sexta-feira, 4 de abril de 2025

Fidelidade plena ao Senhor no amor e doação

                                                               


Fidelidade plena ao Senhor no amor e doação

A Liturgia da terça-feira da sétima Semana do Tempo Comum nos convida a refletir sobre as condições para o seguimento de Jesus, no acolhimento de Sua Palavra, para anunciá-La e testemunhá-La.

O discípulo de Jesus terá que discernir sempre para pautar a sua vida na “sabedoria de Deus” e não na “sabedoria do mundo”.

No Livro da Sabedoria, na passagem (Sb 2,12.17-20) nos apresenta a sabedoria de Deus que devem ser vivida, e isto implica em suportar as perseguições, num aparente caminho de fracasso, opondo-se a toda forma de idolatria, numa verdadeira adoração a Javé.

O autor sagrado do Livro mais recente do Antigo Testamento assegura que vale a pena ser justo e fiel aos valores da fé; garante que a fidelidade do justo a Javé não ficará sem recompensa.

A sabedoria de Deus deve ser vivida até a morte, por amor, em relação de serviço, unidade, caridade, verdade, construindo um mundo mais justo e fraterno.

É preciso renunciar a todo orgulho e autossuficiência, pois a vivência da sabedoria do mundo condena ao vazio, à frustração, à depressão, à escravidão e a uma felicidade ilusória, passageira.

Somente a sabedoria de Deus é garantia de uma verdadeira felicidade, realização plena, embora não garanta uma vida fácil, pois mesmo na vida daquele que a vive pode estar presente a calúnia, a perseguição, a tortura e até mesmo o martírio.

Por isto viver em comunidade é preciso sempre procurar viver na coerência do Evangelho, como nos vemos na passagem da Epístola de São Tiago (3, 16-4,3), tomando cuidado para que esta não seja destruída pelo orgulho, ambição, inveja, competição, egoísmo...

O batizado deve viver segundo os critérios de Deus, e, portanto, a necessária vigilância e conversão.  A opção pela sabedoria do mundo não é um caminho para a realização plena do homem, pois gera somente infelicidade, desordem, guerras, rivalidades, conflitos e mortes.

De outro lado, a sabedoria de Deus deve plenificar o nosso coração e iluminar as nossas decisões. Somente assim nossa Oração será ouvida por Deus, pois a Oração que é movida pela sabedoria do mundo não tem sentido algum.

Voltemos à passagem do Evangelho, em que Jesus mais uma vez anuncia a Sua Paixão e Morte (2.º anúncio), e nos apresenta a verdadeira concepção de poder que os Seus seguidores devem possuir.

O Evangelista nos apresenta Jesus como o Filho de Deus, que oferece Sua vida como dom, por amor a humanidade. Assim também terão que fazer os Seus seguidores; precisarão ter a coragem de viver a lógica de Deus, tão oposta à lógica humana. Deverão ter coragem e disposição para embarcar com Ele na mais bela de todas as aventuras: a aventura do Reino de Deus.

Seguirão um caminho que poderá ter aparência de fracasso, mas terá como palavra última a vitória assegurada pelo Cristo Ressuscitado.  A adesão ao Senhor implica em seguir o mesmo caminho que Ele percorreu, portanto, o discipulado é essencialmente Pascal, precedido da Paixão e Morte.

O seguimento de Jesus implicará em viver o “poder-serviço”. Não haverá a busca dos primeiros lugares, mas com humildade cada um se colocar alegre e generosamente a serviço de todos, a partir dos últimos.

Esta humildade não consiste na virtude do medroso, covarde, medíocre, ao contrário, é preciso ter consciência de que a vida só tem beleza e sabor quando consumida e colocada a serviço do outro. Somente assim se alcança e se saboreia as delícias de uma autêntica “felicidade-doação”.

A criança mencionada no Evangelho representa os frágeis, os sem direitos, os pobres, os indefesos, os insignificantes, os marginalizados. São estes que devem ocupar nossas pautas, mente e coração; é esta realidade que nos incomoda e nos pede compromissos evangélicos de amor e solidariedade.

Resumindo, somos convidados a viver a sabedoria de Deus que passa pela Cruz, que possui aparência de fracasso, mas é certeza de vitória; na doação da própria vida, acolhendo as críticas, as perseguições, as incompreensões (Mt 5,1-12 – as Bem-Aventuranças), numa vida de serviço por amor, alegremente, deixando nossas atitudes e pensamentos moverem-se pelos critérios de Jesus.

Urge que a virtude da humildade se concretize na acolhida e serviço aos pequenos, que são os preferidos de Deus. E como afirmou Jon Konings – “Os humildes despertam a força do amor que dorme no coração do ser humano”.

Cuidando dos preferidos de Deus, estaremos cuidando do próprio Deus (Mt 25 – o julgamento final).

Como Igreja, Povo Eleito do Senhor, sejamos uma comunidade de serviço: promovendo a unidade, vivendo a caridade, pautando os relacionamentos pela verdade; aprendendo a viver a complementaridade e subsidiariedade.

Reflitamos:

-  Qual sabedoria pauta nossa vida: a do mundo ou a de Deus?
-  O que constrói ou destrói nossas comunidades?

-  Qual a nossa alegria em embarcar na aventura do Reino de Deus?
-  De que modo o poder é verdadeiramente serviço dentro e fora da Igreja?

- Quem foi eleito para qualquer cargo o exerce com doação, promovendo o bem comum, no compromisso com os últimos de nossa sociedade?
-  Todos nós temos algum poder (família, escola, trabalho...). Como o exercemos?

Continuemos como discípulos missionários do Senhor o caminho, dando passos firmes na fidelidade a Ele e ao Evangelho, com renúncias necessárias, carregando cotidianamente nossa cruz, até que mereçamos a glória e o descanso eterno; pois peregrinos da esperança, somos vocacionados para amar e servir com alegria transbordante no coração. Amém.


PS: apropriado para a reflexão da passagem do Livro da Sabedoria (Sb 2,2-2.10.25-30)

A sabedoria divina na provação

                                                   

A sabedoria divina na provação

No seguimento de Jesus, é preciso acolher Sua Palavra, no alegre e corajoso anúncio e testemunho, discernindo sempre para pautar a sua vida na “sabedoria de Deus”, jamais na “sabedoria do mundo”.

Na passagem do Livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20), vemos que a sabedoria de Deus deve ser vivida com a coragem de suportar as perseguições, num aparente caminho de fracasso, opondo-se a toda forma de idolatria, numa verdadeira adoração a Javé.

O autor sagrado, do Livro mais recente do Antigo Testamento, assegura que vale a pena ser justo e fiel aos valores da fé; garante que a fidelidade do justo a Javé não ficará sem recompensa.

A sabedoria de Deus deve ser vivida até a morte, por amor, em relação de serviço, unidade, caridade, verdade, construindo um mundo mais justo e fraterno.

É preciso renunciar a todo orgulho e autossuficiência, pois a vivência da sabedoria do mundo condena ao vazio, à frustração, à depressão, à escravidão e a uma felicidade ilusória, passageira.

Somente a sabedoria de Deus é garantia de uma verdadeira felicidade, realização plena, embora não garanta uma vida fácil, pois mesmo na vida daquele que a vive pode estar presente a calúnia, a perseguição, a tortura e até mesmo o martírio.

Na Epístola de São Tiago (Tg 3,16-4,3), vemos que viver em comunidade exige a vivência da coerência do Evangelho, tomando cuidado para que esta não seja destruída pelo orgulho, ambição, inveja, competição, egoísmo...

O batizado deve viver segundo os critérios de Deus, e, portanto, a necessária vigilância e conversão.  A opção pela sabedoria do mundo não é um caminho para a realização plena do homem, pois gera somente infelicidade, desordem, guerras, rivalidades, conflitos e mortes.

De outro lado, a sabedoria de Deus deve plenificar o nosso coração e iluminar as nossas decisões. Somente assim nossa Oração será ouvida por Deus, pois, se movida pela sabedoria do mundo não tem sentido algum.

Como discípulos missionários do Senhor, precisamos viver a sabedoria de Deus, que passa pela Cruz, possui aparência de fracasso, mas é certeza de vitória; na doação da própria vida, acolhendo as críticas, as perseguições, as incompreensões (Mt 5,1-12 – as Bem-Aventuranças), numa vida de serviço por amor, alegremente, deixando nossas atitudes e pensamentos moverem-se pelos critérios de Jesus.

Urge que a virtude da humildade se concretize na acolhida e serviço aos pequenos, que são os preferidos de Deus. E como afirmou Jon Konings – “Os humildes despertam a força do amor que dorme no coração do ser humano”.

Cuidando dos preferidos de Deus, estaremos cuidando do próprio Deus, como vemos na passagem em que Jesus nos fala do julgamento final (Mt 25,31-46).

Como Igreja, Povo Eleito do Senhor, sejamos uma comunidade de serviço: promovendo a unidade, vivendo a caridade, pautando os relacionamentos pela verdade; aprendendo a viver a complementaridade e subsidiariedade.

Como discípulos missionários, vivamos com sabedoria, em plena fidelidade ao Senhor e ao Evangelho, com renúncias necessárias, carregando cotidianamente nossa cruz, até que mereçamos a glória e o descanso eterno. Amém. 

Quaresma: viver iluminados pela sabedoria divina

                                                      

Quaresma: viver iluminados pela sabedoria divina

Reflexão à luz da passagem do Livro da Sabedoria (Sb 2,1a.12-22).

Acolher e viver a sabedoria de Deus, implica em suportar as perseguições, num aparente caminho de fracasso, opondo-se a toda forma de idolatria, numa verdadeira adoração a Javé.

O autor do Livro mais recente do Antigo Testamento assegura que vale a pena ser justo e fiel aos valores da fé; garante que a fidelidade do justo a Javé não ficará sem recompensa.

A sabedoria de Deus deve ser vivida até a morte, por amor, em relação de serviço, unidade, caridade, verdade, construindo um mundo mais justo e fraterno.

É preciso renunciar a todo orgulho e autossuficiência, pois a vivência da sabedoria do mundo condena ao vazio, à frustração, à depressão, à escravidão e a uma felicidade ilusória, passageira.

Somente a sabedoria de Deus é garantia de uma verdadeira felicidade, realização plena, embora não garanta uma vida fácil, pois mesmo na vida daquele que a vive pode estar presente a calúnia, a perseguição, a tortura e até mesmo o martírio.

Em Tempo Quaresmal, reflitamos sobre  a missão do discípulo missionário do Senhor, para discernir e pautar a sua vida na “sabedoria de Deus” e não na “sabedoria do mundo”.

Vivamos a Sabedoria de Deus, que passa pela Cruz, com aparência de fracasso, mas é certeza de vitória; na doação da própria vida, acolhendo as críticas, as perseguições, as incompreensões (Mt 5,1-12 – as Bem-Aventuranças), numa vida de serviço por amor, alegremente, deixando nossas atitudes e pensamentos moverem-se pelos critérios de Jesus.

Urge que a virtude da humildade se concretize na acolhida e serviço aos pequenos, que são os preferidos de Deus. E como afirmou Jon Konings – “Os humildes despertam a força do amor que dorme no coração do ser humano”.

Cuidando dos preferidos de Deus, estaremos cuidando do próprio Deus (Mt 25 – o julgamento final).

Como Igreja, Povo Eleito do Senhor, sejamos uma comunidade que pauta a vida pela sabedoria e verdade divinas e se coloca a serviço de unidade, na prática da caridade, aprendendo a viver a complementaridade e subsidiariedade.

Reflitamos:

-  Qual sabedoria pauta nossa vida: a do mundo ou a de Deus?
-  O que constrói ou destrói nossas comunidades?

-  Qual a nossa alegria em embarcar na aventura do Reino de Deus?
-  De que modo o poder é verdadeiramente serviço dentro e fora da Igreja?

- Quem foi eleito para qualquer cargo o exerce com doação, promovendo o bem comum, no compromisso com os últimos de nossa sociedade?
-  Todos nós temos algum poder (família, escola, trabalho...). Como o exercemos?

Trilhando o itinerário quaresmal, demos mais um passo na fidelidade ao Senhor, com renúncias necessárias, carregando, cotidianamente, nossa cruz, até que mereçamos a glória e o descanso eterno. Amém.

A alegria da Páscoa que se aproxima

                                                               

A alegria da Páscoa que se aproxima
 
Sejamos iluminados pela Carta Pascal escrita pelo Bispo Santo Atanásio (Séc. IV).
 
“É muito belo, meus irmãos, passar de uma para outra festa, de uma Oração para outra, de uma solenidade para outra Solenidade. Aproxima-se o tempo que nos traz um novo início e o anúncio da Santa Páscoa, na qual o Senhor foi imolado.
 
Do Seu Alimento nos sustentamos como de um manjar de vida, e a nossa alma se delicia com o Sangue precioso de Cristo como numa fonte. E, contudo, temos sempre sede desse Sangue, sempre o desejamos ardentemente. Mas o nosso Salvador está perto daqueles que têm sede, e na Sua bondade convida todos os corações sedentos para o grande dia da festa, dizendo: ‘Se alguém tem sede, venha a mim, e beba’ (Jo 7,37).
 
Sempre que nos aproximamos d’Ele para beber, Ele nos mata a sede; e sempre que pedimos, podemos nos aproximar d’Ele.
 
A graça própria desta celebração festiva não se limita apenas a um determinado momento; nem seus raios fulgurantes conhecem ocaso, mas estão sempre prontos para iluminar as almas de todos que O desejam. 
 
Exerce contínua influência sobre aqueles que já foram iluminados e se debruçam dia e noite sobre a Sagrada Escritura. Estes são como aquele homem que o Salmo proclama feliz, quando afirma:
 
‘Feliz aquele homem que não anda conforme o conselho dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na Lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar’ (Sl 1,1-2).
 
Por outro lado, amados irmãos, o Deus que desde o princípio instituiu esta festa para nós, concede-nos a graça de celebrá-la cada ano. Ele que, para nossa salvação, entregou à morte Seu próprio Filho, pelo mesmo motivo nos proporciona esta santa solenidade que não tem igual no decurso do ano.
 
Esta festa nos sustenta no meio das aflições que encontramos neste mundo. Por ela Deus nos concede a alegria da salvação e nos faz amigos uns dos outros.
 
E nos conduz a uma única assembleia, unindo espiritualmente a todos em todo lugar, concedendo-nos orar em comum e render comuns ações de graças, como se deve fazer em toda festividade.
 
É este um milagre de Sua bondade: congrega nesta festa os que estão longe e reúne na unidade da fé os que, porventura, se encontram fisicamente afastados”.

A poucos dias da Semana Santa e da desejada celebração da Páscoa do Senhor que, passando pela Paixão e Morte, alcança a glória da Ressurreição, e nela a nossa, continuemos nosso itinerário Quaresmal, intensificando nossa aplicação nos exercícios quaresmais da oração, jejum e esmola.
 
Vivamos a preparação da celebração deste Mistério Pascal, que reúne na unidade da fé os que se encontram fisicamente afastados e, também, aqueles com os quais convivemos e partilhamos nossa existência.
 
Seja cada vez mais frutuosa, ativa, piedosa e consciente nossa participação das celebrações eucarísticas, bem como em todos os outros momentos vivenciados pela Comunidade, a fim de que sejamos fortalecidos, como discípulos missionários do Senhor, como Igreja Sinodal que somos, caminhando sempre juntos.
 
Urge que nossas famílias, como verdadeira Igreja doméstica, como nos fala o Catecismo da Igreja Católica, também se preprarem para a Páscoa do Senhor:
 
"Uma revelação e atuação específica da comunhão eclesial é constituída pela família cristã, que também, por isso, se pode e deve chamar Igreja doméstica." É uma comunidade de fé, de esperança e de caridade; na Igreja ela tem uma importância singular, como se vê no Novo Testamento" (1).
 
Somente com esta preparação, será possível que em nosso coração seja transbordada a alegria da Páscoa do Senhor.
 
E assim, seremos novas criaturas para continuarmos nosso bom combate da fé, até que um dia façamos também nossa passagem definitiva, como o começo de uma vida que não conhece o fim, porque é a vida eterna na glória dos céus.
 
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n.2204

Quaresma: Coragem de rever o caminho feito

                                                           

Quaresma: Coragem de rever o caminho feito
 
A Liturgia da 4ª sexta-feira da Quaresma nos apresenta no Banquete da Palavra: Sb 2,1a.12-22, Sl 33,17-21.23; Jo 7,1-2.10.25-30).
 
Vivendo o Tempo favorável de graça e salvação, em que nos empenhamos numa frutuosa conversão, aproveitemos e prolonguemos nosso tempo de Oração fecunda para colhermos abundantes frutos pascais.


Assim lemos no Comentário do Lecionário Comentado: 


Porventura é mesmo esta falsa segurança de conhecer bem Jesus que estereotipa o nosso anúncio, torna morna a nossa fé, pouco convincente o nosso testemunho e pouco fecunda a nossa missão.  'E vós quem dizeis que Eu sou?' (Mc 8,29): esta pergunta de Jesus interpela-nos continuamente”  (1).


Reflitamos:
 
“O Mistério de Cristo não pode revelar o Seu poder de novidade perturbante se o consideramos tranquilamente entre as coisas sabidas, entre os discursos óbvios e previsíveis, entre as doutrinas bem organizadas, entre as fórmulas que se repetem nas catequeses e entre as datas que se celebram ano após ano no nosso calendário litúrgico.
 
