sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
O Senhor é nosso único caminho
A manifestação do Espírito
Construamos pontes de paz!
As perigosas tentações na vida cristã
As perigosas tentações na vida cristã
Na Santa Missa do Crisma, de 06 de abril de 2023, o Papa Francisco, na homilia, refletiu sobre o Ministério Presbiteral, partindo do versículo do Evangelho de Lucas (Lc 4,18) – “O Espírito do Senhor está sobre mim”, anunciado na passagem de Isaías (Is 61,1).
Apresentou três perigosas tentações, que podem se fazer na vida de todo presbítero:
“Três perigosas tentações: a da acomodação, em que a pessoa se contenta com o que pode fazer; a da substituição, em que se tenta «recarregar» o espírito com algo diferente da nossa unção; a do desânimo – a mais comum –, em que, insatisfeitos, se avança por inércia.”
Acomodação, substituição e desânimo. Quem destas tentações está imune, Presbítero ou não?
À luz destas três tentações, uma breve reflexão:
Na vida de comunidade, na vivência da fé, todos podemos cair na tentação da “acomodação”, contentando-nos com o que já sabemos, ou com o que fazemos, sem atenção à Palavra do Senhor, que nos convida a lançar as redes em águas mais profundas (cf. Lc 5,1-11).
Acomodar-se às atividades restritas nos espaços internos da comunidade, ou da própria pastoral, sem maiores compromissos com a realidade social em que se encontra inserido.
Acomodar-se e se tornar indiferente, ou até mesmo surdo, aos clamores que brotam das dores de quem padece a fome, o abandono ou qualquer outra forma que vilipendia a existência.
Acomodar-se numa pastoral de manutenção e conservação, sem abertura ao Espírito, que nos acena para a necessária conversão, para maior proximidade, ternura, compromissos solidários e compaixão.
Acomodar-se numa postura eclesial pouco ou nada sinodal, sem a coragem de se pôr a caminho juntos, e enfrentar as dores possíveis de tantas pedras que se possam encontrar no caminho.
Na vida de comunidade, na vivência da fé, todos podemos cair na tentação da “substituição”, com práticas até mesmo de valor duvidoso, e que pouco ou nada possam reverter em mais vida e dignidade para si e para toda a comunidade.
Substituir o essencial pelo acessório, o eterno pelo passageiro, o verdadeiro esplendor pela luz que se apaga.
Substituições que aparentemente preenchem o tempo, mas mergulham aos poucos num vazio sem sentido, até mesmo irreversível.
Na vida de comunidade, na vivência da fé, todos podemos cair na tentação do “desânimo”, e com ele, a inércia, o imobilismo, a perda do esplendor da graça do batismo; o não mais exalar do odor do amor, no dia da unção do crisma (no Sacramento da Crisma ou da Ordenação), compromisso um dia assumido; a não mais a santificação de si e do mundo; a não busca do aperfeiçoamento espiritual.
Desânimo, apatia, indiferença, vacilações na fé, esmorecimentos da esperança, e esfriamento da caridade, mais que indesejáveis, com consequências danosas e indizíveis.
Todos temos que lutar contra estas tentações, em todo o tempo, reavivando a chama do primeiro amor (2 Tm 1,6), viver a graça da unção (Lc 4,18).
Ouvir em todo o instante o Senhor, que nos olha com olhar terno e cheio de amor e compaixão:“Vem e segue-me” (Mt 19,21).
“Faça bem e com amor o que lhe é próprio”
“Faça bem e com amor o que lhe é próprio”
Na ação evangelizadora é fundamental que
retomemos as avaliações do ano que passou, com seus objetivos e estratégias, e
ver o quanto nos falta fazer para que o Senhor cresça e seja conhecido e amado
por todos.
Para o êxito da ação evangelizadora é fundamental
a presença do Ressuscitado em nosso meio, com Seu Espírito que repousa sobre nós e nos
alcança a graça da paz necessária - shalon, ou
seja, a plenitude dos bens e graças divinas que nos enriquecem em todos os
momentos e em todas as nossas atividades
dentro e fora dos espaços da Igreja.
Esteja sempre presente em nossos trabalhos o
Princípio da Subsidiariedade, que tem seus momentos nascentes na
Encíclica “Quadragesimo Anno” (1931),
quando o Papa Pio XI chamava o mundo para a necessária busca de caminhos para
uma verdadeira ordem internacional.
Este Princípio consiste, essencialmente, em “cada um fazer bem e com amor o que lhe é próprio”, e deve nortear
a ação da Igreja, pois se verdadeiramente vivido, a alegria, o amor, a
gratidão, gratuidade, ardor, vigor, desprendimento, coragem, empenho,
discernimento, sabedoria se farão presentes no coração de cada agente e
firmaremos passos na edificação de uma Igreja autenticamente sinodal,
caminhando sempre juntos.
Não haverá divisões nem cansaços inúteis na
procura dos primeiros lugares, pois faremos do poder expressão de amor e
serviço, a exemplo de Jesus que veio servir e não para ser servido, num permanente
lava-pés com ressonâncias eucarísticas.
Que Jesus cresça, as pastorais se revigorem.
Que avancemos para águas mais profundas (Lc 5,1-11) e não nos percamos com
questões pequenas, insignificantes que nos desviam do essencial: “Ai de mim se eu não evangelizar“ (1Cor
9,16), pois “É necessário que
Ele cresça” (Jo 3,30).
A paz será notável em nossos corações e
dentro das pastorais, ultrapassando nossos espaços, estruturas, porque seremos
como as primeiras comunidades, notabilizadas pela perseverança e
fidelidade à Doutrina dos Apóstolos,
à Comunhão Fraterna, à Fração do Pão e à Oração (At 2,42-47).
Crescerá a
Igreja, assim como o nosso Batismo ganhará nova expressão, será
fortalecida a Evangelização, que se renovará em expressões e métodos, e a Paz
tão sonhada não será uma ilusão, mas um projeto, uma construção em mutirão, em
que mãos e corações que amam se comprometem com a vida, da concepção ao
declínio natural. Amém.
Com Maria, aprendamos a Evangelizar
Em poucas palavras...
Jesus, o homem perfeito
“Em toda a sua vida, Jesus mostra-Se como nosso modelo (Rm 15,5;
Fl 2,5): é «o homem perfeito» (Gaudium et spes n.38), que nos convida a
tornarmo-nos seus discípulos e a segui-Lo; com a sua humilhação, deu-nos um
exemplo a imitar (Jo 13,15); com a sua oração, convida-nos à oração (Lc 11,1);
com a sua pobreza, incita-nos a aceitar livremente o despojamento e as
perseguições (Mt 5,11-12).” (1)
(1)
Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.520