sábado, 20 de dezembro de 2025

Advento: celebremos a vinda do Emanuel

                                                      

Advento: celebremos a vinda do Emanuel

No Tempo do Advento, ouvimos no dia 20 de dezembro (nos dias da semana), em preparação ao Natal do Senhor, a passagem do Profeta Isaías (Is 7,10-14), que tem como mensagem fundamental que Deus nunca abandona o Seu povo e está sempre presente.

Com o Profeta, aprendemos que não se pode confiar em alianças efêmeras, passageiras, temporais (nações potentes, exércitos estrangeiros...).

A confiança e a esperança devem ser tão apenas em Deus, do contrário, pode se incorrer em maior sofrimento e opressão.

É preciso que, como Povo de Deus, saibamos ler os sinais de Deus, para não confiarmos em falsas seguranças e ilusórias esperanças. Somente Deus, Sua presença e Palavra, devemos ter como nossa “rocha segura”.

Esta promessa de Salvação se deu em Jesus Cristo: contemplemos e professemos a fé em Jesus Cristo, que veio nos trazer a Salvação; Ele é o Emanuel prometido, ou seja, o “Deus conosco” (Mt 1,23).

Em cada Natal, somos convidados a celebrar o Nascimento do Salvador e fazer o verdadeiro encontro com Jesus, como nos fala o Apóstolo Paulo na Carta aos Romanos (Rm 1, 1-7).

Assim aconteceu o encontro do Apóstolo Paulo com Jesus, que culminou no anúncio e testemunho d’Ele, de Sua Pessoa, Palavra e Projeto de Vida e Salvação.

Paulo, o servo de Jesus Cristo (descendente de Davi), Apóstolo por chamamento e eleito para anunciar o Evangelho a todos os povos.

Nisto consistiu sua missão, que levou até o fim, culminando com o martírio e derramamento de sangue, e que este testemunho nos encoraje em nossa missão.

Com o Apóstolo, aprendemos que a missão evangelizadora deve ser realizada com amor e espírito de serviço, com palavras e gestos concretos.

Vivamos o Tempo do Advento como a graça do encontro com Jesus e a acolhida de Sua Pessoa, Palavra e Projeto, que transforma a nossa vida.

Vivamos o verdadeiro Natal, mas não o natal do consumismo, dos presentes trocados, das refeições mais enriquecidas apenas.

Seja o Natal nosso sim para Deus e à Sua vontade, e, se preciso for, rever nossos caminhos e projetos pessoais, colocando os Seus desígnios e vontade acima de nossas próprias vontades e caprichos.

Natal é a Luz de Deus que vem iluminar nossos caminhos obscuros, sobretudo quando vemos noticiários cotidianos em que a mentira, a maldade, o roubo, o desmando, a corrupção parecem prevalecer sobre as atitudes e pessoas de boa vontade. 

Cristo é a Plenitude da Revelação

                                                           


Cristo é a Plenitude da Revelação

Professemos nossa fé à luz da Constituição dogmática Dei Verbum sobre a revelação divina, do Concílio Vaticano II (séc. XX), que nos apresenta Cristo, como a plenitude da Revelação da presença e o amor de Deus por todos nós.

Cremos em Deus, que nos criou e nos conserva pelo Seu Verbo o Universo, e apresenta-Se à humanidade, nas coisas criadas, um contínuo testemunho de Si mesmo; além disso, querendo abrir o caminho da Salvação eterna, manifestou-Se desde o princípio a nossos primeiros pais.

Cremos em Deus, que nunca nos abandona, pois depois que nossos pais caíram, com a promessa da redenção, deu-nos a esperança da Salvação e cuidou sem cessar do gênero humano, acompanhado da prática das boas obras.

Cremos em Deus, que no tempo próprio, chamou Abraão para fazer dele um grande povo; depois dos patriarcas, ensinou esse povo, por meio de Moisés e dos profetas, a conhecê-Lo como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e Juiz justo, e a esperar o Salvador prometido

Cremos que Deus, preparou o caminho para o Evangelho, e depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos por meio dos profetas, nestes dias que são os últimos, Ele nos falou por meio do Seu Filho (cf. Hb 1,1-2).

Cremos em Jesus Cristo, o Verbo feito Carne, homem igual a nós, exceto no pecado, veio para nos comunicar a Palavra (Jo 3,34) e consumar a obra da salvação que o Pai Lhe confiou.

Cremos que Deus nos enviou Seu Filho, o Verbo eterno que nos ilumina, para habitar entre nós e nos dar a conhecer os Seus segredos de vida plena, eterna e feliz.

Cremos que quem O vir, vê também o Pai, por toda a Sua presença e por tudo o que manifesta de Si mesmo, por Suas palavras e obras, Seus sinais e milagres, sobretudo, por Sua morte e gloriosa Ressurreição dentre os mortos, e finalmente, pelo envio do Espírito da Verdade, que aperfeiçoa e completa a Revelação de que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar para a vida eterna.

Cremos, portanto, que com Jesus celebramos a Nova e Eterna Aliança, que jamais passará; e já não haverá nova revelação pública a esperar antes da manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo, que aguardamos vigilantes, perseverantes e orantes. Amém.

  

(1) Dei Verbum – capítulos 3 e 4

Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

                                                               


Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

Na desejável leveza e profundidade deste Tempo, estammos vivendo  o Tempo do Advento, em que a altura e as coisas do alto serão alcançadas.

Advento, Tempo de vigilância e oração, a Igreja insiste incansavelmente. Tempo de leveza, beleza, profundidade, vigilância e oração. Tempo de faxinar a alma e o coração.

Tempo de passarmos do falta do ânimo à coragem, da indolência ao zelo, da indiferença à solidariedade, do distanciamento à comunhão...

Tempo da nossa indispensável, e mais querida por Deus, preparação para acolhida do Seu Filho na manjedoura mais do que preferida, o coração humano. 

Tempo, enfim, de nos perguntarmos:

- Como estamos preparando a chegada do Senhor? 
- O Menino Deus nos encontrará vigilantes?
- Ele encontrará uma Igreja vigilante?

Se não prepararmos a chegada do Senhor, quão triste e sem luz será o Natal.

Advento é, e será sempre, Tempo de criar possibilidades para que o Novo de Deus, Jesus, em nós encontre moradia, concedendo-nos a tão desejada, e possível, plena alegria, como Ele mesmo nos prometeu. Deus promete, Deus cumpre!

Que o Senhor nos encontre mais que vigilantes, orantes, atentos, a fé testemunhando, solidificando a mais bela e encantadora esperança de um novo tempo, e a chama do Altíssimo em nós seja inflamada, e o nosso coração, pela chama da caridade, aquecido. E assim, quando o Menino Deus, que fará novas todas as coisas, chegar, Sua Luz resplandecerá e então, verdadeiramente, Natal será!

Recuperemos a dimensão Pascal do Natal para celebrar o nascimento de Jesus, o  Sol Nascente, a Luz sem ocaso que veio nos visitar e sempre vem nos visitar.

Advento, mergulhemos em suas profundezas! E, então, o Natal será uma Festa de paz, de amor, de graça e de luz.

É próprio do amor de Deus...

                                                                 

É próprio do amor de Deus...

Mais do que falar do amor de Deus, é preciso vivê-lo intensamente, escrevendo memoráveis páginas de resposta ao Seu amor.

Mergulhemos no mar da misericórdia de Deus e a felicidade pura, verdadeira, encontraremos, pois é próprio do amor de Deus:

- Amar até mesmo os inimigos; amor sem limites, barreiras, méritos, conceitos;

- Falar no mais profundo de nós, dando a nós o melhor d’Ele, para que sejamos melhores a cada dia;

- Doer até as entranhas do coração em intensa compaixão, agindo em nós ainda que não o percebamos ou não nos predisponhamos, pois Seu amor é persistente;

- Fazer-se presente quando menos imaginamos, e quando mais precisamos;

- Abrir-se ao novo, e de forma diferente, encaminhando luz a quem precisa, mas não dispensa nossas renúncias para nos oferecer algo infinitamente maior e melhor;

- Vir em nosso socorro em necessários discernimentos;

- Suportar a rejeição, para que sejamos mais bem aceitos, porque regenerados, ainda que não merecedores, nos ama ainda que não saibamos ou não percebamos, ou até mesmo O ignoremos;

- Expressar-se com faces de misericórdia, em atitudes de perdão que possibilitam sempre um novo recomeço, deixando marcas para sempre lembradas.

É próprio do amor de Deus...

O nosso sim de cada dia

                                                        

O nosso sim de cada dia

Há pequenas grandes palavras em nossa vida:
mãe, pai, amor, fé, sim e não...

Sim palavra tão pequena, mas tão densa de conteúdo.
Palavra tão dita, mas muitas vezes desdita.

Palavra tão sonora, mas às vezes transformada em desagradável ruído.

Palavra sagrada, tantas vezes pronunciada, mas muitas vezes esquecida...

É preciso repensar os nossos sins. 
Tantos sins que viraram nãos, tantos nãos que viraram sins. 
Sins que não foram dados, que foram adiados, covardemente calados, e que não poderiam ter sido omitidos.
Sins de imperativos revigoramentos!

Nãos que deveriam ser dados e para sempre confirmados.
Nãos que deveriam ser revogados e nunca existidos...

Não a Deus dado no Paraíso, pecado introduzido,
arrogância, afastamento, onipotência, diálogo rompido,
presunção assumida, amizade perdida...

Mas o sim do Amor de Deus falou mais alto que o não da humanidade, de nossos primeiros pais, ontem, hoje e sempre.

O sim do Amor de Deus, anunciado e cantado pelos profetas, rezado pelos salmistas, visibilizado em Jesus, pleno e indefectível sim a Deus: Amor que ama até o fim!

Fidelidade vivida, comprovada, testemunhada com o Sangue derramado. 
Que mais poderia por nós fazer, o Divino Amado? 
Sim pelo Pai acolhido e para sempre confirmado,
quando à Sua direita o Filho foi exaltado, glorificado.

Sim de um Deus Encarnado, que para sempre fosse amado,
adorado, obedecido: “Tenhamos em nós os mesmos sentimentos que existem em Cristo Jesus” (Fl 2,5).

Sim que venceu as correntes do inferno e do pecado; Satanás vencido. Vida nova, plena de graça de mais belo e suave sentido.
Sim! Palavra tão pequena e tão importante!

Seja para o forte, seja para o fraco; seja para o hesitante, seja para o decidido; seja para o tímido, seja para o extrovertido; temerosos e corajosos; batizados ou não batizados, mas de boa vontade e de bons propósitos movidos!

Continuemos refletindo sobre outros tantos sins:
O SIM de Maria no Mistério da Encarnação de Jesus e sua participação da obra da Redenção da Humanidade.

O sim dado no dia de nosso Batismo, no dia da primeira Eucaristia, no dia da Crisma, no casamento celebrado diante do Altar Sagrado.

O sim dado num dia de Ordenação Diaconal,   Presbiteral e Episcopal.
Sim que foi dado a um amigo em promessa de lealdade, fidelidade, solidariedade.

Sim que se assumiu em compromissos éticos e profissionais.
Sim dado por tantos políticos em promessas que hão de se cumprir. 
Sim nas pequeninas coisas para que o sejamos fiéis nas grandes.

Sim a compromissos firmados, promessas e juras feitas...

A Eternidade não se alcança pelas tantas promessas que se faz,
mas pelo sim amorosamente esforçado e dedicado, 
intensamente vivido.

Disse Jesus que os céus serão abertos para quem a
Ele se voltou e Seu Projeto aceitou.

Quem antes era um não a Deus,
n'Ele encontrou nova possibilidade,
um sim para o serviço da vinha ressoou...

Sumos sacerdotes, anciãos no povo, pretensamente justos,
sim a Lei, o Verbo recusou, a Ele se fechou.

Ainda mais: O crucificou...
Quem deveria ser sim a Deus em nosso meio,
um cruento não se tornou.

Tentaram calar o Sim do Amor de Deus,
mas o não da maldade foi vencido, o veneno foi expelido.
Da Árvore da Vida, o sim da vida mais forte
do que o não da morte falou:
Cristo, Verbo de Deus, na
Força e Vida do Espírito,
O Pai Ressuscitou...

Sim! Palavra tão pequena...

Em poucas palavras...

                                                   

A concepção virginal é uma obra divina

“As narrativas evangélicas (Mt 1, 18-25: Lc 1, 26-38) entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão e possibilidade humanas (Lc 1,34): «O que foi gerado nela vem do Espírito Santo», diz o anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa (Mt 1, 20).

A Igreja vê nisto o cumprimento da promessa divina feita através do profeta Isaías: «Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho» (Is 7, 14), segundo a tradução grega de Mt 1, 23.”

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 497


Em poucas palavras...

                                                            

                 

Quem nos amou tanto assim?


Passagem bíblica: Hb 2,5-12.

Jesus Cristo: verdadeiramente homem, verdadeiramente Deus, 

de modo que, tendo assumido até o fim a condição humana, 

ofereceu a toda a humanidade a Sua própria vida divina.

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG