domingo, 1 de junho de 2025

Confiança inabalável no Espírito Santo

                                                         

Confiança inabalável no Espírito Santo

Reflexão à luz da passagem da Primeira Carta do Apóstolo Pedro (1Pd 3,15-18), em que encontramos uma exortação para que a comunidade permaneça confiante, apesar das hostilidades e dificuldades encontradas.

Nesta passagem, temos uma espécie de conduta da vida cristã em meio às contradições do mundo, de modo que, a comunidade deve manter:

“... audácia humilde e respeitosa para com todos na profissão de fé; constância na realização do bem, custe o que custar; em todas as circunstâncias, comportamento como o de Cristo, o inocente que morreu ‘pelos pecadores para nos conduzir a Deus’” (1)

Os sofrimentos e perseguições ofereciam um contexto fundamental para o testemunho sereno da fé, num autêntico amor, até mesmo pelos seus perseguidores, assim como o próprio Cristo, que fez da Sua vida um dom de Amor a todos.

Em todo o tempo, os discípulos missionários do Senhor, devem, também, estar sempre dispostos a apresentar as razões da sua fé e da sua esperança, testemunhando a Palavra de Deus e as verdades que nos orientam e garantem vida e liberdade.

No entanto, sem a agressividade, mas com necessária delicadeza,  modéstia, respeito, boa consciência, vivendo um amor universal, por isto, até mesmo pelos seus perseguidores.

Ainda mais, em qualquer circunstância – mesmo diante do ódio e da hostilidade dos perseguidores, haverão de preferir fazer o bem do que fazer o mal. 

Tão somente assim, os perseguidores ficarão desarmados e sem argumentos; e todos perceberão mais facilmente de que lado está a verdade e a justiça.

A comunidade dos que creem em Deus deve pautar a vida pela lógica de Jesus e não pela lógica do mundo, fazendo a doação da vida, por amor, alcançando assim, a glória da Ressurreição.

Por fim, deve manter viva a confiança, a alegria, a fidelidade, a esperança, contando sempre com a assistência do Espírito do Ressuscitado.

Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal 
(1)        Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Editora Paulus – Lisboa – 2012 -  p.767
PS: Apropriado para a passagem (1Pd 3,18.21b-22)

Síntese da mensagem para o 57º Dia Mundial das comunicações

 


Síntese da mensagem para o 57º Dia Mundial das comunicações

A mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais traz como tema “Falar com o coração” , e o lema - “Testemunhando a verdade no amor” (Ef 4, 15)»

Nas mensagens anteriores, o Papa aprofundou os verbos “ir e ver” e “escutar”. Nesta, continua aprofundando a comunicação a partir do verbo “falar”.

“Foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora.”

Se escutarmos o outro com o coração puro, afirma o Papa, conseguiremos também falar testemunhando a verdade no amor (cf. Ef. 4,15), e acontece acolhendo as fragilidades recíprocas com respeito, em vez de julgar a partir dos boatos semeando discórdia e divisões.

Mas para esta comunicação acontecer ao testemunhar a verdade no amor, é preciso que se faça a purificação do coração, e assim é possível comunicar cordialmente:

“Comunicar cordialmente quer dizer que a pessoa que nos lê ou escuta é levada a deduzir a nossa participação nas alegrias e receios, nas esperanças e sofrimentos das mulheres e homens do nosso tempo.”

A partir da experiência dos discípulos de Emaús, reflete sobre a manifestação de Jesus Ressuscitado, que fala com o coração, acompanhando com respeito o caminho da amargura experimentado pelos discípulos, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido.

Em tempos de polarizações e oposições, é preciso uma comunicação de coração e braços abertos da parte de todos.

É preciso um falar amável que abra brecha nos corações mais endurecidos – “Precisamos daquele falar amável no âmbito dos ‘mass media’, para que a comunicação não fomente uma aversão que exaspere, gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a realidade onde vivem.”

São Francisco de Sales, doutor da Igreja é nos apresentado como referência exemplar de comunicação – “A sua mansidão, humanidade e predisposição a dialogar pacientemente com todos, e de modo especial com quem se lhe opunha, fizeram dele uma extraordinária testemunha do amor misericordioso de Deus. Dele se pode dizer que as suas «palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis» (Sir 6, 5). Aliás uma das suas afirmações mais célebres – «o coração fala ao coração» – inspirou gerações de fiéis, entre os quais se conta São John Henry Newman que a escolheu para seu lema: Cor ad cor loquitur. «Basta amar bem para dizer bem»”.

Lembra-nos o Papa que “somos aquilo que comunicamos”, e isto é uma lição contracorrente hoje, sobretudo nas redes sociais, em que a comunicação é muitas vezes instrumentalizada para que o mundo nos veja, não por aquilo que somos, mas como desejaríamos ser.

Segundo São Paulo VI, os escritos de São Francisco suscitam uma “leitura sumamente agradável, instrutiva e estimulante”; e assim devem ser os artigos, reportagens, serviços radiotelevisivos nas redes sociais.

Apresenta-nos o referido santo da ternura (São Francisco) como inspiração para os agentes da comunicação, procurando e narrando a verdade com coragem e liberdade, mas rejeitando a tentação de usar expressões sensacionalistas e agressivas.

Urge falar com o coração no processo sinodal, e para tanto é preciso de uma escuta sem preconceitos, atenta e disponível. Este falar será segundo o estilo de Deus, que se sustenta de proximidade, compaixão e ternura.

Diante do quadro de conflitos, lembra o Papa, vivemos uma realidade como há 60 anos, uma hora escuta temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa possível, inclusive em termos de comunicação. Urge desarmar os ânimos, promovendo uma linguagem de paz - “Fica-se apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem muitas vezes em ações bélicas de celerada violência. Por isso mesmo há que rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de propaganda que manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas. Em vez disso seja promovida, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições para se resolverem as controvérsias entre os povos.".

Uma conversão do coração decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração humano – “Do coração brotam as palavras certas para dissipar as sombras dum mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos. É um esforço que é exigido a todos e cada um de nós, mas faz apelo de modo particular ao sentido de responsabilidade dos agentes da comunicação a fim de realizarem a própria profissão como uma missão.       

Conclui a Mensagem com estas palavras:

 Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai, nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial. 

Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide. 

Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.”

 

 

Desejando, leia a mensagem na integra:  https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20230124-messaggio-comunicazioni-sociali.html

Solenidade da Ascensão do Senhor: irradiar amor, vida e alegria (Ascensão do Senhor - Ano C)



Ascensão: irradiar amor, vida e alegria

Ali ergueu as mãos e abençoou-os” (Lc 24,50)

A Solenidade da Ascensão aponta para o fim último de todos nós, a comunhão com Deus, o Céu (ano C).

A ida de Jesus para o Céu, não é a afirmação de Sua partida e ausência, mas é a garantia de Sua eterna presença conosco, até que Ele venha pela segunda vez, como afirmamos na Missa: “Anunciamos Senhor a Vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.

Antes, é preciso assumir com coragem, no tempo presente, a missão por Deus a nós confiada: anunciar o Evangelho a todos os povos, empenhados, decididamente, no Projeto de Salvação Divina, superando a passividade alienante, indo para o meio do mundo, como sal, luz e fermento. 

Nada falta à Igreja, portadora da plenitude de Cristo, para cumprir esta missão. Portanto, renovemos a nossa alegria em crer que, após um caminho percorrido com amor e doação, desabrocharemos na eternidade, pela comunhão com Deus, assim como foi a vida de Jesus Cristo.

Exultemos de alegria por sermos continuadores da missão que Ele realizou, e a nós confiou, enviando-nos do Pai o Espírito Santo de Deus, o Paráclito, fato que celebraremos com a Festa de Pentecostes.

Urge levar a humanidade a viver a comunhão querida por Deus, a fim de que todos sejamos um em Cristo Jesus.

A passagem da primeira Leitura (At 1,1-11) retrata uma comunidade que vive num contexto de crise, desilusão e frustração. O tempo vai passando e não vê realizar o Projeto Salvador. Quando será, enfim, realizado?

Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o Projeto do Reino, entrou na comunhão plena e definitiva do Pai, e este é também o destino daqueles que percorrem o mesmo caminho. Fica, portanto, afastada toda possibilidade de passividade alienante, imobilismo estéril.

São Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, escreve em tons de catequese sólida, substancial, pois a comunidade vivia um contexto de crise (anos 80), e se fazia necessário manter-se firme no testemunho do Ressuscitado, sem jamais vacilar na fé, esmorecer na esperança e tão pouco esfriar na caridade (Papa São Leão Magno).

Lucas escreve a Teófilo (aqueles que são amados por Deus = amigos de Deus) apresentando o Protagonista maior da Evangelização, que é o Espírito Santo, e conta com a participação e ação dos Apóstolos na construção do Reino, que exige empenho contínuo, e nisto consiste o papel da comunidade formada por aqueles que creem e se afirmam cristãos.

Ele nos apresenta a Ascensão quarenta dias depois da Ressurreição: quarenta é um número simbólico, define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir, com fidelidade e coragem, as lições do Mestre.

A descrição da elevação de Jesus ao céu, assim como a nuvem, os discípulos a olhar para o céu, os homens vestidos de branco têm uma mensagem própria: os discípulos, animados pelo Espírito, devem continuar no mundo a história e obra de Jesus, aguardando a Sua segunda vinda definitiva e gloriosa.

A comunidade não pode ficar “olhando para o alto e de braços cruzados”, precisa seguir o caminho que é o próprio Jesus, com olhar para o futuro, renovando cotidianamente os compromissos com o Projeto de Salvação que Deus tem para a humanidade.

Deste modo, a Ressurreição e a Ascensão de Jesus, nos garantem uma vida vivida na fidelidade ao Projeto do Pai: “Uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo ‘caminho’ de Jesus subirá, com Ele, à vida plena”. (1)

Os sinais e palavras têm mensagens próprias: 

- A elevação aos céus - trata-se do culminar de uma vida;
- A nuvem - sempre um sinal teofânico (manifestação de Deus);
- Olhar para o céu - acena para a segunda vinda de Cristo, que não devemos esperar de braços cruzados;
- Dois homens vestidos de branco - anunciam o mundo de Deus.

Reflitamos:

- Tenho sido fiel à missão que o Senhor me confiou?
- O que gero com o meu testemunho, nos diversos âmbitos em que vivo?
- Quais são meus compromissos solidários na transformação do mundo?
- Fico a olhar para o céu ou me comprometo com a transformação em todos os níveis?

A passagem da segunda Leitura (Ef 1,17-23) nos apresenta a síntese da teologia paulina, em que o Apóstolo Paulo fala da comunidade como um corpo. Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo.

Trata-se de uma mensagem de confiança e esperança, em que a comunidade é exortada a pôr-se a caminho, numa comunhão sólida, formando um só Corpo, que é a Igreja, cuja cabeça é o próprio Cristo.

A comunidade cristã é um corpo – “o corpo de Cristo” – formado por muitos membros, e que Paulo já havia dito em outras Cartas, mas agora escreve da prisão, e faz parte das “cartas do cativeiro”

Cristo com a cabeça e a comunidade um corpo, juntos, forma-se uma comunidade indissolúvel, da qual Cristo está no centro, e nada falta à Igreja para levar adiante a missão por Ele confiada:

“Dizer que a Igreja é a 'plenitude' ('pleeroma') de Cristo significa dizer que nela reside a ‘plenitude’, a ‘totalidade’ de Cristo.

Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse 'corpo' onde reside que Cristo continua todos os dias a realizar o Seu Projeto de salvação em favor dos homens. Presente nesse ‘corpo’, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo ‘seja tudo em todos’ (vers. 23)”. (2)

A Igreja é, portanto, a habitação onde Cristo Se torna presente no mundo; Ele enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que Ele “seja tudo em todos” (Ef 1, 23).

A Ressurreição/Ascensão/Glorificação de Jesus garantem a nossa própria ressurreição/glorificação, por isto é preciso avançar no caminho superando as dificuldades.

Na passagem do Evangelho (Lc 24,46-53), encontramos a descrição do encontro final de Jesus com Seus discípulos, perto de Betânia (Lc 24,50). 

Além de reconhecer Jesus como Senhor, a comunidade recebe d’Ele a missão de continuar o Seu Projeto de Libertação da humanidade, no testemunho do Reino por Ele inaugurado.

Jesus voltando para o Pai, e ficando para sempre no meio dos Seus discípulos, confia a eles a continuidade da missão. 

Deste modo, com a Ascensão, podemos afirmar que Jesus cumpriu plenamente a Sua missão e reentrou na comunhão do Pai, e assim dá início à nossa missão, sentando-Se à direita do Pai, para reinar sobre tudo e todos, através da missão dos discípulos.

Viver a Boa-Nova anunciada, em confronto com o mundo, pode gerar desilusão, sofrimento e frustração. Mas é exatamente aqui que o discípulo deve dar razão da esperança que possui, testemunhando o Ressuscitado com a força e ação do Espírito Santo Paráclito, o Defensor, o Espírito da Verdade, que estará conosco até o fim dos tempos.

Esta certeza alimenta a nossa coragem, para que testemunhemos o que acreditamos e professamos; o que nos move e nos direciona rumo ao encontro definitivo com Deus, na mais perfeita e plena comunhão de amor, empenhados, por ora, na construção do Reino de amor, vida, alegria, luz e paz.

Deste modo, celebrar a Ascensão de Jesus é tomar consciência:

- da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida da humanidade;

- de que como Igreja, comunidade dos discípulos de Jesus, somos a presença libertadora e salvadora de Jesus, com a imensa confiança de Deus em nós, testemunhando o Reino de Deus em todos os âmbitos da vida;

- que a missão que Jesus confiou aos discípulos, é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença de Sua Proposta libertadora no mundo;

- de que é a Festa do Envio, da continuidade da missão que Jesus nos confia –“Ali ergueu as mãos e abençoou-os” (Lc 24,50);

- que não podemos ficar apenas admirando, mas em  constante caminho, com renovados compromissos com o Projeto da Salvação;

- da graça do Batismo, inseridos na mais perfeita comunidade de comunhão e amor, a comunidade Trinitária: Pai, filho e Espírito Santo.

Reflitamos:

- Tenho consciência da universalidade da missão?
- Como discípulo, procuro aprender, assimilar e viver os ensinamentos de Jesus para que a missão tenha crédito e seja uma luz para o mundo?

- A vida dos discípulos não está livre da desilusão, sofrimento, frustração... Mas também está presente uma certeza que alimenta a coragem do que cremos: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. Tenho esta certeza em meu coração?

- No seguimento de Jesus não podemos nos instalar. Ser cristão é ser pessoa do tempo, sem medo de novidades. Estou instalado, acomodado, de braços cruzados, ou fascinado por Cristo e pela missão a nós confiada?

- Procuro a sabedoria e força do Espírito para corresponder à altura?

- Quais são os medos que temos a enfrentar no desempenhar na missão evangelizadora?
- Sentimos a presença do Ressuscitado em nossa missão?

- Temos sentimentos de gratidão pela confiança de Deus em nós depositada para levar adiante a missão?

Concluindo, Celebrar a Solenidade da Ascensão do Senhor é afirmar uma bela verdade de nossa fé, pois a Ascensão do Senhor liga-se necessariamente à Sua Encarnação, e comunica o seu significado autêntico: O Filho de Deus tornou-Se como nós para nos tornar como Ele.

Celebraremos esta presença na Festa de Pentecostes, quando o Espírito Santo nos for derramado, como dom de Amor do Pai, para continuarmos, fiéis na Missão do Cristo, na mais profunda e frutuosa vivência do Amor e da Vida Trinitária.

Ser cristão é ser alguém que deixou se levar pelo grande sopro do Espírito; é saber que pode contar com Ele na missão, e como pessoas que creem, deixemos de olhar para o céu, não façamos do cristianismo uma “agência de serviços sociais”, não meçamos esforços para encontrar Cristo, tanto na Palavra como na Eucaristia e nos demais Sacramentos. E assim, renovados, revigorados, nos empenhemos apaixonadamente por Cristo na construção do Reino de Deus, com a força e presença do Espírito Santo.



Em poucas palavras... (Ascensão do Senhor)

                                    


Quando O Senhor foi elevado da Terra

“«E Eu, uma vez elevado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12, 32). A elevação na cruz significa e anuncia a elevação da ascensão aos céus. É o princípio dela, Jesus Cristo, o único sacerdote da nova e eterna Aliança, «não entrou num santuário feito por homens [...].

Entrou no próprio céu, a fim de agora se apresentar diante de Deus em nosso favor» (Hb 9, 24). 

Nos céus, Cristo exerce permanentemente o Seu sacerdócio, «sempre vivo para interceder a favor daqueles que, por Seu intermédio, se aproximam de Deus» (Hb 7, 25). 

Como «sumo sacerdote dos bens futuros» (Hb 9, 11), Ele é o centro e o ator principal da liturgia que honra o Pai que está nos céus (Ap 4,6-11).”

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 662

Síntese da Mensagem para o LIX Dia Mundial das Comunicações Sociais – 2025 – Papa Francisco

 


Síntese da Mensagem para o LIX Dia Mundial das Comunicações Sociais – 2025 – Papa Francisco

A Mensagem para o LIX Dia Mundial das Comunicações Sociais -2025, escrita pelo Papa Francisco, tem como tema a passagem bíblica da Primeira Carta de São Pedro – “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3,15-16), em perfeita sintonia com o Jubileu da Esperança que estamos celebrando.

Há um forte convite para que todos sejamos comunicadores da esperança, em um tempo marcado pela desinformação e pela polarização, no qual alguns centros de poder controlam uma grande massa de dados e de informações sem precedentes.

Faz-se necessário desarmar a comunicação – “Hoje em dia, com demasiada frequência, a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio. Muitas vezes, simplifica a realidade para suscitar reações instintivas; usa a palavra como uma espada; recorre mesmo a informações falsas ou habilmente distorcidas para enviar mensagens destinadas a exaltar os ânimos, a provocar e a ferir.”

Outro fenômeno apresentado pelo Papa é a “dispersão programada da atenção”, promovida por sistemas digitais que provocam atomizações, individualismos, enfraquecendo a dimensão comunitária e a promoção do bem comum.

Não podemos empobrecer a “esperança”, que tem dimensões comunitárias e sociais, voltadas à promoção e defesa da dignidade humana e da Casa Comum.

O Papa nos apresenta três mensagens, à luz da passagem mencionada:

1ª – Nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor Jesus Cristo Ressuscitado;

2ª – Estarmos dispostos a dar a razão da esperança a todos que nos pedirem;

3ª – Comunicação deve ser feita com mansidão, respeito e proximidade, como “companheiros de viagem, nos passos do maior Comunicador de todos os tempos: Jesus de Nazaré.

Lembrando o Jubileu da Esperança, que nos renova na missão de sermos “construtores da paz” (cf. Mt 5,9), devemos promover uma comunicação que fale ao coração, cuidando do coração, ou seja, da vida interior. Para tanto, ele nos dá algumas pistas a serem vividas, contando com a graça de Deus:

“Sede mansos e nunca esqueçais o rosto do outro; falai ao coração das mulheres e dos homens ao serviço de quem desempenhais o vosso trabalho.

Não permitais que as reações instintivas guiem a vossa comunicação. Semeai sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos.

Procurai praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade.

Dai espaço à confiança do coração que, como uma flor frágil mas resistente, não sucumbe no meio das intempéries da vida, mas brota e cresce nos lugares mais inesperados: na esperança das mães que rezam todos os dias para rever os seus filhos regressar das trincheiras de um conflito; na esperança dos pais que emigram, entre inúmeros riscos e peripécias, à procura de um futuro melhor; na esperança das crianças que, mesmo no meio dos escombros das guerras e nas ruas pobres das favelas, conseguem brincar, sorrir e acreditar na vida.

Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo.

Contai histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro.”

 

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20250124-messaggio-comunicazioni-sociali.html

“Não esqueçais o coração”

 


“Não esqueçais o coração”

Na conclusão da Mensagem para o LIX Dia Mundial das Comunicações 2025, o Papa Francisco nos apresentou preciosas pistas para que cuidemos do coração, ou seja, da vida interior, diante de vertiginosas conquistas da técnica:

“Sede mansos e nunca esqueçais o rosto do outro; 

falai ao coração das mulheres e dos homens ao serviço de quem desempenhais o vosso trabalho.

Não permitais que as reações instintivas guiem a vossa comunicação. Semeai sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos.

Procurai praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade.

Dai espaço à confiança do coração que, como uma flor frágil mas resistente, não sucumbe no meio das intempéries da vida, mas brota e cresce nos lugares mais inesperados: na esperança das mães que rezam todos os dias para rever os seus filhos regressar das trincheiras de um conflito; na esperança dos pais que emigram, entre inúmeros riscos e peripécias, à procura de um futuro melhor; na esperança das crianças que, mesmo no meio dos escombros das guerras e nas ruas pobres das favelas, conseguem brincar, sorrir e acreditar na vida.

Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo.

Contai histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro.

Tudo isto podeis e podemos fazê-lo com a graça de Deus, que o Jubileu nos ajuda a receber em abundância. Por isto, rezo por cada um de vós e pelo vosso trabalho, e vos abençoo.” Amém.

Ascensão do Senhor: Ele confia em nós a continuidade da missão


Ascensão do Senhor: Ele confia em nós a continuidade da missão

Sejamos enriquecidos pelo Tratado n.74, escrito pelo Papa e Doutor da Igreja, São Leão Magno (séc. V):

“O mistério de nossa Salvação, amadíssimos, que o Criador do universo abonou no preço de Seu sangue, foi realizado segundo uma economia de humildade desde o dia de Seu nascimento corporal até o término de Sua Paixão. E ainda que sob a condição de servo irradiaram muitos sinais manifestativos de Sua divindade, contudo, toda a atividade deste período esteve orientada propriamente para demonstrar a realidade da humanidade assumida.

Apesar disso, depois da Paixão, rompidas as cadeias da morte que, ao recair n’Aquele que não conheceu o pecado perdera toda a sua malignidade, a debilidade se converteu em fortaleza, a mortalidade em eternidade, a ignomínia em glória, glória que o Senhor Jesus tornou manifesta diante de muitas testemunhas através de numerosas provas, até o dia em que introduziu nos céus o triunfo da vitória obtida sobre os mortos.

E assim como na Solenidade da Páscoa a Ressurreição do Senhor foi para nós causa de alegria, assim também agora Sua Ascensão ao céu é para nós um novo motivo de júbilo, ao recordar e celebrar liturgicamente o dia em que a pequenez de nossa natureza foi elevada, em Cristo, acima de todos os exércitos celestiais, de todas as categorias de anjos, de toda a sublimidade das potestades até compartir o trono de Deus Pai.

Fomos estabelecidos e edificados por este modo de operar divino, para que a graça de Cristo se manifestasse mais admiravelmente, e assim, apesar da presença visível do Senhor ter sido afastada da vista dos homens – pela qual se alimentava o respeito deles para com Ele –, a fé se mantivesse firme, a esperança impassível e o amor ardente.

Nisto consiste, de fato, o vigor dos espíritos verdadeiramente grandes, isto é, o que a luz da fé realiza nas almas realmente fiéis: crer sem vacilação o que nossos olhos não veem; ter o desejo fixo naquilo que nosso olhar não pode alcançar.

Como esta piedade poderia nascer em nossos corações, ou como poderíamos ser justificados pela fé se a nossa salvação consistisse somente no que nos é dado ver? Por isso o Senhor disse àquela Apostolo que não cria na Ressurreição de Cristo enquanto não averiguasse com a vista e o tato, em Sua carne, os sinais da Paixão:

Crestes porque me vistes? Bem-aventurados os que creram sem terem visto.

Assim, para tornar-nos capazes, amadíssimos, de semelhante bem-aventurança, nosso Senhor Jesus Cristo, após ter realizado tudo o que convinha para a pregação evangélica e aos mistérios do Novo Testamento, quarenta dias após a Ressurreição, elevando-Se ao céu à vista dos Seus discípulos, findou a Sua presença corporal para sentar-Se à direita do Pai, até que se cumpram os tempos divinamente estabelecidos nos quais se multipliquem os filhos da Igreja, e Ele volte, na mesma carne com a qual ascendeu aos céus, para julgar os vivos e os mortos.

Assim, todas as coisas referentes a nosso Senhor que antes eram visíveis, passaram a ser ritos sacramentais; e para que nossa fé fosse mais firme e valiosa, a visão foi substituída pela instrução, de maneira que, doravante, nossos corações, iluminados pela luz celestial, devem apoiar-se nesta instrução”.

À luz do Tratado, oremos:

Cremos, Senhor Jesus Cristo, vivo e Ressuscitado, que todas as coisas referentes a Vós, que foram contempladas e visíveis para os primeiros que chamastes, agora contemplamos verdadeiramente presente nos Sacramentos que celebramos

Cremos que, depois da Vossa Paixão, rompidas as cadeias da morte que, ao recair em Vós que não conhecestes o pecado, elas perderam toda a sua malignidade.

Cremos, Senhor Jesus Cristo, vivo e Ressuscitado, que a debilidade se converteu em fortaleza, a mortalidade em eternidade, a ignomínia em glória.

Cremos, Senhor Jesus Cristo, vivo e Ressuscitado, que, após Vossa Ressurreição, Vos manifestastes diante de muitas testemunhas através de numerosas provas, até o dia em que fostes introduzidos no triunfo da vitória obtida sobre os mortos.

Portanto, Senhor Jesus Cristo, vivo e Ressuscitado, Vos pedimos que mantenhamos firmes nossa fé, impassível a nossa esperança, e ardente a caridade em nossos corações, contando com a presença e ação do Espírito da Verdade, na plena fidelidade a Deus, como plenamente vivestes. Amém. Aleluia!


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical –Editora Vozes – 2013 – pp. 109-110 – Editora Vozes

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