segunda-feira, 7 de julho de 2025

Em poucas palavras... (XVDTCC)

                                                               




“Ao celebrar o sacramento da Penitência...”


Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida: do bom Samaritano que cura as feridas; do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso; do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 1465

Compaixão e ternura (XVDTCC)

                            


Compaixão e ternura  

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele.” (Cf. Lc 10,33-34)

Não creio em respostas e soluções mágicas
Para as dificuldades que me confidencias.

Mas direi que é preciso ousar e olhar para dentro de si;
Ter coragem de encontrá-las, sem jamais desistir.

Não te falarei da poesia e odores das flores,
Porque sentes na alma a dor de um espinho.

Mas contigo olharei para Aquele que por nós,
Em ato extremo de amor, coroado foi, não por coroa de flor.

Não serei indiferente por estares caído à beira do caminho,
Porque tuas esperanças e sonhos foram saqueados.

Mas quero ser como o bom samaritano,
Não apenas ver, compaixão sentir, e de ti “cuidar”.

São teus o vinho e o azeite para as feridas.
Derramo sobre ti o vinho e o óleo da acolhida e ternura

São tuas as faixas de que tanto precisas;
Ofereço-te as faixas das minhas orações e solidariedade.

Não te direi sequer uma palavra neste momento,
Porque estás saturado de palavras vazias.

Mas te darei meu ombro e meus ouvidos,
E no peito do Amado, Jesus, reclina silenciosamente.

Por fim, te direi: ponha-te de pé, tens que em frente seguir.
Nutre tua fé, renove tua esperança, fortalece a chama da caridade.

Com renúncias, tome tua cruz, celebre comigo a Ceia da Eucaristia,
Deixa-te iluminar pela Palavra, revigora-te com o Pão de Eternidade.Amém.


Fonte inspiradora: Lc 10,25-37

Conversão e sincero arrependimento (XVDTCC)

                                                           

Conversão e sincero arrependimento

Reflexão à luz de uma das Cartas do abade e Confessor São Máximo (séc. VII), em que retrata a ação de Deus em favor de todos nós, movido pela misericórdia divina que deseja a nossa conversão:

“Os pregadores da verdade e os ministros da graça divina, todos os que, desde o princípio até os nossos dias, cada um a seu tempo, expuseram a vontade salvífica de Deus, dizem que nada lhe é tão agradável e conforme a Seu Amor como a conversão dos homens a Ele com sincero arrependimento.                                                                       
E para dar a maior prova da bondade divina, o Verbo de Deus Pai (ou melhor, o primeiro e único sinal de Sua bondade infinita), num ato de humilhação que nenhuma palavra pode explicar, num ato de condescendência para com a humanidade, dignou-Se habitar no meio de nós, fazendo-Se homem.

E realizou, padeceu e ensinou tudo o que era necessário para que nós, Seus inimigos e adversários, fôssemos reconciliados com Deus Pai e chamados de novo à felicidade eterna que havíamos perdido.

O Verbo de Deus não curou apenas nossas enfermidades com o poder dos milagres. Tomou sobre Si as nossas fraquezas, pagou a nossa dívida mediante o suplício da Cruz, libertando-nos dos nossos muitos e gravíssimos pecados, como se Ele fosse o culpado, quando na verdade era inocente de qualquer culpa.

Além disso, com muitas Palavras e exemplos, exortou-nos a imitá-lo na bondade, na compreensão e na perfeita caridade fraterna.

Por isso dizia o Senhor: Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão (Lc 5,32). E também: Aqueles que têm saúde não precisam de médicos, mas sim os doentes (Mt 9,12). Disse ainda que viera procurar a ovelha desgarrada e que fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel.

Do mesmo modo, pela Parábola da dracma perdida, deu a entender mais veladamente que viera restaurar no homem à imagem divina que estava corrompida pelos mais repugnantes pecados. E afirmou: Em verdade Eu vos digo, haverá alegria no céu por um só pecador que se converte (cf. Lc 15,7).

Por esse motivo, contou a Parábola do bom samaritano: àquele homem que caíra nas mãos dos ladrões, e fora despojado de todas as vestes, maltratado e deixado semimorto, atou-lhe as feridas, tratou-as com vinho e óleo e, tendo colocado em seu jumento, deixou-o numa hospedaria para que cuidassem dele; pagou o necessário para o seu tratamento e ainda prometeu, dar na volta, o que porventura se gastasse a mais.

Mostrou-nos ainda a condescendência e bondade do pai que recebeu afetuosamente o filho pródigo que voltava, como o abraçou porque retornara arrependido, revestiu-o de novo com as insígnias de sua nobreza familiar e esqueceu todo o mal que fizera.

Pela mesma razão, reconduziu ao redil a ovelhinha que se afastara das outras cem ovelhas de Deus e fora encontrada vagueando por montes e colinas. Não lhe bateu nem a ameaçou nem a extenuou de cansaço; pelo contrário, colocando-a em seus próprios ombros, cheio de compaixão, trouxe-a sã e salva para o rebanho.

E deste modo exclamou: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo (Mt 11,28-29).

Ele chamava de jugo os Mandamentos ou a vida segundo os Preceitos evangélicos; e quanto ao peso, que pela penitência parecia ser grande e mais penoso, acrescentou: O meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30).

Outra vez, querendo nos ensinar a justiça e a bondade de Deus, exortava-nos com estas Palavras: Sede Santos, sede perfeitos, sede misericordiosos, como também vosso Pai celeste é misericordioso (cf. Mt 5,48; Lc 6,36). 
E: Perdoai, e sereis perdoados (Lc 6,37). Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles (Mt 7,12).”

Deus age movido pela misericórdia infinita e irrevogável para com os pecadores para que se convertam e vivam, recuperando a dignidade e o sentido da existência perdida.

Com a Carta, o Abade nos leva a um mergulho na profundidade da misericórdia de Deus, que encontramos no Sagrado Coração de Jesus.

Como um pintor, nos apresenta, em telas do Espírito, a ação de Jesus em diversas situações e Parábolas, com uma leveza indescritível.

Sobretudo, neste Tempo Quaresmal, reconheçamos nossa condição pecadora, intensificando o processo contínuo de conversão e arrependimento sincero.

Procuremos novos caminhos, em que renunciando às obras das trevas, nos introduzirá no esplendor da Luz do Ressuscitado que celebraremos no Tempo Pascal.

Assim é o Itinerário Quaresmal que nos conduz à alegria Pascal: conversão e sincero arrependimento de nossos pecados, acompanhados de gestos e novos compromissos, para que sejamos testemunhas vivas e credíveis do Ressuscitado; testemunhas de que a misericórdia de Deus pode nos purificar e nos libertar de todo pecado que rouba nosso movimento, como que numa indesejável paralisia espiritual.

Bem afirmou o Apóstolo Paulo: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). 

“Alegrai-vos no Senhor” (XVDTCC)

                                                  

“Alegrai-vos no Senhor”
 
“A alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 4,4)
 
Sejamos enriquecidos por um dos Sermões do Bispo e Doutor da Igreja, Santo Agostinho (séc. IV), que nos exorta a manter viva a alegria, desde que ela seja no Senhor, como já dissera o Apóstolo Paulo aos Filipenses.
 
“O Apóstolo manda que nos alegremos, mas no Senhor, não no mundo. Pois afirma a Escritura: A amizade com o mundo é inimizade com Deus (Tg 4,4). Assim como um Homem não pode servir a dois senhores, da mesma forma ninguém pode alegrar-se ao mesmo tempo no mundo e no Senhor.
 
Vença, portanto, a alegria no Senhor, até que termine a alegria no mundo. Cresça sempre a alegria no Senhor; a alegria no mundo diminua até acabar totalmente. Não se quer dizer com isso que não devamos alegrar-nos, enquanto estamos neste mundo; mas que, mesmo vivendo nele, já nos alegremos no Senhor.
 
No entanto, pode alguém observar: ‘Eu estou no mundo; então, se me alegro, alegro-me onde estou’. E daí? Por estares no mundo, não estás no Senhor?
 
Escuta o mesmo Apóstolo, que falando aos atenienses, nos Atos dos Apóstolos, dizia a respeito de Deus e do Senhor, nosso Criador: n’Ele vivemos, nos movemos e existimos (At 17,28). Ora, quem está em toda parte, onde é que não está? Não foi para isto que fomos advertidos? O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma (Fl 4,5-6).
 
Eis uma realidade admirável: Aquele que subiu acima de todos os céus, está próximo dos que vivem na terra. Quem está tão longe e perto ao mesmo tempo, senão Aquele que por misericórdia Se tornou tão próximo de nós?
 
Na verdade, todo o gênero humano está representado naquele homem que jazia semimorto no caminho, abandonado pelos ladrões. Desprezaram-no, ao passar, o sacerdote e o levita; mas o samaritano, que também passava por ali, aproximou-se para tratar dele e prestar-lhe socorro. O Imortal e Justo, embora estivesse longe de nós, mortais e pecadores, desceu até nós. Quem antes estava longe, quis ficar perto de nós.
 
Ele não nos trata como exigem nossas faltas (Sl 102,10), porque somos filhos. Como podemos provar isto? O Filho único morreu por nós para deixar de ser único. Aquele que morreu só, não quis ficar só. O Unigênito de Deus fez nascer muitos filhos de Deus. Comprou irmãos para Si com Seu Sangue. Quis ser condenado para nos justificar; vendido, para nos resgatar; injuriado, para nos honrar; morto, para nos dar a vida.
 
Portanto, irmãos, alegrai-vos no Senhor (Fl 4,4) e não no mundo; isto é, alegrai-vos com a verdade, não com a iniquidade; alegrai-vos na esperança da eternidade, não nas flores da vaidade. Alegrai-vos assim onde quer que estejais e em todo o tempo que viverdes neste mundo. O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma”.  (1)
 
Embora vivamos momentos difíceis, nos mais diversos âmbitos, é preciso manter viva nossa esperança, a fim de que não vejamos morrer, sem perspectivas de amanhecer, a nossa alegria.
 
Crer no Ressuscitado, e n’Ele nos alegrarmos sempre, pois como disse o Bispo, para que fôssemos justificados Ele aceitou ser condenado; para que fôssemos resgatados, Ele foi vendido; para sermos honrados, aceitou todas as formas de humilhação e injúria; para termos vida, Ele passou pela Paixão e experimentou a morte.
 
De fato, “a alegria não é captada pelo crente como uma ultrapassagem da Cruz, mas como uma compreensão diferente do próprio Crucificado; não é, pois, derrota, mas revelação. Revelação de uma Salvação realizada por nós em Jesus: o amor que parecia derrotado é, na verdade vitorioso” (2).
 
Renovemos nossas forças em nosso discipulado marcado por superação de dificuldades, cansaços, desilusões, em todos os âmbitos de nossa vida. Exultemos de alegria no Senhor! 
Aleluia!
 
Mantenhamos viva a nossa alegria, e assim acontecerá se buscarmos nossa alegria no Senhor, a Verdade que nos faz verdadeiramente livres e realizados (cf. Gl 5,1), com confiança e serenidade, e jamais “nas flores da vaidade”, como tão bem expressou o Bispo.
 
Oremos:
 
Senhor Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado, presente no centro de nossas comunidades, rompendo as pedras que as fecham, pois nada pode impedir Sua Divina ação e manifestação em nosso meio, vos pedimos ajudai-nos a fim de que nos alegremos com a Verdade, que sois tão somente Vós, e fonte de toda a nossa esperança para o tempo presente e para toda a eternidade.
 
Senhor Jesus Cristo, Vivo, Glorioso e Ressuscitado, enviai-nos com o Vosso divino sopro, o Santo Espírito, como fizeste naquele primeiro dia da semana, quando as portas se encontravam fechadas por medo dos judeus (Jo 19, 19-31), para que enviados ao mundo, como continuadores de Vossa missão, sejamos sinais de uma vida nova, como instrumento para comunicar o perdão dos pecados a serem perdoados.
 
Senhor Jesus Cristo, Vivo, Glorioso, Ressuscitado, que subiu aos céus para ficar perto de nós, e está à direita do Pai sentado, a quem damos toda honra, glória, poder e louvor, não permitais que compactuemos ou nos omitamos diante do mistério da iniquidade, e tão pouco seduzidos pelo odor das flores da vaidade, ou qualquer outra “flor” que nos distancie, das mais belas flores que nos foram, pelo Vosso Pai Criador, no Jardim do Éden; mas movidos pela fé em Vós e em Vossa Palavra, sejamos os jardineiros de um mundo novo, em que as flores exalem alegria, confiança, esperança, serenidade, ternura, amor e bondade. Amém. Aleluia!
 

 
 
(1)   Liturgia das Horas – Volume II – Tempo Quaresma/Páscoa – pág. 1504-1505
(2)   Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa p. 603
 

O Bom Samaritano e a prática da misericórdia (XVDTCC)

                                                                  

O Bom Samaritano e a prática da misericórdia

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37), que nos apresenta a Parábola do bom samaritano.

Trata-se de uma Parábola desafiadora e, para aprofundamento, vejamos o que nos diz o Missal Dominical:

Jesus Homem levará à perfeição a imagem do Pai, no sacrifício da Cruz; aí revelará a verdadeira face do duplo amor para com Deus e para com os homens, do qual brota a história da Salvação...

O sacrifício de si e o amor gratuito e universal pelo próximo fazem resplandecer na face do cristão a face de Cristo e de Deus...

Cristo Se comporta com a humanidade como o samaritano da narrativa evangélica para com o desconhecido, como o bom pastor vem salvar a ovelha despojada, espancada e quase morta (Jo 10,10), como o filho do dono da vinha se apresenta depois dos Profetas enviados em vão (Jo 10; Lc 20,9-18)...

Não basta mais amar o próximo como a si mesmo; é preciso perguntar-se como ser próximo para o outro e amá-lo como Deus o ama. Depois da Ceia, Cristo dará um Mandamento novo: amar aos outros como fomos amados (Jo 13,34).

É necessário tomar consciência da pertença a esta humanidade ferida, abandonada, semimorta, à beira da estrada, que Cristo veio salvar...

Se Deus é Amor, se Cristo é a revelação de Deus porque Se entregou à morte pelo homem, o cristão revelará Deus ao mundo com seu amor concreto pelo próximo”. (1) 

Oportuna também a citação do Lecionário Comentado:

“Esta página evangélica exorta todos os discípulos a deixarem-se penetrar pela mesma misericórdia que impele o pastor a procurar a ovelha perdida (LC 15,4-7), o pai correr ao encontro do filho perdido (Lc 15,11-32) e Jesus morrer numa Cruz (Lc 23,44-46)...

Não se trata de um humanismo generoso e desinteressado qualquer, mas de nos colocarmos em sintonia com uma atuação que resume a história e a experiência de um Amor infinito, o do Amor feito Carne.

Se Jesus é a Palavra que Se tornou ‘próxima’, para que a pudéssemos pôr em prática, então ‘tornar-se próximo’ não é já, para nenhum de nós, uma meta que está longe, irreal ou inacessível.

Se em Jesus, o samaritano, Deus me tomou a Seu cuidado e me Amou, também eu, curado dos meus males, posso amá-Lo com todo o coração e a todos os irmãos como a mim mesmo.”

Como discípulos missionários, é tempo favorável para nos questionarmos para maior fidelidade a Jesus Cristo, em solidariedade com os que se encontram à beira do caminho, ou seja, dos que mais precisam de nossa solidariedade.

Urge que, como Igreja que professa a fé no Cristo Ressuscitado, vivamos a missão a nós confiada pelo Batismo: conhecer, amar e encarnar o Mandamento do Senhor, concretamente em nosso cotidiano.

Reflitamos:

- Como ser uma Igreja do bom samaritano?
- Quem são os que se encontram feridos à beira do caminho?

É preciso coragem e amor para fazer-se próximo, não esvaziando a essência da religião, que é a revelação do Rosto Divino, no amor concreto pelo humano que se coloca no caminho e, sobretudo, à beira do caminho.


(1)             Missal Dominical – Editora Paulus - p.1176-1177
(2)             Lecionário Comentado – Editora Paulus -2011 – Tempo comum – vol. I - pp.718-719

A graça divina da missão (XVDTCC)

                                                          

A graça divina da missão

Discípulos missionários do Senhor, somos,
Pela graça do Batismo, um dia recebido.
De modo que possamos dizer como o Apóstolo:
Para nós o viver é Cristo, morrer é lucro (Fl 1,21).
Que graça maior, poderíamos ter recebido?

Vivemos, mas não nós, como disse o Apóstolo:
“Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim.
Minha vida atual na carne, eu a vivo na fé,
Crendo no Filho de Deus, que me amou
E se entregou por mim” (Gl 2,20)

Sendo assim, seus passos haveremos de seguir,
Com renúncias, a cruz cotidiana carregar,
Revelando Sua presença e Suas marcas,
Como no selo, no coração, indelevelmente marcar:
Humildade, mansidão, fé, amor e esperança.

Em todo lugar, Sua luz divina irradiar;
Por lugares onde normalmente circulamos,
E em novos areópagos que nos desafiam,
Usar de todos os meios, inclusive os mais modernos,
Para o Seu Amor, Pessoa e Projeto, testemunhar.

Verdadeiramente servos por amor,
D’Aquele que Se fez servo humilde e obediente,
Que de tudo Se esvaziou para nos enriquecer.
Que nada reivindicou para Si,
Mas viveu em constante atenção ao próximo.

Discípulos missionários de Jesus, sejamos em todo o tempo;
D’Ele que está presente no Pão da Palavra e Pão da Eucaristia,
Expressão máxima da caridade que recria e renova,
Na constante atenção e solidariedade com o próximo,
Bom Samaritano da misericórdia, mansidão e paciência. Amém.


Fonte inspiradora: Mt 12,14-21

Mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente - Síntese (2022) (XVDTCC)

                                                     


Mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente - Síntese

A mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente (11/02/2022) tem como tema: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36), e o convite para que nos coloquemos ao lado de quem sofre, num caminho da caridade, voltando nossos olhos para Deus que «rico em misericórdia» (Ef 2, 4), que olha sempre para os Seus filhos com amor de Pai, mesmo quando se afastam d’Ele.

A misericórdia é por excelência o nome de Deus, que expressa a Sua natureza não como um sentimento ocasional, mas como força presente em tudo o que Ele faz, e conjuntamente é força e ternura.

A prática da misericórdia nos faz testemunhas da caridade de Deus que, a exemplo de Jesus, misericórdia do Pai, derrama sobre as feridas dos enfermos o óleo da consolação e o vinho da esperança, tocando a carne sofredora do próprio Cristo:

“O convite de Jesus a ser misericordiosos como o Pai adquire um significado particular para os profissionais de saúde. Penso nos médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, auxiliares e cuidadores dos enfermos, bem como nos numerosos voluntários que doam tempo precioso a quem sofre. Queridos profissionais da saúde, o vosso serviço junto dos doentes, realizado com amor e competência, ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma missão. As vossas mãos que tocam a carne sofredora de Cristo podem ser sinal das mãos misericordiosas do Pai. Permanecei cientes da grande dignidade da vossa profissão e da responsabilidade que ela acarreta”.

O Papa bendiz ao Senhor pelos progressos que a ciência médica realizou sobretudo nestes últimos tempos; as novas tecnologias que permitiram dispor de vias terapêuticas de grande utilidade para os doentes; a pesquisa que continua a dar a sua valiosa contribuição para derrotar velhas e novas patologias; a medicina de reabilitação que desenvolveu notavelmente os seus conhecimentos e competências.

É fundamental a proximidade na dimensão relacional com o enfermo com a sua escuta e consolo.

Quanto aos lugares para o tratamento dos enfermos, destaca as necessárias “estalagens do bom samaritano” (cf Lc 10,34); instituições sanitárias católicas, sobretudo neste grave contexto de pandemia e cultura do descarte.

Ressalta a importância da pastoral da saúde cada vez mais reconhecida e indispensável, e deste modo, todos somos responsáveis, no exercício do “ministério da consolação”:

“A propósito, gostaria de lembrar que a proximidade aos enfermos e o seu cuidado pastoral não competem apenas a alguns ministros especificamente deputados para o efeito; visitar os enfermos é um convite feito por Cristo a todos os Seus discípulos. Quantos doentes e quantas pessoas idosas há que vivem em casa e esperam por uma visita! O ministério da consolação é tarefa de todo o batizado, recordando-se das palavras de Jesus: «Estive doente e visitastes-me» (Mt 25, 36)”.

Finaliza intercedendo a Maria, Saúde dos Enfermos, confiando todos os doentes e as suas famílias, para que unidos a Cristo, que carrega sobre Si o sofrimento do mundo, possam encontrar sentido, consolação e confiança; reza por todos os profissionais de saúde para que, ricos em misericórdia, ofereçam aos pacientes, juntamente com os tratamentos devidos, a sua proximidade fraterna; e concede-nos a Bênção Apostólica.

 

 

Se desejar, confira a mensagem na integra:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick.html


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