quarta-feira, 30 de agosto de 2023

A autenticidade de vida nos faz luminosos (27/08)

                                                                    

A autenticidade de vida nos faz luminosos

                                       “Ai de vós... que deixais de lado os
ensinamentos mais importantes da Lei, como
a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (Mt 23, 23)

Senhor, concedei-nos a graça de não apenas parecermos,
Mas sermos aquilo que o nome cristão quer dizer: Vossos seguidores,
Tendo de Vós mesmos pensamentos e sentimentos, a Vós configurados
De tal modo que diminuamos para que Vós cresçais e sejais glorificado.

Senhor, fazei com que nossos pensamentos, palavras e ações
Sejam comunicação da Luz radiosa de Sua Ressurreição,
Que não nos dispensa de renúncias necessárias no quotidiano,
Para que com maior fidelidade a Vós, corajosamente, vivamos.

Senhor, fortalecei nossos passos na prática da justiça para com o próximo,
E concedei-nos crescer em intimidade convosco, que sois Misericórdia,
Esforçando-nos para alcançar a Salvação, que somente vem de Vós,
Em contínuo crescimento, fortalecimento e amadurecimento da fé.

Senhor, ajudai-nos a ser luminosos para quantos precisarem de Vossa Luz.
Que jamais renunciemos na procura da autenticidade diante de Vós;
Empenhando-nos na coerência entre o que pregamos e o que vivemos,
Cultivando a Vossa Palavra como Sementes Divinas em nosso coração. 
Amém!

Fonte: Evangelho Mt 23,27-32

terça-feira, 29 de agosto de 2023

João, interceda a Deus por nós (29/08)


 

João, interceda a Deus por nós

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, porque foste testemunha da verdade e da Lei de Deus diante dos poderosos do seu tempo, interceda a Deus por nós, para que também assim o sejamos.

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, e antecipaste o destino de Jesus que não foi ouvido, mas ridicularizado e ultrajado pela autoridade religiosa e civil.

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, morreste por fidelidade ao seu testemunho; assim como Jesus, que diante de Pilatos, declarou que veio dar testemunho da verdade, e pagou isto com Sua Pessoa.

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, e tua morte surgiu como o testemunho supremo, o selo de autenticidade, o fato que confirmou as palavras.

João, que ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, interceda a Deus por nós discípulos missionários do Senhor, que habitualmente, não nos é pedido dar a vida, mas ter uma conduta cristã em nosso relacionamento com Deus e com o próximo.

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, inteceda a Deus para que tenhamos a coragem de não ceder diante do mal, nem diante da mentalidade corrente, mas de sermos diferentes no modo de pensar, de escolher, de falar, de agir, com os mesmos sentimentos de Jesus Cristo (Fl 2,1-11).

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, interceda a Deus para que a constestar, em nome da verdade, vivendo a graça da vocação profética, estejamos sempre prontos para o diálogo e o respeito pelas pessoas; afirmando nossa originalidade de crentes, mas capazes de adaptação ao expor o ponto de vista cristão, sem jamais trair a coerência da vida em relação à fé que professamos.

João, ornaste este dia com o róseo fulgor de seu sangue, e encontraste a paz do sepulcro: mais tarde Jesus também a encontrou, mas com uma diferença: em seu túmulo ecoou o anúncio da Ressurreição, e é esta fé na Ressurreição que nos dá coragem para, como tu fizeste, também o fazermos. Amém.


PS: Fonte inspiradora – Comentários do Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.729-731 – passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,17-29)

Harmonia

                                                               



Harmonia

“Beleza + diferença + perfeição = harmonia”

Harmonia: um tema que perpassa nosso quotidiano, ainda que não percebamos, e pelo qual ansiamos; fruto da interação da beleza, diferença e perfeição, que não se excluem, mas se completam.

No entanto, normalmente, concebe-se a harmonia como a ausência da diferença, em que todos devem pensar igual, com imposição de ideias, costumes, cultura, padronização, beirando à “robotização”, com gestos iguais e repetidos.

A beleza, por sua vez, pode ser concebida como algo plástico, retocado, “maquiado”, sobretudo com o recurso dos aplicativos modernos para edição de fotos e outras coisas mais. A beleza definida pela mídia, moda, ou que garanta a comercialização, o  consumo e lucro.

Finalmente, concebe-se perfeição como algo acabado, irretocável, cada vez mais dependente da máquina, da robotização, mas pode brotar também da pura interação humana, e de sua capacidade inimaginável e incalculável.

Ilustrando, partilho um momento vivido, por ocasião do “Curso para novos bispos” (Roma-Itália - 2017), quando um padre, com sua tradicional boina preta e sapiência adquirida pelos muitos anos vividos, levou-nos a uma histórica Igreja da Idade Média, na Cidade de Saluzzo – Itália.

Ele descreveu os detalhes da construção; particularidades que, certamente, passariam por nós despercebidas.

Ao conduzir-nos pelos diversos espaços da igreja: presbitério, capela interna, nave, colunas, escadas, janelas, portas, vitrais, fez-nos observar que a sua construção tem uma harmonia ímpar, em que se combinam três características: beleza, diferença e perfeição.

Contemplei aquela igreja beirando à perfeição, erigida há séculos, sem os recursos de que hoje dispomos, de modo que a perfeição ultrapassa a tecnologia e a era em que vivemos.

Um desafio nos é apresentado:

Como chegar à harmonia necessária na convivência com o outro, sobretudo considerando que vivemos numa sociedade:

- em que “a beleza” é como um “ídolo”, cultivado de mãos dadas com a “eterna juventude” e “perenidade”?

- marcada por tantos conflitos étnicos, violências de tantos nomes, indiferença ou até mesmo fechamento àquilo que se nos apresenta como diferente?

- que anseia a perfeição das pessoas, da produção dos bens e de tantas coisas que se possa mencionar?

A harmonia necessária é sonho, desejo, possibilidade, conquista, desafio, para todos aqueles que desejam construir uma civilização do amor, uma cultura da vida, respeito e valorização do outro, do nosso próximo, onde habita, também Deus, no qual encontramos o sopro de vida do criador.

“Se calarem a voz dos Profetas...” (03/08)

“Se calarem a voz dos Profetas...”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 14,1-12), em que Herodes manda cortar a cabeça de João Batista, num ímpio banquete de morte.

“Também na morte o Batista é ‘precursor’, e Jesus o põe em relevo. Esta morte é um típico exemplar do que muitas vezes acontece no mundo: a supressão violenta dos inocentes, dos verdadeiros heróis, por parte dos seres abjetos, cobertos de prestígio e poder, e por motivos inconfessáveis: ambição, cálculo, inveja, ciúme, falsa moral...

Triste espetáculo é ver-se a opinião pública (os convidados) assistir impassível, se não divertida, ao fato de exatamente o honesto, que corajosamente denuncia o adultério e a expoliação, ser trucidado pelos desonestos e delinquentes.

Cumpre criar uma opinião pública contrária, ter a coragem de desmascarar o erro de quem julga tudo lícito, porque pode fazê-lo com franqueza.

João não era inimigo de Herodes e este o estimava (Mc 6,20); no entanto, por covardia, fá-lo calar para sempre. Engano! Aquele martírio jamais se calará” (1)

João foi o último dos Profetas, e o Precursor do Senhor, tanto do nascimento, como de sua morte, ao derramar sangue por causa da Verdade e da incondicional fidelidade à Palavra do Senhor.

Ontem como hoje, Deus suscita profetas para falarem em seu nome, para serem a sua divina voz a denunciar tudo quanto fira a vida, roubando-lhe a beleza e a sua sacralidade, desde sua concepção ao seu declínio natural.

Vozes proféticas no campo e na cidade, em defesa de princípios éticos dos quais não podemos prescindir; denúncia de tudo aquilo que fomenta o consumismo, bem como a exploração de nossa Casa Comum, a Terra; vozes que não se calam em tantas outras situações que possam ser mencionadas.

Renovemos a graça da vocação profética, que Deus nos concedeu no dia de nosso Batismo, para termos a coragem de João Batista, em amor e fidelidade incondicional à vontade divina.

Lembremos as palavras de Santo Agostinho: João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.”

Um canto para finalizar: “Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão...”


(1) Missal Quotidiano – Editora Paulus – p.1099
PS: Proclamado no sábado do 17º sábado do Tempo Comum, e oportuno para a Celebração da Memória do Martírio de São João Batista, quando se proclama a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 614-29).

Em poucas palavras...

                                                            


A morte de João Batista

“Tenho para mim que por isso foi permitida quanto antes a morte de João, para que, desaparecido ele, todo o fervor da multidão se dirigisse para Cristo, ao invés de se repartir entre os dois” (1)

 

 

(1)    São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São João

São João Batista: vigor, coragem e fidelidade no bom combate (29/08)


São João Batista:
Vigor, coragem e fidelidade no bom combate

Celebraremos dia 29 de agosto a memória do Martírio de São João Batista, e sejamos enriquecidos pela Homilia do Venerável Presbítero São Beda (séc. VIII).

“O Santo precursor do nascimento, da pregação e da morte do Senhor mostrou o vigor de seu combate, digno dos olhos divinos, como diz a Escritura:

E se diante dos homens sofreu tormentos, sua esperança está repleta de imortalidade (cf. Sb 3,4).

Temos razão de celebrar a festa do dia do nascimento daquele que o tornou solene para nós por sua morte, e o ornou com o róseo fulgor de seu sangue.

É justo venerarmos com alegria espiritual a memória de quem selou com o martírio o testemunho que deu em favor do Senhor.

Não há São João suportou o cárcere e as cadeias, foi por nosso Redentor, de quem dera testemunho como precursor.

Também por Ele deu a vida. O perseguidor não lhe disse que negasse a Cristo, mas que calasse a verdade. No entanto morreu por Cristo.

Porque Cristo mesmo disse: Eu sou a verdade (Jo 14,6); por conseguinte, morreu por Cristo, já que derramou o sangue pela verdade.

Antes, quando nasceu, pregou e batizou, dava testemunho de quem iria nascer, pregar, ser batizado. Também apontou para Aquele que iria sofrer, sofrendo primeiro.

Um homem de tanto valor terminou a vida terrena pela efusão do sangue, depois do longo sofrimento da prisão.

Aquele que proclamava o Evangelho da liberdade da paz celeste foi lançado por ímpios às cadeias; foi fechado na escuridão do cárcere quem veio dar testemunho da luz e por esta mesma luz, que é Cristo, tinha merecido ser chamado de lâmpada ardente e luminosa.

Foi batizado no próprio sangue aquele a quem tinha sido dado batizar o Redentor do mundo, ouvir sobre Ele a voz do Pai, ver descer a graça do Espírito Santo.

Contudo, para quem tinha conhecimento de que seria recompensado pelas alegrias perpétuas não era insuportável sofrer tais tormentos pela verdade, mas, pelo contrário, fácil e desejável.

Considerava desejável aceitar a morte, impossível de evitar por força da natureza, junto com a palma da vida perene, por ter confessado o nome de Cristo.

Assim disse bem o Apóstolo: Porque vos foi dado por Cristo não apenas crer n’Ele, mas ainda sofrer por Ele (Fl 1,29).

Diz ser dom de Cristo que os eleitos sofram por Ele, conforme diz também:

Os sofrimentos desta vida não se comparam à futura glória que se revelará em nós (Rm 8,18)”. 

João Batista foi o precursor do nascimento de Cristo, não somente no nascimento, mas também na morte. 

São João Batista: Vigor, coragem e fidelidade no bom combate (continuação)


São João Batista:
Vigor, coragem e fidelidade no bom combate

Por sua morte, João Batista ornou este dia com o róseo fulgor de seu sangue!

O que ressoa no coração quando ouvimos ou pronunciamos este nome: João Batista?

Coragem, fidelidade, despojamento, simplicidade,
Coerência, transparência, com Deus amizade e intimidade...
Profeta da ousada esperança de um Mundo Novo;
A voz que anuncia a Palavra que ilumina a vida do povo.

Humilde sinal da Luz que viria iluminar o mundo,
Amigo do Esposo da humanidade, que amor profundo!
Inspirado em sua vida e exemplo tão expressivo
Tenhamos mesmo amor, entrega por Deus tão vivo!

Alguém que desaparece, diminui para que o Senhor cresça,
Sabe que a fidelidade tem um preço, cortaram-lhe a cabeça.
Fulgor róseo de seu sangue expressou fidelidade à Lei Divina,
Que diante do pecado, não cede, não cansa, não se declina!

João cujo nome lembra que Deus é misericórdia,
Imitá-lo para semear sementes da humana concórdia.
Hoje João que nos céus com o Amado em Santa Comunhão
É para nós uma seta que aponta Jesus: nossa Redenção!
São João Batista, rogai por nós!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG