Deus ouve o clamor dos empobrecidos
O Profeta Amós bradou profeticamente contra a exploração dos pobres na
defesa da justiça de Deus, que se concretiza na construção de relações justas e
fraternas (Am 8,4-12).
Denunciou com coragem e ousadia as práticas para o aumento do lucro à
custa dos empobrecidos.
Embora nosso contexto de exploração, enriquecimento e empobrecimento
seja muito diferente do citado no tempo de Amós, constatamos que esta relação,
lamentavelmente, persiste com novas expressões, às vezes mais sutis, mas não
menos insanas (preços exorbitantes de medicamentos indispensáveis, a
publicidade que gera falsas necessidades, produtos adulterados e impróprios
para o consumo, produtos que deveriam ser evitados, pois absolutamente
antiecológicos etc.).
São Basílio Magno (séc. IV) já nos acenava que toda concentração ou
desperdício gera situações de miséria e indigência. São duras e inesquecíveis
suas palavras, mas muito mais do que isto são extremamente questionadoras para
todos nós:
“Não és acaso um ladrão, tu que te apossas das
riquezas cuja gestão recebeste? ... Ao faminto pertence o pão que
conservas; ao homem nu o manto que manténs guardado; ao descalço, os sapatos
que estão estragando em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondeste.
Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar.”
Reflitamos:
- Como lido com os
bens que tenho?
- Possuo os bens ou
são eles que me possuem e me escravizam?
- Os bens que tenho
me impedem de partilhar com alegria e desprendimento?
- Alguns têm pouco e são escravos deste pouco, outros têm muito e nunca
estão felizes, outros ainda se alegram e são felizes com o que
possuem. E eu, com qual deles me identifico?
- Como sermos hábeis e não desonestos na busca do essencial, visto que não
podemos servir a dois senhores?
Na
“Primavera Divina”, seremos julgados pela administração dos bens que o Senhor
nos confiou. Ele espera colher muitas flores e frutos do
amor e da justiça, da verdade e da paz!
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