sexta-feira, 29 de novembro de 2024
A morte inevitável e a imortalidade desejada
A morte inevitável e a imortalidade desejada
De Deus viemos, nos movemos e somos!
Aprendendo com André e Pedro... (I)
Aprendendo com André e Pedro...
A Igreja celebra, no dia 30 de novembro, a Festa do Apóstolo Santo André, nascido em Betsaida, sendo primeiramente discípulo de João Batista, depois seguiu a Cristo, e O conhecendo O levou à presença de Pedro.
Sejamos enriquecidos com esta Homilia do Bispo São João Crisóstomo (séc. IV):
“André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o tesouro só para si, mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua descoberta.
Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41). Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam atentos.
Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a Sua vinda, espera Aquele que deveria vir do céu, exulta de alegria quando Ele Se manifestou, e se apressa em comunicar aos outros a grande notícia.
Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a Sua vinda, espera Aquele que deveria vir do céu, exulta de alegria quando Ele Se manifestou, e se apressa em comunicar aos outros a grande notícia.
Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que, não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado pormenorizadamente mais coisas.
Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a Ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas. Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.
Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29-33), deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez André.
Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz, tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento.”
André também apresentou Cristo aos pagãos, e na multiplicação dos pães apresentou o rapaz que tinha consigo alguns pães e peixes.
Logo após Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões tendo sido crucificado na Acaia.
Celebrando a Festa de Santo André, o Apóstolo, como Igreja Sinodal que somos, sejamos revigorados na missão que o Senhor nos confiou, para que como peregrinos da esperança, correspondamos ao mandato do Senhor: ir pelo mundo e anunciar o Seu Evangelho com renovado zelo, amor e ardor.
Aprendendo com André e Pedro... (II)
Aprendendo com André e Pedro...
Aprendamos com André que, tendo encontrado o Senhor, conduzir muitos até Ele, não apenas pelo falar sobre Ele, mas revelando ao outro, pela vida, o quanto o nosso encontro com Ele nos transformou.
Encontrando-se verdadeiramente com o Senhor é impossível retê-Lo, ocultá-Lo, esquecê-Lo. Nunca mais a vida de quem O encontrou será a mesma.
Feliz quem O encontrou e sabe levar o outro à mesma experiência e encontro transformador.
Feliz quem O encontrou e sabe levar o outro à mesma experiência e encontro transformador.
Haveremos de aprender com André a ouvir o que o Senhor tem a nos dizer, para poder falar “pormenorizadamente” tudo que Ele comunicou ao mais profundo de nosso íntimo, de nossas entranhas, de nosso coração, e não apenas aos nossos ouvidos.
Aprender com André a fazer o encontro da intimidade, amizade e configuração com Jesus, como aconteceu naquele dia.
Com ele, aprendemos a anunciar, a testemunhar, a doar a vida com coragem e fidelidade até o fim.
Aprendemos amar a Igreja (Corpo) por amor a Cristo (cabeça), completando na carne o que falta à Paixão de Cristo por amor à Sua Igreja, como afirmou o Apóstolo Paulo (Cl 1,24).
Também nos ensina a docilidade e a prontidão, para anunciar a Palavra do Senhor, sem superficialidade, mas na abertura e entrega, ainda que lenta, mas para sempre, porque profunda, porque lhe permitiu a entrada e morada em si para sempre.
Haveremos de aprender com André o consumir-se de amor por Jesus, pois somente assim nossa vida se tornará refulgente da mais bela luz, que tem sua origem na Divina Fonte de luz. Haveremos de aprender, haveremos de viver como viveu.
Também nós, a exemplo de André, Pedro e os Apóstolos, o mesmo testemunho ao mundo podemos dar.
Que nossa fé seja a mais perfeita configuração a Cristo Rei e Senhor do Universo, para que Seu Reino, de fato, seja Eterno e Universal, o Reino da verdade, da santidade, da graça, do amor, da paz... E, quanto mais digamos acerca do Reino do Senhor, ainda nada o dissemos.
Haveremos de aprender com eles a não economizarmos esforços, numa vigilância de caridade ativa até que Ele venha. Esta é a nossa esperança, acompanhada da mais frutuosa e germinadora fé. Amém.
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Que caia a “Babilônia”, venha a “Jerusalém Celeste!”
Que caia a “Babilônia”, venha a “Jerusalém Celeste!”
A passagem do Livro do Apocalipse (Ap 18, 1-23) descreve a queda de Nínive e da Babilônia. Estas quedas foram celebradas como o fim de impérios prepotentes, cuja ação nefasta foi causa de sofrimento e morte para muitos povos.
A Babilônia representa as forças do mal, muito embora já não existisse mais na época em que o Apocalipse foi escrito, esse nome, no entanto, continuava extremamente mal afamado para os judeus do Antigo Testamento e os cristãos, porque Babilônia evocava no passado, a grande dominadora e destruidora do povo de Deus.
Assim como Nínive, Babilônia é uma cidade desumana, cruel, onde se pratica o homicídio, se mata, onde se trafica drogas, onde não se vive em segurança, onde uns pretendem devorar os outros, onde poucos estão sufocados no luxo e no dinheiro, enquanto uma multidão vive em condição de escravidão, numa vida próxima da bestialidade.
Assim são as cores com que o autor de Apocalipse pinta a cidade da Babilônia e as “Babilônias” de todos os tempos. Mas o autor também diz que esta realidade, esta cidade, tem os seus dias contados. O Cordeiro vitorioso, Cristo Jesus, com Sua vida doada, anuncia e inaugura o Reino de Deus.
A partir de Sua Ressurreição, podemos nos comprometer e nos empenhar no Seu testemunho e na Sua Palavra, em corajosa fidelidade, perseverança até o fim, para que construamos a Jerusalém Celeste.
Há que se esperar e buscar um novo céu e uma nova terra, crendo n’Aquele que faz novas todas as coisas: “O que está sentado no trono declarou então: Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5).
A história, em resumo, pode ser um reerguimento da Babilônia que caiu, cantado e proclamado pelo autor de Apocalipse, ou compromisso incondicional com a Jerusalém Celeste.
Babilônia revigorada, reerguida ou Jerusalém Celeste acolhida, construída, na fidelidade ao Cordeiro Vencedor.
A perpetuação de cidades que matam ou a humanização das mesmas para que seja espaço da vida, da acolhida, da fraternidade, da dignidade… Lamentavelmente muitas cidades ainda são reproduções, em alguma medida, da Babilônia que caiu, mas teima em ficar de pé.
Urge compromissos inadiáveis pela construção de uma cidade mais humana, mais morada de Deus.
Urge compromissos com a Cidade de Deus, a Jerusalém Celeste, em que nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais porque as coisas antigas passaram (Ap 21,14).
A fé cristã é o cultivar do sonho, a esperança e compromisso com esta nova realidade como disse o apóstolo Pedro (2 Pd 3,13) – “O que nós esperamos, conforme Suas promessas são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça”.
Diante de tudo isso, vem o questionamento: curvo-me diante da Babilônia ou assumo compromissos irrevogáveis, sinceros e corajosos com a Jerusalém Celeste?
O novo céu e a nova terra vêm como iniciativa de Deus e resposta nossa, porque assim Deus quis. Não vêm por decretos impostos e verticalizados, mas por iniciativas e propostas horizontais de comunhão e participação na construção da necessária fraternidade.
PS: Na quinta-feira da 34ª semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Livro do Apocalipse (Ap 18,1-2.21-23;19,1-3.9a
O tempo é breve: Sabedoria em nossas escolhas
O tempo é breve: Sabedoria em nossas escolhas
No Comentário do Missal Cotidiano lemos:
“Salvação ou condenação, ruína ou libertação, felicidade ou desespero – a escolha faz-se agora, no tempo, com toda a nossa vida”
Lucas nos apresenta um discurso escatológico de Jesus, ou seja, sobre o fim dos tempos e a Sua volta para o julgamento final de todos.
Há implícita uma verdade que nos ilumina: se O procuramos como nosso amigo e Senhor, de fato o encontraremos com alegria e confiança.
De outro lado, se O ignoramos, descuramos, desprezamos em Sua Pessoa ou presença nos irmãos, nosso encontro com Ele será de medo e de dor.
Em cada instante estamos fazendo escolhas, tomando decisões, dando um matiz Pascal ou não a nossa vida. E, dependendo destas, encaminhamos nossa existência para o desabrochar na plenitude do Amor de Deus ou para o mergulho na escuridão eterna, onde haverá “choro e ranger de dentes”, como já nos alertara O Senhor.
Que Deus ilumine nossos pensamentos, palavras e ações, e nos conceda a sabedoria para fazermos escolhas corretas, determinando todo o nosso existir.
Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo (Rm 4,18): Temos que aprender como Abraão, o Pai da fé: “Ele, esperando contra toda a esperança, creu e tornou-se assim pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: ‘Tal será tua descendência”.
Ainda peregrinos que somos, esperemos o Senhor que vem gloriosamente, e que já conosco caminha, sem vacilar na fé, firmando nossos passos.
Esperamos Sua vinda, solidificando nossa esperança, com a eterna chama viva da caridade que se plenifica na eternidade, confiantes de que um dia O encontraremos e O contemplaremos face a face.
(1) Missal Cotidiano - pág. 1547.
Em poucas palavras...
Prudente como a serpente
“Mas vejamos a prudência que aqui se exige: a da serpente. Esta expõe tudo, até mesmo se lhe cortam o corpo, não se defende, contanto que proteja a cabeça.
Assim também tu, diz Ele, à exceção da fé, entrega tudo: dinheiro, corpo, até mesmo a vida.
A fé é a cabeça e a raiz; salva esta, tudo o mais que perderes, recuperarás depois ao dobro.”(1)
(1)São João Crisóstomo – Bispo e Doutor da Igreja (séc IV)
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Em Vossas mãos, Senhor, nos colocamos
Em Vossas mãos, Senhor, nos colocamos
Uma breve passagem da Sagrada Escritura, para refletirmos sobre os relacionamentos, dentro e fora da comunidade, para que nossa fé seja luminosa e fecunda (1 Pd 5,5b-7):
“Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes. Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, Ele vos exalte. Lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, pois é Ele quem cuida de vós”.
Observemos os três verbos no imperativo que o texto bíblico nos apresenta: “revesti-vos”, “rebaixai-vos” e “lançai”.
Oremos:
Senhor, revisti-nos com a humildade necessária no relacionamento mútuo, colocando nosso coração em Vossas mãos para ser transformado e inflamado de amor.
Senhor, concedei-nos a graça de nos rebaixarmos diante de Vós, colocando-nos sob Vosso poderoso amparo, em salutar e revigorante refúgio para o bom combate da fé.
Senhor, que saibamos em Vós confiar, colocando em Vossas mãos nossas inquietações, confiantes, com súplicas e ação de graças, pois jamais nos desamparais.
Experimentemos, nós, a força de Vossa Palavra, como nos falaram os Profetas:
“Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40,31). Amém.
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