sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Que todos se amem em uníssono!

Que todos se amem em uníssono!
Como em suave e harmoniosa melodia...

Em tempo de pós-modernidade, num mundo globalizado,  caracterizado por uma mudança de época, acentuam-se algumas marcas que clamam por superação: individualismo, fragmentação dos relacionamentos, consumismo, virtualização na convivência (redes sociais virtuais), anonimato. 

Evidentemente, também tem aspectos positivos: agilização na comunicação e transportes, descobertas significativas que atenuam dores e sofrimentos, avanços científicos que, se bem colocados a serviço da humanidade, possibilitam melhora substancial na condição da existência humana e maior cuidado com todo o planeta que “geme em dores de parto”... Há, enfim, clamores que bradam aos céus! E um que ultrapassa todos os tempos: “que todos se amem em uníssono, como numa suave e harmoniosa melodia”

Não amar em uníssono prolongará conflitos étnicos e religiosos pelo mundo; exacerbação de fundamentalismos de toda ordem, fazendo sucumbir esperanças de um novo tempo...

Que todos se amem em uníssono, uma suplica que haveremos de multiplicar... Um coro que haveremos de cantar incansavelmente.

Amar em uníssono, em perfeita harmonia, abandonando todos os instrumentos de morte, e fazendo vibrar todos os instrumentos que ajudem a  ressoar a suave melodia da dignidade e sacralidade da vida.

Amar em uníssono na família, criando espaços para o diálogo, para a acolhida, o perdão, a mútua ajuda, o encorajamento das forças, a solidificação de uma existência com princípios inalienáveis (amor, verdade, justiça, liberdade, paz...).

Amar em uníssono em nossas comunidades e em nossas pastorais, enquanto Igreja. Ainda temos um longo caminho a percorrer a fim de que nos reconheçam como discípulos críveis do Senhor Ressuscitado, pois Ele mesmo disse: amando-nos reconhecerão que dEle discípulos o somos...

Amar em uníssono em todos os âmbitos e em todos os espaços, condição indispensável para que possamos fazer renascer no mais profundo de nós a esperança; que aliada ao amor em uníssono, e ainda somada com a fé sólida e comprometida será certeza de um mundo novo.

Sem nos amarmos em uníssono não haverá horizonte promissor, o passado será tão apenas páginas de desolação, e o presente uma cruz insuportável a ser carregada e imposta  sobre os ombros do próximo.

Bem disse São João Crisóstomo: “O que é difícil o amor torna fácil”. Somente o amor em uníssono, sem ninguém se eximir e se excluir, é que fará brotar a semente que não morrerá em vão, florescerá e frutificará como bem cantou o poeta em “Coração de Estudante”:

"Quero falar uma coisa...
... E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
flor, flor e fruto..."

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG