quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Maria, modelo de escuta e prática da Palavra




Maria, modelo de escuta e prática da Palavra

Celebramos, no dia 21 de novembro, a Apresentação de Nossa Senhora, e ouvimos a passagem do Evangelho (Mt 12,46-50), em que Jesus nos ensina que Sua família é constituída por todos aqueles que fazem a vontade de Deus, independente de laços de sangue.

É condição indispensável, portanto, um compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus, sem jamais fazer a separação entre que o se crê e o que se vive, o que se celebra e o que se traduz no quotidiano, nos mais diversos âmbitos da vida.

Vejamos quais são as exigências indispensáveis para que alguém se torne importante para Jesus, e de Sua família faça parte:

- ouvir a Palavra de Deus, colocando em prática;
- pautar toda existência pelo Mandamento maior do Amor a Deus e ao próximo; amando como Ele nos ama – “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 13,34);

- saber perdoar, e procurar o perdão, quando necessário, como expressão de que todos somos passíveis de erros e necessitados do perdão do outro, para viver a autêntica misericórdia que Ele nos ensinou;

- ter a alegria de partilhar o melhor que se possui, para que o milagre da multiplicação continue a ser realizado, de modo que não haja necessitados entre nós;

- aprender que, na acolhida do outro, se acolhe o próprio Jesus, sobretudo se for um pequenino, pobre, doente, marginalizado;

- saber se esforçar, quando preciso, em ser sinal de consolo, compreensão e solidariedade, como a mais bela expressão da compaixão divina com expressões concretas;

- ser comprometido com a Boa-Nova do Reino, com coragem e profecia, sem deixar-se submergir no medo, na omissão e na indiferença;

- viver a doação pura e simples, sem nada esperar em troca, na mais perfeita alegria;

- saber ser feliz com os que são felizes, mas também saber chorar com os que choram;

- não somente se encontrar e se reunir para celebrar, orar, mas fazer o necessário prolongamento no dia a dia, jamais separando a Mesa da Palavra e do Altar das incontáveis mesas do quotidiano.

Evidentemente, há outras exigências, porém, estas já são o bastante para avaliarmos o quanto somos, de fato, membros da família de Jesus.

Neste sentido, contemplemos Maria, Sua Mãe, como a mais perfeita e integrada em Sua família, porque não somente foi Mãe do Salvador, pela ação do Espírito Santo, mas em todo o seu viver sempre colocou a vontade Deus acima da própria vontade.

Maria é por excelência modelo de escuta à prática da Palavra e com ela também podemos contar em todos os momentos.

Ressoem em nosso coração suas palavras, que não emanaram de seus lábios apenas, mas de um coração pleno do amor e graça divina:

“Fazei tudo o que o Ele vos disser” (Jo 2,5). 

Maria, a perfeita discípula do Senhor

                                                         



                          Maria, a perfeita discípula do Senhor

“Assim Maria era feliz porque,
já antes de dar à luz o Mestre, trazia-O na mente”

Celebramos, no dia 21 de novembro, a Memória da Apresentação de Nossa Senhora, a “dedicação” que Maria fez de si mesma a Deus, já desde a infância, movida pelo Espírito Santo, que a encheu de graça desde a sua Imaculada Conceição. Aquela que acreditou em virtude da fé, também pela fé concebeu.

Neste dia, celebramos, juntamente com os cristãos da Igreja Oriental, a dedicação (ano 543) da Igreja de Santa Maria a Nova, construída perto do templo de Jerusalém.

A Liturgia das Horas nos oferece mais um Sermão do Bispo Santo Agostinho (Séc. V), para melhor celebrarmos esta Memória.

"Prestai atenção, rogo-vos, naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para Seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que me enviou, este é meu irmão, irmã e mãe (Mt 12,49-50).

Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação e que foi criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado?

Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o Mestre, trazia-O na mente.

Vede se não é assim como digo. O Senhor passava acompanhado pelas turbas, fazendo milagres divinos, quando certa mulher exclamou: Bem-aventurado o seio que te trouxe. Feliz o ventre que te trouxe! (Lc 11,27)

O Senhor, para que não se buscasse a felicidade na carne, que respondeu então? Muito mais felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam (Lc 11,28). Por conseguinte, também aqui é Maria feliz, porque ouviu a Palavra de Deus e a guardou. Guardou a verdade na mente mais do que a carne no seio.

Verdade, Cristo; carne, Cristo; a verdade-Cristo na mente de Maria; a carne-Cristo no seio de Maria. É maior o que está na mente do que o trazido no seio.

Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas membro do corpo total.

Se ela pertence ao corpo total, logo é maior o corpo que o membro. A cabeça é o Senhor; e o Cristo total, é a cabeça e o corpo. Que direi? Temos cabeça divina, temos Deus por cabeça!

Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo, também vós sois corpo de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos (Mt 12,49).

Como sereis mãe de Cristo?  Todo aquele que ouve e faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe (cf. Mt 12,50).

Pensai: entendo irmão, entendo irmã; é uma só a herança, e é essa a misericórdia de Cristo que, sendo único, não quis ficar sozinho; quis que fôssemos herdeiros do Pai, coerdeiros seus”.

Recolhamo-nos em  meditação silenciosa sobre  a pureza e singeleza desta Mulher ímpar que a história conheceu, e outra maior jamais conhecerá.

Renovemos o desejo e compromisso de aprender com Ela, a Mãe do Salvador, a sermos mais autênticos discípulos Missionários do Seu Filho, ouvindo e pondo em prática a Sua Palavra.

Empenhemo-nos em fazer a vontade do Seu Filho, como ela bem nos disse nas Bodas de Caná, para que Família do Senhor sejamos.

Exultemos de alegria em saber que ela, Assunta aos céus, e coroada já com a coroa da glória, como Rainha, nos acompanha e nos assiste, enquanto peregrinamos pela fé também rumo ao céu.

Silenciando-nos diante de Maria, estaremos falando imediatamente com Deus, pois a autêntica devoção Mariana jamais nos afasta d'Ele.

Quando imitamos suas virtudes, nos tornamos mais conforme o que Ele espera de cada um de nós, assim como Jesus o foi, assim como ela o fez, realizando sempre e plenamente a vontade de Deus.

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”.

Maria, perfeita ouvinte e praticante da Palavra do Senhor

                                                       

Maria, perfeita ouvinte e praticante da Palavra do Senhor

“Muito mais felizes são aqueles que ouvem a
Palavra de Deus e a põem em prática!”
(Lc 11,28)

Reflexão da ´passagem do Evangelho de Lucas (Lc 11,27-28), à luz da Liturgia das Horas que nos oferece o Sermão do Bispo Santo Agostinho (Séc. V).

"Prestai atenção, rogo-vos, naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para Seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que me enviou, este é meu irmão, irmã e mãe (Mt 12,49-50).

Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação e que foi criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado?

Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o Mestre, trazia-O na mente.

Vede se não é assim como digo. O Senhor passava acompanhado pelas turbas, fazendo milagres divinos, quando certa mulher exclamou: Bem-aventurado o seio que te trouxe. Feliz o ventre que te trouxe! (Lc 11,27)

O Senhor, para que não se buscasse a felicidade na carne, que respondeu então? Muito mais felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam (Lc 11,28). Por conseguinte, também aqui é Maria feliz, porque ouviu a Palavra de Deus e a guardou. Guardou a verdade na mente mais do que a carne no seio.

Verdade, Cristo; carne, Cristo; a verdade-Cristo na mente de Maria; a carne-Cristo no seio de Maria. É maior o que está na mente do que o trazido no seio.

Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas membro do corpo total.

Se ela pertence ao corpo total, logo é maior o corpo que o membro. A cabeça é o Senhor; e o Cristo total, é a cabeça e o corpo. Que direi? Temos cabeça divina, temos Deus por cabeça!

Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo, também vós sois corpo de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos (Mt 12,49).

Como sereis mãe de Cristo?  Todo aquele que ouve e faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe (cf. Mt 12,50).

Pensai: entendo irmão, entendo irmã; é uma só a herança, e é essa a misericórdia de Cristo que, sendo único, não quis ficar sozinho; quis que fôssemos herdeiros do Pai, coerdeiros seus”.

Recolhamo-nos em  meditação silenciosa sobre  a pureza e singeleza desta Mulher ímpar que a história conheceu, e outra maior jamais conhecerá.

Renovemos o desejo e compromisso de aprender com Ela, a Mãe do Salvador, a sermos mais autênticos discípulos Missionários do Seu Filho, ouvindo e pondo em prática a Sua Palavra.

Empenhemo-nos em fazer a vontade do Seu Filho, como ela bem nos disse nas Bodas de Caná, para que Família do Senhor sejamos.

Exultemos de alegria em saber que ela, Assunta aos céus, e coroada já com a coroa da glória, como Rainha, nos acompanha e nos assiste, enquanto peregrinamos pela fé também rumo ao céu.

Silenciando-nos diante de Maria, estaremos falando imediatamente com Deus, pois a autêntica devoção Mariana jamais nos afasta d'Ele.

Quando imitamos suas virtudes, nos tornamos mais conforme o que Ele espera de cada um de nós, assim como Jesus o foi, assim como ela o fez, realizando sempre e plenamente a vontade de Deus.

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Fidelidade plena à Lei Divina

                                                       

Fidelidade plena à Lei Divina

Reflexão à luz da passagem do livro dos Macabeus (2 Mc 7,1.20-31), sobre o horizonte da humanidade: uma vida que nunca se acaba, plena, total e nova: a vida eterna, iluminados pelo testemunho de sete irmãos que deram a vida pela fé, movidos pela certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que percorrem, com fidelidade, os caminhos por Ele propostos.

O texto nos fala do martírio de uma mãe e dos seus sete filhos, que se recusaram a violar a fé e as tradições judaicas, e por isto, foram mortos.

“Os sete irmãos tiveram a coragem de defender a sua fé até a morte, porque acreditavam que Deus lhes devolveria, outra vez a vida, uma vida semelhante àquela que lhes ia ser tirada. O Deus criador tem, de acordo com a catequese aqui feita, o poder de ressuscitar os mártires para a vida eterna”. (1)

Havia um contexto de perseguição contra os judeus, feita por Antíoco IV Epifanes (175-164a.C.). Muitos judeus, ao manterem vivas as suas tradições, foram cruelmente perseguidos e mortos.

Com isto, temos pela primeira vez a doutrina da ressurreição explicitamente apresentada na Bíblia. Esta verdade será desenvolvida e culminará com a Ressurreição de Jesus Cristo.

Reflitamos:
- Quais os valores pelos quais consumimos a nossa vida, ou seja, que acreditamos e pelos quais somos capazes de morrer?
- Somos capazes de defender com a própria vida as verdades de nossa fé?
- Somos capazes de lutar contra a corrente, se preciso for, pelos valores significativos para a nossa vida de fé?

A mensagem catequética nos convida a não ficarmos paralisados pelo medo, renovando compromissos com a justiça e a verdade, e nossa coragem e força para o testemunho da fé.

Como discípulos missionários do Senhor, iluminados por esta página da Sagrada Escritura, renovemos a nossa fé, a coragem e coerência entre o que cremos e o que vivemos.

Vigilância e compromisso com o Reino

                                                       

Vigilância e compromisso com o Reino

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus sobre a Parábola dos talentos (Mt 25,14-30).

Refletimos sobre o tema da vigilância, que consiste na espera do Senhor que vem, multiplicando os talentos que Ele nos confiou, com sabedoria, criatividade, enfrentando os riscos necessários, com indispensável esforço de nossa parte para que o Reino de Deus aconteça.

Indispensável é que sejamos conduzidos e iluminados pela sabedoria divina, que no Livro dos Provérbios (Pr 31,10-13.19-20.30-31), é apresentada como a imagem da mulher perfeita, um modelo de sabedoria e comportamento, que deve estar presente em todos aqueles que esperam e participam da construção do Reino de Deus: felicidade conjugal, trabalho, autenticidade de valores.

O Apóstolo Paulo também nos exorta na Carta aos Tessalonicenses (1Ts 5,1-6, para que como  partícipes do plano de Deus, “não durmamos como os outros”.

É preciso empenhadar em multiplicar os próprios talentos, sem acumular uma fortuna para si, tão pouco usar as próprias capacidades unicamente para si, menos ainda com desperdício.

É através do trabalho que produzimos a criação divina, como prolongamento da obra da criação.

Nas atividades cotidianas, experimentamos nossas capacidades transformadoras, a necessária fantasia criativa, que não pode prescindir da verdadeira Sabedoria, para não promover e se deixar seduzir pela desordem do pecado, em dimensão pessoal, social e  estrutural.

Vejamos o que nos diz o Missal Dominical:

“A vida nos nossos dias é muito dura para a maior parte dos homens, a concorrência é desumana, não existe segurança profissional para ninguém, o relaxamento dos costumes cresce de maneira inquietadora, os homens confiam cada vez menos uns no outros.

Aumenta a delinquência, o sofrimento não poupa ninguém e a morte continua a ser o pavor de todos. Pesa sobre a humanidade o perigo de guerras: reina ainda na terra o estado da injustiça, que clama vingança, e no qual se encontra o Terceiro Mundo.

Todos experimentam, às próprias custas, quais as consequências, quando o pecado domina. Quem pode sentir-se em segurança?

Entretanto, Cristo age nesta humanidade como força de renovação, difundindo dons e talentos a homens livres que saibam fazê-los frutificar corajosamente.

Deus não tem o hábito de transformar as leis da natureza ou de agir em nosso lugar; não organiza nenhum sistema de segurança nem mesmo para os que creem n’Ele; mas o Espírito de Deus nos impele a tornarmo-nos homens novos, isto é, homens que, apesar dos contragolpes e oposições, continuam a edificar com amor um futuro mais sorridente”. (1)

Retomando a Parábola, temos a figura do um terceiro servo, que jamais deve ser para nós um modelo, pois tem medo do Senhor, um medo que o cristão não deve ter, desde que no Batismo se tornou  filho de Deus.

Esperemos vigilantes a segunda vinda do Senhor, abertos à Sabedoria divina, que é revelada aos pequeninos e escondida aos sábios e entendidos, é preciso que nos empenhemos em descobrir quais os talentos que o Senhor nos confiou para colocá-los a serviço do outro, por “um futuro mais sorridente”, mais esperançoso, mais fraterno.

Sem preguiça, omissão e medo, mas, com maturidade, viver o risco da fé, a entrega, a confiança, a disponibilidade para o serviço e promoção do bem comum.

A genuína fé no Senhor tem pertinentes apelos e compromissos que dela emergem, e tão somente assim, daremos razão de nossa esperança, num contínuo esforço de tornar concreta, afetiva e efetiva a virtude da caridade.

De fato, o Senhor coloca sempre o futuro em nossas mãos: memória e esperança nos acompanham. Importa, também, o conteúdo do tempo presente, o que se fez e o que se faz para que tenhamos um futuro feliz, e assim, estaremos, de fato, preparando a segunda vinda gloriosa do Senhor, e poderemos aclamá-Lo como Senhor e Rei do Universo.


(1) Missal Dominical - Paulus, 1995 - p.860.

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

Vigilância: tempo de amar e servir

                                                                  

Vigilância: tempo de amar e servir

A passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,14-30) nos apresenta a Parábola dos talentos, e vemos o quanto Deus confia no homem, e conta com sua liberdade responsável na participação da construção do Reino.

A três pessoas foram confiados os talentos. O terceiro deles, que enterrou o talento, representa o perfeito servilismo, que deforma a imagem de si e do outro, porque se deixa dominar pelo terror. É próprio do terror não somente impedir qualquer iniciativa de certo fôlego, mas fazer abortar o realizar da possibilidade mais simples.

Entre a primeira e a segunda vinda há o tempo intermediário que estamos vivendo. Tempo que não pode ser vivido numa espera angustiosa, ociosa e tampouco agitada ou marcada pelo medo. 

Não podemos ser resignados, demissionários, gente entristecida, enfraquecidos pela preguiça e desorientados pelas dificuldades. Não há por que ficarmos aborrecidos e tampouco perdermos tempo no multiplicar os talentos que o Senhor nos confiou. Não importa quantos são, mas se os multiplicamos com intensa fidelidade e alegria.

Deve reinar uma alegria transbordante no coração dos discípulos missionários do Senhor. Sempre convictos de que é para o Senhor Jesus que trabalham, colocando a serviço os talentos, na fidelidade total e incondicional ao Pai, contando com a força, luz e sabedoria do Espírito Santo. 

A comunidade deve passar sempre do “temor servil” para o “amor filial”. Quando isto acontece, vigilante e sábia a comunidade se torna. 

No amor filial cada membro da comunidade não tem outra inquietação senão amar mais e mais, e verdadeiramente, colocando-se alegremente a serviço na construção do Reino. Nisto consiste a verdadeira sabedoria.

Quem ama torna-se cada vez mais capaz de amar. Quem é fiel e responsável em suas tarefas, sejam elas pequenas ou grandes, cresce na fidelidade e na liberdade dos filhos de Deus.

Caminhamos rumo à felicidade eterna prometida, já a experimentando no tempo presente. Somente quem serve o Senhor na alegria entrará na plenitude de Sua alegria no céu. 

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

Multipliquemos os talentos que o Senhor nos deu

                                                                   

Multipliquemos os talentos que o Senhor nos deu

Com a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,14-30), refletimos  sobre como  testemunhamos e participamos da construção do Projeto Divino, a fim de que sejamos conscientes, ativos e comprometidos, fazendo frutificar os talentos que Deus nos concede por Sua bondade.

Indispensável é sermos conduzidos pela Sabedoria Divina, como vemos na passagem do Livro dos Provérbios (Prov 31,10-13.19-20.30-31), para melhor participarmos da construção do Projeto de Deus. 

Trata-se de uma coleção de sentenças sobre a sabedoria, construída ao longo de vários séculos e atribuída a Salomão. 

Um poema alfabético, que retrata a mulher virtuosa; e quão belo é ver a Sabedoria comparada à imagem desta mulher.

Ela sabe gerir a casa, é diligente, trabalhadora, possui um coração generoso, teme ao Senhor e não se preocupa com a aparência. Temos aqui o convite para refletirmos sobre os valores eternos que asseguram uma vida feliz e próspera: empenho, compromisso, generosidade e temor.

Indispensável, também, é a dependência de Deus; que quando autêntica, amplia a nossa liberdade e nos realiza plenamente.

O Apóstolo Paulo também nos fala sobre a necessária vigilância (1Ts 5,1-16), que consiste em esperar o Senhor que vem, atentos e vigilantes, com empenho ativo e incansável na construção do Reino, sem jamais cruzarmos os braços. 

A volta de Jesus se dará no final dos tempos, na parusia, mas enquanto isto, na espera, os dias sejam passados na vigilância e não no esmorecimento, deserção, fuga, mas vivendo coerentemente as opções do Batismo.

Sendo assim, é preciso que os membros da comunidade vivam como filhos da luz: vigilantes, sóbrios, com os olhos no futuro, esperando a chegada da vida verdadeira, numa vida marcada por uma esperança com corpo e conteúdo.

A vigilância consiste em não negligenciar as questões do mundo e os problemas do homem e da mulher, sem jamais fugir dos desafios que nos interpelam.

Ao contrário, é procurar caminhos e respostas para os mesmos, vivendo os ensinamentos de Jesus: os valores eternos para que o mundo seja transformado, no mais belo sentido da esperança, que é a serena expectativa.

Neste sentido entendemos a mensagem do Evangelho proclamado:
num contexto do esquecimento e perda do entusiasmo inicial, a comunidade se instalara na mediocridade, rotina, comodismo, facilidades, desânimo, desinteresse e deserção. 

O Evangelista acena para o horizonte final da história humana: a segunda vinda do Senhor, mas, enquanto isto, é preciso multiplicar os talentos que Ele nos confiou, pois Ele voltará e nos julgará conforme nosso comportamento em Sua ausência.

Agora é o nosso tempo, e com o nosso coração o Senhor continuará amando os últimos, os pecadores que estão a nossa volta.

Com nossas palavras, acompanhadas de testemunho, é que Ele animará, consolará, fortalecerá os entristecidos e desanimados.

É preciso construir uma comunidade alerta e vigilante que não se acomode; que não caia numa mórbida e indesejável passividade; que não fique de mãos erguidas e olhos postos aos céus, sem compromissos concretos e solidários. É preciso envolver-se, comprometer-se.

Com nossos braços estendidos e mãos abertas o Senhor acolherá os que vivem na miséria, na busca do sentido, da acolhida, de um pedaço de pão, porque é com nossos pés que Ele continuará Se dirigindo ao encontro de cada pessoa que mais precisa.

Reflitamos:

- Há o tempo de Sua presença e comunicação dos dons; o tempo de Sua ausência e confiança em nós depositada e haverá o tempo de Sua volta. O que temos para apresentar?

- Não há lugar para cristãos apáticos e acomodados, é preciso ter coragem de arriscar. O que faço para que Cristo seja conhecido e amado?

- Quais são os talentos que Deus me confiou? 
- Como desenvolvo estes talentos?

Vivendo intensamente a missão por Deus a nós confiada, revelaremos ao mundo inteiro a Face de Cristo, gerando Cristo em nós, e tão somente assim, os talentos serão multiplicados e não covardemente enterrados, e seremos alegres e convictos servidores do Reino por Jesus inaugurado.

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

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