O Pão da Vida, dai-nos, Senhor
À
luz do Tratado sobre os Mistérios, escrito pelo bispo Santo Ambrósio (Séc. IV),
reflitamos sobre a Eucaristia aos neófitos.
“O
povo purificado, enriquecido com estas vestes, adianta-se para o altar de
Cristo, dizendo: E entrarei até o altar
de Deus, do Deus que alegra a minha juventude.
Despidas
as vestimentas do antigo erro, renovada a
juventude como a da águia, apressa-se em ir participar do celeste banquete.
Chega, e, ao ver a ornamentação do santo altar, exclama: O Senhor é meu pastor, nada me falta; levou-me a boas pastagens.
Conduziu-me às águas da quietude. E mais adiante: Mesmo que caminhe em meio às sombras da morte, não temerei mal algum,
porque tu estás comigo. Teu cajado e teu bastão são meus arrimos. Preparaste
diante de mim uma mesa contra aqueles que me perseguem. Ungiste com óleo minha
cabeça e como é luminoso teu cálice embriagador!
Coisa
admirável o ter Deus feito chover o maná para sustentar com o alimento celeste
os patriarcas. Por isso se disse: O homem
comeu o pão dos anjos. No entanto, aqueles que comeram deste pão, todos
eles morreram no deserto; o alimento,
porém, que tu recebes, pão vivo que
desceu do céu, comunica a substância da vida eterna e quem quer que dele
comer não morrerá eternamente, pois é
o corpo de Cristo.
Considera
agora qual deles é de maior valor: o pão dos anjos ou a carne de Cristo, que é
o corpo da vida. Aquele maná vem do céu; este está acima do céu. Aquele, do
céu; este, do Senhor dos céus. Aquele é corruptível, se guardado para o dia
seguinte; este é totalmente imune de corrupção e quem o tomar piedosamente não
poderá experimentar a corrupção.
Para
aqueles brotou a água da pedra; para ti, o sangue de Cristo. Àqueles, por um
momento, a água saciou; a ti o sangue do Senhor refresca para sempre. O povo
antigo bebe e tem sede; tu, ao beberes, não podes mais sentir sede, pois, de
fato, aquilo era sombra, enquanto isto é realidade.
Se
já admiras a sombra, qual não será tua admiração da realidade? Escuta como é
sombra o acontecido aos patriarcas: Bebiam
da pedra que os seguia; a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou de muitos deles, pois caíram mortos no deserto.
Estas coisas foram feitas em figura para nós. Conheces agora o que tem
maior valor: a luz supera a sombra; a realidade, a figura; o corpo do Criador
vale mais do que o maná do céu.” (1)
A
Eucaristia é o alimento indispensável para que vivamos a graça do batismo, e
darmos testemunhos da fé, esperança e caridade, virtudes divinas que nos movem,
sobretudo para nós, peregrinos da esperança.
Neófitos
(recém-batizados) ou não, todos precisamos deste alimento salutar e de eternidade.
Fundamental
que participemos dominicalmente das Missas e tanto quanto possível das Missas
nos dias da semana.
A Eucaristia é o ponto alto e a fonte de toda a nossa vida, para
carregarmos com fidelidade nossa cruz de cada dia com suas renúncias
necessárias.
(1) Liturgia das Horas - oportuna para aprofundamento da passagem do Evangelho de João (Jo 6, 24-35) proclamada no 18º Domingo do Tempo Comum.
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