quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Cremos no Senhor e renovamos a graça da missão

                                                          

Cremos no Senhor e renovamos a graça da missão

A Liturgia, da quinta-feira da 18ª semana do Tempo Comum, nos apresenta a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 16,13-23), e somos convidados a refletir sobre dois temas fundamentais da vida cristã: Cristo e a Igreja, a partir da pergunta de Jesus: “Quem sou Eu para vós?”.

A passagem do Evangelho pode ser apresentada em duas em duas partes: a primeira mais cristológica: Jesus é o Filho de Deus; e a segunda mais eclesiológica: sobre a missão confiada por Jesus a Pedro, a missão da Igreja.

Jesus interrogando sobre a Sua identidade não quer medir a Sua quota de popularidade, ao contrário, é para tornar as coisas mais claras para os discípulos, para uma consciente adesão; e, assim, confirmá-los na missão, confiando a Pedro em primeiro plano, esta missão de conduzi-los, por isto lhe são entregues as chaves do Reino para ligar e desligar.

Também nós somos interpelados por Jesus: “quem sou Eu para vós?”, e a resposta deve contemplar a realidade: alguém que é mais do que um homem, um ídolo, um revolucionário, uma pessoa de sabedoria incomum...

A nossa resposta tem que ser a de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”.

Ele é o esperado, que traz vida para o tempo presente e todo tempo; e mais que isto, para a eternidade.

Quanto á entrega das chaves a Pedro, o seu real simbolismo: Jesus nomeia Pedro para administrador e supervisor da Igreja, com autoridade para interpretar Suas palavras, bem como de adaptar os ensinamentos às novas necessidades e situações, e de acolher ou não novos membros na comunidade.

A Pedro é confiada por Jesus a autoridade, e com isto deve ser um “pai” para aqueles sobre quem se tem responsabilidade e promover o bem de todos, com solicitude, amor e justiça.

Deverá exercer um poder que se traduz num serviço à comunidade, com solicitude, bondade, compreensão, tolerância e misericórdia, jamais colocando os interesses próprios acima dos interesses do bem comum.

O serviço da autoridade não é uma questão de poder, mas de amor: impensável o exercício de cargos de responsabilidade, e na vida da comunidade, ministérios e serviços se não for decididamente guiado pelo amor.

Esta é a lógica que deve nortear o poder civil, assim como nos âmbitos da comunidade que professa a fé no Senhor Jesus.

Concluindo, somos convidados, na renovação de nossa fé, a fortalecer nossa pertença à Igreja, revigorando a dimensão profética e missionária de nossa fé, sem desânimos, fraquezas e esmorecimentos.

Como discípulos missionários do Senhor, abismados pelo Amor de Deus, a quem glorificamos e tributamos toda honra, glória, poder e louvor, porque possui toda ciência, riqueza, poder, sabedoria, continuemos o caminho que iniciamos no dia de nosso Batismo.

Bem falou o então Papa Bento XVI sobre este convite de renovação do encontro pessoal com Jesus Cristo, quando tomamos a decisão de nos deixar encontrar por Ele, de procurá-Lo dia a dia sem cessar:

−“Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”  (cf. n. 7 da EG).

Mais que uma resposta, renovação e adesão e fortalecimento para a missão de discípulos missionários, para que construamos uma Paróquia com um rosto novo, em contínua conversão, para que seja comunidade de comunidades, em que se sacia do Pão da Palavra, da Eucaristia e da Caridade.

“No nosso mundo, onde tudo aparece sempre provisório e discutível, uma caminhada de fé, sólida precisa de uma referência clara. Por isso, o serviço de Pedro e dos seus sucessos é preciso e deve ser acolhido como uma dádiva.” (1)

Pai Santo, fonte de sabedoria,
Que no testemunho humilde do Apóstolo Pedro
Colocastes o fundamento da nossa fé,
Concedei a todos os homens a luz do Vosso Espírito,
Para que, reconhecendo em Jesus de Nazaré,
O Filho do Deus vivo, se tornem pedras vivas
Para a edificação da Vossa Igreja. Amém.


PS: Fonte de pesquisa - www.Dehonianos.org/portal

(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus - Lisboa - pág. 183

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