segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Suplico-Vos, Senhor!

                                                            


Suplico-Vos, Senhor!

Senhor, a Vós, que sois a Palavra que Se fez Carne,
suplico-Vos:

Vós, que sois a Divina Fonte de Água Viva da humanidade,
Dai-me, neste dia, a água cristalina que possuís
Para a sede de minha alma saciar.

Vós, que sois a Luz que não se apaga, 
que ilumina a escuridão do viver,
Dai-me o colírio da fé para minha cegueira curar.

Vós, que sois a Ressurreição e a Vida plena,
Fortalecei-me para enfrentar os sinais de morte.
Suplico-Vos, Senhor, porque em Vós eu piamente creio. 

Esperança, caridade e paciência

                                                       

Esperança, caridade e paciência

"Entretanto Tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso,
rico em paciência, amor leal e justiça;”

Acolhamos um trecho do Tratado sobre o bem da paciência, do Bispo e mártir São Cipriano, (Séc. III), preparando-nos para o Natal do Senhor.

É este o preceito salvífico de nosso Senhor e Mestre: Quem perseverar até o fim, será salvo (Mt 10,22). E ainda: Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8,31-32).

É preciso ter paciência e perseverar, irmãos caríssimos, para que, tendo sido introduzidos na esperança da verdade e da liberdade, possamos chegar à verdade e à liberdade. O fato de sermos cristãos exige que tenhamos fé e esperança, mas a paciência é necessária para que elas possam dar seus frutos.

Nós não buscamos a glória presente, mas a futura, como também ensina o Apóstolo Paulo: Já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que se vê; como pode alguém esperar o que já vê? Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança (Rm 8,24-25).

A esperança e a paciência são necessárias para levarmos a bom termo o que começamos a ser e para conseguirmos aquilo que, tendo-nos sido apresentado por Deus, esperamos e acreditamos.

Noutro lugar, o mesmo Apóstolo ensina os justos, os que praticam o bem e os que acumulam para si tesouros no céu, na esperança da felicidade eterna, a serem também pacientes, dizendo:

Portanto, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, principalmente aos irmãos na fé. Não desanimemos de fazer o bem, pois no tempo devido haveremos de colher, sem desânimo (Gl 6,10.9).

Ele recomenda a todos que não deixem de fazer o bem por falta de paciência; que ninguém, vencido ou desanimado pelas tentações, desista no meio do caminho do mérito e da glória, e venha a perder as boas obras já feitas, por não ter levado até o fim o que começou.

Finalmente, o Apóstolo, ao falar da caridade, une a ela a tolerância e a paciência. A caridade, diz ele, é paciente, é benigna; não é invejosa, não se ensoberbece, não se encoleriza, não suspeita mal; tudo ama, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Cor 13,4-5). Ensina-nos, portanto, que só a caridade pode permanecer, porque é capaz de tudo suportar.

E noutra passagem diz: Suportai-vos uns aos outros com amor; aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz (Ef 4,2b-3).

Provou deste modo que só é possível conservar a união e a paz quando os irmãos se suportam mutuamente e guardam, mediante a paciência, o vínculo da concórdia”.

Tempo do Advento é para nós o tempo de fecundar o nosso coração, um tempo favorável da espera e transformação de nossa vida, preparando a chegada do Senhor, e assim, com o coração inflamado do Amor de Deus, vivamos os vínculos da concórdia, com maior paciência para enfrentar as adversidades e as contrariedades que eventualmente possam acontecer.

É tempo de nos fortalecermos na prática das virtudes divinas, fazendo progressos na virtude da paciência.

Ela é a virtude do ser humano que consiste na disposição de suportar a adversidade de forma voluntária, enquanto se está à espera de algo, e, como cristãos, estamos na espera do que não vemos.

Caridade acima de tudo, na espera do Senhor que vem, nos fará mais pacientes com o outro e conosco, porque assim é Deus, como rezou o Salmista: Entretanto Tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, rico em paciência, amor leal e justiça.” (Sl 86).

Preparemos com todo zelo e empenho o Natal do Senhor e mantenhamos a paciência nas adversidades próprias da condição humana.

A sagrada missão dos confessores

 


A sagrada missão dos confessores

Vivendo o Ano Jubilar 2025 – “Peregrinos de esperança”, com o lema – “A esperança não decepciona”, assim como o Tempo da Quaresma, é tempo oportuno e recomendável para que procuremos o Sacramento da Penitência, para alcançar o perdão de nossos pecados, acolhidos e envolvidos pela misericórdia divina, viver a vida nova como batizados, discípulos missionários do Senhor.

Oportuno retomarmos o parágrafo n. 17 da Bula “Misericordiae Vultus”, quando o Papa Francisco proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia (8/12/2015-20/11/2016), no qual nos fala da importância e sagrada missão dos confessores:

“Não me cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa.

Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão.

Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva.

Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis.

Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens.

Os confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites.

Não hão-de fazer perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão.

Em suma, os confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia.”

Destaco algumas considerações feitas pelo Papa sobre ser confessor:

-  Ser confessor não se improvisa, e ele deve ser um sinal da misericórdia do Pai;

-  é, também, um penitente em busca do perdão;

- participa da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva;

-  é alguém que recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; por isto grande é a sua responsabilidade;

- não é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. 

- deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens;

- é chamado a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por tê-lo reencontrado;

- não se cansa de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites;

- saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão.

Elevemos a Deus orações pela missão de nossas padres nos ministérios, para que sejam instrumentos de santificação do Povo de Deus, e um dos meios, é o Sacramento da Penitência.

Vivamos o Sacramento como expressão da Misericórdia divina, que nos renova, nos reconcilia, para que sejamos uma nova criatura, com Deus e com os irmãos, reconciliados.

Perdão de Deus recebido, perdão para com o próximo vivido, como rezamos na oração do “Pai-Nosso”, a Oração que o Senhor nos ensinou, – “Pai nosso que estais nos céus... perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...” Amém.

Advento: oremos por todas as famílias

                                                 

Advento: oremos por todas as famílias

“Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
(Mc 10,9)

Uma reflexão sobre o Matrimônio, à luz da passagem do Evangelho de São Marcos (Mc 10,1-12), em que Jesus ratifica a  indissolubilidade matrimonial (a saber, as outras são: unidade e abertura à fecundidade).

Contamos que ontem (no tempo de Jesus), como hoje, há uma “espécie de ar de Inverno” soprando contra o Matrimônio (1).

Iluminador o comentário do Lecionário Comentado sobre o Matrimônio, à luz da fé:

“O Matrimônio do crente não exclui, portanto, ‘a priori’, incompatibilidades de caráter, erros na escolha do cônjuge, dificuldades com os filhos, nervosismos, doenças, aborrecimentos... mas experimenta em tudo isto a presença e a ajuda de Cristo.

Ele dá forças, conforto e esperança. Quem se reveste deste espírito nos dias felizes, poderá continuar a viver desta mesma esperança nas horas difíceis da prova.

E isto como a ‘criança’ que nos braços da mãe se sente segura, porque sabe acolher na transparência e na proximidade tudo o que lhe reserva a vida, certa do amor materno que a envolve.”

Seja o Tempo do Advento, tempo de vigilância e oração, sobretudo oração pela santificação matrimonial, a fim de que nossas famílias sejam santificadas e resplandeçam a luz divina, em relações de amor, ternura e bondade, em preparação à grande Festa do Natal do Senhor.

Oremos:

Ó Deus, velai por todos os que se empenham em viver a graça da santidade no Matrimônio, não obstante as dificuldades, para que possam enfrentar o “ar de Inverno”, que teima em soprar para apagar a chama do primeiro amor.

Sejam por Vós fortalecidos, confortados  e renovados na esperança, para superar as adversidades, vivendo as propriedades essenciais do Matrimônio.

Acompanhai e assisti aqueles casais que não puderam viver até o fim as promessas feitas diante do altar, mas que sejam acolhidos, acompanhados, sem resquícios de exclusão ou marginalização, tendo sempre como discernimento, na prática pastoral, os ensinamentos da Igreja e seu Magistério.

Conduzi, iluminai e santificai aqueles que se propõem a celebrar o Sacramento do Matrimônio, para que tenham em mente os desígnios Vossos, preparando-se com empenho e profundidade, em permanente vigilância e oração.



(1) (2) – Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – Lisboa – p. 492-493

Advento: rever o caminho feito

                                                            

Advento: rever o caminho feito

Reflexão sobre o Tempo do Advento, em que somos convidados a rever o caminho que estamos fazendo, como peregrinos da esperança:

“A Eucaristia proporciona aos cristãos a oportunidade de provar seu universalismo e recusar uma separação entre ‘fracos’ e ‘fortes’, uma vez que nesta Mesa o Senhor se oferece por todos. É o ‘vínculo da união’: união com os irmãos, união com Deus em Cristo.

O anúncio da libertação trazida por Cristo suscita uma grande esperança. A nossa geração espera ansiosamente um futuro de liberdade, apesar da fuga de muitos para um passado de recordações, ou para um presente de alienações.

O Povo de Deus mantém viva no mundo esta esperança quando, com os olhos no futuro, vive, no presente de modo a merecer confiança, isto é, com fé, caridade e firme esperança”. (1)

Assim ocorre conosco quando da Mesa da Eucaristia participamos: são fortalecidos os vínculos da união com Deus, mas também entre nós, e isto remete ao cotidiano, na superação de toda a desigualdade, para que se viva maior fraternidade, solidariedade, comunhão e partilha dos bens que passam, movidos pelos bens que não passam, os valores do Reino (amor, verdade, justiça, liberdade, fraternidade, perdão, acolhida, alegria...).

É graça e missão que Deus nos concede de sermos no mundo sinal desta nova realidade, porque são solidificados e revigorados os fundamentos de um novo futuro, as virtudes divinas: fé, Esperança e caridade.

Deste modo, não somamos com os que vivem sentimentos nostálgicos de um passado de possíveis boas recordações, até beirando um saudosismo sem fundamentos, que não tenham sido uma expressão concreta (como que fantasiando o passado), porque cada tempo tem seus desafios, suas dificuldades, provações, enfermidades, carências, tristezas, inquietações, superações e o mistério da cruz que nos acompanha.

Não podemos somar também com os que, no presente, se deixam levar pelas alienações, falsas promessas, messianismos sem consistência, promessas infundadas de felicidade, falsa prosperidade, ledo engano de soluções miraculosas ou mesmo mágicas, procura de respostas fundadas em superstições ou algo que não se justifique, até mesmo contradizendo e nos levando a negar a própria fé e os ensinamentos que devem orientar o rumo de nossa vida, de nossa história.

Devemos fixar nossos olhos no futuro, na espera de um novo céu e uma nova terra, mas com compromissos renovados cotidianamente na construção do Reino de Deus.

O Tempo do Advento é um Tempo fecundo de vigilância, conversão, oração, esperança, e, sobretudo, de nos deixarmos envolver pela misericórdia divina, revelada na Pessoa de Jesus, quando Se encarnou em nosso meio, cujo Nascimento, dentro de poucos dias, haveremos de celebrar.

Deste modo, o Natal não será reduzido a uma noite de comidas e bebidas, troca de presentes e amigo secreto, tão pouco reduzindo a montagem de um presépio, ainda que belo seja.

Natal será rever o passado, com seus erros e acertos, dar rumo novo ao presente, para que um novo amanhecer, num futuro cheio de alegria, vida e paz, possamos crer e esperar.

  
(1) Missal Dominical - Editora Paulus - p.11 

Em poucas palavras...

                                                                   


Somos “iluminados” pelo Batismo

“Os primeiros cristãos chamavam ‘iluminados’ aos que tinham recebido o Batismo; consideravam-nos recém-nascidos, ‘que viram a luz’ na noite da Páscoa.

A partir desse momento já não caminhavam como quem ‘caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegam os olhos’ (1Jo 2,11)” (1)

 

(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – Volume Advento/Natal – Editora Paulus – pág. 76. – comentário da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 9,27-31).

Oração e Penitência: Natal verdadeiro

                                                        


Oração e Penitência: Natal verdadeiro

O Tempo do Advento nos convida a preparar o caminho para o Senhor que veio, vem e virá ao nosso encontro.

O Tempo do Advento é marcado pela vigilância, revisão de vida, preparação do coração para que seja a verdadeira manjedoura a acolher O Menino Jesus, e celebrado piedosa e festivamente no Banquete da Eucaristia na noite de Natal.

A Oração mais intensa, e a procura do Sacramento da Penitência são meios indispensáveis para que tudo isto aconteça, e neste sentido, oportuna é a reflexão que nos oferece o Missal Dominical, para o  nosso aprofundamento, e redescoberta, se preciso for, do valor e da beleza deste Sacramento que nos reconcilia com Deus e com nosso próximo, para que a Luz resplandeça mais fortemente na noite do Natal do Senhor.

“Na linguagem comum o Sacramento da penitência se identifica com ‘confissão’, e é conhecido com esse nome. Na realidade, a confissão é apenas um elemento do Sacramento e não é certamente o primeiro nem na ordem nem na importância.

Há uma mentalidade formalista e exteriorizante a respeito desse Sacramento, dos mais centrais da vida cristã, ameaçada de resvalar lentamente para uma crise perigosa. As motivações variam muito: vão da recusa do confessor distribuidor automático de absolvições à recusa do confessor psicanalista.

A acusação individual dos pecados, seguida a absolvição e de uma leve penitência, é uma solução em geral demasiado fácil e mecânica; só pode ter sentido cristão se for um sinal eclesial de conversão e reconciliação do cristão pecador. Justifica-se, pois repensar da justa forma da penitência e da confissão; tanto deve tornar-se mais autêntico, profundo, vivo e eficaz.

A conversão cristã é uma maturação contínua, um crescimento contínuo sobre si mesmo, em geral um ato difícil, abrir o caminho para Deus na própria carne; sofrimento e desapego do cômodo e do habitual; é mudança de vida levada a sério. Ele expiou na Cruz todos os nossos pecados e depois de Sua Ressurreição confiou à Igreja a faculdade de perdoar os pecados.

A celebração do Sacramento da penitência não pode ser ‘privatizada; é sempre um gesto ao mesmo tempo comunitário e pessoal, como comunitário e pessoal é o pecado. Por isto, em muitas comunidades eclesiais celebra-se, juntos, este Sacramento:

‘É como se a Igreja inteira tomasse sobre si o peso do pecador, cujas lágrimas ele deve partilhar em Oração e na dor’ (Santo Ambrósio).”

No santo propósito de fazer com que nossas paróquias sejam comunidades de comunidades, e uma Igreja em saída, autenticamente missionária, o Tempo do Advento bem vivido, sobretudo com momentos fortes de Oração pessoal, familiar e comunitária, e vivendo a riqueza imensurável do Sacramento da Penitência, envolvidos e renovados pela misericórdia divina, construiremos a civilização do amor, promovendo a cultura da vida e da paz, contrapondo e superando a cultura da morte, do descarte, do individualismo, indiferença e egoísmo que maculam a fraternidade.

Oração e Sacramento da Penitência, vivenciados com autenticidade e genuína espiritualidade, são caminhos para a sólida comunhão, fraternidade e solidariedade, e assim concretizamos o essencial da fé cristã: a vivência do Mandamento do Amor a Deus que é inseparável do amor ao próximo, como nos falou o Senhor.

Oração e Penitência bem vividas, o Verbo de Deus no coração acolhido, então será, de fato, o Natal do Senhor: paz, luz, vida, alegria, amor...

PS: Missal Dominical - Editora Paulus - p.36.

Tempo do Advento: Deus nos fala pelo Seu Filho

                                                   

Tempo do Advento: Deus nos fala pelo Seu Filho

Vivendo o Tempo do Advento, a Igreja nos convida a refletir o Tratado “A subida do Monte Carmelo”, escrito pelo Presbítero São João da Cruz (Séc. XVI).

“O motivo principal por que na antiga Lei eram lícitas as perguntas feitas a Deus, e convinha aos profetas e sacerdotes desejarem visões e revelações divinas, era não estar ainda bem fundada a fé nem estabelecida a Lei evangélica.

Era assim necessário que se interrogasse a Deus e Ele respondesse, ora por palavras, ora por visões e revelações, ora por meio de figuras e símbolos ou finalmente por muitas outras maneiras de expressão. Porque tudo o que respondia, falava e revelava, eram mistérios da nossa fé ou verdades que a ela se referiam ou a ela conduziam.

Agora, já estando firmada a fé em Cristo e promulgada a Lei evangélica nesta era de graça, não há mais razão para perguntar a Deus, daquele modo, nem para que Ele responda como antigamente. Ao dar-nos, como nos deu, o Seu Filho, que é a Sua única Palavra (e não há outra), disse-nos tudo de uma vez nessa Palavra e nada mais tem a dizer.

É este o sentido do texto em que São Paulo busca persuadir os hebreus a se afastarem daqueles primitivos modos de tratar com Deus, previstos na lei de Moisés, e a fixarem os olhos unicamente em Cristo, dizendo: ‘Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, Ele nos falou por meio de Seu Filho’ (Hb 1,1-2). Por estas palavras o Apóstolo dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o Seu Filho.

Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão ou revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: ‘Este é o meu Filho amado, no qual Eu pus todo o meu agrado. Escutai-O!’ (Mt 17,5). Já te disse todas as coisas em minha Palavra. Põe os olhos unicamente n’Ele, pois n’Ele tudo disse e revelei, e encontrarás ainda mais do que pedes e desejas.

Desde o dia em que, no Tabor, desci com meu Espírito sobre Ele, dizendo: ‘Este é o meu Filho amado, no qual Eu pus todo o meu agrado. Escutai-O!’, aboli todas as antigas maneiras de ensinamento e resposta. Se falava antes, era para prometer o Cristo; se me interrogavam, eram perguntas relacionadas com o pedido e a esperança da vinda do Cristo, no qual haviam de encontrar todo o bem – como agora o demonstra toda a doutrina dos Evangelhos e dos apóstolos”.

De fato, Deus nos falou pelo Cristo na plenitude dos tempos, e agora cabe-nos ouvir o Filho amado, “...pois quem diz em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o Seu Filho”.

Façamos do Tempo do Advento, momento favorável para maior e melhor escuta do que Deus tem a nos dizer por meio do Seu Filho, abertos ao sopro do Espírito, que nos revela o amor e os Mistérios insondáveis de Deus.

Seja para nós, portanto, o tempo da escuta e prática da Palavra de Deus, que ricamente é proclamada nas Celebrações Litúrgicas, e em tantos outros momentos que a Igreja nos oferece, dentre eles, as Celebrações Penitenciais, Novenas em preparação ao Natal, grupos de reflexão, ou momentos pessoal de espiritualidade e oração.

Conversão: voltar-se à fonte da vida e do perdão, Jesus

                                                             


Conversão: voltar-se à fonte da vida e do perdão, Jesus

“Em Jesus, o caminho do homem e o
caminho de Deus se encontram.”

Reflitamos sobre a conversão de que tanto se fala.

O Missal Dominical nos apresenta uma riquíssima reflexão rumo ao Natal do Senhor.

É uma “voz” melodiosa que penetra nossa alma para que trilhemos o caminho da maturação, que passa necessariamente pela conversão, pela transformação de nossa vida, palavras, atos, pensamentos e atitudes.

O primeiro enunciado é uma afirmação que nos enche de alegria e esperança: “Todos os homens encontrarão o Deus que salva”

“O Advento é tempo de conversão, tempo para preparar os caminhos do Senhor, para endireitar as veredas, a fim de que chegue o Reino de Deus.

O homem moderno não é muito atento ao tema da conversão a Deus. Diante dos graves desafios que se lhe impõem (fome, ignorância, guerra, injustiça), mobiliza todas as suas energias, abandona até o comodismo, impõe-se uma conversão cotidiana: a conversão do homem a si mesmo.

Mas a conversão a Deus como disponibilidade radical a Ele é renúncia total a si mesmo, deixa-o insensível ou até hostil, porque o coloca diante de sua fraqueza e parece desviá-lo de sua verdadeira tarefa.

O cristão de hoje está consciente do dever de contribuir para a realização do desígnio de Deus e a solução dos problemas do mundo, colaborando na obra da criação, e dando-lhe o melhor de si mesmo.

Mas, em tudo isso, onde se encontra a conversão a Deus? Se os cristãos perdem o senso da conversão a Deus, e se o cristianismo apresenta apenas o aspecto de um humanismo sem dimensão religiosa, priva-se o mundo de um dom divino."

A segunda parte da reflexão é um imperativo para a nossa vida: Aplanai o caminho!:

“Com João Batista, o Precursor (Evangelho), Deus vai visitar seu povo. A voz severa que clama no deserto nos prepara para o juízo de Deus não com atos puramente exteriores e rituais, mas com a conversão do coração.

Jesus continuará nesta linha de conversão; a opção pelo Reino significará despojamento de si, renúncia a toda forma de orgulho, disponibilidade às inspirações do Espírito, obediência. O homem que quiser seguir a Jesus é chamado a despojar-se de si e a perder-se de algum modo.

Semelhante conversão religiosa é acessível a todos os homens, de qualquer condição social ou espiritual; não está concretamente ligada a nenhuma prática penitencial, embora tenda a exprimir-se em ações significativas, e é proposta a todos os homens, uma vez que todos são pecadores, e Jesus mesmo declara ter vindo só para os pecadores.

É uma mudança radical da mentalidade e das atitudes profundas, que se manifesta em ações novas e vida nova; é uma disponibilidade total a serviço do Amor de Deus e dos homens.

Por isso Paulo pede que os filipenses possam sempre "discernir o que mais convém, ser puros no dia de Cristo" e repletos do "fruto da justiça”.

O Reino de Deus está, pois, a caminho; ninguém poderá detê-lo... O juízo de Deus está sobre nós como o machado na raiz da árvore. Depende de cada um de nós fazer com que seja um juízo de conversão ou de irremediável endurecimento.”

A terceira parte é um convite ao contínuo "caminhar" que devemos todos fazer:

“O itinerário que cada homem deve percorrer em sua vida, como o caminho de toda a humanidade em sua história, não tem a comodidade das modernas estradas de rodagem.

A contínua marcha do homem para a felicidade se abre na precariedade e é semeada de obstáculos, interrompida por encruzilhadas sempre dilacerantes.

Entretanto, o homem não desiste dessa sua contínua peregrinação; como o povo de Israel no deserto, vagueia rumo à "sua" terra. Cristo é a encruzilhada decisiva na estrada dos homens: ou com Ele ou contra Ele.

A de Cristo, porém, é a estrada mais árdua; passa através do Sangue e da Cruz, mas é a única que leva a Deus. Em Jesus, o caminho do homem e o caminho de Deus se encontram.

O convite de Cristo a cada um é sempre premente: "Vem, segue-me". Não há outra estrada para chegar a Deus senão seguir os passos de Cristo; só assim o homem não caminha nas trevas e na incerteza.”

Finalmente, apresenta-nos o caminho do amor e da justiça que devemos fazer como pessoas Eucarísticas que somos:

“Percorrer o caminho de Cristo quer dizer encontrar-se com Ele; quer dizer obstinar-se decididamente em seu caminho vencendo todos os obstáculos.

O sinal visível desse encontro é a Celebração Eucarística. Sinal não só da nossa opção por Cristo, mas também da opção pelos homens como irmãos e companheiros de viagem. É escolher a estrada estreita do amor e da justiça, porque este foi o caminho de Cristo.

Participar humanamente da Eucaristia significa tornar-se pão para os outros, como Cristo o é para nós; significa dar a vida para fazer crescer em torno de nós o amor e a justiça, o sorriso e a esperança.”

Continuemos nossa caminhada de conversão, sempre como um processo contínuo, inacabado, que desabrochará na glória da eternidade.

A cada instante algo clama por conversão em nossa vida, ao nosso redor, em qualquer lugar em que estejamos, que vivamos...

Sem conversão não há Advento, obviamente, não haverá Natal. Somente o esforço contínuo da Conversão nos alcança a alegria do Natal tão esperada, e a contemplação e celebração do mais belo e maior Mistério que a humanidade pode testemunhar: um Deus que Se faz Carne, Se faz gente, habitando em nosso meio, fazendo-Se um de nós, igual a nós, exceto no pecado.

Ele, a fonte do perdão e da vida, nós, os necessitados do perdão e da vida!

Somos Eternos aprendizes do perdão!

                                                       

Somos Eternos aprendizes do perdão!

Advento, muito mais do que um tempo com começo e fim, prolonga-se em todo tempo, como tempo favorável de conversão, com forte apelo à oração, jejum e esmola (partilha).

O Advento é apresentado como tempo de reconciliações, principalmente celebradas e revigoradas na graça do Sacramento da Penitência, que tem seus fundamentos bíblicos nas próprias Palavras do Senhor (Mt 16,19; João 20,21; 2Cor 5,18).

Deste modo o Sacerdote é chamado, neste tempo, a exercer de modo mais intenso um dos mais belos ministérios a ele confiado, em virtude do Sacramento da Ordem: O Ministério da Reconciliação.

Assim lemos no Catecismo da Igreja (1464-1465):

“Os Sacerdotes devem incentivar os fiéis a receber o Sacramento da Penitência e devem mostrar-se disponíveis a celebrar este Sacramento cada vez que os cristãos o pedirem de modo conveniente.

Ao celebrar o sacramento da Penitência, o Sacerdote cumpre O ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida;

- O bom samaritano, que cura as feridas;
- Do Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar;
- Do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo.

Em suma, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador”.

É antes de tudo servo do perdão de Deus e não senhor do mesmo.
Como servo deve ser também um eterno aprendiz do perdão, participante da escola do amor do Bom Pastor, que testemunhou um amor mais forte que o pecado.

O Sacerdote, como todo cristão, deve ter no lar (seu berço histórico), a primeira escola de vida cristã, uma escola de enriquecimento humano.

No berço do lar (pequena igreja doméstica), aprendem a resistência à fadiga, a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso, a oração e a oferenda de sua vida (CIC 1657).

No sigilo sacramental, orienta aquele que pecou para uma nova caminhada, um novo horizonte, que só pode ser vislumbrado por alguém que se sentiu amado e perdoado.

O Sacramento deve ser por excelência uma expressão do amor de Deus, o experimentar de Seu mar de misericórdia.

É o olhar de Deus que nos olha para além de nossa pequenez e envia-nos para testemunhar este encontro restaurador, vivenciando-o nos relacionamentos cotidianos.

Testemunhar um Amor que ama até o extremo do amor, na prática da caridade que cobre uma multidão de pecados (1 Pd 4,8), tomando com alegria e coragem sua cruz de cada dia, caminho mais seguro de penitência.

O Padre é o homem do perdão, aquele que, diante do pecador, vivencia os limites impostos pelo pecado, ruptura com Deus e Seu projeto de vida.

É sempre tempo de não desperdiçarmos as oportunidades, que nos são concedidas para a acolhida da graça e perdão.

É necessário que procuremos o Sacramento da Penitência, a fim de que mergulhemos neste mar de misericórdia, e descortinemos um horizonte ilimitado e iluminado pela luz e amor de Deus.

Assim a paz e a alegria verdadeira germinada no Advento, florescida no Natal, frutificada também em tempo Pascal, reinarão em nosso coração, não de forma aparente e superficial, porque brota do Coração de Jesus, que é a expressão máxima de amor que nos reconciliou.

Jamais nos esqueçamos que Aquele que na manjedoura nasceu, que cresceu e por nós padeceu e na Cruz morreu, é o mesmo que Ressuscitou!

Vivamos a estreita e inseparável relação do Advento, Natal, Quaresma, Paixão e Morte, Páscoa da Ressurreição! 

Advento: rever nossas atitudes

                                                      


Advento: rever nossas atitudes

“Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; 
que não entra no caminho dos malvados,
nem junto aos zombadores vai sentar-se; 
mas encontra seu prazer na Lei de Deus,
dia e noite, sem cessar” (Sl 1,1-2)

Há uma lenda muito oportuna para que vivamos intensamente o Tempo do Advento, nos preparando para a Celebração do Natal do Senhor.

“Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas.

Ele disse:
– ‘A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade e ego.

O outro é Bom. É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé’.

O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
– ‘Qual lobo vence’?
O velho índio respondeu:
– ‘Aquele que você alimenta!’”.

Advento é tempo para avaliarmos quais “lobos” alimentamos dentro de nós.

Tempo do Advento: urge abandonar toda a prática que fomente as trevas dentro de nós e ao nosso redor, como as mencionadas acima, e tantas outras que poderiam ser somadas, como que numa lista interminável. E isto se dará quando deixarmos de alimentar o “lobo mau”, que vive dentro de cada um de nós.

Tempo do Advento: urge, também, a intensificação de gestos luminosos e que promovam a comunhão, a fraternidade, a solidariedade, e, sobretudo, viver a caridade, sem desprezar as mencionadas na lenda acima. Deste modo, estaremos alimentando o “lobo bom” que também em nós habita.

A lenda nos remete a uma verdade: somos santos e pecadores. E neste sentido, o Advento é tempo favorável de mudança, de reorientação de nossos caminhos, voltando-nos para Deus de coração sincero, com súplicas e ação de graças.

Se assim o fizermos, naquela noite maviosa, poderemos sentir a verdadeira alegria do Natal do Senhor acontecendo em todos os âmbitos, dando o sentido genuíno do Natal, por vezes esvaziado pela mentalidade consumista, do lucro, de vendas e mesas fartas, e corações vazios.

O Tempo de Advento é para reflexão profunda, e esta lenda nos ajuda neste mergulho, para que naquela noite também façamos o mergulho no mar de ternura e amor a nós possibilitado pela Encarnação do Verbo naquela frágil e meiga Criança: Jesus Cristo, o Deus Menino, ao mesmo tempo, verdadeiramente homem, verdadeiramente Deus.

A humildade e a paz

                                                             

A humildade e a paz
 
Estamos vivendo o Tempo do Advento, que consiste em quatro semanas de preparação intensa para a celebração do nascimento do Menino Deus, o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 14,6), o Salvador de toda a humanidade.
 
Deste modo, o Advento é tempo de:
 
- renascer algumas coisas em nós, para que outras possam florescer e frutificar; a humildade é uma delas, e uma vez renascida e revigorada, frutos de paz nascerão em nosso coração;
 
- reconhecer que somos terra, húmus, que do pó viemos e ao pó retornaremos; que precisamos aprender usar das coisas que passam e abraçar as que não passam;
 
- derrubar as montanhas do egoísmo, que insistem em permanecer dentro de nós;
 
- elevar os vales da nossa fragilidade, para nos revigorarmos da força divina, para o bom combate da fé;
 
- aplainar caminhos tortos e retirar todas as asperezas que marcam relacionamentos próximos e mesmo distantes;
 
- reter Cristo em nós, “Mas não com laços de injustiça, nem com nós de corda, mas com laços da caridade, com as rédeas do Espírito e pelo afeto da alma... Se queres também reter o Cristo, tenta fazê-lo e não tenhas medo dos sofrimentos. Pois, não raro, é no meio dos suplícios do corpo, nas mãos dos perseguidores, que O encontramos mais facilmente” ”(cf. Santo Ambrósio (séc. IV).
 
Há um texto que pode nos ajudar, e muito, para um bom Advento, e um excelente Natal do Senhor, extraído do Livro 2 “Da Imitação de Cristo”, cap. 2-3, escrito por Tomas Kempis no séc. XV, em que nos apresenta a humildade como o pressuposto para o alcance da paz:
 
“Não te preocupes muito em saber quem é por ti ou contra ti, mas deseja e procura que Deus te ajude em tudo que fizeres.
 
Tem boa consciência e Deus será tua boa defesa. A quem Deus quiser ajudar, nenhum mal poderá prejudicar.
 
Se souberes calar e sofrer, verás certamente o auxílio do Senhor.
 
Ele sabe o tempo e o modo de te libertar, portanto, entrega-te a Ele inteiramente. A Deus pertence aliviar-nos e tirar-nos de toda confusão. Às vezes é muito útil, para guardar maior humildade, que os outros conheçam e repreendam nossos defeitos.
 
Quando o homem, por causa de seus defeitos, se humilha, então facilmente acalma os outros, e desarma os que estão irados contra ele. O humilde, Deus protege e livra; ao humilde ama e consola. Ao homem humilde Se inclina; ao humilde dá-lhe abundantes graças, e depois de seu abaixamento eleva-o a grande honra. Ao humilde, revela Seus segredos, e com doçura o atrai a Si e convida.
 
O humilde, depois de receber uma afronta, conserva sua paz: porque confia em Deus e não no mundo. 
 
Não julgues que fizeste algum progresso se não te considerar inferior a todos. Primeiro conserva-te em paz; depois poderás pacificar os outros. O homem pacífico é mais útil do que o letrado. O homem dominado pelas paixões, até o bem converte em mal e acredita facilmente no mal. O homem bom e pacifico tudo converte em bem.
 
Quem está em boa paz não suspeita mal de ninguém. Mas, quem é descontente e inquieto, com diversas suspeitas se atormenta; não tem sossego nem deixa os outros sossegar. Diz muitas vezes o que não devia; e deixa de fazer o que mais lhe conviria. Preocupa-te com as obrigações alheias e descuida-se das próprias. Zela, portanto, primeiro por ti mesmo, e depois poderás zelar devidamente por teu próximo.
 
Bem sabes desculpar e disfarçar tuas faltas, mas não queres aceitar as desculpas dos outros. Seria mais justo acusares a ti e desculpares teu irmão. Se queres que te suportem, suporta também os outros”
 
Deus nos concede, a cada dia,  novas páginas para serem bem escritas, e tão somente assim escrevemos as linhas do Advento, e o parágrafo de uma vida para uma história de permanente Natal.
 
Preparemo-nos para celebrar o nascimento 
d’Aquele que  nasce e renasce 
a cada instante de nossa História!
Amém!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG