Semelhantes por causa do Amor
Muitas vezes se diz para as mães: − “O teu filho é parecido contigo”, trazendo alegria e contentamento indizíveis ao coração destas.
Mas a Maria, Mãe do Senhor e nossa, podemos dizer: “És parecida com o teu Filho!”
Na Anunciação, “Maria disse: Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”; um pouco mais tarde, Seu Filho diria:
“Pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim para fazer a vontade d’Aquele que me enviou,” (Jo 6, 38)
No canto do Magnificat, sua alma glorificou o Senhor pelas maravilhas que Ele realizou e realiza sempre na vida daqueles que a Ele se abrem e confiam. Seu Filho também exclamaria, anos mais tarde:
“... Eu Te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos!” (Mt 11, 25)
No primeiro sinal realizado por seu Filho, a transformação da água em vinho, nas bodas de Caná, Maria volta sua atenção aos esposos da festa, bem como foi capaz de levar o olhar do seu Filho Jesus às pessoas que terão necessidade de salvação, como assim o fez em toda a sua missão: não houve quem precisasse de uma palavra, de uma acolhida, de um sinal de ternura, compaixão e libertação, perdão e reconciliação que, fé tendo e n’Ele confiando, não recebesse graça sobre graça.
E ela O acompanhou em todos os instantes de sua missão, testemunhando Sua agonia, dor, flagelo, pranto, lágrimas, mistério de paixão, morte do Filho pela nossa Redenção. Ele que, por amor, suportou todas as dores; ela que, por amor, não se afastou e jamais se afasta de nossas dores, por isto a invocamos, entre tantos títulos, Nossa Senhora das Dores.
No momento ápice de dor, ao pé da Cruz, Maria sentia os sofrimentos do seu Filho, que dava a maior prova de Amor: Mãe e Filho inseparáveis na dor e pelo Amor. Ele ainda teve forças para no-la oferecer como mãe e nos confiar a Ela como filhos:
“Jesus viu a mãe e, ao lado dela o discípulo que Ele amava, Então disse à mãe: Mulher, eis aí o seu Filho. E depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.” (Jo 19, 26-27).
E assim fez Maria, como a vemos na Oração com os Apóstolos na manhã de Pentecostes, juntando-se ao dom do Espírito concedido pelo seu Filho à Sua Igreja. Como foi estremecedor para a Mãe ouvir os Apóstolos dizerem, ao levantar o Pão e o Cálice: Isto é o meu Corpo, Isto é o meu Sangue. Mãe e Filho, desde sempre e para sempre, inseparáveis.
Indubitavelmente, Maria se assemelha totalmente ao seu Filho, e podemos novamente dizer: “Maria, como tu se parece com teu Filho”: e, a ela, podemos pedir:
Ajudai-nos, ó Mãe, vós que tão bem soubestes acompanhar e seguir os passos do vosso Filho, com Ele plenamente vos identificar, porque, também temente a Deus e aberta à ação do Espírito.
Ajudai-nos, ó Mãe, a ter do vosso Filho mesmos pensamentos e sentimentos, para que digamos, como um dos que deram a vida por Ele: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20).
Ó Mãe, sois tão parecida com vosso Filho que, com Ele, estais na glória dos céus. Sois Mãe de Deus e nossa.
Rainha da Paz, vós que estais coroada no céu, porque convinha que estivésseis ao lado do Filho, vós que jamais d’Ele vos separastes, ajudai-nos a mesma graça alcançar, e na comunhão da Trindade Santa e Eterna para sempre estar. Amém.
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