quinta-feira, 13 de março de 2025
Dai-nos, Senhor, o dom das lágrimas
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O LVIII DIA MUNDIAL DA PAZ - 1 DE JANEIRO DE 2025 (SÍNTESE)
MENSAGEM
DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O
LVIII DIA MUNDIAL DA PAZ - 1 DE JANEIRO DE 2025 (SÍNTESE)
A
Mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial da Paz tem como tema - “Perdoa-nos
as nossas ofensas, concede-nos a Tua paz”, no contexto do Ano Jubilar,
Ano da graça, que vem do Coração do Redentor:
“Em 2025, a Igreja
Católica celebra o Jubileu, um acontecimento que enche os corações de
esperança. O “jubileu” remonta a uma antiga tradição judaica, quando a cada
quarenta e nove anos o toque da trombeta (em hebraico: yobel) anunciava um
tempo de clemência e de libertação para todo o povo (cf. Lv 25, 10). Este apelo
solene deveria ecoar por todo o mundo (cf. Lv 25, 9), a fim de restabelecer a
justiça de Deus nos diferentes âmbitos da vida: no uso da terra, na posse dos
bens, na relação com o próximo, sobretudo os mais pobres e os que tinham caído
em desgraça.”
Também
nos dias de hoje, o Jubileu é um acontecimento que nos impele a procurar a
justiça libertadora de Deus em toda a terra, e alguns desafios são apresentados
porque ameaçam toda a humanidade: a devastação a que a nossa casa comum está
sujeita, a começar pelas ações que, mesmo indiretamente, alimentam os conflitos
que assolam a humanidade; desigualdades sociais de todos os tipos; rejeição a
qualquer tipo de diálogo e ao financiamento ostensivo da indústria militar.
Exorta
para uma mudança cultural da qual somos todos devedores: superação da
desigualdade social; a lógica da exploração de toda ordem; uma dívida ecológica
e externa, lados de uma mesma moeda...
Aponta
um caminho de esperança com três ações possíveis:
- O perdão da dívida internacional;
- A
promoção do respeito pela dignidade da vida humana (eliminação da pena de morte
em todas as nações);
- Em contexto de gastos em guerras, criar um fundo mundial para eliminar
definitivamente a fome a favorecer atividades educativas nos países mais
pobres, corrigindo erros do passado e construir novos caminhos de paz
verdadeira e duradoura.
Exorta-nos
para o desarmar do coração, um compromisso de todos, com gestos simples, como «um
sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço
gratuito».
Conclui
a Mensagem com uma súplica pela paz:
“Concede-nos, Senhor, a tua paz!
Esta é a oração que elevo a Deus ao dirigir as minhas saudações
de Ano Novo aos Chefes de Estado e de Governo, aos Chefes das Organizações
Internacionais, aos líderes das diferentes religiões e a todas as pessoas de
boa vontade.
Perdoa-nos as nossas ofensas, Senhor,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e, neste círculo de perdão, concede-nos a Tua paz,
aquela paz que só Tu podes dar
para aqueles que deixam o seu coração desarmado,
para aqueles que, com esperança,
querem perdoar as dívidas aos seus irmãos,
para aqueles que confessam sem medo que são Vossos devedores,
para aqueles que não ficam surdos ao grito dos mais pobres.”
Amém.
Pensamentos, palavras, atos e omissões...
Campanha no momento, compromisso sempre! (CF 2025)
Campanha
no momento, compromisso sempre!
A Igreja no Brasil realiza mais uma Campanha da Fraternidade, com uma proposta
extremamente atual e de importância indiscutível.
Tema: “FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL”
Lema: “Deus viu que tudo era muito bom ” (cf.
Gn 1,31)
Exorto
que nos empenhemos em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta
Campanha, que não se encerra, como se diz, indevidamente, com a Páscoa.
Oração da Campanha
da Fraternidade 2025 – CNBB
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos,
viste
que tudo era muito bom!
O
nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje
experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso
irmão,
humildemente
te pedimos:
dá-nos,
nesta Quaresma,
a graça do
sincero arrependimento
e da
conversão de nossas atitudes.
Que o
teu Espírito Santo reacenda
em nós
a consciência da missão que de ti
recebemos:
cultivar
e guardar a Criação,
no
cuidado e no respeito à vida.
Faz de
nós, ó Deus,
promotores da solidariedade e da justiça.
habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na
esperança de um dia sermos acolhidos
na
Casa que preparaste para nós no Céu.
Amém!
PS: A Campanha da Fraternidade inicia na Quarta-feira de Cinzas.
Os frutos do Espírito
A Misericórdia verdadeira cria laços fraternos!
Não fosse a misericórdia de Deus...
quarta-feira, 12 de março de 2025
Quaresma e a circuncisão do coração
Quaresma
e a circuncisão do coração
Sejamos enriquecidos pelas Demonstrações escritas pelo bispo Afraaates (Séc.IV), sobre a circuncisão do coração:
“A lei e a aliança foram totalmente mudadas. Primeiramente Deus substituiu o pacto com Adão por outro que estabeleceu com Noé; e ainda estabeleceu outro com Abraão, substituindo-o depois por um novo, feito com Moisés. Como a aliança mosaica não era observada, ao chegar a plenitude dos tempos, Deus firmou uma aliança que não seria mais mudada. Com efeito, a Adão Deus ordenara não comer da árvore da vida, a Noé dera o arco-íris, a Abraão, já escolhido por causa da sua fé, deu mais tarde a circuncisão, como sinal característico de seus descendentes; a Moisés deu o cordeiro pascal para ser imolado como propiciação pelo povo.
Todas essas alianças eram diferentes umas das outras. Mas a circuncisão que agrada ao autor de todas elas é aquela de que fala Jeremias: Circuncidai o vosso coração (Jr 4,4). Pois se o pacto estabelecido por Deus com Abraão foi firme, também este é firme e imutável e não seria possível estabelecer depois outra lei, seja por parte dos que estão fora da Lei ou dos que a ela estão submetidos.
O Senhor deu a lei a Moisés, com todas as suas observâncias e preceitos; como não cumpriram, anulou a lei e seus preceitos e prometeu fazer uma nova aliança, que seria, como disse, diferente da primeira, embora fosse um só o doador de ambas. E é esta a aliança que prometeu dar: Todos se reconhecerão, do menor ao maior deles (Jr 31,34). Nessa aliança não há mais a circuncisão da carne como sinal de pertença a seu povo.
Sabemos com certeza, caríssimos irmãos, que durante várias gerações Deus estabeleceu leis que estiveram em vigor enquanto foi de seu agrado, e que mais tarde caíram em desuso, como disse o Apóstolo: ‘No passado, o reino de Deus assumiu formas diversas, segundo os diversos tempos’. O nosso Deus é veraz e os seus preceitos são fidelíssimos. Por isso, cada uma das alianças foi em seu tempo firme e verdadeira. Agora, os circuncisos de coração têm a vida por meio da nova circuncisão que se realiza no verdadeiro Jordão, isto é, por meio do batismo para a remissão dos pecados.
Josué, filho de Nun, com uma faca de pedra circuncidou o povo pela segunda vez,
quando ele e seu povo atravessaram o rio Jordão.
Jesus,
nosso Salvador, circuncidou pela segunda vez, com a circuncisão do coração, os
povos que nele creram purificados pelo batismo e circuncidados com a espada que
é a palavra de Deus, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes (Hb
4,12).
Josué, filho de Nun, introduziu o povo na
terra da promissão; Jesus, nosso Salvador, prometeu a terra da vida a todos que
atravessassem o Jordão, cressem nele e fossem circuncidados no coração.
Felizes, portanto, os que foram circuncidados em seu coração e renasceram das
águas da segunda circuncisão! Estes receberão a herança prometida, juntamente
com Abraão, guia fiel e pai de todos os povos, porque a sua fé lhe foi
atribuída como justiça.”
Vivendo
o Tempo Quaresmal, reflitamos sobre a circuncisão do coração, que, para nós, aconteceu
por meio de Jesus no coração:
“Jesus, nosso
Salvador, circuncidou pela segunda vez, com a circuncisão do coração, os povos
que nele creram purificados pelo batismo e circuncidados com a espada que é a
palavra de Deus, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes (Hb 4,12).”
De
fato, cremos que Deus selou conosco a Nova e Eterna Aliança por meio de Jesus
Cristo, através do Seu Sacrifício na Cruz:
- “Depois da ceia,
fez o mesmo com o cálice e disse: ‘Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue,
que é derramado por vocês’.” (Lc
23,20)
- “O Deus da paz,
que tirou da morte o pastor supremo do rebanho, o Senhor Nosso Senhor Jesus,
pelo sangue de uma aliança eterna, torne vocês perfeitos em todo o bem fazer a
vontade d’Ele. Que Deus realize em vocês aquilo que Lhe agrada, por meio de
Jesus Cristo. A Ele a glória para sempre. Amém.” (Hb
13,20-21)
Circuncidados
no coração Deus colocou em nossa mente e coração, por meio do Seu Filho, Suas
Leis e Mandamentos, não com tinta; mas com o Espírito do Deus vivo; não em
tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são nossos corações.
Vivamos
este Tempo da Quaresma, Tempo favorável de purificação e transformação
profunda, conversão em âmbito pessoal, comunitário e social, como circuncidados
no coração que fomos, sobretudo na prática dos exercícios quaresmais: oração,
jejum e esmola.
Peregrinos
da esperança, empenhemo-nos em corresponder ao amor de Deus, em sincero
relacionamento com Ele, expresso em gestos concretos de compromisso com a
fraternidade, bem como no cuidado dos pobres e da Casa Comum, como nos propõe a
Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema –“Fraternidade e Ecologia
Integral”, e como lema – “Deus viu que tudo era muito bom “ (Gn 1,31).
Do
coração circuncidado do Senhor, do qual jorrou água e sangue (Batismo e
Eucaristia), nossos corações, por amor, foi circuncidado. Amém.