sexta-feira, 27 de junho de 2025

Festa ao Sagrado Coração de Jesus (SCJ)

                                                                      

Festa ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem a sua origem na própria Sagrada Escritura.

No Antigo Testamento:

Ezequiel 34,11-16 – Deus cuida do Seu rebanho.
Ezequiel 11,19-20 – Tirarei o coração de pedra e colocarei um coração de carne.

No Novo Testamento:

Mateus 11,25-30 – Jesus é manso e humilde de coração.
Lucas 15 – O Coração de Deus é Fonte de Misericórdia.           
João 19,31-37 – O Coração de Jesus é transpassado pela lança e jorra Sangue e Água: Sacramentos da Igreja – Batismo e Eucaristia

O coração é um dos modos para falar do infinito Amor de Deus por nós, e este Amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus.

A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na Cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Em um, temos o consolo pela dor da véspera da Sua morte, e no outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

Estes dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito em 1675 a Santa Margarida Maria Alacoque:

“Eis este Coração que tanto tem amado os homens... não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças...

Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma Festa especial para honrar o meu Coração, comungando neste dia e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares; e prometo-te que o meu Coração Se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

O Papa João Paulo II sempre cultivou esta devoção, e a incentiva a todos que desejam crescer na amizade com Jesus.

Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou:

“Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do Mistério do Coração de Cristo.

Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o Mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este Mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja.”

Portanto, faz parte da tradição da Igreja esta Devoção inspirada pela Monja Santa Margarida Maria Alacoque, que nasceu em 1647 e morreu em 1690, e o Movimento do Apostolado da Oração encontra-se pelo mundo inteiro.

Esta devoção ao Sagrado Coração de Jesus está em estreita relação com a Eucaristia, e fortalece nossa fé, esperança e caridade.
        
Vejamos as consequências de uma autêntica devoção ao Sagrado Coração de Jesus:

- fortalece o amor à Igreja e às Comunidades;
- são sempre alimentados do Amor de Deus;
- leva à paixão e compromisso com os pobres, e estes têm lugar todo especial;
- fortalece o profetismo;
- exige o engajamento nas diversas pastorais e movimentos;
- torna-se participante da construção de um mundo novo.

Deste modo, não basta ter apenas Deus dentro de nosso coração, mas estar sempre dentro do Coração de Deus, de tal forma que, quando cumprimos a Lei maior de Deus que é o amor a Ele e ao próximo estamos no coração de Deus e Deus em nosso coração.

Concluindo, o Coração de Jesus é o templo do Espírito Santo que faz de nós também Seu templo, e urge fazer o nosso coração semelhante ao Coração de Jesus, aperfeiçoando a prática do Mandamento do Amor, com a intensificação de nossa devoção e contemplação do Coração de Jesus, a fim de que tal modo, vivamos uma espiritualidade essencialmente Eucarística.

Oportuno, portanto, iniciar ou fortalecer o Apostolado da Oração em nossas Paróquias.

Num mundo marcado, muitas vezes, 
pela frieza, indiferença e anonimato 
o Coração de Jesus é para nós
Fornalha Ardente de Caridade.

Acorramos à Divina Fonte (SCJ)

                                                                 

Acorramos à Divina Fonte

Na Celebração da Festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja nos propõe, na segunda Leitura do Ofício das Leituras, um trecho das Obras do Bispo São Boaventura (Séc. XIII), em que ele nos apresenta Jesus como a fonte de vida para a humanidade:

Considera, ó homem redimido, quem é Aquele que por tua causa está pregado na Cruz, qual a Sua dignidade e grandeza.

A Sua morte dá a vida aos mortos; por Sua morte choram o céu e a terra, e fendem-se até as pedras mais duras.

Para que, do lado de Cristo morto na Cruz, se formasse a Igreja e se cumprisse a Escritura que diz:

‘Olharão para Aquele que transpassaram’ (Jo 19,37), a divina Providência permitiu que um dos soldados lhe abrisse com a lança o sagrado lado, de onde jorraram Sangue e Água.

Este é o preço da nossa salvação. Saído d'Aquela fonte divina, isto é, no íntimo do Seu Coração, iria dar aos Sacramentos da Igreja o poder de conferir a vida da graça, tornando-se para os que já vivem em Cristo Bebida da fonte viva que jorra para a vida eterna (Jo 4,14).

 Levanta-te, pois, tu que amas a Cristo, sê como a pomba que faz o seu ninho na borda do rochedo (Jr 48,28), e aí, como o pássaro que encontrou sua morada (cf. Sl 83,4), não cesses de estar vigilante; aí esconde como a andorinha os filhos nascidos do casto amor; aí aproxima teus lábios para beber a água das fontes do Salvador (cf. Is 12,3).

Pois esta é a fonte que brota no meio do paraíso e, dividida em quatro rios (cf. Gn 2,10), se derrama nos corações dos fiéis para irrigar e fecundar a terra inteira.

Acorre com vivo desejo a esta fonte de vida e de luz, quem quer que sejas, ó alma consagrada a Deus, e exclama com todas as forças do teu coração:

‘Ó inefável beleza do Deus altíssimo e puríssimo esplendor da luz eterna, vida que vivifica toda vida, luz que ilumina toda luz e conserva em perpétuo esplendor a multidão dos astros, que desde a primeira aurora resplandecem diante do trono da Vossa divindade. 

Ó eterno e inacessível, brilhante e suave manancial d'Aquela fonte oculta aos olhos de todos os mortais! Sois profundidade infinita, altura sem limite, amplidão sem medida, pureza sem mancha!’

De Ti procede o rio que vem trazer alegria à cidade de Deus (Sl 45,5), para que entre vozes de júbilo e contentamento (cf. Sl 41,5) possamos cantar hinos de louvor ao Vosso nome, sabendo por experiência que em Vós está a fonte da vida, e em Vossa luz contemplamos a luz (Sl 35,10).”

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, que jamais termina, mesmo quando parece terminar nossas forças para trilhar o caminho da fé.

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, para que a secura de nossa alma, por vezes experimentada, seja novamente “hidratada”, e assim possamos avançar no horizonte da esperança que se dilata, amplia, redimensiona.

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, e não apenas, também participamos do Altar em que Ele Se faz verdadeiramente Comida e Bebida para nos revigorar, e o Mandamento Maior que nos ordenou, ao mundo anunciar, testemunhar.

A esta Divina Fonte de Amor acorramos, fome e sede jamais teremos; senão a sede e fome de justiça, de ver acontecer um novo céu e uma nova terra, porque discípulos missionários do Senhor, que esta sede, no Sermão da Montanha, proclamou: “Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6).

À esta Divina Fonte sempre acorramos, sem demora, porque tão apenas n’Ela encontramos a Fonte inesgotável e indizível de Amor. 

“A juventude mora no coração da Igreja”

                                             


“A juventude mora no coração da Igreja”
 
 A juventude mora no coração da Igreja
e é fonte de renovação da sociedade”
 
Voltemos ao que nos disseram os bispos em Documento dedicado especialmente à juventude:
 
"A juventude mora no coração da Igreja e é fonte de renovação da sociedade. Os jovens de todos os tempos e lugares buscam a felicidade. A Igreja continua olhando com amor para os jovens, mostrando-lhes o verdadeiro Mestre − Caminho, Verdade e Vida − que os convida a viver com Ele.
 
Nós, pastores, consideramos urgente e importante o tema da evangelização da juventude para refleti-lo à luz da Palavra de Deus e de tantas riquezas e desafios deste momento histórico-cultural em que vivemos” (Evangelização da Juventude  Desafios e perspectivas pastorais n. 85).
 
Mais que acreditar, é dedicar tempo e espaço para que a juventude seja protagonista da evangelização.
 
Não há nada mais precioso para nós do que sermos chamados pelo Senhor para trabalhar em Sua vinha. Ele é a nossa pérola preciosa de maior valor, Ele é o nosso tesouro escondido, pelo qual tudo vendemos, de tudo nos dispomos, para adquirir o terreno no qual Ele Se encontra (Mt 13,44-52), ou seja, que O tenhamos sempre no mais profundo de nós, mais íntimo a nós, do que nós a nós mesmos, como bem falou Santo Agostinho, em seu incansável e feliz encontro, quando partiu a procura de Deus.
 
Impossível ter-se encontrado com Jesus e retê-Lo somente para si.
 
É sempre tempo de todos avançarmos para águas mais profundas, e que cada jovem, ao fazer uma profunda experiência pessoal com Cristo, leve tantos outros jovens à mesma experiência, à mesma graça.
 
Concluímos com um convite a refletir sobre a passagem do Evangelho, em que Jesus chama os primeiros discípulos para segui-Lo (cf. Jo 1,38-39)

“Jesus: Sublime Mestre, Divino Salvador”

                                                      

“Jesus: Sublime Mestre, Divino Salvador”

Na reflexão da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,1-4), proclamado na sexta-feira da 12ª Semana do Tempo Comum, encontramos esta afirmação do Missal Cotidiano:

“No monte, Jesus é o Mestre Sublime; na planície onde vivem os homens despedaçados pela dor e pelo pecado, é o Salvador...” (pág. 952). 

De fato, na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,1-12), encontramos o Sermão de Jesus, o Sermão da Montanha.

No alto do monte Ele é verdadeiramente um Sublime Mestre, que nos ensina um novo modo de ser e viver.

Oferece-nos novos princípios e nos desafia a novas atitudes, desdobradas nos capítulos 6 e 7, e ainda encontramos a graça de aprendermos a rezar como Ele nos ensinou: “Pai nosso que estais nos céus...”

Não temos mais belo e sublime Mestre do que Jesus e nem programa de vida mais amplo, revolucionário que o programa das Bem-Aventuranças.

Se de um lado, na montanha Jesus é o Sublime Mestre, na planície da existência humana (a partir do capítulo 8 de Mateus), no chão da história, para toda a humanidade é o Divino Salvador. 

Com sua Vida vivida no amor que ama até o fim, amor sem limites, amor que ama até as últimas consequências. Pelo Sangue, por amor derramado, é que nos vem a Salvação.

Antes de consumar em ato extremo de amor, amor que muitas vezes é incompreendido que nos dá “vertigem”, porque ultrapassa nossa compreensão, limitações e medidas, e todo o parâmetro, a todos Se apresentou, mais ainda foi e é para todo o sempre o Divino Salvador, por isto a Ele toda honra, glória, poder e louvor.

Oremos:

Ó Sublime Mestre da montanha,
Divino Salvador de nossa planície!

Ó Divino que viestes do Pai, viestes do Alto,
Elevai-nos um dia para junto de Vós,
Que à direita do Pai, glorioso estais!


Divino Salvador, como não amá-Lo e segui-Lo?
Divino Salvador, como não ter de Vós os mesmos pensamentos e sentimentos?                                                                                              
Divino Salvador que cura, liberta, ensina, anima, acolhe, perdoa, e salva.
Divino Salvador que a fome sacia, que a tristeza transforma em alegria...
Divino Salvador que a escuridão faz clara como a luz de um belo dia...

Divino Salvador, Vós sois o Caminho que nos conduz ao Pai.
Divino Salvador, Vós sois a verdade que ilumina os povos.
Divino Salvador, Vós sois a vida que renova o mundo!

Divino Salvador, que fortalece nossa fé,
Divino Salvador, que revigora nossa esperança,
Divino Salvador, que a chama de nosso amor inflama!

Nós vos suplicamos sem nenhum merecimento:
Purificai-nos de tudo aquilo que fere a nossa dignidade,
Afastai tudo que crie divisões e desigualdades.
Acalmai-nos e protegei-nos nas mais impetuosas tempestades!

Na montanha, quão belas lições,
Na planície, quão belas ações...
Nós vos amamos,  Sublime Mestre,
Nós vos adoramos, Divino Salvador! 
Amém.


Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui

 


  

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

E ao celebrar o último dia do Santo Jubileu com Vosso Povo,

Fazei-me peregrino da misericórdia e da esperança.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

Contemplo Tuas santas chagas por amor suportadas.

Quem poderia nos amar, até o fim,  tanto assim?

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

Contemplo Teu coração pela lança dos soldados trespassado,

Água e sangue prefigurando o santo Batismo e a Eucaristia.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

Apresento-Te minhas dores, angústias, clamores, cansaços,

Mas também minhas alegrias, vitórias, e esperanças renovadas.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

Subo ao cume da colina, e me recolho em Teu santuário.

No silêncio mergulhado, por vosso abraço e amor envolvido.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui,

Para que volte à planície do cotidiano com seus desafios,

Forças renovadas, batismo revigorado, missão a cumprir.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui

Para dizer que quero contigo caminhar, a cruz carregar,

Renúncias necessárias fazer, para sempre Te seguir.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

E Te peço que, a exemplo do Teu precursor, João,

Também tenha coragem, fidelidade e humildade na missão.

 

Senhor Bom Jesus de Matosinhos, mais uma vez venho aqui.

Enviai junto do Pai, Teu Santo Espírito, em nosso necessário socorro,

Para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, ilu­minar. Amém.

Ó Bom Jesus, dai-me um olhar puro e misericordioso

                                                     


Ó Bom Jesus, dai-me um olhar puro e misericordioso

Jesus nos adverte na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 7,1-5), como discípulos missionários seus: “Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (1).

Oremos:

Senhor Bom Jesus, ajudai-me para que jamais desista do esforço para viver esta advertência, que procedeu de Vosso coração manso e pleno de ternura.

Senhor Bom Jesus, ajudai-me a superar a contínua tentação de olhar em torno de mim mesmo, estabelecendo diferenças que podem me reduzir à fiel condição do fariseu, orando no templo em pé e olhando com olhos de superioridade em relação ao pobre publicano.

Senhor Bom Jesus, sois a Verdade, que diante da qual jamais posso me esconder, e bem conheceis o mais profundo de meu coração, libertai-me de toda máscara, ou aparência de santidade e autenticidade.

Senhor Bom Jesus, concedei-me a graça de não julgar para não ser julgado; mas que eu faça progressos contínuos para amar, respeitar e ajudar pela conversão própria e de meus semelhantes. 

Senhor Bom Jesus, que eu jamais me esqueça de que o julgamento final será sem misericórdia para quem não praticou a misericórdia: “a misericórdia, porém, triunfa sobre o julgamento” (2). Amém.

(1)  Mt 7,5

(2)Tg 2,13

Bom Jesus, fortalecei-nos na prática das virtudes divinas

 


Bom Jesus, fortalecei-nos na prática das virtudes divinas

Renovemos nossa fé no Bom Jesus que volta sempre o Seu divino olhar de amor para todos nós.

Contemplemos suas chagas dolorosas que se tornaram as vencedoras Chagas gloriosas do Ressuscitado, e desde modo renovemos nossa esperança:

- de famílias santificadas porque edificadas sobre a rocha da Palavra do Senhor;

- da valorização da vida humana e da Casa comum que Deus nos confiou;

- da perseverança no caminhar juntos, como Igreja que somos;

Seja inflamado em nossos corações o amor do Bom Jesus que nos impele para que tenhamos uma vida marcada pela:

- Conversão da mente e do coração;

- Coerência entre o que se fala e o que se vive;

- Verdade que nos faz verdadeiramente livres, pois é para a liberdade o que o Senhor nos libertou.

 

PS: Passagens bíblicas – 2 Cor 5,14-21; Sl 102; Mt 5,33-37

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG