sábado, 8 de fevereiro de 2025

Um hino de louvor a Deus

 

Um hino de louvor a Deus 

Na passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 11,33-36), o Apóstolo eleva a Deus um hino de louvor; faz uma exaltação do desígnio salvador de Deus, que possui toda riqueza, sabedoria e ciência (v.33): 

“Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? Na verdade, tudo é dele, por ele, e para ele. A ele, a glória para sempre. Amém!” (1)

Como o Apóstolo, fiquemos abismados diante de Deus e nos entreguemos com toda a confiança em Suas mãos, acolhendo humildemente Sua Palavra e seguindo, com simplicidade e amor, o caminho que Ele nos propõe.

Mergulhemos na infinita grandeza de Deus, na contemplação de Seu Mistério, precedido pela reflexão e reconhecimento de Sua riqueza, sabedoria e ciência.

Deste modo, veremos a Deus não como um concorrente, mas como um Pai cheio de amor, afastando de nós toda autossuficiência, autorreferencialidade e orgulho.

Correspondamos, em todo o tempo,  com gratidão, aos tantos dons com os quais Deus nos enriquece, e a Ele glorifiquemos, por meio do Seu Filho, em comunhão com o Seu Espírito. Amém.


(1) Leitura breve das Vésperas do quarto sábado do Tempo Comum

Se você quiser ser feliz...

                                                          


Se você quiser ser feliz...

Se você quiser ser feliz,
Abra-se à ação da graça divina e reconheça a presença de Jesus, que jamais se afasta de você, porque o carrega em Seu Dulcíssimo Coração, e nos ombros do Bom Pastor. Ele que disse:

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". (Mt 11, 28-30)

Se você quiser ser feliz,
Aceita de bom coração a presença de Jesus, e O acolha, sobretudo no Tempo do Advento, em que preparamos Seu Nascimento, e caminhe com Ele, vivendo intensamente cada dia de sua vida, em mais um ano que se anuncia.

Abra à ação do Espírito Santo de modo que, conduzido por Ele, renuncie à sabedoria do mundo como um fim em si, e aberto a Verdadeira Sabedoria do Espírito, conduza cada pensamento, palavra e ação sem o pecado indesejável de omissão.

Se você quiser ser feliz,
Aceita o Mistério que nos abre para as realidades eternas e imutáveis, acolhendo o invisível que Se fez visível no Menino Deus, tocável por nossas mãos, e perpetuado para sempre na Palavra e na Eucaristia, que contemplamos com o novo olhar da fé.

Se você quiser ser feliz,
Sinta-se amado por Deus que, a partir da Revelação que nos veio por meio de Jesus, nos permitiu viver conscientemente aqui na terra as realidades do céu, crendo n’Ele, que reina gloriosamente, e nos convida a buscar, incansavelmente, as coisas do alto, onde habita.

Se você quiser ser feliz,
Caminhemos juntos, ajudemo-nos mutuamente no carregar da cruz, e não esmoreçamos no testemunho da fé, para que guardemos a necessária esperança, acompanhada de pequenos e grandes gestos de caridade, até que mereçamos a eternidade.

PS: Passagem bíblica inspiradora desta reflexão: Lc 10, 21-24; Mc 6,30-34

A humanidade de Jesus

                                                         

A humanidade de Jesus

A passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,30-34) nos revela a humanidade de Jesus, que ultrapassa quaisquer parâmetros, e não há adjetivos para descrevê-la.

O Evangelista Marcos retrata um dia do Mestre e dos Apóstolos: ficam entre a necessidade do repouso e a atenção às necessidades dos outros.

Este é o modelo para todos e para sempre, não importa o tempo ou o lugar onde a Igreja se faça presente.

Na passagem, também contemplamos o notável entusiasmo dos Apóstolos, ansiosos por narrar o resultado da sua primeira missão: “Os Apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo que haviam feito e ensinado (Mc 6,30).

A escuta de Jesus se deu com afeto e compreensão, de modo que os convida paternalmente a descansar: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco (Mc 6,31).

Com este convite, Jesus nos revela a importância do repouso aos agentes de pastoral, sempre a correr, sobrecarregados por tanto a fazer, bem como todo cristão, que precisa muito se ‘desligar’ de suas atividades, a fim de recuperar a serenidade e a força, recolocando-se, prontamente, a serviço da evangelização, em todas as suas dimensões e desafios.

A passagem nos apresenta a multidão reunida, sedenta de uma Palavra, atenção, por isto Jesus Se comove diante dela, pois estavam como ovelhas sem pastor: “Jesus viu uma multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,34), e, assim, a ela restitui a serenidade e a esperança.

Quanta humanidade nas palavras e no agir de Jesus! Somente Ele, o Senhor, tem Palavra de vida eterna, dirá o Apóstolo, e somente Ele nos assegura a serenidade, força e esperança.

Renovemos a graça da missão de discípulos missionários do Senhor, na fidelidade a Ele, Divino Mestre da serenidade, da força e da esperança.

Oremos:
“Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”


Fonte: Lecionário Comentado – Vol I – Editora Paulus – Lisboa – pp.762-763

Servos da Compaixão Divina

                                                               

Servos da Compaixão Divina

Ouvimos no 4º Sábado do Tempo Comum a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,30-34), e contemplamos mais uma vez o Amor e o zelo de Deus com Seu Povo; a Sua misericórdia, ternura e compaixão com Seu rebanho, que parece ovelhas sem pastor.

Deus é tomado da compaixão que enfrenta todo tipo de sofrimento, suscitando Profetas, discípulos para cuidar com carinho do Seu rebanho. Ninguém pode ficar excluído do pão, da alegria, da vida...

Com isto entendemos o nascimento das mais diversas pastorais e serviços dentro da comunidade: cuidar da vida do rebanho.

Há um só Deus, um só povo, um só Senhor, como bem diz São Paulo na Carta aos Efésios.

Com Jesus os “muros” foram derrubados. Ele gerou o homem novo com vida plena. Não podemos ficar desanimados e desorientados à mercê dos ventos e das marés. Ele mesmo nos devolve a paz, a alegria e a serenidade.

Reflitamos:

- Quando estou cansado e desanimado onde me reabasteço para continuar a missão evangelizadora?
- Sendo o discípulo testemunha visível da compaixão e Amor de Deus, como tenho testemunhado a compaixão e o Amor de Deus?

- Sou agente de Pastoral na minha comunidade? 
- Sirvo a Deus com entusiasmo e empenho?

- Tenho consciência de que continuo a missão do Senhor Jesus?

Para que nossa missão seja plena de êxito, é necessário intimidade e confiança em Deus, e a certeza de que é o Espírito Santo o Protagonista da história.

A comunidade tem que ser sinal e instrumento da compaixão, do Amor e da ternura divina. Coração e mente sensibilizados aos clamores do povo e à busca de evangélicas respostas. 

Sejamos sinais da Compaixão Divina

                                                               

Sejamos sinais da Compaixão Divina

Ouvimos na Liturgia do 4º Sábado da quarta semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,30-34), e contemplamos o amor e a solicitude de Deus para com o Seu rebanho, numa incomparável compaixão.

Já no Antigo testamento, Deus já havia prometido ser o próprio Pastor, conforme a passagem do Livro do Profeta Jeremias (Jr 23,1 -6).

O Profeta Jeremias é a voz incompreendida que clama pela conversão e fidelidade do Povo a Deus e ao Seu Divino Projeto Libertador. Por isto é considerado o “Profeta da desgraça”.

Ele denuncia a ação dispersiva dos pastores do seu tempo, e anuncia a pertença do Povo a Deus. Fala da intervenção divina através da repatriação dos exilados (a volta do exílio); a escolha de pastores exemplares e a vinda do Messias.

Já não mais ficarão perdidos e abandonados ao sabor dos ventos e dos mares, dos interesses inescrupulosos de seus pastores, de suas autoridades.

Com Jeremias, aprendemos a confiar em Deus mantendo, nas adversidades, a alegria, a serenidade, a esperança e a paz, e, de modo muito especial, a não usar o povo que nos foi confiado em benefício próprio.

Voltando ao Evangelho, refletimos sobre o regresso dos discípulos que foram enviados em missão, entusiasmados pelos resultados, mas cansados, naturalmente.

Jesus compreende e os convida ao recolhimento, a gozar da intimidade com Ele, recuperando as forças, para não caírem num ativismo que esvazia a vida de sentido e dinamismo.

É preciso estar sempre refeito e disposto para colocar-se com alegria a serviço do rebanho sofrido do Senhor, e nisto consiste a essência de toda atividade pastoral. De modo que podemos dizer tal Cristo, tal cristão.

Questionemo-nos:
- Vivemos num ativismo descontrolado?
- Nossas atividades não são, por vezes, de funcionários eficientes tão apenas?

- Nossas atividades são revigoradas por uma genuína espiritualidade?
- Qual o perigo da fadiga, cansaço, desânimo, diante dos muitos desafios e das respostas que devemos dar diante do povo?

- Diante do rebanho, temos a humanidade e a sensibilidade de Jesus?
- Nosso coração e consciência doem diante dos clamores que brotam da vida do povo simples de nossas comunidades?

- O que procuramos fazer em resposta a estes clamores?
- Como acolhemos e vivemos a proposta de Jesus no cuidado daqueles que nos foram confiados, dentro e fora da Igreja?

Finalizo apresentando um eterno ciclo na vida do discípulo missionário do Senhor por força de seu Batismo: envio, missão, cansaço, descanso, renovação, continuidade.

Começar e recomeçar sempre, sem desânimo, revigorados no Banquete da Palavra e da Eucaristia, a serviço do Reino, até que alcancemos a glória da eternidade, e então brilharemos com os  justos, conforme o Senhor nos assegurou.

A autêntica esperança de cada dia, renovai, Senhor

 


A autêntica esperança de cada dia, renovai, Senhor

 

“Em um mundo no qual o progresso e o retrocesso se entrelaçam, a Cruz de Cristo permanece a âncora da salvação: sinal da esperança que não desilude, porque está fundada no amor de Deus, misericordioso e fiel.” (1)

 

Não creio em esperança como risonha expectativa sem compromissos,

Tampouco em esperanças aéreas, sem raízes fincadas no chão do cotidiano.

 

Não creio em esperança como miragem do inatingível e inexequível,

Tampouco em castelos de douradas fantasias inexistentes.

 

Não creio em esperança que invada e encha a alma de ilusões

Tampouco em esperanças fundadas em torres sob o vento avassalador de mentiras.

 

Creio na esperança que não decepciona, como nos falou o Apóstolo,

porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito (Cf. Rm 5,5).

 

Creio no alvoroço de esperança que nos desinstala de medíocres acomodações,

E nos impulsiona em busca do melhor de Deus para toda a humanidade.

 

Creio na esperança que faz arder o coração, chamas inflamáveis de misericórdia:

caridade para com os amigos, perdão para os pecadores, compaixão com os pobres.

 

Creio na esperança que nos faz adejar nas asas da fantasia,

Comprometidos com uma nova realidade, mistério que se revela no dia a dia.

 

Creio na esperança que nos faz semeadores do horizonte do inédito de Deus para nós,

Com a Semente da Palavra do magnífico Jardim das Sagradas Escrituras.

 

Creio que a esperança nos impulsiona para melhores dias que hão de vir,

Um Céu menos sombrio, porque nos acompanha como chama permanentemente acesa.

 

Creio na esperança contemplada no Imaculado Coração de Maria,

Que no auge da escuridão, acreditou na vitória gloriosa do Seu Filho. Amém. 

 

(1)        Papa Francisco -  Audiência Geral – Praça de São Pedro – 21/09/22

Dar razão de nossa esperança

                                              

                      Dar razão de nossa esperança
"Estejam sempre preparados para responder a
qualquer que lhes pedir a razão da esperança
que há em vocês." (1Pd 3, 15)

Esperança é como uma frágil semente, que precisa ser cuidada e semeada no chão dos acontecimentos, para que floresça e dê frutos que levem à saciedade, e mais que isto, à certeza de que fomos bem alimentados.

A esperança é a construção da própria existência na base sólida da Palavra de Deus, nutrindo-se pelo Pão de Eternidade, que é o Cristo Senhor, que Se dá a nós no Banquete da Eucaristia, toda vez que dele participamos.
Sua solidez não permite confundir com esperanças aéreas, imaginosas, ou frutos especulativos de nossa fantasia, de nossos enganos, ilusões que não contribuem para que alcancemos o melhor que Deus tem para cada um de nós.
Como pássaros, que batem suas asas para voo certeiro ao encontro do alimento, do filhote ou do ninho, dos seus semelhantes para sobreviverem, a esperança é o adejar das asas de nossa alma para encontros com a vida, com os sonhos, com nossas conquistas...
Cultivar a esperança sempre, sem permitir a perda das utopias, convictos de que o céu sombrio tem sua provisoriedade, e que dias melhores sempre haverão de vir.
Não permitamos a morte da esperança, não nos aliemos aos que promovem o seu cortejo, não a sepultemos no vale dos que nada mais esperam, nada mais buscam, porque ela já não mais vive em seu interior, num vazio absurdamente entristecedor e enlouquecedor.
Não percamos jamais a esperança, para que nossos dias não sejam avaramente contados, sem voos anunciados nas asas da esperança, que nos levam ao encontro das coisas do alto onde habita Deus e que devemos sempre buscar, como tão bem falou o Apóstolo (Cl 3,1-4).
Que não se mate a esperança,
Que não matemos a esperança.

Demos sempre razão de nossa esperança.
Há motivos para crer, há motivos para esperar...

Temos fé, e ainda mais,
Somos discípulos e testemunhas
D’Aquele que, por Sua Morte e Ressurreição,
Vem ao encontro de nossa fragilidade,
Humana debilidade...

Ele vem para nos ensinar que
Fé aliada à esperança,
De braços com a caridade
Mundo Novo, Reino presente entre nós veremos,
Novo céu e Nova terra buscaremos e alcançaremos.

Com Ele para sempre viveremos,
A Ele toda honra, glória, poder e louvor
Para sempre cantaremos.
Amém. 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG