quinta-feira, 18 de maio de 2023

A chama profética não pode ser apagada (13/08)

                                                 

A chama profética não pode ser apagada

Ser Profeta é ler a História com os olhos
iluminados pelo Espírito que vem do alto.

Assim foram e são os Profetas que se colocaram e se colocam numa caminhada de fé, tornando fecundo o tempo do silêncio, da escuta e fecundação da Palavra.

De modo especial nos atemos à vocação profética de Ezequiel (=Deus fortaleça) que foi Sacerdote e, ao mesmo tempo Profeta.

Escreve durante o período difícil e dramático do exílio na Babilônia, que iniciou em 597 a.C. e sua mensagem ultrapassa o seu tempo iluminando a nossa própria História.

É interessante a passagem (Ez 2,8-3,4) - “Pela primeira vez num texto profético, Deus não entrega à Sua Palavra apenas oralmente, mas oferece um livro que Ezequiel deverá transformar na sua própria linfa vital. A missão profética não é só uma profissão, mas toca a íntima existência do eleito” (LC 108).

O rolo estava escrito no verso, e no reverso as “lamentações, gemidos e prantos” acenando para a difícil missão do Profeta. Abundância da Palavra divina (verso e reverso), mas de conteúdo intenso e que vai comprometer a vida daquele que Deus chamou, pois vocação profética é dom divino e resposta humana. Ninguém é Profeta pelo seu próprio querer.

A Palavra é a linfa vital de nossa vida. Sem ela sucumbimos à mesmice, à mediocridade, e nos exilamos de nós mesmos, como numa fuga de compromissos inauguradores de novos tempos.

Assimilar a Palavra, ruminá-la, assimilá-la a tal ponto que esteja impressa nas entranhas do coração, para que a boca fale do que o coração esteja pleno.

É a Palavra de Deus a linfa vital de que tanto precisamos, para que a chama profética jamais se apague em nós.

A Palavra anunciada, vivida, testemunhada, no silêncio e na Oração, no ardor permanente da missão que comunicará luz ao mundo.

É preciso vigilância para que não se apague a chama profética, a luz de que a obscuridade do mundo tanto precisa. A realidade na qual somos inseridos, a História da humanidade precisa de luminares proféticos que a conduza para horizontes nunca vistos, nunca vividos, como utopia, ou ainda mais, como o horizonte do Reino de Deus, pelo qual nos enamoramos para sempre, na fidelidade ao Senhor, com a força e a vida do Espírito.

Com a linfa vital da Palavra do Pai, com o Sopro do Espírito, seduzidos e fascinados por Cristo, seremos a presença de Ezequiel em nosso tempo.

Que as lamentações, gemidos e prantos não nos acomodem, nem nos façam recuar na fidelidade do carregar da cruz.

Transformar esta dura realidade num contexto de mudança de época, é imperativo necessário em nossa vida, inspirados numa passagem do Livro do Apocalipse:

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
(Ap 21,1.4-5).

Pai Nosso que estais nos céus...

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Eutrapelia?! (01/06)


Eutrapelia?!
 

Eutrapelia, trata-se de uma virtude: 

“... Apesar desse nome estranho que ela tem, não deveria ser uma virtude desconhecida para nós. Sem a eutrapelia, a pessoa correria o perigo ou de ficar sério demais ou de divertir-se exageradamente. Foram Aristóteles e Santo Tomás de Aquino (cf. Suma de Teologia, II-II, q. 149) que nos legaram essa palavrinha rara: A eutrapelia é aquela disposição interior (virtude) que põe o justo meio entre a relaxação e a seriedade excessivas em relação aos jogos e as diversões em geral...” (1)

 

É preciso que desenvolvamos a virtude da eutrapelia, buscando o equilíbrio entre a seriedade e a diversão.

 

Os extremos da diversão e trabalho devem ser evitados, aqui entra a virtude da eutrapelia.

 

Urge que sejamos eutrapélicos para bem vivermos.

 

Há tempo para tudo, como nos diz a Sagrada Escritura (Ecl 3)

 

- Quantas situações adversas surgem na ausência da eutrapelia?

- Quantos pautam sua vida pela diversão, no não compromisso, no desfrutar da vida sem maiores preocupações?

 

- Da mesma forma quantos não se permitem a diversão, o descanso, o encontro consigo mesmo, com a família e amigos?

 

- Quantos se entregam ao trabalho como algo que exaure todas as forças, cria todos os distanciamentos?

- Quanto ativismo que resulta em esvaziamento, perda de motivações maiores?

 

- Como estou desenvolvendo a virtude da eutrapelia em minha vida?

 

Ainda que possamos não conhecer a palavra, conhecemos bem os efeitos de sua ausência no nosso quotidiano.

 

Deste modo, procuremos sempre o necessário equilíbrio entre a diversão e o trabalho.

 

Quantos trabalham e não guardam o tempo de Deus, em relação amorosa, cultual, celebrativa?

 

Trabalho sem Oração: Fadiga inútil!

Oração sem trabalho: Evasão e distanciamento de Deus!

É preciso conciliar a Oração e o trabalho!

 

Com Oração e relacionamento amical com Deus, trabalharemos muito melhor!

 

Oremos:

Concedei-nos, Senhor,

que jamais nos esqueçamos de Ti.

Que a virtude da eutrapelia

esteja presente no nosso dia a dia.

Quer brincando, quer descansando, quer trabalhando, 
quer o mundo recriando,

que o façamos sempre com equilíbrio, 
sem jamais esquecermos ou nos afastarmos de Vós.

Amém!

 

(1) Homilia do Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa - II Domingo do Tempo Comum ano B– Site: www.presbiteros.com.br

 


domingo, 7 de maio de 2023

Cremos no Ressuscitado e somos Suas testemunhas

Cremos no Ressuscitado e somos Suas testemunhas

                                                 Sejamos cristãos alegres, corajosos,                                                              convictos a caminho do céu,
  vivendo  no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Somos discípulos missionários do Senhor Ressuscitado, Jesus Cristo, Ele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,1-12).

A missão da Igreja, que nasce de Jesus na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus.

Nisto consiste a missão da comunidade: continuar a missão de Jesus,  no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada: Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino: a glória da eternidade.

A comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao outro.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho.

Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Renovemos em nosso coração o Amor de Deus infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos a missão em plena fidelidade ao Senhor Ressuscitado, que conosco caminha e nos garante a presença e ação do Seu Espírito, para que sejamos, como Igreja, instrumentos do Reino de Deus.

sábado, 14 de maio de 2011

Caminhos novos... Por que não buscá-los?

Caminhos novos... 
Por que não buscá-los?
Sol ilumina, aquece e renasce sempre.
Sol poente indispensável para sol nascente.
Se há outras possibilidades, busquemos...
Novo dia, novo amanhecer...
Novo endereço, nova possibilidade
Luz levar, alegria semear...
Com o blog a espiritualidade renovar...

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG