terça-feira, 15 de julho de 2025

Em poucas palavras...

 


Mais que ter, viver a fé

“Aquelas cidades, punidas por seus muitos pecados, não tiveram a possibilidade de se beneficiar dos prodígios da ação salvífica de Deus como a têm os filhos do novo povo de Deus através dos Sacramentos. Impõe-se a todos um sincero exame: contentamo-nos com ‘ter’ a fé ou nos esforçamos por ‘vivê-la’”? (1)

 

(1)               Comentário do Missal Cotidiano – passagem do Evangelho de Mateus (Mt 11,20-24) – pág. 1026

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Uma fé fecunda e autêntica

                                                                       

Uma fé fecunda e autêntica

 

“Eum porém, Vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós."(M 11,24)

 

Uma reflexão à luz da passagem do Evangelho de São Mateus (Mt 11,20-24; Lc 10,13-16), em que Jesus dirigiu "ais" de lamentação contra as Cidades de Corazim e Betsaida, pela sua incredulidade e não conversão, não obstante Sua presença e sinais realizados.

Hoje, esta mensagem se dirige a nós. Acolhamos as Palavras do Senhor, para que não tenhamos a mesma sorte destas cidades.

Afastemos toda a infidelidade a Deus, e nos empenhemos em esforços sinceros de conversão, pois bem maior é a nossa responsabilidade, sobretudo porque temos a graça dos Sacramentos, a Palavra de Deus e muito mais.

Mais do que membros da Igreja, é preciso que dela participemos ativamente, a serviço do Reino.

E mais do que fazer parte do povo de Deus, é preciso que vivamos como filhos de Deus.

Urge como discípulos missionários do Senhor, renovar a alegria da missão evangelizadora, no fortalecimento dos seus quatro pilares: da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.

Acompanhe a fé, que recebemos como dom, a virtude da esperança, e gestos de caridade se multipliquem, como expressão de sua fecundidade e autenticidade.

Façamos um sincero exame de consciência, a fim de que não nos contentemos em apenas ter fé, mas nos esforcemos por vivê-la; pois para que não sejamos meros ouvintes da Palavra de Deus, mas dela praticantes. Amém.


“Enviai-me, Senhor”

                                                          


“Enviai-me, Senhor”

Somos enviados por Deus em missão, como aconteceu com o Profeta Isaías: “Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: ‘Eis-me aqui: podeis enviar-me’” (Is 61,8), e é preciso que nesta missão sejamos misericordiosos como o Pai (Lc 6,36).

Deste modo, somos enviados para irradiar a Boa-Nova do Evangelho em todos os âmbitos, e de modo especial viver as obras de misericórdia corporais (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos); e as obras de misericórdia espirituais (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rezar a Deus pelos vivos e defuntos).

Roguemos a Deus para que nossas comunidades, conduzidas e aberta ao Espírito, sejam cada vez mais evangelizadoras; verdadeiras comunidades eclesiais missionárias, onde os pilares da Palavra, do Pão da Eucaristia, da Caridade e da ação Missionária sejam cada vez mais fortalecidos, como tão bem nos orienta as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023) - (Documento n. 109), com seu Objetivo Geral das Diretrizes:

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.

Oportunas as palavras do Bispo São Boaventura (séc. XIII): 

“Através da ferida visível vemos a ferida do amor invisível”, pois contemplando a ferida visível do Senhor, cravado na cruz pela nossa redenção, expressão ápice de Seu amor por nós, renovaremos o nosso ardor e a alegria de sermos enviados como sinais deste amor, através das atividades mais diversas que venhamos a multiplicar.

Enfim, como peregrinos de esperança, vivendo o Ano Jubilar, somos enviados para viver com alegria a vocação de discípulos missionários do Senhor, comprometidos com o anúncio da Boa-Nova do Reino, evangelizando com amor, zelo e alegria, contando sempre com a força e presença do Espírito Santo. 

Portanto, se o cansaço vier, se dificuldades aparecerem, contemos com o colo maternal de Maria, a Estrela da Evangelização, e cobertos por seu manto sagrado, refeitas nossas forças, continuemos a nossa missão.

Uma Oração que eleva pensamentos e refrigera a nossa alma!

                                            


Uma Oração que eleva pensamentos e refrigera a nossa alma!

Com a Oração do Bispo São Boaventura (séc. XIII) somos agraciados por uma leve Brisa Divina, numa suave expressão do sopro do Espírito.

“Ó inefável beleza do Deus altíssimo e puríssimo esplendor da Luz eterna, Vida que vivifica toda vida, Luz que ilumina toda luz, e conserva em perpétuo esplendor a multidão dos astros, que desde a primeira aurora resplandecem do trono da Vossa divindade.

Ó eterno e inacessível, brilhante e suave manancial daquela Fonte oculta aos olhos de todos os mortais! Sois profundidade infinita, altura sem limite, amplidão sem medida, pureza sem mancha! De Ti procede o rio que vem trazer alegria à cidade de Deus,

Para que entre vozes de júbilo e contentamento possamos cantar hinos de louvor ao Vosso nome, sabendo, por experiência que em Vós está a Fonte da vida, e em Vossa Luz contemplamos a luz”.

Contemplemos o Sagrado Coração de Jesus, e n’Ele o Mistério do Amor de Deus por nós, do qual jorra uma torrente que tudo depura e arrasta, e assim teremos elevados nossos  pensamentos e nossa alma refrigerada, com este sopro que vem do Espírito.

Reflitamos:

- O que a oração, de São Boaventura nos desperta?
- O que significa o Amor de Deus em minha vida?

- Qual a profundidade e intensidade do Amor de Deus que sinto em minha vida?
- Como percebem em mim a presença do Amor vital de Deus?

- Tenho correspondido e agradecido o Amor de Deus por mim?
- Com que palavras posso agradecer o Amor de Deus por mim?

Supliquemos a Deus para que Seu inefável Amor, continue sendo derramado em nosso favor, e façamos silêncio diante da Palavra de todas as Palavras  e digamos depois:

Deus como Te amo!
E por mais que Te ame
É nada, absolutamente nada,
Diante do Teu amor, mas Te amo!
E quero amar, a cada dia,  cada vez mais. Amém.


Que o Fogo do Espírito nos inflame!

                                                          

Que o Fogo do Espírito nos inflame!

Celebramos, no  dia 15 de julho, a Memória do Bispo São Boaventura (séc. XIII), que nos enriquece com seu “Opúsculo Literário da Mente para Deus”.

“Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, o propiciatório colocado sobre a arca de Deus (cf. Ex 26,34) e o Mistério desde sempre escondido (Ef 3,9).

Quem olha para este propiciatório, com o rosto totalmente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na Cruz, com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem.

E assim, por meio do Lenho da Cruz, atravessa o mar Vermelho, saindo do Egito e entrando no deserto, onde saboreia o maná escondido.

Descansa também no túmulo com Cristo, parecendo exteriormente morto, mas experimentando, tanto quanto é possível à Sua condição de peregrino, aquilo que foi dito pelo próprio Cristo ao ladrão que O reconhecera: Ainda hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23,43).

Nesta passagem, se for perfeita, é preciso deixar todas as operações intelectuais, e que o ápice de todo o afeto seja transferido e transformado em Deus.

Estamos diante de uma realidade mística e profundíssima: ninguém a conhece, a não ser quem a recebe; ninguém a recebe, se não a deseja; nem a deseja, se não for inflamado, até a medula, pelo Fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou ao mundo. Por isso, o Apóstolo diz que essa Sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo (cf. 1Cor 2,13).

Se, portanto, queres saber como isso acontece, interroga a graça, e não a ciência; o desejo, e não a inteligência; o gemido da oração, e não o estudo dos livros; o esposo, e não o professor; Deus, e não o homem; a escuridão, e não a claridade.

Não interrogues a luz, mas o Fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unções suavíssimas e afetos ardentíssimos.
Esse Fogo é Deus; a Sua fornalha está em Jerusalém. Cristo acendeu-a no calor da Sua ardentíssima Paixão.

Verdadeiramente, só pode suportá-la quem diz: Minha alma prefere ser sufocada, e os meus ossos a morte (cf. Jó 7,15). Quem ama esta morte pode ver a Deus porque, sem dúvida alguma, é verdade: O homem não pode ver-me e viver (Ex 33,20).

Morramos, pois, e entremos na escuridão; imponhamos silêncio às preocupações, paixões e fantasias.

Com Cristo crucificado, passemos deste mundo para o Pai (cf. Jo 13,1), a fim de podermos dizer com o Apóstolo Filipe, quando o Pai Se manifestar a nós: Isso nos basta (Jo 14,8); ouvirmos com São Paulo: Basta-te a minha graça (2Cor 12,9); e exultar com Davi, exclamando: Mesmo que o corpo e o coração vão se gastando, Deus é minha parte e minha herança para sempre! (Sl 72,26).

Bendito seja Deus para sempre! E que todo o povo diga: Amém! Amém! (cf. Sl 105,48)”.

Oremos:

Senhor, que o Fogo do Espírito nos inflame, para correspondermos melhor ao Projeto de Deus.

Com a Sabedoria a nós comunicada, seja nossa alma inflamada, e acompanhados pela Vossa presença e envolvidos pela Vossa infinita misericórdia, bondade e ternura.

Como peregrinos da esperança, com a Sabedoria do Espírito, contemplamos insondáveis Mistérios Divinos que dão um novo e salutar sentido à nossa vida. Amém.

“Peregrinos longe do Senhor...”

                                                      

“Peregrinos longe do Senhor...”

“... enquanto peregrinamos em meio às coisas deste
mundo passageiro, aspiremos à imortalidade celeste...”

Sejamos enriquecidos pela reflexão do Bispo São Boaventura (séc. XIII).

“Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta, a lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas as iluminações espirituais... é necessário que nos aproximemos do Pai das luzes com fé pura, dobrando os joelhos do coração, para que, por Seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o Seu Amor”.

Reflitamos:

“Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor...” Nisto consiste o existir, o ato de viver, mas não viver tão apenas por viver. O tempo presente é o peregrinar.

A fé é o fundamento que sustenta...”
Como peregrinar sem fundamentos, sem princípios, sem âncoras? Como sustentar o existir, para que não seja um mero existir, sem perspectivas, horizontes, anseios, sonhos, projetos?

 “... a lâmpada que orienta...
É a fé que nos mostra por onde andar em meio à escuridão, na penumbra. Bem disse o Senhor: “quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). N’Ele crendo, iluminados e iluminadores o somos...

“... a porta que introduz a todas as iluminações espirituais...”
Quem suportaria a escuridão pior, a escuridão da alma? Quais compromissos se renovariam e se multiplicariam de um coração ou alma na escuridão? Nenhum. Tudo o que fizermos seja porque por Ele iluminados, para o mundo iluminar.

“... dobrando os joelhos do coração, para que, por Seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o Seu Amor”.

A fé e o dobrar dos joelhos do coração nos alcançam o perfeito e verdadeiro conhecimento, e o essencial, o amor. Conhecimento e amor alcançados que só se renovam na perfeita busca, na perfeita prática. 

É próprio do Amor de Deus querer nosso crescimento e sustentar a nossa fé para que cresçamos no amor. E, assim ancorados pela fé e enraizados na caridade a nossa esperança vai se materializando...

Urge, portanto, traduzir a nossa fé, visibilizando-a em compromissos irrenunciáveis: a fé como experiência pessoal e sua manifestação comunitária e social.

Oremos

“Concedei-nos que, enquanto peregrinamos em meio às coisas deste mundo passageiro, aspiremos à imortalidade celeste, e que, pela fé, esperança e caridade, saboreemos desde já as alegrias do Vosso Reino.”

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG