domingo, 24 de novembro de 2024

Cristãos leigos e leigas, testemunhas da Verdade, Jesus

 


Cristãos leigos e leigas, testemunhas da Verdade, Jesus

Oremos:

 “Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai, nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial. 

Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide. 

Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.”

 

 

PS: Oração encontra-se na Mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2023), tem como tema “Falar com o coração” , e lema - “Testemunhando a verdade no amor” (Ef 4, 15)»

Vistamos o hábito da religião e da caridade (Cristo Rei)


Vistamos o hábito da religião e da caridade

Ao celebrarmos a Solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo, sejamos iluminados pelo Sermão de São Cesário de Arles (séc. VI).

“Se pensamos nos bens que Deus derramou sobre nós chegando até a morte, não haveríamos de temer aquele juízo; mas por desgraça muitos o convertem em motivo de sentença contra eles.

Não paguemos o bem com o mal..., pois do contrário, o que faremos naquele dia temível quando o Senhor Se sentar em Seu trono cercado da milícia celestial no meio da luz, enquanto os Anjos ressoam suas trombetas e o mundo estremeça...?

Então, além da própria consciência, Aquele Juiz, já mais justo que misericordioso, começará a acusar os réus por terem desprezado a Sua misericórdia:

‘Eu plasmei a ti, ó homem!, com minhas mãos, Eu te infundi o Espírito..., e tu, desprezando os meus preceitos de vida perfeita, segues ao mentiroso antes que a Deus.

Expulso do paraíso e sujeito às cadeias da morte..., entrei em um seio virginal para nascer dele sem diminuição de sua pureza; reclinei-me em um presépio envolto em panos, com as dores e sofrimentos da infância...; sofri as bofetadas e cusparadas daqueles que zombavam de mim, bebi vinagre com fel, fui ferido pelos açoites, coroado de espinhos, cravado na cruz, atravessado pela lança, e para que tu te libertasses da morte entreguei a minha vida em meio a tormentos.

Aqui tens os sinais dos cravos dos quais fui suspenso. Olha aqui meu lado ferido. Aceitei as dores para dar a ti a glória, sofri a morte para que vivesses por toda a eternidade. Jazi escondido em um sepulcro para que tu reinasses no céu. Por que perdeste o que te dei?

Por que, ingrato, rejeitaste os dons de tua redenção: Não reclamo de minha morte, mas dai-me a tua vida, já que por ela entregue a minha...
Por que maculaste a habitação que consagrei para mim com as imundícias da luxúria...?

Por que me carregaste com a cruz dos teus crimes, mais pesada que aquela na qual estive suspenso? Mais pesada, de fato, é a cruz de teus pecados, da qual pendo a força, do que aquela que, compadecido de ti, subi satisfeito.

Sendo impassível me dignei padecer por ti, e tu desprezaste a Deus no homem, a saúde no enfermo, a chegada no caminho, ao pai no juiz, a vida na cruz e o remédio na agonia’.

Examinai a embarcação de vossa vida, e se observais as cavernas desfeitas pela soberba, a avareza e a luxúria, apressai-vos em repará-las com as boas obras e a esmola.

Assim como ao bom sua virtude não lhe beneficia de nada se morre em pecado, assim ao pecador os vícios não lhe prejudicam se morre arrependido.

Vivei bem, não me digais que sois jovens e casados, porque não é o traje do monge que dá a virtude. Em qualquer estado de vossas vidas podeis vestir o hábito da religião e da caridade.” (1)

Finalizando mais um ano Litúrgico, é tempo favorável para revermos o caminho que fizemos, com erros e acertos, possíveis tropeços e quedas, pecados cometidos, com sincero arrependimento, confessados e perdoados.

O Sermão é um forte apelo de conversão para que melhor correspondamos ao amor de Deus por nós, por Jesus vivido e comunicado.

Quando vestimos o hábito da autêntica religião e da caridade, tornamo-nos misericordiosos como o Pai (Lc 6,36), e podemos afirmar que Jesus Cristo é nosso Rei e Senhor de todo o Universo, e podemos coroá-lo, multiplicando gestos de amor e solidariedade, na solidificação da fé, e iluminando os caminhos com a luz da esperança de um novo céu e uma nova terra, ainda que vejamos sinais sombrios de dor e morte.

Coroar Jesus é sincero compromisso com a Boa-Nova do Reino, e viver a graça do Batismo, como profetas, sacerdotes e Rei.


(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp. 761-762. 

Reinar com Jesus é viver com a força desarmada do amor! (Cristo Rei)

Reinar com Jesus é viver com a força desarmada do amor!

Com a Solenidade em que proclamamos que Cristo é Rei do Universo e Senhor de nossa vida, coroamos mais um ano de caminhada com Ele, como alegres Discípulos missionários.

Ao proclamamos Jesus como Rei de nossa vida, temos a certeza de que com Ele também reinaremos. Mas o que significa proclamá-Lo Rei?

Na medida em que o proclamamos Rei reinamos com Ele amando até o fim, fazendo da nossa vida livre e generosa doação, na entrega da mesma, traduzida em serviço para com Ele na pessoa do empobrecido, para um dia na glória estar.

Reinar com Jesus é fazer d’Ele e de Sua Palavra o centro de nossa vida, pautar nossa existência, todo nosso pensar, sentir, agir à luz de Seus ensinamentos, Sua Palavra que nos liberta e nos orienta em todos os passos; é trilhar o Caminho, iluminados pela Verdade para que a Vida plena prometida, em nós seja abundante.

Reinar com Jesus é ter coragem de carregar Seu trono, que aos olhos do mundo nada tem de encantador, ao contrário. É carregar o trono onde foi entronizado e coroado: a Cruz! 

Expressão que nos inquieta: o trono do Senhor é a Cruz!

Reflitamos:

- Temos coragem de reinar com Ele?

- Temos coragem de nos comprometer com o Seu Senhorio sobre tudo e todos, uma vez que Ele é o primogênito, a Cabeça, o Princípio e o fim de todas as coisas, no qual reside toda a plenitude do amor do Pai?

Que Rei tão diferente: pobre, despido, solitário, aparentemente derrotado, incompreendido, humilhado, dilacerado, escarrado, cuspido, ensanguentado, de aparência horrivelmente indescritível. Vítima da mais crudelíssima e humilhante de todas as mortes.

É este Rei que amamos.
Um Rei que tem a força desarmada do amor.

Aparentemente derrotado, mas por amor vivido em fidelidade ao Pai e ao Projeto do Reino, na glória exaltado, ressuscitado, mais que vitorioso. À direita do Pai sentado, Vivo, guia, dirige, julga a história, nos antecipa na glória da eternidade, tendo vencido o último de todos os inimigos: a morte.

Muito mais que uma Solenidade, é momento de grandes avaliações e corajosas decisões.

Reflitamos:

- O que significa, para mim, proclamá-Lo Rei?
- De que modo a minha vida expressa a Soberania de Cristo?

- O que Deus quer de mim quando meus lábios professam que Ele é Senhor da minha vida?
- De que modo, como Igreja, estou participando da construção do Reino de Deus.

- Como cristão leigo, vivo meu protagonismo, como batizado na evangelização nos mais diversos espaços e campos de minha existência?
- Como fermento a nova sociedade?

- Como dou gosto de divindade à existência, à história?

- Como ilumino, e como me deixo iluminar no pensar e no agir?
Proclamá-Lo Rei, aclamá-Lo como Senhor, não basta!

É preciso testemunhá-Lo com uma força indescritível e revolucionária: a força do Amor.

Não o amor que o mundo apregoa, mas o que Ele viveu e na Cruz consumou, por isto na glória Se eternizou e a mais bela lição nos deixou:

Doação, entrega, perdão, reconciliação, salvação... Amor universal que aos inimigos alcançou. Amor que ninguém nunca tão intensamente viveu: por isto Ele morreu.

Se morrermos com Ele, também com Ele ressuscitaremos e com
Ele para sempre reinaremos. Amém!

Que o Espírito do Senhor venha em vosso auxílio! (Cristo Rei)

Que o Espírito do Senhor venha em vosso auxílio!

Celebramos a Solenidade de Cristo Rei e o dia do Cristão Leigo e Leiga (ministério não ordenado), ou seja, todo aquele que, pelo Batismo, participa da missão de Cristo: sacerdote, profeta e rei.

“Os Leigos, particularmente, partícipes da realeza de Cristo, devem trabalhar para a promoção da pessoa humana, para animar de Espírito evangélico as realidades temporais, e dar assim testemunho concreto de que Cristo-Rei é libertador e salvador de todo o homem e de todos os homens.” (1)

Portanto, o cristão é chamado a prolongar as ações de Cristo no meio em que vive: família, Igreja, trabalho, escola, política...

Que minhas Orações se somem a de tantos que hoje pedem a Deus a força e a luz do Santo Espírito, para que todos vivam com alegria, amor e ardor a vocação na fidelidade ao Senhor. 

Testemunhando Cristo Rei e Senhor do Universo, sejamos cumulados da graça divina, para melhor e mais frutuosa  perseverança, em incondicional correspondência ao amor e ao Projeto de Deus para nós, a construção do Reino do amor, verdade, justiça e liberdade.



 (1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1082.

“Amar até as últimas consequências...” (Cristo Rei)

                                                               

“Amar até as últimas consequências...”

Meditemos sobre esta frase:
“Jesus, um Rei que Se doa. Reinar com Ele é amar até as últimas consequências!”

Amar até as últimas consequências...
Ser batizado é ser outro Cristo, a Seu exemplo, tendo d’Ele mesmos sentimentos, para participar do Seu Reino...

Refletindo sobre o amor cristão:
Amar na doação da própria vida;
Amar na alegria da entrega da vida nas mãos de Deus em favor do próximo;

Amar sabendo esperar os frutos que virão, a partir da ação feita. Esperar silenciosamente e pacientemente, na alegria experimentada pelo bem que se fez;
Amar renunciando a si mesmo por uma causa infinitamente maior;

Amar colocando-se a serviço do outro nas diversas pastorais da comunidade;
Amar no silêncio, amar na ingratidão, amar para além de todo e qualquer resultado;

Amar na gratuidade, pura e simplesmente;
Amar na exata medida do Amor que é Jesus, que nos amou até o fim.

Portanto, como batizados, devemos ser no mundo sinal e instrumento do Amor de Deus, que cria e recria novas relações e um mundo novo.

Sejamos mais alegres e corajosos participantes da construção do Reino, arautos do Evangelho, como sacerdotes, profetas, reis e pastores.

Eis a missão intransferível e irrenunciável, a ser vivida com toda intensidade, fortalecidos na luz do Espírito de Deus.

Temos o Espírito nada nos falta! 
Tudo temos e tudo podemos
n’Aquele que nos fortalece! (cf. Fl 4,13).

Cristo, Rei do Universo! (Cristo Rei)

Cristo, Rei do Universo!

Ao celebrar a Solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo, refletimos sobre o que é ser rei.

Para muitos, ser rei é ser alguém que governa dominando, tiranizando, pela força se impondo, com proveitos incontáveis como luxo, fama, prazer, bens, terras, riquezas materiais, domínios...

Deste modo, participar do Reinado de Jesus, reinar com Ele que é um Rei diferente.

Um reinado que não se impõe pela força, nem pela tirania, nem pelo despotismo, tampouco pelo acúmulo de riquezas, posses, terras...

O Reinado de Jesus não se impõe pela  opressão e  destruição de outro povo, pela insana sede de poder, nem pelo sangue de vítimas inocentes…

Um Reino que cresce a cada dia porque edificado no amor, e por amor, através daquele que veio, vem e virá:

“Pois é preciso que Ele reine até que todos os Seus inimigos estejam debaixo de Seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. E, quando todas as coisas estiverem submetidas a Ele, então o próprio Filho Se submeterá Àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos” (1 Cor 15, 25-26).

Somos, pelo Batismo, partícipes deste reinado, tornamo-nos reis, sacerdotes, profetas e pastores.

Somos discípulos missionários do Rei Pastor, Rei Soberano/Absoluto, Rei Juiz de todos os povos, pois é Ele quem nos julgará se somos dignos da participação do banquete eterno, alegria sem fim, ou se seremos os malditos condenados ao fogo do inferno, queimados pelo mesmo amor que em vida repelimos, ignoramos, nos fechamos.

Céu ou inferno, eterna alegria ou eterno desespero depende de nossas escolhas, de nossos gestos solidários em favor dos mais pequeninos.

Céu ou inferno será o prolongamento de nossa opção no tempo presente.
Seremos julgados não pela quantidade de orações, cultos, Missas, procissões…

A entrada no céu não se dá pela quantidade de nossa prática religiosa, mas… é evidente que, quanto mais rezamos, quanto mais celebramos, quanto mais a Bíblia conhecemos, maior deve ser nosso compromisso com a Vida, com nossos irmãos e irmãs.

A prática religiosa torna-se, portanto indispensável para nos fortalecer, enriquecer, iluminar nos assegurando a abertura das portas dos céus, o mergulho na eternidade/plenitude do amor de Deus.

Deus com certeza nos cobrará a ressonância de nossas orações, rezas, Missas, Celebrações, pois é impensável o divórcio entre a fé e a vida.

A vida que celebramos e a celebração que vivemos andam de mãos dadas, mais ainda, se encontram em frutuoso abraço, multiplicando sinais de partilha, amor, comunhão…

Reinar com Jesus é empenhar-se com todo ardor pela construção de uma realidade marcada por princípios indispensáveis.

Reinar com Jesus é traduzir a Oração do Senhor em realidade em nossa vida:

“Venha a nós, Senhor, o Vosso Reino…”

Como rezamos no Prefácio da Missa de Cristo Rei do Universo:
“Reino eterno e universal: Reino de verdade e vida, Reino de santidade e graça, Reino da Justiça, do amor e da paz”.

Reinar com Jesus é fazermos o máximo
que pudermos, por amor e com amor, para que
“Deus seja tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,23-28)

Em poucas palavras...

 


Jesus Cristo, Rei  do Universo

Oremos:

“Deus eterno e todo-poderoso que dispusestes restaurar todas as coisas em vosso amado Filho, Rei do universo, concedei benigno que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam à vossa majestade e vos glorifiquem sem cessar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.” (1)

 

 

(1)Oração da Coleta da Missa - Jesus Cristo, Rei do Universo

Quem sou eu

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