terça-feira, 19 de novembro de 2024

Evangelizadores com espírito (Introdução)


Evangelizadores com espírito

Na Exortação “Evangelii Gaudium” (2014), no capítulo V, o Papa Francisco nos fala da necessidade de evangelizadores com espírito, ou seja, que se abram sem medo à ação do Espírito Santo, que Se manifestou maravilhosamente no dia de Pentecostes, e que levou os Apóstolos a saírem de si mesmos, transformados em anunciadores das maravilhas de Deus, de modo que cada um começou a entender na própria língua.

É preciso que os evangelizadores anunciem a Boa-Nova não somente com palavras, mas, sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus (n.259).

Assim temos a evangelização com espírito, muito diferente de um conjunto de tarefas vividas como uma obrigação pesada, que quase não se tolera ou se porta como algo que contradiz às nossas próprias inclinações e desejos.

Uma evangelização com espírito é possível quando se faz com o Espírito Santo, alma da Igreja evangelizadora.

Somos encorajados pelo Papa para uma ação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até o fim e feita de vida contagiante.

Invoca a vinda do Espírito Santo para renovar, sacudir, impelir a Igreja, numa decidida saída de si mesma, a fim de evangelizar todos os povos (n.2610).

Com isto, temos evangelizadores com espírito:
- que rezam e trabalham;
- que têm propostas místicas acompanhadas de compromisso social e missionário;
- com discursos e ações pastorais com espiritualidade que transformam o coração.

Para tanto, os evangelizadores com espírito precisam de momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, sem o que incorrem em cansaços e as dificuldades naturais apagam o ardor da missão.

Porém não se trata de uma espiritualidade intimista e individualista que não corresponda às exigências da caridade e a lógica da Encarnação (n.262).

Cada tempo tem suas dificuldades para a evangelização, e o Papa acena para o aprendizado com os Santos, que nos precederam e enfrentaram as dificuldades próprias de seu tempo, e, a partir destes, apresenta-nos algumas motivações que são fundamentais para o evangelizador com espírito (n.263). (1)


(1) Nas postagens seguintes, apresento uma síntese das referidas motivações.

Evangelizadores com espírito (Parte I)


Evangelizadores com espírito

Primeira motivação:
Ao amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo cada vez mais. (n. 264):
- “Como é doce permanecer diante de um crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar à frente dos seus olhos...” (n.264).

- “A melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração...” (n.264).

“É necessário recuperar um espírito contemplativo para que se redescubra que somos depositários de um bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova” (n.264).

“Às vezes perdemos o entusiasmo pela missão, porque esquecemos que o Evangelho dá resposta às necessidades mais profundas das pessoas, porque todos fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno” (n.264).

Evangelizar é comunicar uma verdade que não passa de moda, porque é capaz de penetrar onde nada mais pode chegar – “A nossa tristeza infinita só se cura com um amor infinito” (265):

“O verdadeiro missionário, que não deixa jamais de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária. Se uma pessoa não O descobre presente no coração mesmo da entrega missionária, depressa perde o entusiasmo e deixa de estar seguro do que transmite, faltam-lhe força e paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém” (n. 266).

Segunda motivação:
O prazer espiritual de ser povo – “Vós que outrora éreis um povo, agora sois Povo de Deus” (1 Pd 2,10).

A missão é uma paixão por Jesus e simultaneamente uma paixão pelo Seu povo: Ele nos toma do meio do povo e nos envia ao povo, de tal modo que a nossa identidade não se compreende sem esta pertença (n.268).

Jesus estava sempre no meio do povo, de modo que Sua entrega na Cruz é apenas o culminar deste estilo que marcou toda a Sua vida:

“Fascinados por este modelo, queremos inserir-nos a fundo na sociedade, partilhamos a vida com todos, ouvimos as suas preocupações, colaboramos material e espiritualmente nas suas necessidades, alegramo-nos com os que estão alegres, choramos com os que choram e comprometemo-nos na construção de um mundo novo, lado a lado com os outros...” (n.269).

Uma tentação que precisamos tomar cuidado: a tentação de ser cristãos mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor – “Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros...” (n. 270).

É preciso dar razão de nossa esperança: “Jesus não nos quer como príncipes que olham desdenhosamente, mas como homens e mulheres do povo... Assim, experimentaremos a alegria missionária de partilhar a vida com o povo fiel de Deus, procurando acender o fogo no coração do mundo” (n. 271).

O discípulo missionário, quando plenamente devotado em seu trabalho evangelizador, experimenta o prazer de ser um manancial que transborda e refresca os outros (n.272).

Somos advertidos, como discípulos: “Não se vive melhor fugindo dos outros, escondendo-se, negando-se a partilhar, resistindo a dar, fechando-se na comodidade. Isto não é senão um lento suicídio” (n. 272).

Portanto, a missão no coração do povo não é uma parte da vida, ou ornamento que se pode por de lado, tão pouco um apêndice ou um momento isolado da vida de uma pessoa. (n. 273).

Evangelizadores com espírito (Parte II)


Evangelizadores com espírito

Terceira motivação:  
A ação misteriosa do Ressuscitado e do Seu Espírito. O discípulo não pode cair no pessimismo, no fatalismo e na desconfiança, mas, como discípulo do Ressuscitado, ser portador de esperança:

Cristo Ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança, e não nos faltará a sua ajuda para cumprir a missão que nos confia” (n. 275).

É preciso que o discípulo tome cuidado, nos alerta o Papa:

“Pode acontecer que o coração se canse de lutar, porque, em última análise, se busca a si mesmo num carreirismo sedento de reconhecimentos, aplausos, prêmios, promoções; então a pessoa não baixa os braços, mas já não tem garra, carece de ressurreição. Assim, o Evangelho, que é a mensagem mais bela que há neste mundo, fica sepultado sob muitas desculpas” (n. 277).

Noutra passagem também nos adverte:
“Às vezes invade-nos a sensação de não termos obtido resultado algum com os nossos esforços, mas a missão não é um negócio nem um projeto empresarial, nem mesmo uma organização humanitária, não é um espetáculo para que se possa contar quantas pessoas assistiram devido à nossa propaganda. É algo de muito mais profundo, que escapa a toda e qualquer medida” (n. 279).

É preciso que nos empenhemos totalmente, mas deixar que seja o Espírito Santo a nos tornar fecundos, como melhor Lhe parecer, os nossos esforços “n. 279): é para manter o ardor missionário é preciso uma decidida confiança no Espírito Santo (n. 280):

“Mas não há maior liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular e controlar tudo e permitindo que Ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione para onde Ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e em cada momento. A isto se chama de ser misteriosamente fecundos” (n. 280).


Quarta motivação:
A força missionária da intercessão. A Oração de intercessão não nos afasta da verdadeira contemplação, porque esta não pode deixar de fora os outros, no que consistiria numa falsa contemplação (n.281):

“Quando um evangelizador sai da Oração, o seu coração tornou-se mais generoso, libertou-se da consciência isolada e está ansioso por fazer o bem e partilhar a vida com os outros” (n.282), e por isto, afirma o Papa, os grandes homens e mulheres de Deus foram grandes intercessores: “A intercessão é como ‘fermento’ no seio da Santíssima Trindade” (n.283).


Evangelizadores com espírito (Parte III)

Evangelizadores com espírito

Quinta motivação:

A presença de Maria, a Mãe da Evangelização. Com o Espírito Santo, Maria está sempre presente no meio do povo (At 1,140). Maria é Mãe da Igreja evangelizadora, e, sem Ela, não podemos compreender cabalmente o espírito da nova evangelização:

“Ao pé da Cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho. Não é do agrado do Senhor que falte à Sua Igreja o ícone feminino” (n.285).

O Papa cita o Beato Isaac da Estrela, que nos expressou a maravilhosa ligação íntima entre Maria, a Igreja e cada fiel:

“Nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui em geral à Igreja, Virgem e Mãe, aplica-se em especial à Virgem Maria (...).

Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda.

(...) No tabernáculo do ventre de Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel habitará pelos séculos dos séculos” (n.285).

Assim o Papa nos apresenta Maria:

“Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor.

É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas.

Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que Se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno.

Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus” (n.286).

Fala-nos de sua forte expressão na religiosidade popular:

“Através dos diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários, compartilha as vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a formar parte da sua identidade histórica.

Muitos pais cristãos pedem o Batismo para seus filhos num santuário mariano, manifestando assim a fé na ação materna de Maria que gera novos filhos para Deus.

É lá, nos santuários, que se pode observar como Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes sacrifícios, vêm peregrinos para A ver e deixar-se olhar por Ela.

Lá encontram a força de Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida. Como a São João Diego, Maria oferece-lhes a carícia da sua consolação materna e diz-lhes: «Não se perturbe o teu coração. (...) Não estou aqui eu, que sou tua Mãe” (n. 286).

Maria é a Mãe do Evangelho vivente, e podemos contar com sua intercessão na ação evangelizadora. (n.287).


Evangelizadores com espírito (Final)

Evangelizadores com espírito

O Papa apresenta também um estilo mariano na atividade evangelizadora:

Porque sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto. Nela, vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes” (n. 288).

Podemos contar com Maria, e o Papa encerra a Exortação esta Oração: 

“Virgem e Mãe Maria, Vós que, movida pelo Espírito,
acolhestes o Verbo da vida na profundidade da vossa fé humilde,
totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a dizer o nosso «sim»
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de fazer ressoar a Boa-Nova de Jesus.

Vós, cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João, o Batista,
fazendo-o exultar no seio de sua mãe. Vós, estremecendo de alegria,
cantastes as maravilhas do Senhor. Vós, que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável, e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito para que nascesse a Igreja evangelizadora.

Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados
para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte.

Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga.

Vós, Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas, intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo,
para que ela nunca se feche nem se detenha
na sua paixão por instaurar o Reino.

Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa,
da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho
chegue até aos confins da terra e nenhuma
periferia fique privada da sua luz.

Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós. Amém. Aleluia!” (n.288)


Aprendamos com Zaqueu

                                               


Aprendamos com Zaqueu

Aprofundando a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 19,1-10), retomemos dois parágrafos do Catecismo da Igreja Católica:

- “Muitos pecados prejudicam o próximo. Há que fazer o possível por reparar esse dano (por exemplo: restituir as coisas roubadas, restabelecer a boa reputação daquele que foi caluniado, indenizar por ferimentos). A simples justiça o exige.

Mas, além disso, o pecado fere e enfraquece o próprio pecador, assim como as suas relações com Deus e com o próximo. A absolvição tira o pecado, mas não remedeia todas as desordens causadas pelo pecado.

Aliviado do pecado, o pecador deve ainda recuperar a perfeita saúde espiritual. Ele deve, pois, fazer mais alguma coisa para reparar os seus pecados: «satisfazer» de modo apropriado ou «expiar» os seus pecados. A esta satisfação também se chama «penitência».” (1)

 

- “Em virtude da justiça comutativa, a reparação da injustiça cometida exige a restituição do bem roubado ao seu proprietário:

Jesus louvou Zaqueu pelo seu compromisso: «Se causei qualquer prejuízo a alguém, restituir-lhe-ei quatro vezes mais» (Lc 19, 8). Aqueles que, de maneira direta ou indireta, se apoderaram de um bem alheio, estão obrigados a restituí-lo, ou a dar o equivalente em natureza ou espécie, se a coisa desapareceu, assim como os frutos e vantagens que o seu dono teria legitimamente auferido.

Estão igualmente obrigados a restituir, na proporção da sua responsabilidade e do seu proveito, todos aqueles que de qualquer modo participaram no roubo ou dele se aproveitaram com conhecimento de causa; por exemplo, aqueles que o ordenaram, o ajudaram ou o ocultaram.” (2)

Aprendamos com Zaqueu a firmar nossos passos no processo contínuo de conversão, tomando consciência da nossa condição pecadora, diante da Misericórdia Divina, a nós revelada pela Palavra e Pessoa de Jesus Cristo.

Seja a acolhida da Palavra do Evangelho sempre fonte de transformação de nossa vida, acompanhada de sinceros compromissos com a fraternidade, partilha, solidariedade, justiça e paz.

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.1459

(2)Idem – parágrafo n. 2412

Quando acolhemos o Senhor, tudo se transforma!

                                                       

Quando acolhemos o Senhor, tudo se transforma!

Reflitamos sobre a conversão de Zaqueu (Lc 19,1-10), chefe de cobradores de impostos, à luz do Sermão de São João Crisóstomo (séc. VI).

“’Entrou Jesus em Jericó e atravessava a cidade. Um homem chamado Zaqueu, chefe dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus’.

Veja-o correr, ardendo em desejos de Deus, e subir a uma árvore e olhar ao seu redor procurando ver a Jesus para conhecer a fonte de vida. Ao ver Jesus, Zaqueu saciou a curiosidade de seus olhos, mas sentiu o seu coração incendiar-se de um desejo muito mais intenso.

Observa o desejo deste homem. ‘Procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. Então ele, correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali’.

Zaqueu, baixo em estatura, mas grande em ponderação do espírito, procurava ver Jesus; procurava ver ao Deus que distribui entre os homens os dons celestiais.  Não tinha a dulcíssima alegria de conhecer a Deus, mas desejava ver o Profeta do amor. Enfermo, desejava ver a saúde; faminto, buscava o Pão do Céu; sedento, suspirava pelo manancial de água. Desejava ver Aquele que concede aos sacerdotes uma vida nova e tinha despertado Lázaro do sono da morte.

Zaqueu viu o Senhor, e a chama de seu amor aumentava continuamente; Cristo tocou o seu coração, e ele se converteu em outro homem: de publicano, em homem cheio de zelo; de infiel, em fiel. Quem ama tanto ao pai e à mãe, quem jamais amou a mulher e aos filhos como Zaqueu amou ao Senhor, conforme testemunham os fatos?

Por amor de Cristo, repartiu os seus bens aos pobres, e devolveu quatro vezes mais para aqueles de quem tinha se aproveitado. Que boa disposição no discípulo, que discrição e poder o de Deus, que induziu para a ação somente por ter visto Jesus! Todavia, Zaqueu ainda não tinha falado – somente tinha sido visto por quem tanto o desejava -, e já a potência da fé elevava ao alto aquele coração cheio de desejo.

Zaqueu, desce depressa, apressa-te a entrar na tua casa, porque ali tenho que me abrigar, porque me recolho onde existe fé: vou onde existe o amor. Já sei o que tu vais fazer: sei que darás teus bens aos pobres e, sobretudo, irás restituir quatro vezes mais  àqueles de quem te aproveitaste. Eu entro de boa vontade na casa deste tipo de homens’.

Zaqueu desceu em seguida, foi para a sua casa e hospedou a Jesus. Cheio de alegria e de pé, disse: ‘Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se me aproveitei de alguém, lhe restituirei quatro vezes mais’.

Ó confissão sincera, que brota de um coração verdadeiro cheio de fé, resplandecente de justiça! Tal justiça se digne conceder a nós o Deus do universo, pela graça e a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.”

Aprendamos com Zaqueu a fazer nossa confissão sincera, que brote de um coração verdadeiro de fé.

Com ele, também aprendamos a buscar, como enfermos que somos pelo pecado, a saúde que Ele pode nos conceder; famintos que somos, o Pão Celestial e o Sangue Diviníssimo, que nos sacia e nos revigora; sedentos que somos de justiça e de vida plena e feliz, saciar n’Ele a Divina Fonte de amor, vida, alegria, paz e eternidade, a fonte inesgotável de Água Viva, que nos sacia e nos dá vida nova pelo Espírito.

Como Zaqueu, não desistamos jamais de correr ao encontro do Amado, Jesus. Não percamos a oportunidade ao vê-Lo passar tantas vezes em nossa vida. Em cada Eucaristia que celebramos, é sempre tempo de graça e conversão para nós. Tudo isto acontece quando da Mesa da Palavra e da Eucaristia participamos e, transformados n’Aquele que recebemos, o Mistério celebrado na vida prolongamos.


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Ed Vozes - 2013 - pp. 749/750

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