quarta-feira, 9 de abril de 2025

Rezando com os Salmos - Sl 12 (13)

 


Confiança plena e incondicional no Senhor

“-1  Do mestre de canto. Salmo. De Davi.

–2 Até quando, ó Senhor, me esquecereis?
Até quando escondereis a vossa face?

=3 Até quando estará triste a minha alma?
e o coração angustiado cada dia?
Até quando o inimigo se erguerá?

=4 Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me!
Não deixeis que se me apague a luz dos olhos
e se fechem, pela morte, adormecidos!

=5 Que o inimigo não me diga: 'Eu triunfei!'
Nem exulte o opressor por minha queda,
6 uma vez que confiei no vosso amor!

– Meu coração, por vosso auxílio, rejubile,
e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!”

O Salmo 12(13)  é uma lamentação do justo que confia em Deus, vivendo numa situação clamorosa, mas numa confiança inabalável em Deus – “Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito santo a vossa esperança transborde” (cf. Rm 15,13).

Também podemos passar por momentos de turbulências, incertezas, angústias com o iminente apagar da luz dos olhos, do brilho, do encanto e entusiasmo.

Que está livre de contrariedades e provações?

Confiando no Senhor, permaneçamos firmes no bom combate da fé como peregrinos de esperança.

Oportunas as palavras do Apóstolo Paulo que nos convida a confiar na presença e ação divina – “Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito Santo a vossa esperança transborde.” (Rm 15,13). Amém.

De fato, a fé é fonte de justificação, e a esperança da salvação como fonte de paz e fruto do Espírito.

Peregrinemos na esperança, renovando nossa fé no Senhor, fazendo progressos contínuos na vivência da caridade, sem nos descuidarmos do amadurecimento e aperfeiçoamento espiritual cotidiano.

Mantenhamos a fidelidade e perseverança, sem desanimar do caminho do seguimento de Jesus, com os nossos olhos fixos n’Aquele que é o Autor e realizador de nossa fé: Jesus; Aquele que na Cruz viveu o amor que ama até o fim (cf. Hb 12,1-4).

Rezando com os Salmos -Sl 11 (12)

 


 

Uma súplica contra as más línguas

“-1 Do mestre de canto. Para instrumentos de oito cordas. Salmo. De Davi. 

–2 Senhor, salvai-nos! Já não há um homem bom!
Não há mais fidelidade em meio aos homens!
–3 Cada um só diz mentiras a seu próximo,
com língua falsa e coração enganador.

–4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas
e a língua dos que falam com soberba,
–5 dos que dizem: ‘Nossa língua é nossa força!
Nossos lábios são por nós! – Quem nos domina?’

–6 ‘Por causa da aflição dos pequeninos,
do clamor dos infelizes e dos pobres,
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor,
e darei a salvação aos que a desejam!’

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras,
como a prata totalmente depurada,
sete vezes depurada pelo fogo.

–8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis
para sempre, nos livrando desta raça!
– Em toda a parte os malvados andam soltos,
porque se exalta entre os homens a baixeza.”

Com o Salmo 11(12) fazemos uma súplica a Deus, para que nos liberte das más línguas, e nos colocamos em Suas mãos com toda a nossa pobreza, pois quando éramos pobres, o Pai enviou o Seu Filho para nos redimir.

Nossa súplica deve ser sempre acompanhada da vigilância, e conscientes de que não estamos imunes a comentários ou difamações.

Urge todo esforço, para que tenhamos uma vida coerente com os princípios de nossa fé, a fim de que estejamos com a consciência serena e coração puro, pois tão somente assim, veremos a Deus, como nos falou o Senhor (cf. Mt 5,8).

A vigilância também deve estar presente em cada um de nós para que não sejamos fonte de possíveis comentários malévolos, prejudicando aqueles e aquelas com quem convivemos, dentro ou fora da comunidade que participamos. Amém.

 

Rezando com os Salmos (10) (Sl 11)

 


Na angústia e tribulação, confiemos sempre no Senhor
 
“ =1 No Senhor encontro abrigo;
 como, então, podeis dizer-me: 
 ‘Voa aos montes, passarinho!
 
 –2 Eis os ímpios de arcos tensos,
 pondo as flechas sobre as cordas,
 – e alvejando em meio à noite
 os de reto coração!
 
 =3 Quando os próprios fundamentos
 do universo se abalaram,
 o que pode ainda o justo?’
 
 –4 Deus está no templo santo,
 e no céu tem o seu trono;
 – volta os olhos para o mundo,
 seu olhar penetra os homens.
 
 –5 Examina o justo e o ímpio,
 e detesta o que ama o mal.
 =6 Sobre os maus fará chover
 fogo, enxofre e vento ardente,
 como parte de seu cálice.
 