Podemos imaginar como dirigido também a nós o que dizia Jesus como alguma ironia aos Seus contemporâneos que presumiam conhecê-Lo. ‘Certamente conheceis-me e sabeis de onde Eu sou’.
 
Existe também para nós o perigo da credulidade preguiçosa, da redução do Evangelho ao bom senso do homem, enfraquecendo a sua natureza paradoxal e a sua força vital. 
 
- Conhecemos Jesus de fato, ou conhecemos apenas uma imagem que concebemos e nela nos apoiamos?
- O Evangelho de Jesus é sempre uma Boa Nova que nos questiona, perturba, inquieta e provoca a buscar novos caminhos, novos pensamentos, atitudes e compromissos?
 
- O cristianismo que vivemos consiste em fórmulas sabidas e decoradas e pouco enraizadas, sem conteúdo necessário, obras que o revelam?
- De que modo a Doutrina Católica e sua riquíssima catequese orienta o nosso existir? Qual a dedicação em conhecê-la e vivê-la?
 
- O quanto os Ritos e Tempos Pascais transformam a nossa vida?
- De que modo o que celebramos se prolonga em nosso cotidiano?
 
- Buscamos a verdadeira Face do Cristo que Se revela nas Escrituras e nos empobrecidos?
 
- Tomamos cuidado com o perigo da credulidade preguiçosa que afirma a confiança em Deus, mas nada de concreto faz para alcançar o que se pede, ou mudar o que for preciso, em omissões e falta de compromissos eucarísticos?
 
- Temos reduzido o Evangelho ao bom senso do século, em conformidade com o mundo e suas propostas?
 
- Temos comunicado com coragem a força vital da Boa Nova do Evangelho, de modo que a Palavra de Deus não perca sua beleza, esplendor e profecia?
 
- Qual é a “temperatura” da fé que professamos? Será ela fria, cálida ou morna, sendo esta abominada por Deus (cf. Ap 3,16)?
 
- Qual a pertinência e o convencimento de nosso testemunho cristão, assim como de nossas comunidades?
 
- Preocupamo-nos com a fecundidade da nossa missão em realidades urbanas que nos desafiam: condomínios, escolas, cadeias, hospitais, aeroportos, shoppings, ruas, meios de comunicação, e outros incontáveis espaços, chãos fecundos para a Missão, para o semear da Semente do Verbo?
 
A perseguição dos justos, ontem hoje e sempre, pode muito bem identificar a pessoa de Jesus, o Justo por excelência, porque obediente e fiel plenamente à vontade divina, que jamais conheceu o pecado.
 
Tendo encontrado com o Senhor que nos fala quando temos coragem de ouvir, ponhamo-nos em missão, com sentimentos de paciência na tribulação, resistência na tentação e gratidão na prosperidade porque nada falta a quem no Senhor confia, e a Ele se entrega.
 
 
(1) Cf. Lecionário Comentado – Ed. Paulus – Vol. Quaresma – Páscoa – p. 210


O Senhor renova todas as coisas...

                                                  

        O Senhor renova todas as coisas...

“O cristianismo é graça, é a surpresa de Deus”
(Papa São João Paulo II)


Senhor, Te contemplo como Messias,
Medito sobre Tuas dramáticas controvérsias com os judeus:
Procuram-te para prender, mas ainda não é chegada a tua hora.

Senhor, caminhas para Jerusalém, onde culminarás Tua missão,
Para redimir a humanidade de seu pecado;
A vida por Amor consumida, dilacerada, crucificada.

Tu, realizador de tantos prodígios,
Suscitaste interrogações e inquietações entre os Teus:
De uns a admiração, de outros a absoluta rejeição.

Tu, conhecido de tantos, e nem tanto assim,
Por conhecerem Tua família, Te ignoram,
A Ti se dirigem com frieza, indiferença e ironia.

Muitos não compreendem Tua origem divina,
Distantes do Plano de Salvação de Deus,
Ignoram até mesmo o próprio Deus.

Ó Senhor, creio em Ti, que és a verdadeira novidade,
Que superas a cada instante todas as expectativas.
És para a humanidade, hoje e sempre, surpresa maviosa.

Ó Senhor, Tua Palavra, ainda que o tempo passe,
Não perde o germe da novidade,
Fazendo renascer no coração os mais belos frutos.

Ó Senhor, Tua Palavra, no coração caída,
Como semente deita raízes, entranha a alma,
E frutos incontáveis para sempre ficam.

Ó Senhor, ainda que o mundo desapareça,
Tua Palavra para sempre permanecerá:
É fogo que queima, arde, aquece.

Ó Senhor, creio em Ti que não me deixas perder o encanto
De crer que Tuas maravilhas jamais cessam de acontecer,
Transformas em alegria e vitória as tristezas e prantos.

Peço-te, Senhor, que eu não caia na armadilha da presunção,
De tão habituado de Ti falar, de Tua Palavra proclamar,
Nada, absolutamente nada, a vida transformar.

Peço-Te, Senhor, que não me contente e me acomode
Com uma fé infantil, superficial, ingênua e aparente,
Que ela seja amadurecida pelas provações do presente.

Suplico-Te, Senhor, que não busque em Ti doutrinas e discursos
Que me anestesiem, alienem, e do combate me afastem,
Que Tua Palavra me desestabilize das falsas seguranças.

Suplico-Te, Senhor, livra-me de uma credulidade preguiçosa 
Que reduz a Boa Nova ao que o mundo deseja e propõe,
Esvaziando Sua natureza tão divina, Sua força tão vital.

Suplico-Te, Senhor, que não apenas a ilusão tenha
De tê-Lo encontrado, mas antes por Ti encontrado,
Num relacionamento verdadeiro, confiante e apaixonado.

Foste Tu, Senhor, que me escolheste, chamaste,
Que me enviaste para no mundo Tua presença ser,
E no pequenino Tua presença real reconhecer.

Que respondendo ao Teu divino chamado,
Uma fé mais convincente venha a viver,
Com testemunho mais fecundo e na missão mais ardor.

Dá-me, Senhor, suplico-Te, ainda que não mereça,
Uma fé viva, um espírito contrito e generoso,
Para compreender como és amável e bondoso.

Que contemplando a Tua divina glória,
Passos mais firmes, gestos multiplicados,
Novas linhas de uma nova história escrever. 


PS: Fonte inspiradora: Liturgia da sexta-feira da quarta semana da Quaresma (Sb 2,1a. 12 -22; Sl 33, 17-21;23;  Jo 7, 1-2.10.25-30), e livre adaptação do Lecionário Comentado – Quaresma – Páscoa pág. 207/210.

Cristo Salvador, dai-nos coragem e fortaleza

                                                                 

Cristo Salvador, dai-nos coragem e fortaleza

Na quarta sexta-feira do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de João (Jo 7,1-2.10.25-30).

Com este capítulo, o Evangelista João começa a segunda parte do seu Evangelho, e é notável o desdobramento, que culminará da morte de Jesus Cristo - “Os judeus procuravam matá-Lo”.

Jesus está disposto a assumir as consequências até o seu extremo, de modo que a hostilidade destes O levará à morte.

Diante de Jesus, temos que fazer nossa escolha: ou reconhecer n’Ele o enviado do Pai, fonte da vida, e aceitar os riscos de semelhante escolha ou então rejeitá-Lo, a fim de conservar a própria segurança no imediato, mas comprometendo o futuro.

Deste modo, vemos como o Mistério de Cristo reflete-se na Igreja, e as opções desta na fidelidade a Ele exigem coragem e fortaleza.

Oremos:

Cremos em Vós, Cristo Salvador, que, por Vossa morte e Ressurreição, fomos redimidos.

Cremos em Vós, Cristo Salvador, que conduzis Vossa Igreja à Páscoa da eternidade.

Cremos em Vós, Cristo Salvador, que fostes elevado na Cruz, deixastes a lança do soldado Vos traspassar, e podeis curar as nossas feridas. 

Cremos em Vós, Cristo Salvador, que transformastes o Madeiro da Cruz em Árvore da Vida, e podeis conceder os frutos desta Árvore aos que renasceram pelo Batismo.

Cremos em Vós, Cristo Salvador, que fostes pregado na Cruz, perdoastes o ladrão arrependido, e que podeis, também, perdoar a nós, pecadores que somos.

Por isto Cristo Salvador, que nos alimentais com Vosso Corpo e Sangue, fortalecei-nos na missão de discípulos missionários Vossos. Dai-nos coragem e fortaleza. Amém.


Fontes: Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.78; Preces das Laudes da quarta sexta-feira do Tempo da Quaresma

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG