domingo, 27 de outubro de 2024

Dai-nos, Senhor, o colírio da fé! (XXXDTCB)

                                                    

Dai-nos, Senhor, o colírio da fé!
Sem a luz da fé, sem o colírio da fé
Sou a criatura mais míope que se conheça.
Nem caminhos, nem montes, nem vales...
Mal distingo os bens dos males!

Sem a luz da fé, sem o colírio da fé
Fecho-me, enterro-me, sucumbo-me
Cadavericamente na sepultura fico,
Nem me lanço apenas desmaio, caio...

Sem a luz da fé, sem o colírio da fé
Minha cegueira não é apenas de nascença,
Acompanha-me sordidamente no frio da eternidade,
Sem vã esperança, vida vazia, mediocridade...

Sem a luz da fé, sem o colírio da fé
Mergulho no abismo da triste escuridão.
Sem forças, definho-me, rendo-me,
Numa história insana, doentia solidão.

Com a luz da fé, com o colírio da fé
Com o Espírito mudo a tônica, a vida tem novo tom,
Porque com ela tudo se renova, recria, multiplica...
Ó quão imensuráveis maravilhas com tão excelso dom!

Com a luz da fé, com o colírio da fé
Vejo tudo possível, porque vejo diferente,
A esperança se renova e se materializa,
Novos sonhos, ilumina-se a minha mente.

Com a luz da fé, com o colírio da fé
Nossos cansaços, em Deus o descanso,
Pedras do caminho são removidas,
Em Seu coração tão terno e manso.

Com a luz da fé, com o colírio da fé
Caverna escura de nossa existência é iluminada,
Toda secura da alma, pela água cristalina saciada,
Toda lágrima vertida, pela Mão Divina enxugada.

Viver a vida com toda intensidade:
Sem a luz da fé, sem o colírio da fé;
Ou com a luz da fé, com o colírio da fé...
Indubitavelmente com ela, de Deus, um dom!

PS: apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52)

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