 –7 Porque justo é nosso Deus, 
 o Senhor ama a justiça.
 – Quem tem reto coração
 há de ver a sua face.”
 
Rezando o Salmo 10 (11), refletimos sobre as provações por que possamos passar.
 
Na fidelidade a Deus, o fiel é comparado a um pássaro que corre para a montanha em procura de refúgio.
 
O Apóstolo Paulo nos encoraja, com suas palavras e exortação, na Carta aos Filipenses:
 
“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos! Que a vossa moderação se torne conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.” (cf. Fl 4,4-7).
 
A Deus, podemos sempre acorrer, n’Ele depositando toda a nossa confiança, pois Suas palavras são sempre alento e esperança, como nos falou o Senhor Jesus –“Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão saciados (cf. Mt 5,6). Amém.
 

Rezando com os Salmos 10,2-8 (11,2-8)

 


Serenidade necessária e confiança no Senhor

“–2 Senhor, salvai-nos! Já não há um homem bom!
Não há mais fidelidade em meio aos homens! 
3 Cada um só diz mentiras a seu próximo,
com língua falsa e coração enganador.

4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas
e a língua dos que falam com soberba, 
5 dos que dizem: ‘Nossa língua é nossa força!
Nossos lábios são por nós! – Quem nos domina?’

6 ‘Por causa da aflição dos pequeninos,
do clamor dos infelizes e dos pobres, 
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor,
e darei a salvação aos que a desejam!’

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras,
como a prata totalmente depurada,
sete vezes depurada pelo fogo.

8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis
para sempre, nos livrando desta raça! 
– Em toda a parte os malvados andam soltos,
porque se exalta entre os homens a baixeza.”

O Salmo 10,2-8 (11,2-8) é uma oração contra as más línguas, das quais ninguém está imune.

Mas no Senhor temos que colocar toda a nossa confiança e esperança, pois Ele veio, vem e virá sempre em socorro dos que são difamados injustamente.

Ele próprio foi injuriado, difamado e incompreendido e em Seu Sermão assim anunciou:

“Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que viveram antes de vós.” (Mt 5,11-12).

Como discípulos missionários do Senhor, no Senhor podemos confiar, e manter a necessária serenidade, pois não estamos sós, como nos falou o bispo e Doutor Santo Agostinho (séc. V) – “Porque éramos pobres, o Pai enviou o seu Filho”.

 

Rezando com os Salmos (Sl 9)

 




Em tudo, demos graças a Deus

“–1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia ‘Morrer pelo filho’. Salmo de Davi

2 Senhor, de coração Vos darei graças,
as Vossas maravilhas cantarei!
3 Em Vós exultarei de alegria,
cantarei ao Vosso nome, Deus Altíssimo!

4 Voltaram para trás meus inimigos,
perante a Vossa face pereceram;
5 defendestes meu direito e minha causa,
juiz justo assentado em Vosso trono.

6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
=7 O inimigo se arruinou eternamente,
suas cidades foram todas destruídas,
e até sua lembrança exterminastes.

8 Mas Deus sentou-Se para sempre no Seu trono,
preparou o tribunal do julgamento;
9 julgará o mundo inteiro com justiça,
e as nações há de julgar com equidade.

10 O Senhor é o refúgio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.
11 Quem conhece o Vosso nome, em Vós espera,
porque nunca abandonais quem Vos procura.

12 Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião,
celebrai Seus grandes feitos entre os povos!
 –13 Pois não esquece o clamor dos infelizes,
deles Se lembra e pede conta do seu sangue.

=14 Tende pena e compaixão de mim, Senhor!
Vede o mal que os inimigos me fizeram!
E das portas dos abismos retirai-me,
=15 para que eu possa anunciar Vossos louvores
junto às portas da cidade de Sião,
e exultar por Vosso auxílio e salvação!

16 Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
17 O Senhor manifestou Seu julgamento:
ficou preso o pecador em seu pecado.

18 Que tombem no abismo os pecadores
e toda gente que se esquece do Senhor!
19 Mas o pobre não será sempre esquecido,
nem é vã a esperança dos humildes.

20 Senhor, erguei-vos, não se ufanem esses homens!
Perante vós sejam julgados os soberbos!
21 Lançai, Senhor, em cima deles o terror,
e saibam todos que não passam de mortais!”

No primeiro trecho do Salmo (Sl 9), temos uma ação de graças pelo triunfo sobre os inimigos e uma súplica para que Deus extermine os maus que desprezam Sua lei e oprimem os pobres (cf. Bíblia Edição CNBB).

Elevemos a Deus nossa ação de graças pelas vitórias que alcançamos, dia a dia, em meio às provações e adversidades.

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo na Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade Deus, em Cristo Jesus, a vosso respeito. Não apagueis o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom.” (1 Ts 5,16-19).

Rezando com os Salmos - Sl 9b (10)

 


Fortalecidos pela graça divina na prática das Bem-Aventuranças

 “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (cf. Lc 6,20).

“–1 Ó Senhor, por que ficais assim tão longe,
e, no tempo da aflição, vos escondeis,
2 enquanto o pecador se ensoberbece,
o pobre sofre e cai no laço do malvado?

3 O ímpio se gloria em seus excessos,
blasfema o avarento e vos despreza;
4 em seu orgulho ele diz: ‘Não há castigo!
Deus não existe!’  5É isto mesmo que ele pensa.

= Prospera a sua vida em todo tempo;
vossos juízos estão longe de sua mente;
ele vive desprezando os seus rivais.
6 No seu íntimo ele pensa: ‘Estou seguro!
Nunca jamais me atingirá desgraça alguma!’

7 Só há maldade e violência em sua boca,
em sua língua, só mentira e falsidade.
8 Arma emboscadas nas saídas das aldeias,
mata inocentes em lugares escondidos.

9 Com seus olhos ele espreita o indefeso,
como um leão que se esconde atrás da moita;
– assalta o homem infeliz para prendê-lo,
agarra o pobre e o arrasta em sua rede.

10 Ele se curva, põe-se rente sobre o chão,
e o indefeso tomba e cai em suas garras.
11 Pensa consigo: ‘O Senhor se esquece dele,
esconde o rosto e já não vê o que se passa!’

12 Levantai-vos, ó Senhor, erguei a mão!
Não esqueçais os vossos pobres para sempre!
13 Por que o ímpio vos despreza desse modo?
Por que diz no coração: ‘Deus não castiga?’

14 Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento,
vós olhais e tomais tudo em vossas mãos!
– A vós o pobre se abandona confiante,
sois dos órfãos vigilante protetor.

15 Quebrai o braço do injusto e do malvado!
Castigai sua malícia e desfazei-a!
16 Deus é Rei durante os séculos eternos.
Desapareçam desta terra os malfeitores!

17 Escutastes os desejos dos pequenos,
seu coração fortalecestes e os ouvistes,
=18 para que os órfãos e oprimidos deste mundo
tenham em vós o defensor de seus direitos,
e o homem terreno nunca mais cause terror!”

Ao rezar o Salmo 9b (10), retomemos as Bem-Aventuranças que Nosso Senhor nos apresentou no Sermão da Montanha:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.  Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa” (cf. Mt 5, 3-12).

As Bem-Aventuranças estão no coração da pregação de Jesus, e o seu anúncio retorna às promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão, e  retratam o rosto de Jesus Cristo, descrevendo Sua caridade e exprimindo a vocação dos fiéis, associados à glória da Sua paixão e Ressurreição; definem os atos e atitudes características da vida cristã.

São as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos.

Fortalecidos pela graça divina, continuemos firmes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade. Amém.

Rezando com os Salmos (Sl 8)

 


Deus nos criou por amor


“- 1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia de ‘os lagares’.

Salmo de Davi. 

2 Ó Senhor nosso Deus, como é grande
Vosso nome por todo o universo! 

– Desdobrastes nos céus Vossa glória
com grandeza, esplendor, majestade. 
=3 O perfeito louvor Vos é dado
pelos lábios dos mais pequeninos,
de crianças que a mãe amamenta. 

– Eis a força que opondes aos maus,
reduzindo o inimigo ao silêncio. 
4 Contemplando estes céus que plasmastes
e formastes com dedos de artista; 

– vendo a lua e estrelas brilhantes,
5 perguntamos: ‘Senhor, quem é o homem,
– para dele assim Vos lembrardes  
e o tratardes com tanto carinho?’ 

6 Pouco abaixo de Deus o fizestes,
coroando-o de glória e esplendor; 
7 Vós lhe destes poder sobre tudo,
Vossas obras aos pés lhe pusestes: 

8 as ovelhas, os bois, os rebanhos,
todo o gado e as feras da mata; 
9 passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas. 

10 Ó Senhor nosso Deus, como é grande
Vosso nome por todo o universo!”

Com este Salmo (Sl 8), estamos diante de mais um belo poema de Davi, em que somos convidados a celebrar a majestade, a grandeza e a bondade divinas, sobretudo no amor que tem para conosco, dentro da obra da criação, expressa na grandeza e vastidão de todo o Universo.

Ressalta-se a importância que temos aos olhos de Deus, no entanto não nos dispensa de total cuidado com toda a obra da criação, pois tudo está interligado, numa necessária ecologia integral, como tem nos falado o Papa Francisco.

Deste modo, vemos quão grande é a nossa responsabilidade, como obras do Criador, no cuidado da humanidade e de toda a criação.

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo aos Efésios:

Ele pôs tudo sob os Seus pés e fez d’Ele, que está acima de tudo, o Cabeça da Igreja (Ef 1,22).

 

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