até mesmo a morte, porque sabe que nada o separará da vida, e, tão somente na fidelidade ao Senhor, tem vida plena e abundante e a eternidade como assegurada recompensa.

4 - Experimentar a verdadeira libertação, que é fruto de dois elementos importantes: o compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus e com a comunidade à qual pertence; e a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história da humanidade.

5 - Lutar constantemente pela transformação da realidade na qual está inserido, tendo como critério e luminares os valores do Evangelho.

6 - Construir um processo histórico verdadeiramente libertador, assumindo compromisso social e comunitário com o Reino de Deus.

7 - Não colocar na realidade material (bens que passam) o sentido final da vida e a causa da felicidade, pois o mundo material é transitório e só encontra o seu verdadeiro sentido enquanto é relacionado com o definitivo (bens que não passam).

8 - Discernir quais são os valores eternos que garantem a verdadeira alegria e a plena realização dos valores transitórios (mutáveis) que dão felicidade, mas não para sempre.

9 - Reconhecer os sinais dos tempos na ótica da fé, atentos aos apelos do Reino de Deus, assim como descobrem a presença de Jesus na própria história e de todos.

10 - Ter a Palavra de Jesus como critério fundamental e indispensável não somente para a interpretação dos acontecimentos, mas para uma intervenção nestes, a fim de que a realidade corresponda aos desígnios divinos.

11 - Embora viva numa realidade marcada por preocupações constantes, não deixar que estas sejam o centro da própria vida, ao contrário, a centralidade de Jesus na vida, nas escolhas, na orientação dos pensamentos é força salutar para a superação de quaisquer dificuldades e não se deixar sucumbir diante das preocupações e angústias do cotidiano.

12 - Criar momentos de encontro com Deus e o fortalecimento da comunhão e amizade com Ele, dedicando tempo à oração, de modo especial através da Leitura Orante, deixando-se interpelar pela Palavra Divina, dela se alimentando e a vida iluminando.

13 - Jamais se fechar no próprio mundo e tão pouco deixar-se escravizar por absolutamente nada que lhe roube a sobriedade, a felicidade verdadeira e a paz.

14 - Aberto ao sopro do Espírito, permanecer firme para ter vida plena agora e na passagem pela morte inevitável, um dia a eternidade.

15 - Peregrino longe do Senhor com Ele tão perto, sentir Sua divina presença na Ceia do Senhor, ativa, consciente e piedosamente celebrada para uma vida fecunda de amor, partilha, doação, entrega de si mesmo em favor da Boa Notícia do Reino.

16 - Não viver à margem da vida, com suas alegrias e tristezas, angústias e esperanças. Sendo assim, sua inserção e a participação na vida das pessoas e das famílias, é fundamental, pois assim fez Jesus, assim também tem que fazer os Seus discípulos, como insistiu o Concílio Vaticano II, sobretudo no parágrafo n.1 da “Gaudium et Spes”.

17 - Discernir sempre para pautar a sua vida na “sabedoria de Deus” e não na “sabedoria do mundo.

18 - Ser sinal e instrumento de um Amor exigente, porque se funda e se nutre no Amor Trinitário, que se expressa na misericórdia, com feições de amor, testemunhado em gestos incontáveis de caridade.

19 - Embarcar numa aventura de amor que dá sentido à vida, o que nos torna cúmplices e instrumentos nas mãos de Deus, para que construamos um mundo novo, de homens e mulheres livres e felizes.

20 - Revelar, com gestos e palavras, a misericórdia divina, sobretudo na prática das obras de misericórdia corporais e espirituais, porque encontrou Jesus e O encontrando, viu n’Ele o rosto radiante da misericórdia.

Concluindo: o discípulo missionário do Senhor comendo do Pão da Eucaristia, bebendo do Cálice do Senhor, refaz suas forças, levanta e caminha até que possa alcançar a graça da participação do Banquete Eterno, de tal modo que, é preciso perseverar na fé, nutrir a esperança e multiplicar os sinais do Amor de Deus no mundo. Amém.

Fé e Esperança no Senhor

                                                         

Fé e Esperança no Senhor

Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados,
porque muitos virão em meu nome, dizendo:
 ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’.
 Não sigais essa gente!"
                        
Com a Liturgia da terça-feira da 34ª Semana do Tempo Comum, refletimos sobre o sentido da História da Salvação e para onde Deus nos conduz: um mundo marcado pela felicidade plena e vida definitiva.

É preciso que renasça em nós a esperança, para que dela brote a coragem para o enfrentamento das dificuldades, provações próprias na construção do Reino de Deus.

A passagem do Evangelho proclamada (Lc 21, 5-11) retrata a aproximação do final da caminhada de Jesus para Jerusalém. E no Templo de Jerusalém que realiza o Seu último discurso público acerca do cumprimento da Sua vida e da História inteira.

Na fidelidade ao Senhor, a Igreja, na realização de sua missão, também poderá sofrer dificuldades e perseguições, mas precisa manter-se confiante e perseverante.

Podemos falar em três tempos:

 O tempo da presença de Jesus e Sua missão, seguido da destruição do Templo alguns anos mais tarde;

 O tempo da missão da Igreja; 

 O tempo da vinda do Filho do Homem.

Enquanto aguardamos a segunda vinda do Senhor, Ele nos alerta para que não nos deixemos enganar por falsos pregadores (21,8); haverá catástrofes, terremotos, fome, epidemias (21,10-11), mas ainda não será o fim do mundo; assim como as perseguições serão inevitáveis para os que n’Ele crerem (21,12).

Por causa do Nome do Senhor Jesus, Seus discípulos serão levados aos tribunais e às “sinagogas”, na presença de reis e lançados nas prisões. Mas contarão sempre com a força de Deus para enfrentar os adversários e as dificuldades:

“Quem segue a Cristo poderá encontrar dificuldades, mesmo no seio da própria família; aderir a Jesus, de fato, muitas vezes comporta uma ruptura com as próprias tradições, e conflitos com o ambiente de onde se provém, a ponto de incorrer na denúncia dos próprios familiares (21,16-17). (1)

Nesta vigilância ativa e no testemunho dado é que a comunidade vivificará a fé, reencontrará a intimidade com Jesus, superará todo medo e alcançará a vida eterna plena e feliz: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (21,19).

“A coragem de resistir sob a pressão do mundo (mesmo para nós hoje) é condição importante para sermos verdadeiros discípulos de Jesus, dispostos a segui-Lo até a Cruz. É aí que Cristo reina! Assim nos preparamos para a Solenidade de Cristo Rei” .(2)

Considerando que “Toda a Igreja é missionária, em virtude da mesma caridade com que Deus enviou Seu Filho para a Salvação de todos os homens. E única é sua missão, a de se fazer próxima de todos os homens e todos os povos, para se tornar sinal universal e instrumento eficaz da paz de Cristo (RdC 8)” (3), ao término de mais um Ano Litúrgico, é tempo de avaliarmos e projetarmos uma nova caminhada.

Reflitamos: 

 Qual foi o testemunho de fé que demos ao longo desta caminhada litúrgica?

 Tenho permanecido firme na fé, ou tenho vacilado em alguns momentos?

 Diante das dificuldades que marcam a vida de cada um e da história, confio em Deus para enfrentá-las?

 Qual esperança cultivo no coração?

 Como estou preparando a segunda vinda do Senhor?

 Quais os reais compromissos com o Reino que multiplico, como expressão de uma vigilância ativa?

 Como tenho consumido o tempo na espera do Senhor que vem?

Renovemos nossos compromissos com Deus e permaneçamos firmes na fé, com sede de eternidade.

Oremos: 

“Ó Deus, princípio e fim de todas as coisas,
Que reunis a Humanidade no Templo vivo do Vosso Filho,
Fazei que através dos acontecimentos,
Alegres e tristes deste mundo,
Mantenhamos firme a esperança do Vosso Reino,
Com a certeza de que, na paciência,
possuiremos a vida. Amém.”  (4)

    
(1) (2) – Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - p. 807. 
(3) – Missal Dominical - p. 1296.
(4) – Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - p. 809.

Em poucas palavras...

 


A serenidade e o ardor...”

“A serenidade e o ardor devem caracterizar os cristãos no cumprimento das suas tarefas diárias. Cada liturgia, especialmente a da Eucaristia, é uma nova visita de Deus. Cada domingo é um ‘Dia do Senhor’ e o Ano Litúrgico uma série ininterrupta de domingos.” (1)

 

 

(1)             Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Editora Paulus – Lisboa – 2012 – pág.2250 – Passagem do Evangelho – Lc 21,5-19

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

                                               

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

A Pastoral de Conjunto ou Pastoral Orgânica é fruto de um longo caminho, de modo especial, iniciado com a realização do Concílio Vaticano II, portanto, não se trata de uma nova pastoral a ser implantada na Igreja, nem uma Pastoral específica.

É muito mais uma nova mentalidade, um espírito novo que norteia a ação evangelizadora das dioceses, e com isto o esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios na ação evangelizadora.

Uma de suas preocupações é a promoção da unidade na Igreja, estabelecendo o alicerce da estrutura pastoral fundamentada numa espiritualidade de comunhão. Evidentemente que na busca da unidade não se trata de abafar a criatividade nem extinguir a ação do Espírito Santo.

É preciso que cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e objetivos específicos, coloque-se  em sintonia com as metas que a Igreja com um todo deseja alcançar.

A Pastoral de Conjunto não tem como objetivo a padronização das pastorais, tão pouco a desfiguração da  variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades.

Já em 1966, a CNBB elaborou o primeiro “Plano de Pastoral de Conjunto” (1966-1970), que propunha seis “linhas de trabalho”, atualmente conhecidas como “dimensões”: Dimensão Comunitária e Participativa; Dimensão Missionária; Dimensão Bíblico-Catequética; Dimensão Litúrgica; Dimensão Ecumênica do Diálogo Religioso; Dimensão Sócio-Transformadora. Atualmente falamos em urgências da Evangelização, como temos falado neste espaço.

O Episcopado latino-americano (em Puebla – 1979) assim definiu a Pastoral de Conjunto: é a ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus.

Em 2007 (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe) reforça a necessidade de uma Pastoral Orgânica (n. 99, 169, 198, 371, 401):

A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. Ele deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa, de maneira que a variedade de carismas, ministérios, serviços e organizações se orientem no mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território...” (n. 169).

E ainda diz – “O Projeto Pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje com ‘indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades, e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos” (n. 371).

Com isto temos o fortalecimento dos Conselhos de Pastorais como instrumento articulador da evangelização; onde se estuda e se aplica os planos pastorais das dioceses; sem interpretações pessoais, subjetivismo e espontaneismo; não há lugar para o espírito de “grupismo”, isolamento.

Evidentemente que requer avaliação, planejamento, com a abertura da iluminação do Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Evangelização, porque um plano pastoral por mais perfeito que seja pode resultar em nada, se o espírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, o Bom Pastor, que vai ao encontro da ovelha perdida (Lc 15), numa Igreja verdadeiramente missionária e em “saída”, como nos diz o Papa Francisco.

Concluindo, reiteramos que a  “PASTORAL DE CONJUNTO” ou “PASTORAL ORGÂNICA” são nomes que damos ao esforço de todos os batizados, verdadeiros discípulos missionários do Senhor (papa, bispos, padres, religiosos/as, cristãos leigos/leigas, seminaristas...) que se colocam juntos, com carismas e dons próprios, o ministério a serviço do anúncio e do testemunho da Boa-Nova do Evangelho, que deve ser anunciado a todos os povos e em todos os lugares.

Presbítero: servo do amor e do perdão

                                                     

Presbítero: servo do amor e do perdão

“Vós sois os Ministros da Eucaristia, os dispensadores da misericórdia divina no Sacramento da Penitência, os consoladores das almas, os guias de todos os fiéis nas tempestuosas dificuldades da vida”

Renovai, Senhor, Vos pedimos,
A chama no coração de cada Presbítero,
Para que, como ministros Vossos,
Garantam ao Povo confiado
O Pão da Palavra e da Eucaristia:

Palavra para iluminar o caminho,
Pão da Eucaristia para fortalecer o caminhar,
A cruz   cotidiana com fidelidade carregar,
Na construção do Vosso Reino,
Com alegria e coragem, participar, e
Com a Luz do Vosso Espírito, confiar.

Iluminai, Senhor, Vos suplicamos,
Para que tenham o coração semelhante ao Vosso
Coração de Bom Pastor, e sejam zelosos
Dispensadores da misericórdia divina
Celebrando e vivendo o Sacramento da Penitência,
Com palavras certas em horas difíceis e desoladoras,

Para que consoladores das almas sejam,
Guiando os fiéis nas tempestuosas dificuldades da vida,
Apontando para Vós, que tão apenas
Palavra Eterna sois e sempre z possuís,
E assim a ninguém mais recorra
Mas tão somente a Vós. Amém.



Fonte: João Paulo II Pastores Dabo Vobis 4

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