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sábado, 13 de dezembro de 2025
Nosso amor por Maria e a Igreja, nossas mães
Nosso amor por Maria e a Igreja, nossas mães
Sejamos enriquecidos pelo Sermão escrito pelo Bem-aventurado Isaac, abade do Mosteiro de Stella (Séc. XII):
“O Filho de Deus é o primogênito dentre muitos irmãos; sendo Filho único por natureza, associou a si muitos pela graça, para serem um só com Ele. Com efeito, a quantos o recebem, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,12).
Constituído Filho do homem, a muitos constituiu filhos de Deus. Ele, o Filho único, por seu amor e poder associou muitos a Si. E todos esses, embora sejam muitos por sua geração segundo a carne, são um só com Ele pela regeneração divina.
Um só, portanto, é o Cristo total, cabeça e corpo: Filho único do único Deus nos céus e de uma única mãe na terra. Muitos filhos, e um só Filho. Pois assim como a cabeça e os membros são um só Filho, assim também Maria e a Igreja são uma só Mãe e muitas mães; uma só Virgem e muitas virgens.
Ambas são mães e ambas são virgens; ambas concebem virginalmente do mesmo Espírito; ambas, sem pecado, dão à luz uma descendência para Deus Pai. Maria, imune de todo pecado, deu à luz a Cabeça do corpo; a Igreja, para a remissão de todos os pecados, deu à luz o corpo da Cabeça. Ambas são mães do Cristo, mas nenhuma delas pode, sem a outra, dar à luz o Cristo total.
Por isso, nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui de modo geral à Igreja, virgem e mãe, aplica-se particularmente a Maria. E o que se atribui especialmente a Maria, virgem e mãe, pode-se com razão aplicar de modo geral à Igreja, virgem e mãe; e quando o texto se refere a uma delas, pode ser aplicado indistinta e indiferentemente a uma e à outra.
Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. É a própria Sabedoria de Deus, o Verbo do Pai, que designa ao mesmo tempo a Igreja em sentido universal, Maria num sentido especial e cada alma fiel em particular.
Eis o que diz a Escritura: E habitarei na herança do Senhor (cf. Eclo 24,7.13). A herança do Senhor é, na sua totalidade, a Igreja, muito especialmente é Maria, e de modo particular, a alma de cada fiel. No tabernáculo do seio de Maria, o Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, habitará até o fim do mundo; e no amor da alma fiel, habitará pelos séculos dos séculos.” (1)
Temos como Mãe Maria e a Igreja, e isto implica que devemos viver a vida nova dos filhos de Deus, quando mergulhados na graça do Batismo e recebemos o selo do Espírito Santo.
Implica também que devemos viver como irmãos e irmãs, estabelecendo e fortificando laços de comunhão e fraternidade, na superação de toda e qualquer forma de exclusão, ou qualquer outra forma que nos distancie uns dos outros, ou que venha a macular a sacralidade e a beleza de nossa vida, como imagens e semelhança de Deus, por Ele criados.
Tempo do Advento, tempo favorável para reconciliação e perdão, e refazer nossos laços de amizade e comunhão, para que não seja em vão a Eucaristia que participamos e comungamos, Divino Cálice do Redentor, Pão de eternidade e imortalidade. Amém.
(1) Liturgia das Horas – Volume Advento/Natal – pág. 214-215
Natal: irradiemos a luz do Senhor
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Rezando com os Salmos - Sl 106 (107)
Agradeçamos a Deus por Sua infinita bondade e amor
“ –1 Dai graças ao
Senhor, porque Ele é bom,
porque eterna é a Sua misericórdia!
–2 Que o digam os
libertos do Senhor,
que da mão dos opressores os salvou
–3 e de todas as nações os reuniu,
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.
–4 Uns vagavam, no
deserto, extraviados,
sem acharem o caminho da cidade.
–5 Sofriam fome e também sofriam sede,
e sua vida ia aos poucos definhando.
–6 Mas gritaram ao
Senhor na aflição,
e ele os libertou daquela angústia.
–7 Pelo caminho bem seguro os conduziu
para chegarem à cidade onde morar.
–8 Agradeçam ao Senhor
o Seu amor
e as suas maravilhas entre os homens!
–9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede
e os famintos saciou com muitos bens!
–10 Alguns jaziam em
meio a trevas pavorosas,
prisioneiros da miséria e das correntes,
–11 por se terem revoltado contra Deus
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
–12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento;
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!
–13 Mas gritaram ao
Senhor na aflição,
e Ele os libertou daquela angústia.
–14 E os retirou daquelas trevas pavorosas,
despedaçou suas correntes, seus grilhões.
–15 Agradeçam ao Senhor
por Seu amor
e por suas maravilhas entre os homens!
–16 Porque Ele arrombou portas de bronze
e quebrou trancas de ferro das prisões!
–17 Uns deliravam
no caminho do pecado,
sofrendo a consequência de seus crimes;
–18 todo alimento era por eles rejeitado,
e da morte junto às portas se encontravam.
–19 Mas
gritaram ao Senhor na aflição,
e ele os libertou daquela angústia.
–20 Enviou sua palavra e os curou,
e arrancou as suas vidas do sepulcro.
–21 Agradeçam ao
Senhor o Seu amor
e as suas maravilhas entre os homens!
–22 Ofereçam sacrifícios de louvor,
e proclamem na alegria Suas obras!
–23 Os que sulcam
o alto-mar com seus navios,
para ir comerciar nas grandes águas,
–24 testemunharam os prodígios do Senhor
e as Suas maravilhas no alto-mar.
–25 Ele ordenou,
e levantou-se o furacão,
arremessando grandes ondas para o alto;
–26 aos céus subiam e desciam aos abismos,
seus corações desfaleciam de pavor.
–27 Cambaleavam e
caíam como bêbados,
e toda a sua perícia deu em nada.
–28 Mas gritaram ao Senhor na aflição,
e Ele os libertou daquela angústia.
–29 Transformou a
tempestade em bonança,
e as ondas do oceano se calaram.
–30 Alegraram-se ao ver o mar tranquilo,
e ao porto desejado os conduziu.
–31 Agradeçam ao
Senhor o seu amor
e as Suas maravilhas entre os homens!
–32 Na assembleia do Seu povo o engrandeçam
e o louvem no conselho de anciãos!
–33 Ele mudou
águas correntes em deserto,
e fontes de água borbulhante em terra seca;
–34 transformou as terras férteis em salinas,
pela malícia dos que nelas habitavam.
–35 Converteu em
grandes lagos os desertos
e a terra árida em fontes abundantes;
–36 e ali fez habitarem os famintos,
que fundaram sua cidade onde morar.
–37 Plantaram vinhas,
semearam os seus campos,
que deram frutos e colheitas abundantes.
–38 Abençoou-os e cresceram grandemente,
e não deixou diminuir o seu rebanho.
–39 Mas depois ficaram
poucos e abatidos,
oprimidos por desgraças e aflições;
–40 porém Aquele que confunde os poderosos
e os fez errar por um deserto sem saída,
–41 retirou da indigência os Seus pobres,
e qual rebanho aumentou suas famílias.
–42 Que os justos vejam
isto e rejubilem,
e os maus fechem de vez a sua boca!
–43 Quem é sábio, que observe essas coisas
e compreenda a bondade do Senhor!”
Com o Salmo
106(107) elevamos ação de graças a Deus pela libertação que ele realiza em todo
o tempo, porque infinito é Seu amor e sua bondade:
“Agradecimento
ao Deus libertador, que salva dos mais diversos perigos, fazendo-nos experimentar
sua presença viva em nossa vida e história.” (1)
Esta ação
de Deus nós a vemos na retratada na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos:
“Deus enviou
sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus
Cristo” (cf. At 10,36).
Glorifiquemos
a Deus e elevemos ação de graças a Ele pelas maravilhas que realiza em favor do
Seu Povo, e por sua permanente presença e ação em Sua Igreja.
(1)
Comentário da Bíblia
Edições CNBB – p. 820
O Sim de Maria e a Encarnação do Verbo
Com Maria, preparemos o Natal do Senhor
“Santa Maria, Mãe de Deus”
Contemplamos quatro nascimentos...
“Nascido de uma mulher”
“Quando se completou o tempo previsto,Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher,nascido sujeito à Lei” (Gl 4,4)
Na passagem da Carta de Paulo aos Gálatas (Gl 4, 4-7), mais uma vez, contemplamos o amor de Deus, que vem ao nosso encontro “nascido de uma mulher” (segundo a carne), Maria, e por meio deste Filho nos tornamos livres e amados e podemos nos dirigir a Deus chamando-O de “Abbá” (papai), consequentemente, filhos de Deus; e sujeito a lei (situado no contexto da cultura judaica).
E foi na “plenitude do tempo” – “Quando se completou o tempo previsto” (Gl 4,4), que se deu o cumprimento do tempo messiânico ou escatológico, encerrando de modo perfeito uma longa expectativa, e fundamental participação teve Maria:
“O aparecimento de Cristo na história humana não foi uma mera irrupção vertical que tocou a periferia do acontecer mundano de uma maneira simplesmente tangencial. O Filho de Deus emergiu no meio da história, como qualquer homem, suportando todas as consequências da alienação humana: ‘nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da lei’” (1).
De fato, Jesus, o Filho de Deus, assumiu a natureza humana no seio de uma mulher e Se inseriu na realidade histórica de determinado povo, colocando-Se, portanto, sob a Lei (Gl 4,4. Rm 1,3); e com isto, veio nos resgatar da Lei para nos tornar filhos no Filho, filhos de Deus porque nascidos d’Ele (Jo 1,12-13; 3,3.5):
“Aqui, como em Fl 2,6-11), apresenta-nos Cristo realizando o único esquema de toda a ação libertadora. Este esquema tem três tempos:
1 – Inserção na miséria que é preciso salvar.
2 – Autolibertação com base num acréscimo de força salvadora.
3 – Arrasto dos outros companheiros de miséria” (2).
Como o libertador perfeito, em primeiro lugar, partilha a alienação legal, da qual haveria de salvar a humanidade. Abre mão de todos os privilégios e Se coloca em favor dos últimos, dos oprimidos e por fim, arrasta consigo aqueles que O seguem com mesma missão e destino.
E como Igreja Sinodal que somos, fazendo esta experiência de filhos amados de Deus, a comunidade é vocacionada a criar e fortalecer os laços fraternos, sem marginalização ou exclusão, ou escravidão, como tão bem acenou o Papa Francisco em sua Mensagem para o dia Mundial da paz (2015): – “Já não escravos, mas irmãos".
A exemplo de Maria, a serva do Senhor e bendita entre todas as mulheres no fruto do seu seio, cantemos hinos de ação de graças ao Pai, que nos plenificou de todos os bens através de Seu Amado Filho, feito homem por nós, e por nós, morto e ressuscitado.
(1) (2) - Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – pág.1558
Fonte de pesquisa: Missal Dominical – Editora Paulus – 1995 – p. 115
Rezando à luz dos Prefácios da Bem-Aventurada Virgem Maria
Rezando à luz dos Prefácios da Bem-Aventurada Virgem Maria
Rezemos à luz dos cinco Prefácios
da Bem-Aventurada Virgem Maria conforme Missal Romano:
I - A
maternidade da Bem-Aventurada Virgem Maria:
“...Por obra do Espírito
Santo ela concebeu o vosso Filho Unigênito e, sem perder a glória de sua
virgindade, deu ao mundo a luz eterna, Jesus Cristo, Senhor nosso...”
II – A Igreja
louva a Deus com as palavras de Maria:
- “...Na comemoração da
Bem-aventurada, exaltamos, ainda mais, vossa clemência, inspirando-nos no mesmo
hino que ela cantou em vosso louvor.
De fato, fizestes
grandes coisas por toda a terra e, de geração em geração, manifestastes a vossa
infinita misericórdia, quando olhastes para a humildade de vossa serva, e nos
destes, por meio dela, o autor da salvação da humanidade, vosso Filho Jesus
Cristo, Senhor nosso...”
III – Maria,
imagem e Mãe da Igreja:
- “Acolhendo vosso Verbo
no seu coração imaculado, ela mereceu concebê-lo em seu seio virginal, e dando
à luz o Fundador, acalentou a Igreja que nascia.
Recebendo aos pés da
cruz o testamento da caridade divina, ela assumiu todos os seres humanos como
filhos e filhas, gerados para a vida eterna pela morte de Cristo.
Ao esperar com os
Apóstolos o Espírito prometido, unindo suas súplicas às preces dos discípulos
tornou-se modelo da Igreja orante...”
IV – Maria,
sinal de consolação e esperança:
- “Nós vos louvamos e bendizemos
na (...) da Bem-aventurada Virgem Maria, por Cristo, Senhor nosso.
Humilde serva, ela
acolheu vossa palavra e a guardou no seu coração; admiravelmente unida ao
mistério da redenção, perseverou com os apóstolos em oração, esperando a vinda
do Espírito Santo; agora resplandece no caminho da nossa vida, como sinal de
consolação e de firme esperança...”
V – Maria,
imagem da nova humanidade:
“...Na plenitude dos
tempos revelastes o mistério escondido nos séculos antigos para que o mundo
inteiro recuperasse a vida e a esperança.
Pois, em Cristo, novo
Adão, e em Maria, nova Eva, manifestastes o mistério da vossa Igreja como
primícia da humanidade redimida.
Por este dom admirável,
toda a criação, na força do Espírito Santo, retorna ao caminho original da
Páscoa eterna...”
“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida e doçura...”










