terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Jesus revela a face misericordiosa do Pai

                                                                       

Jesus revela a face misericordiosa do Pai
 
“Jesus mostrou esta face do Pai,
indo pessoalmente à procura dos pecadores...”
 
Na terça-feira da segunda semana do Advento, a Liturgia nos apresenta a passagem do Evangelho sobre a Parábola da ovelha desviada (Mt 18,12-14), cujo paralelo também encontramos em Lucas (Lc 15,1-7).
 
Com a parábola refletimos sobre a ação de Jesus, revelando a verdadeira face de Deus Pai:
 
“Na Parábola da ovelha desgarrada revela-se a verdadeira face de Deus: a do pai que não se resigna a perder nenhum de seus filhos, nem mesmo o menor de todos, o mais miserável ou rebelde, mas o procura constantemente e de mil maneiras.
 
Jesus mostrou esta face do Pai, indo pessoalmente à procura dos pecadores, entretendo-se com eles, comendo em suas casas, apesar da ira dos mestres da lei e dos guardas das sagradas tradições.” (1)
 
A segunda parte do comentário, alude ao verdadeiro perdão divino, que pressupõe o desejo e compromisso de conversão, correspondendo à misericórdia de Deus:
 
“Pedir perdão – dizem alguns – com a certeza de obtê-lo em qualquer caso, é uma fuga às próprias responsabilidades, um incentivo ao erro, pois para toda ocorrência é sempre garantido o perdão de Deus. Porém não se trata só de passar a esponja e apagar: a misericórdia de Deus não é ingenuidade, mas convite à conversão, convite a praticarmos por nossa vez a misericórdia para com nossos irmãos”.(2)
 
Experimentar o perdão de Deus é abrir-se para uma relação intensa e profunda de amor com Ele, que nos ama incondicionalmente e está sempre pronto a nos perdoar.
 
Reflitamos:
 
- Estamos predispostos a reconhecer nossos pecados e pedir perdão?
- Estamos predispostos a também amar e perdoar a quem nos ofendeu?
 
- O quanto somos capazes de acreditar na conversão e volta de um irmão que pecou ao convívio da comunidade?
 
- Como compreendemos o efeito renovador da misericórdia, que é em favor de todos os pecadores, a fim de que nenhuma de suas ovelhas se perca e se extravie do rebanho?
 
- Quanto vivemos o que rezamos na Oração do Senhor – “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”?
 
- Como foi a última vez que vivenciamos a alegria do perdão no Sacramento da Penitência?
 
Redescubramos a face misericordiosa do Pai que o Senhor nos revelou, vivendo gestos de reconciliação, preparemos uma frutuosa e santa celebração do Natal.
 
Concluindo, proponho três versículos para leitura e meditação sobre  o perdão:
 
- “Assim também, não é da vontade de vosso Pai, que está nos Céus, que um destes pequeninos se perca” (Mt 18,14);


- “Deus quer que todos os homens se salvem” (1Tm 2,4);


- “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10).


(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus 
(2) idem

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Imaculada Conceição de Maria

                                                                      

Imaculada Conceição de Maria
                           
Celebrar a Festa da Imaculada Conceição é ao mesmo tempo celebrar a beleza da vida criada e querida por Deus, contemplando e sentindo sua presença conosco em todos os momentos.

Quis Deus que tão grande Salvador tivesse uma mãe em tão grande dignidade, por isto totalmente preservada da possibilidade do pecado, da desobediência, do rompimento com o querer de Deus, de modo que o Divino Redentor da humanidade mereceu uma mãe plena de graça e amor.

Renovemos o desejo e compromisso com a vida na graça, na santidade desejada por Deus desde o dia do nosso batismo, com empenho irrenunciável para uma vida marcada pela fidelidade ao Projeto Divino.

Ah, se imitássemos Maria!
Como diferente o mundo seria!
Nem mais dor, nem pranto,
Nem luto indesejável, desencantos!

Ah, se imitássemos Maria!
Vida de pecado não existiria!
Acolhida da graça divina
Que bela lição nos ensina!

Ah, se imitássemos Maria
A humanidade bem outra seria!
Sem despotismo, tirania, opressão...
Fraternidade: um mundo mais irmão!

Ah, se imitássemos Maria!
O pão na mesa do irmão não faltaria!
Vida abundante de Seu Filho, sinal do Reino,
Amados e felizes, dias belos e serenos!

Ah, se imitássemos Maria!

O Dogma da Imaculada Conceição de Maria

                                                                 


O Dogma da Imaculada Conceição de Maria

Levando em conta a Tradição católica dos últimos séculos e o pedido de muitos leigos e bispos, o papa PIO IX proclamou em 8 de dezembro de 1854 o Dogma da Imaculada Conceição na bula “Ineffabilis Deus”, e cuja Solenidade celebramos dia 8 de dezembro. 

Este Dogma nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela é “toda de Deus, protótipo de que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar Seu Projeto, poderá realizá-lo em nós também” (D. Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor mariano). 

O significado de “Imaculada Conceição” 

Todos nós fomos criados em Cristo. Estamos marcados por uma “graça original”: Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu em Cristo, para sermos, diante d’Ele, santos e imaculados “(Ef 1,4). Cada bebê que vem a este mundo nasce com uma bênção de Deus. Ele nos cria para sermos felizes e construirmos a felicidade dos outros. 

Ninguém nasce pronto. Cada um se desenvolve com o tempo, aprende a ser gente. Aprende a amar e ser amado, recebe a fé e a religiosidade dos familiares e pessoas próximas. Como é fascinante sermos, sempre, até a hora da morte, “aprendizes da vida”!

Quando uma criança vem a este mundo, já no útero da mãe está recebendo, em doses distintas, amor e desamor, acolhida e rejeição, afeto e violência. Somos solidários no bem e no mal. 

Ninguém começa sua vida a partir do nada. Pela fé, reconhecemos que somos parte de um grande projeto amoroso de Deus, que estamos marcados por Sua graça e pela corrente positiva do amor, bondade, acolhida, de tantos seres humanos que vieram antes de nós. 

Mas o mundo também tem violência, mentira e maldade, que contagiam cada pessoa que nasce. Ao começar a existir, já estamos sob a ação de forças positivas e negativas, de vida e de destruição.

Há algo na nossa história que estraga os belos Projetos do Senhor. Não vem de Deus. É difícil localizar sua origem. Nós o chamamos: “Mistério do mal e da iniquidade”. Ele está espalhado na humanidade e repercute dentro de cada pessoa. Damos a ele o nome de “Pecado Original”.

Cada um de nós tem dentro de si muitos desejos, tendências e impulsos. Eles são bons, mas necessitam ser integrados e dosados. Senão, fazem muito mal à pessoa e aos outros. 

Cada um de nós necessita acreditar em si e exercitar sua liberdade, de forma a ser aceito e respeitado pelos outros. Se a pessoa é fraca, impotente, não vai contribuir para a comunidade.

Mas o poder é perigoso, quando se torna um gigante e amassa os outros. Um pai autoritário deixa muitas feridas nos filhos. Um político poderoso e corrupto prejudica a nação e faz aumentar a exclusão social. 

Todo o ser humano busca prazer, ao se relacionar, ao comer, ao se divertir. Uma das formas mais belas de prazer é a sexualidade. A relação entre homem e mulher é bela e querida por Deus. Mas o sexo, quando é desequilibrado, sem afeto e respeito, produz individualismo e violência. O consumismo desenfreado arruína nossas vidas.

Todos temos dificuldades para integrar, dentro de nós, os desejos e as tendências e colocá-los a serviço do seguimento de Jesus. Os impulsos do poder, do ter e do prazer e tantos outros nos puxam, cada um para o seu lado, e podem nos afastar de Deus. A teologia chamou essa divisão interna de “concupiscência”. Sabemos que a nossa liberdade está comprometida pelo pecado e precisa ser libertada. 

São Paulo lembra essa divisão interna que a gente vive, dizendo que muitas vezes nosso coração quer fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não desejamos (Rm 7,14-24). Mas nós cremos na vitória da graça de Jesus Cristo, que nos liberta de todas as cadeias (Rm 5,8 e 8,1-4). A “graça original” de Deus, que nos cria e nos salva, é mais importante e mais forte do que o pecado original, nossos pecados e falhas.

O Dogma da Imaculada Conceição afirma que o segredo de Maria, a perfeita discípula de Jesus, que respondeu a Deus de maneira total, tem sua raiz na graça. Ela recebe do Senhor um dom especial. Nasce mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e acolher a proposta divina.

O fato de Maria ser imaculada não lhe tira o esforço de ser peregrina na fé, pois isso faz parte da sua situação de ser humano, que necessita crescer e aprender. Maria não nasce prontinha. 

Também é aprendiz da vida. No início, ela não entende tudo (Lc 2, 49-50). E no correr da vida, Jesus a surpreende muitas vezes (Mc 3,31-35).

Diferentemente de nós, Maria trilha um caminho sempre positivo, sem desvios falsos ou atoleiros.

O Dogma da Imaculada Conceição afirma que Maria é pré-redimida por Cristo.

Ela recebe Sua graça salvadora numa intensidade maior do que nós, o que lhe dá forças para integrar tendências e impulsos e enfrentar o mal. 

Assim, desenvolve melhor sua missão de perfeita discípula, educadora e mãe do Messias. Esse “privilégio” não a transforma numa pessoa orgulhosa. 

Livre interiormente, Maria desenvolve muito suas qualidades humanas, tornando-se a criatura mais santa, mais inteira, mais “dona” de si e aberta a Deus.

A Solenidade da Imaculada Conceição e a preparação para o Natal do Senhor

 


A Solenidade da Imaculada Conceição e a preparação para o Natal do Senhor

Celebramos no dia 8 de dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, nascida sem a mancha do pecado original, como afirma o Dogma declarado pelo Papa Pio IX (08/12/1854).

 
Na Igreja do Brasil é concedida a graça de poder celebrar a Solenidade, ainda que caia no Domingo do Advento, dada a grande devoção que o povo por ela possui, e ainda, porque Maria muito pode nos ajudar a preparar o Natal de Seu Filho, o inesgotável Mistério da nossa Redenção, a Encarnação do Menino Jesus em seu ventre.
 
Contemplamos nas páginas dos Santos Evangelhos, os momentos fundamentais da nossa Redenção, em que Maria se faz presente: a Encarnação do Verbo; o canto do “Glória” entoado pelos anjos; a alegria dos pastores, diante do Deus no Menino Jesus; a estrela que guiou os Magos até a luz, os presentes a Ele oferecidos (ouro, incenso e mirra – realeza, divindade e humanidade, respectivamente simbolizados); a consolação de Simeão e Ana, e as palavras de Simeão – “Uma espada transpassará seu coração...”; o primeiro sinal nas Bodas de Caná; sua presença na atividade pública ao anunciar a Boa-Nova do Reino; participação no Mistério da Paixão, Morte; sua fidelidade aos pés da Cruz, na hora de Sua morte; a participação; junto aos apóstolos após a Ressurreição de Jesus, como nos relata os Atos dos Apóstolos; ela nos é apresentada como modelo para a comunidade em tempo de perseguição na luta contra o mal, a perseguição, a dor e morte, porém mais que vencedora por meio do Cordeiro Imolado, Seu Filho (Livro do Apocalipse).
 
Agora é o nosso Tempo. Enquanto não vem, vigiemos e oremos à espera de Sua chegada, preparando-nos, ininterruptamente e incansavelmente, para que Ele nos encontre devidamente vigilantes: Ele que veio, vem e virá. Maranatá!
 
Que venha a Luz de Deus mais uma vez iluminar nossos caminhos, como veio e Se fez presente no ventre de Maria, e que a Sua Luz faça morada em nossa mente e coração, e então, será o verdadeiro Natal, marcado por relações mais fraternas, com vida plena e abundante para toda a humanidade.

“Ó Mãe do Autor do Reino, rogai por nós!”

                                                                  

“Ó Mãe do Autor do Reino, rogai por nós!”

Maria, por excelência, foi toda “cheia de graça”, porque cuidada pelo Amor/bondade de Deus.

Sendo fiel à vontade do Pai, jamais desperdiçou a graça recebida, e nos possibilitou em seu ventre, e muito antes em sua mente, a vinda da fonte das graças: Jesus!

Com Maria, coloquemo-nos sempre em prontidão na construção do Reino!
Assim mais do que rezar “... Venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade...”, poderemos viver Viver intensamente e apaixonadamente pelo Reino!

Tendo Maria como modelo de abertura e fidelidade ao Reino, a serviço dele também haveremos de sempre estar.

Ela, Mãe do inaugurador do Reino!
Ela, Mãe do realizador do Reino!

Ela, Mãe do conteúdo do próprio Reino!
Com sua ternura e carinho de mãe há sempre nos acompanhar!

Ela que O Reino ao mundo possibilitou com seu sim.
Ela que O Reino ao mundo cantou com o Magnificat.

Ela que o Reino cantou com esperança,
Viu e participou com Seu Filho em plena confiança!

Ela que amou e n'Ele até o fim acreditou e testemunhou,
Ajude-nos a construir O Reino do Seu Filho até o fim!

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...

Imaculada Conceição de Maria

                                                                



Imaculada Conceição de Maria

Dogma a partir de 1854, por Pio IX, mas desde longos séculos verdade. Vivido e assumido por toda a Igreja, pelo que Maria significa na espiritualidade cristã, no papel fundamental que desempenha no Plano de Salvação de Deus.

Maria na Liturgia oriental é chamada de Intemerata, ou seja, pura, integra.

Toda bela e formosa, cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos, e mais esplendorosa que o sol!

O Prefácio da Missa da Imaculada assim rezamos:

“… Puríssima deveria ser na verdade aquela da qual nos nasceria o Salvador, Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de Vosso povo…”.

Deus quis que Seu Filho tivesse uma mãe especial, toda de Deus, toda cheia de Graça, toda cheia do Espírito Santo. Inteiramente para Deus, traduzindo sua vida em fidelidade, amor, confiança, disponibilidade e serviço…

Deus quis preparar para Seu Filho uma habitação pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado, em previsão dos méritos d'Ele.

Assim Deus escolheu e predestinou Maria, a Mãe Imaculada, sem mácula, sem pecado, preservada de toda mancha, para viver total fidelidade a Deus e nos conceder a graça da acolhida do Salvador.

Como Nova Eva nos ensina a romper toda autossuficiência simbolizada pela serpente desde a origem do mundo na criação:

“Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o Pão do Céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida…” (cf. Prefácio II advento – Maria, a nova Eva).

Celebrar a Festa da Imaculada é ao mesmo tempo celebrar a Festa da Santidade vivida por Maria plenamente, e querida por Deus para todos nós.

Maria nos aponta o seu Filho como Aquele que deve ser ouvido, e se fizermos tudo o que Ele disser, não há dúvida que já estaremos no caminho da santidade, no caminho da santificação do mundo, e consequentemente a caminho da glória dos céus, onde ela já está junto de seu Filho, pois assunta ao céu é Mãe e Rainha do Céu.

Finalizando, fiquemos com as palavras de Santo Anselmo, (Bispo século XII) que se encontra ao longo de toda a Liturgia da Festa da Imaculada Conceição:

“Ó mulher cheia e mais cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz renascer toda criatura! Deus deu a Maria o Seu próprio Filho, único gerado de Seu coração, igual a Si, a quem ama como a Si mesmo.

No seio de Maria, formou Seu Filho, não outro qualquer, mas o mesmo, para que, por natureza, fosse realmente um só e o mesmo Filho de Deus e de Maria! Toda a criação é obra de Deus, e Deus nasceu de Maria.

Deus criou todas as coisas e Maria deu à luz Deus! Deus que tudo fez, formou-Se a Si próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado.

Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria é a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal e Maria a mãe da redenção universal. Pois, Deus gerou Aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz Aquele por quem tudo foi salvo.

Deus gerou Aquele sem o qual nada absolutamente existe, e Maria deu à luz Aquele sem o qual nada é absolutamente bom. Verdadeiramente o Senhor é contigo…” (cf. Lit. Horas Vol. I - p. 1043).

Que Deus ao vir neste Natal nos encontre vigilantes, preparando a Sua chegada, numa vida santa pura, sem mancha, piedosa e na paz, como nos exortou o Apóstolo Pedro (2Pd 3,8-14).

Advento: tempo de radical conversão

 


Advento: tempo de radical conversão

“João é a voz no tempo; Cristo é,

desde o princípio, a Palavra eterna!”
(Santo Agostinho)

Solitária voz forte continua a clamar no deserto:
batismo nas águas acompanhado de radical conversão.
Ele, o precursor, a profética voz no tempo,
Da Palavra eterna desde o princípio, Jesus.
 
Para que o Tempo do Advento seja fecundo,
É preciso de Deus se aproximar,
Ouvir a Sua voz proclamada pelos profetas,
E no cotidiano, testemunhar a vontade divina.
 
Montanhas de orgulho, egoísmo, autossuficiência,
Arrogância, violência, maldade e ansiedades materiais,
Precisam ser derrubadas e nunca será tarde demais:
Sonhar um mundo novo, com compromissos renovados.
 
Vales das fragilidades a serem nivelados, sem medo ou fuga,
Fortalecer as relações de amor e  partilha,
Serviço e incansável dom de si mesmo,
Como grão de trigo que morre para frutos produzir.
 
Com o Apóstolo Paulo, também um caminho a percorrer,
Caminho de metanoia, mudanças e  necessária conversão:
Comunidades como “casa familiar” em que se viva a comunhão,
O Mandamento do Amor que nos deu o Senhor.
 
Comunidades “casa de família", sagrados espaços
da partilha fraterna, solidariedade, compaixão,
proximidade, acolhimento, integração,
misericórdia expressa no perdão... 
 
Novenas de Natal, celebrações penitenciais,
Sacramento da Penitência vivido e na vida prolongado,
Vida nova que nasce da graça do Sacramento do Batismo,
Vivos para Deus, tão somente, mortos para o pecado. Amém.

Resquiescat in pace - Descanse em paz!

                                          


Resquiescat in pace  - Descanse em paz!

O sol escondido sob as nuvens, dia sombrio, como ficaram os dias sem você, desde quando partiu, e meus olhos nadam em lágrimas vertentes.

Hoje, uma lembrança com misto de tristeza suave e dilacerante me consome, e volto meus olhos para o passado, procurando preencher o vácuo que você deixou, que por vezes parece impreenchível.

Não fosse a fé na ressurreição da carne, ficaria apenas a sombra do túmulo, eterna sombra da morte; eterno descanso; ocaso sem esperança; derradeira pulsação da vida, sem desabrochar na outra margem.

Não fosse a fé na ressurreição da carne, aquele momento supremo da vida, seria um eterno sábado; o véu da morte ficaria para sempre posto, e não reconheceríamos os sinais do Ressuscitado, “os panos dobrados e colocados à parte” desde aquela memorável madrugada (cf. Jo 20, 7).

Mas creio na ressurreição da carne, e a morte é o descansar no regaço do Senhor; o dormir o sono da noite, sem horas após o último suspiro e o cerrar dos olhos à luz; o sentimento do frio pelas asas da morte a roçar a fronte; o fugir dos últimos lampejos da vida.

RIP – Resquiescat in pace – Descanse em paz amigo/a. Que o Senhor se compadeça de sua alma e o tenha para sempre em Sua glória, até que um dia também faça a necessária e derradeira passagem e viveremos o epílogo da eternidade e comunhão na glória dos céus, com os anjos e santos. Assim creio. Assim espero. 

Tenho que seguir em frente, lembrando com carinho de cada momento que vivemos; cada sorriso compartilhado; cada lágrima enxugada; cada dificuldade superada...

Descanse em paz! O brilho do Sol nascente vem nos iluminar, até que um dia possamos nos céus nos encontrar. Amém.

Ele vem ao nosso encontro

 

                                   

Ele vem ao nosso encontro


Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá.
Também me disseram que Ele vem a cada instante
Portanto, na vigilância e oração fiquemos,
Porque, glorioso, haverá de voltar.
Maranathá, Ele veio, Ele vem, Ele virá.
 
Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá.
Há dois mil anos, revestido da fragilidade da meiga criança:
A Palavra se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14)
E a vida plena e abundante para todos comunicar (cf. Jo 10,10),
Por meio do Mistério de Sua Paixão e Morte e Ressurreição.
 
Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá:
Veio e caminhou entre nós e Se fez um de nós,
Igual a nós, exceto no pecado, e nos ensinou
As mais belas lições de amor, partilha, comunhão,
Solidariedade, esperança, fraternidade e perdão.
 
Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá,
Sobre as nuvens e pisando no chão de nossa história,
Enxugará todas as lágrimas que verteram desde sempre,
E não haverá mais lágrimas para chorar,
Porque Ele novas todas as coisas fará (cf. Ap 21,5).
 
Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá,
Para o luto que ceifa vidas, com ou sem pandemia,
Porque Ele , Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6),
Com Sua vinda e Vida, a morte para sempre vencerá
E a morte da morte, se poderá com os anjos cantar.
 
Advento, ouvi que Ele veio, vem e virá.
Aquele desejamos encontrar e incansáveis procuramos,
Que tão somente amando O encontramos,
Para que uma vez encontrado,
Para sempre O amemos. (1)  
 
Advento: creio que Ele veio, vem e virá:
“Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro,
presente em cada pessoa humana,
para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade,
Enquanto esperamos a feliz realização de Seu reino. Amém. (2)
 
(1)    Conferir Santo Anselmo (séc. XII)
(2)    Prefácio do Advento

Imaculadíssima e puríssima Virgem, rogai por nós

                                          


Imaculadíssima e puríssima Virgem, rogai por nós

Na devoção à  Imaculadíssima e puríssima Virgem, sempre unida ao seu Filho, firmemos nossos passos como peregrinos da esperança:

“Exulte hoje toda a criação e estremeça de júbilo a natureza. Alegre-se o céu nas alturas e as nuvens espalhem a justiça. Destilem os montes doçuras de mel e júbilo as colinas, porque o Senhor teve misericórdia do seu povo e suscitou-nos um poderoso Salvador na casa de David, seu servo, quer dizer, nesta imaculadíssima e puríssima Virgem, por quem chegam a saúde e a esperança dos povos.” (1)

Oremos:

Imaculadíssima e puríssima Virgem, Mãe de Jesus, perfeito Deus e homem perfeito, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, Mãe de Jesus, único Mediador e Redentor do gênero humano, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, Vós que ocupais posição singular e única entre Deus e as criaturas, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, que ocupais o lugar mais alto e mais próximo de nós, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, modelo perfeito da Igreja e de todas as virtudes, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, predestinada por desígnio divino, desde a eternidade, para ser a Mãe do Verbo divino encarnado, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, inteiramente aberta para a vontade Deus, em incondicional fidelidade, amor, confiança, disponibilidade e serviço, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, preservada de todo pecado, sem mancha, em previsão dos méritos de Jesus, toda cheia de graça e do Espírito Santo, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, Nova Eva, rompedora de toda autossuficiência simbolizada pela serpente desde a origem do mundo, rogai por nós.

Imaculadíssima e puríssima Virgem, Estrela que nos guia pelo céu escuro das expectativas e incertezas humanas, rogai por nós.

 

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...

 

(1)       Santo André de Creta – Bispo – séc. VIII – 

Homilia na Natividade da Santíssima Mãe de Deus

Fonte: Lumen Gentium nn. 61-65

Em poucas palavras...

                                                      


Imaculadíssima e puríssima Virgem

“Exulte hoje toda a criação e estremeça de júbilo a natureza. Alegre-se o céu nas alturas e as nuvens espalhem a justiça.

Destilem os montes doçuras de mel e júbilo as colinas, porque o Senhor teve misericórdia do seu povo e suscitou-nos um poderoso Salvador na casa de David, seu servo, quer dizer, nesta imaculadíssima e puríssima Virgem, por quem chegam a saúde e a esperança dos povos.” (1)

 

(1)       Santo André de Creta – Bispo – séc. VIII – Homilia na Natividade da Santíssima Mãe de Deus

Em poucas palavras...

                                                              

“Maria é a mãe das coisas recriadas”

“Deus criou todas as coisas e Maria deu à luz Deus! Deus que tudo fez, formou-Se a Si próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado.

Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria é a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal e Maria a mãe da redenção universal. Pois, Deus gerou Aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz Aquele por quem tudo foi salvo”. (1)

 

(1) Bispo e Doutor Santo Anselmo (séc. XII)

Em poucas palavras... (Santo Ambrósio)

                                                            


“Em Cristo nós temos tudo...”

“Em Cristo nós temos tudo. Aproxime-se a Ele toda alma, tanto a que está maculada com pecados carnais como a que ainda está cravada com os cravos da avareza e como a que por entregar-se à meditação assídua está no caminho da perfeição e, finalmente, aquela que já é perfeita com muitas virtudes.

O Senhor é imensamente rico. Cristo é tudo para nós: se desejas curar uma ferida, Ele é médico; se te abrasa o ardor da febre, Ele é fonte; se te vês oprimido pela iniquidade, Ele é santidade; se necessitas de auxílio; é fortaleza; se tens fome, é alimento. Degustai e vede, como é bom Javé; bem-aventurado o homem que se abriga n’Ele.” (1)

 

(1) Do Tratado sobre a virgindade cap.15-16 ou livro 3 - Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja (séc. IV).


ORAÇÃO À IMACULADA

                                                                   


 

ORAÇÃO À IMACULADA

 

“Virgem Santa e Imaculada,

que sois a honra do nosso povo

e a guardiã solícita da nossa cidade,

a Vós nos dirigimos com amorosa confidência.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Em Vós não há pecado.

 

Suscitai em todos nós um renovado desejo de santidade:

na nossa palavra, refulja o esplendor da verdade,

nas nossas obras, ressoe o cântico da caridade,

no nosso corpo e no nosso coração, habitem pureza e castidade,

na nossa vida, se torne presente toda a beleza do Evangelho.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

em Vós Se fez Carne a Palavra de Deus.

 

Ajudai-nos a permanecer numa escuta atenta da voz do Senhor:

o grito dos pobres nunca nos deixe indiferentes,

o sofrimento dos doentes e de quem passa necessidade

não nos encontre distraídos,

a solidão dos idosos e a fragilidade das crianças nos comovam,

cada vida humana sempre seja, por todos nós, amada e venerada.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Em Vós, está a alegria plena da vida beatífica com Deus.

 

Fazei que não percamos o significado do nosso caminho terreno:

a luz terna da fé ilumine os nossos dias,

a força consoladora da esperança oriente os nossos passos,

o calor contagiante do amor anime o nosso coração,

os olhos de todos nós se mantenham bem fixos em Deus,

onde está a verdadeira alegria.

 

Toda sois Formosa, ó Maria!

Ouvi a nossa oração, atendei a nossa súplica:

esteja em nós a beleza do amor misericordioso de Deus em Jesus,

seja esta beleza divina a salvar-nos a nós, à nossa cidade,

ao mundo inteiro. Amém.” (1)

 

 

(1) ATO DE VENERAÇÃO À IMACULADA CONCEIÇÃO NA PRAÇA DE ESPANHA - Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria - Domingo, 8 de Dezembro de 2013

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2013/december/documents/papa-francesco_20131208_immacolata.html

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