quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Síntese da mensagem para o 57º Dia Mundial das comunicações

 


Síntese da mensagem para o 57º Dia Mundial das comunicações

A mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais traz como tema “Falar com o coração” , e o lema - “Testemunhando a verdade no amor” (Ef 4, 15)»

Nas mensagens anteriores, o Papa aprofundou os verbos “ir e ver” e “escutar”. Nesta, continua aprofundando a comunicação a partir do verbo “falar”.

“Foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora.”

Se escutarmos o outro com o coração puro, afirma o Papa, conseguiremos também falar testemunhando a verdade no amor (cf. Ef. 4,15), e acontece acolhendo as fragilidades recíprocas com respeito, em vez de julgar a partir dos boatos semeando discórdia e divisões.

Mas para esta comunicação acontecer ao testemunhar a verdade no amor, é preciso que se faça a purificação do coração, e assim é possível comunicar cordialmente:

“Comunicar cordialmente quer dizer que a pessoa que nos lê ou escuta é levada a deduzir a nossa participação nas alegrias e receios, nas esperanças e sofrimentos das mulheres e homens do nosso tempo.”

A partir da experiência dos discípulos de Emaús, reflete sobre a manifestação de Jesus Ressuscitado, que fala com o coração, acompanhando com respeito o caminho da amargura experimentado pelos discípulos, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido.

Em tempos de polarizações e oposições, é preciso uma comunicação de coração e braços abertos da parte de todos.

É preciso um falar amável que abra brecha nos corações mais endurecidos – “Precisamos daquele falar amável no âmbito dos ‘mass media’, para que a comunicação não fomente uma aversão que exaspere, gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a realidade onde vivem.”

São Francisco de Sales, doutor da Igreja é nos apresentado como referência exemplar de comunicação – “A sua mansidão, humanidade e predisposição a dialogar pacientemente com todos, e de modo especial com quem se lhe opunha, fizeram dele uma extraordinária testemunha do amor misericordioso de Deus. Dele se pode dizer que as suas «palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis» (Sir 6, 5). Aliás uma das suas afirmações mais célebres – «o coração fala ao coração» – inspirou gerações de fiéis, entre os quais se conta São John Henry Newman que a escolheu para seu lema: Cor ad cor loquitur. «Basta amar bem para dizer bem»”.

Lembra-nos o Papa que “somos aquilo que comunicamos”, e isto é uma lição contracorrente hoje, sobretudo nas redes sociais, em que a comunicação é muitas vezes instrumentalizada para que o mundo nos veja, não por aquilo que somos, mas como desejaríamos ser.

Segundo São Paulo VI, os escritos de São Francisco suscitam uma “leitura sumamente agradável, instrutiva e estimulante”; e assim devem ser os artigos, reportagens, serviços radiotelevisivos nas redes sociais.

Apresenta-nos o referido santo da ternura (São Francisco) como inspiração para os agentes da comunicação, procurando e narrando a verdade com coragem e liberdade, mas rejeitando a tentação de usar expressões sensacionalistas e agressivas.

Urge falar com o coração no processo sinodal, e para tanto é preciso de uma escuta sem preconceitos, atenta e disponível. Este falar será segundo o estilo de Deus, que se sustenta de proximidade, compaixão e ternura.

Diante do quadro de conflitos, lembra o Papa, vivemos uma realidade como há 60 anos, uma hora escuta temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa possível, inclusive em termos de comunicação. Urge desarmar os ânimos, promovendo uma linguagem de paz - “Fica-se apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem muitas vezes em ações bélicas de celerada violência. Por isso mesmo há que rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de propaganda que manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas. Em vez disso seja promovida, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições para se resolverem as controvérsias entre os povos.".

Uma conversão do coração decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração humano – “Do coração brotam as palavras certas para dissipar as sombras dum mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos. É um esforço que é exigido a todos e cada um de nós, mas faz apelo de modo particular ao sentido de responsabilidade dos agentes da comunicação a fim de realizarem a própria profissão como uma missão.       

Conclui a Mensagem com estas palavras:

 Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai, nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial. 

Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide. 

Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.”

 

 

Desejando, leia a mensagem na integra:  https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20230124-messaggio-comunicazioni-sociali.html

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