sábado, 8 de novembro de 2025
Fortaleçamos os “pilares” da comunidade
Templo e templos: Mesmo amor e zelo tenhamos!
Reflitamos:
Santidade e Templo
Santidade e Templo
Reflexão sobre a purificação do templo pelo Senhor e a indissociável relação entre santidade e templo.
Santidade precisa ser vivida, como assim desejou e nos exortou o Senhor: “Sejam perfeitos como é perfeito seu Pai, que está nos céus” (Mt 5,48).
Santidade que se destina a todas as pessoas, como tão bem expressou a “Lumen Gentium”: “Todos, pois, na Igreja, quer pertençam à hierarquia ou sejam por ela conduzidos, são chamados à santidade, conforme a palavra do Apóstolo: ‘A vontade de Deus é que sejam santos’ (1Ts 4,3, Ef 1,4).
A santidade da Igreja se manifesta de direito e de fato nos muitos variados frutos da graça, que o Espírito faz brotar nos fiéis, quando tendem para a perfeição do amor em suas vidas” (n.39).
Na purificação do templo (Jo 2,13-25), Jesus Se apresentou como o Templo de Deus, que é o Seu próprio corpo, e todo aquele que n’Ele for batizado, viver e crer, faz parte deste Templo, pois Ele quis fazer de cada pessoa uma morada Sua, em quem podemos encontrá-Lo (Mt 25, 31-46).
A santidade implica em sentir-se pertencente a este Templo, colocando toda a existência a serviço por amor ao próximo, como expressão máxima da adoração e amor a Deus sobre todas as coisas, com toda a alma, força, coração e entendimento.
Amando a Deus, cumpriremos o primeiro Mandamento na ordem do preceito, e, amando ao próximo, estaremos cumprindo o primeiro na ordem da execução, como nos falou o Bispo Santo Agostinho.
Neste sentido, encontramos inspiração nos testemunhos de tantos Santos e Santas, que viveram a santidade, alimentando-se no Templo do Senhor, mas prolongando a sua espiritualidade Eucarística na vivência da Palavra proclamada, no serviço ao outro.
Santidade também implica em não fecharmos nossos olhos e ouvidos para o mundo no qual estamos inseridos, na completa realidade social, de modo que uma fé autêntica não se omite diante das questões sociais.
Urge participar dos diversos espaços de expressão de cidadania, a fim de que aqueles que detêm o poder coloquem em prática a política na sua máxima expressão e grandeza: a promoção do bem comum.
A santidade é fragilizada, manchada, quando não nos comprometemos para que a política cuide de cada cidadão, respeitando e promovendo a sua dignidade, da concepção ao seu declínio natural.
Quando a santidade anda de mãos dadas com a sacralidade do Templo, vemos no outro um templo sagrado, e tornamos nossa fé ativa, nossa caridade esforçada e mais firme, sólida e frutuosa a nossa esperança (cf. 1 Ts 1, 3).
Membros da Igreja, pedras vivas e escolhidas que somos, temos que ser no mundo sinal de santidade, pautando nossa vida pelos valores da verdade, justiça, liberdade, fraternidade e impelidos pelas virtudes divinas, sendo a mais importante, a virtude divina do amor, porque é eterna (cf. 1Cor 13, 8).
No empenho constante no crescimento da santidade, cuidando do Templo e dos templos, exorto, de modo especial, os Agentes das diversas Pastorais, Movimentos e Serviços, para que, com a luz do Santo Espírito, façam a revisão do caminho trilhado na evangelização; avaliem com serenidade, à luz da Palavra de Deus e da Exortação do Papa “Evangelii Gaudium”, os objetivos, métodos e estratégias, para que sejamos uma Igreja que não fica confortavelmente dentro das paredes do Templo, mas, como Igreja em saída, vá ao encontro dos templos que clamam por uma Palavra de amor, vida, alegria e paz.
Amando a Deus e ao próximo, vivamos a santidade em estreita e inseparável relação com o Templo e os templos.
As quatro portas do Templo
(criam comunhão e identidade);
Em poucas palavras...
Templo: lugar do encontro com Deus
Jesus
subiu ao templo como quem sobe ao lugar privilegiado de encontro com Deus.
O templo é
para Ele a casa do seu Pai, uma casa de oração, e indigna-Se com o facto de o
átrio exterior se ter tornado lugar de negócio (Mt 21,13).
Se expulsa
os vendilhões do templo é pelo amor zeloso a seu Pai: «Não façais da casa do
meu Pai casa de comércio». «Os discípulos recordaram-se de que estava escrito:
"O zelo pela tua casa devorar-me-á" (Sl 69, 10)» (Jo 2,
16-17).
Depois da
ressurreição, os Apóstolos guardaram para com o templo um respeito religioso (At
2,46; 3.1; 5,20-21; etc).” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 584
Em poucas palavras...
“Cristo é o verdadeiro Templo de Deus”
“Cristo é
o verdadeiro Templo de Deus, «o lugar em que reside a sua glória»; pela graça
de Deus, também os cristãos se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas
com que se constrói a Igreja.” (1)
(1)
Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo n. 1197
Comunidades em permanente conversão
Comunidades em permanente conversão
Na passagem da
Carta de Paulo aos Coríntios, (1 Cor 3,9c11.16-17), o Apóstolo Paulo afirma
que os cristãos são o templo de Deus onde reside o Espírito, e assim precisam
viver uma nova dinâmica.
Em Corinto, cidade
nova e muito próspera, servida por dois portos de mar, com característica de
cidades marítimas, com população de todas as raças e religiões, também tinha
comportamentos inapropriados.
É neste contexto
que temos a comunidade de Corinto, uma comunidade viva e fervorosa, mas não
livre destas influências, com a necessidade de aprofundar a sua vivência na
lógica de Deus, sem partidos, divisões, competições, e incoerências, dando
melhor testemunho de Deus, vivendo a sabedoria de Deus que consiste na “loucura
da Cruz”.
Como Edifício de
Deus, animadas pelo Espírito, precisa fortalecer os vínculos de fraternidade e
unidade, vivendo uma dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da
partilha, do serviço, da obediência a Deus em favor dos irmãos, num autêntico
testemunho.
Urge que nossas
comunidades cresçam em fraternidade, solidariedade, para o testemunho da
“loucura da Cruz”, com gestos concretos de amor, de partilha, de doação, de
serviço, evitando todo tipo de fragmentação, divisão, contradições, e jamais
sobrepor os interesses e vaidades pessoais.
Vivendo a
“sabedoria de Deus”, não rompam as relações de fraternidade na busca do poder;
a tentação do prestígio e reconhecimento social; discernindo quais são os bens
perecíveis e secundários.
Deste modo, em
permanente atitude de conversão, serão sinal e luz diante da “sabedoria” do
mundo, irradiando a verdadeira e eterna luz divina.
Que nosso coração seja puro e luminoso
“Celebramos hoje, irmãos diletos, com exultação jubilosa e com a Bênção de Cristo, o natalício deste templo. Nós, porém, é que temos de ser o verdadeiro templo vivo de Deus. Todavia é com muita razão que os povos cristãos observam com fé a solenidade da Igreja-mãe, por quem reconhecem ter nascido espiritualmente. Pois pelo primeiro nascimento éramos vasos da ira de Deus; pelo segundo, foi-nos dado ser vasos da Sua misericórdia. O primeiro nascimento lançou-nos na morte; e o segundo, chamou-nos de novo à vida.
A festa, que a princípio era celebrada apenas em Roma, passou a ser festa universal no rito romano, em honra dessa Igreja chamada 'Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e de todo o mundo' (Urbis et orbis), como sinal de amor e de unidade para com a Cátedra de São Pedro. A história desta Basílica evoca a chegada à fé de milhares de pessoas que ali receberam o Batismo”.
Tomemos consciência de nossa condição pecadora e na acolhida da misericórdia e luz divinas que nos purificam e nos iluminam, e também para que nos tornemos menos impuros para acolhida de Deus em nós, uma vez que o Batismo nos torna templos de Deus.
Acompanhe-nos, todos os dias, a Oração, a vigilância, a conversão e a penitência para que sejamos pedras vivas na Igreja, tendo Cristo como a Pedra principal, e os Apóstolos como seus fundamentos.
Em poucas palavras...
Igreja: templo do Espírito Santo
“A Igreja é o Templo do Espírito
Santo. O Espírito é como que a alma do Corpo Místico, princípio da sua vida, da
unidade na diversidade e da riqueza dos seus dons e carismas.” (1)
(1)
Catecismo da Igreja Católica
– parágrafo n. 809
Em poucas palavras...
Cristãos: templo do
Espírito Santo
“«Justificados pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo
Espírito do nosso Deus» (1 Cor 6, 11),
«santificados e chamados a serem santos» (1 Cor 1,2) os cristãos tornaram-se
«templo do Espírito Santo» (1 Cor 6, 19).
Este, que é o «Espírito do Filho», ensina-os a orar ao Pai (Gl
4,6) e, tendo-Se feito vida deles, impele-os a agir (Gl 5,25) para produzirem
os frutos do Espírito (Gl 5,22) mediante uma caridade ativa.
Curando as feridas do pecado, o Espírito Santo renova-nos
interiormente por uma transformação espiritual (Ef 4,23), ilumina-nos e
fortalece-nos para vivermos como «filhos da luz» (Ef 5, 8) «em toda a
espécie de bondade, justiça e verdade (Ef 5, 9).” (1)
(1)
Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1695
Em poucas palavras...
Somos templos do Espírito Santo
“O Batismo
não somente purifica de todos os pecados, como faz também do neófito «uma nova
criatura» (2 Cor 5,17), um filho adotivo de Deus (Gl 4,5-7), tornado
«participante da natureza divina» (2 Pd
1,4), membro de Cristo (1 Cor 6,15; 12,27) e co-herdeiro com Ele (Rm
8,17), templo do Espírito Santo (1 Cor 6,19).” (1)
(1)
Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo n. 1265
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
O soar do sino pelo cortejo da vida
O soar do sino pelo cortejo da vida
À
tarde, como naquela tarde memorável dos discípulos de Emaús, ele veio,
estilhaçado pela dor e pelo pranto, da páscoa de quem tanto se amou.
Olhou-me
com olhar suplicante, não na esperança de uma volta, mas uma palavra para curar
a dor cortante que deixa quem partiu cedo demais.
Sempre
cedo demais será a partida de quem se amou em vida passageira.
Sem
pseudos-remorsos, certos de que se fez o humanamente possível.
Passamos
pelas páginas do Evangelho e pela ação humana e divina de Jesus.
Tão
humana, marcada pela compaixão; tão divina, com poder sobre a morte.
Com
a ressurreição do filho da viúva de Naim, inaugura o cortejo da vida.
Com
a ressurreição da filha de Jairo nos devolve a vida e nos põe a caminho.
A
ressurreição do amigo Lázaro, precedida de momentos de dor, compaixão, lágrimas
da face do Senhor, a amizade chorada e a vida devolvida.
Jesus
Cristo, nós Cremos, é a Ressurreição e a vida, e todo o que n’Ele crer
Não
morrerá para sempre, à Marta e à nós Sua Palavra eternizou. Aleluia.
E
com ele trocamos últimas palavras com olhares de esperança renovados:
O
Senhor sempre nos mostra outra possibilidade, pois para Ele nada é impossível.
Ele
sempre nos coloca de pé, e nos aponta um caminho a percorrer,
Não
com facilidades, mas único caminho de felicidade que passa pela Cruz.
E
assim concluímos fazendo um sagrado compromisso, gravado em papel
frágil que se decompõe, mas no coração gravado, eternizado.
Lá
fora, na capela, os sinos dobraram, na melodia de nossa conversa,
E,
se pudesse traduzir em palavras seu som a soar pelas ruas e praças:
“Não
deem passos cambaleantes nos cortejos da morte sem esperança,
Firmem
seus passos no cortejo do Caminho, Verdade e Vida: Jesus. Amém.”
PS:
Passagens do Evangelho:
-
Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,21-43, Mt 9,18-26; Lc 8,40-56
-
Ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17)
-
Ressurreição da Lázaro – (Jo 11, 1-46)
-
Discípulos de Emaps – Lc 24,13-35
-
Jesus é o Caminho, Verdade e Vida – Jo 14,6
Não desistir diante das provações
Não desistir diante das provações
Diante da história de todos nós, com suas páginas de provações, tribulações, dificuldades, tropeços e inquietações, como fazer a necessária superação?
Precisamos, a partir da fé, escrever novas páginas de paciência, esperança, perseverança, perfeição, integridade e de verdadeira alegria.
Como Igreja Sinodal, peregrinos de esperança, sejamos iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus, que é luz para o nosso caminho (Sl 119,105), no bom combate da fé (2 Tm 4,7-8).
Urge firmar nossos passos, escrevendo páginas de acrisolamento, amadurecimento, aperfeiçoamento, vivendo o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, para com Ele Ressuscitar, e com Ele, sermos mais que vencedores:
– “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus” (Rm 8,37-39).
O Apóstolo São Paulo também nos ajuda neste santo propósito, como peregrinos do Senhor que somos:
- “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não decepciona, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,1-5).
Por fim, acolhamos e aprofundemos nossa reflexão, à luz das palavras do Apóstolo São Tiago:
- “Meus irmãos, quando deveis passar por diversas provações, considerai isso motivo de grande alegria, por saberdes que a comprovação da fé produz em vós a perseverança. Mas é preciso que a perseverança gere uma obra de perfeição, para que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma.” (Tg 1,2-4)
Nota-se um itinerário que o cristão precisa percorrer, na vivência da fé:
1º - A provação, como motivo de grande alegria;
2º - A comprovação da fé;
3º - A perseverança na fé;
4º - A geração da obra de perfeição;
5º - A perfeição e integridade (sem falta ou deficiência alguma).
Concluindo, vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o caminho da perfeição que devemos trilhar:
“O caminho da perfeição passa pela Cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças.” (1)
Façamos as renúncias necessárias, tomemos nossa cruz de cada dia e sigamos o Senhor (cf. Lc 9,23), cujo fardo é leve e o jugo é suave (cf. Mt 11,28-30), revitalizando-nos com o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, que são os imprescindíveis e divinos Pães de nossa vida, no tempo presente e na eternidade. Amém.
(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 2015




.jpg)



.jpg)
.jpg)



