sábado, 16 de novembro de 2024

Enquanto o Senhor não vem! (Reflexão 3)

                                   



Enquanto o Senhor não vem!

Enquanto o Senhor não vem,
Misericórdia sempre. Amém!

Enquanto o Senhor não vem,
Humildade indispensável. Amém!

Enquanto o Senhor não vem,
Louvor agradável a Deus. Amém!

Enquanto o Senhor não vem,
Paz, plenitude de vida. Amém!

Enquanto o Senhor não vem,
Caridade inteligente. Amém!

Enquanto o Senhor não vem... (Reflexão 4 )

                                                     

Enquanto o Senhor não vem...

A passagem do Evangelho do 33º Domingo do Tempo Comum (Ano B) – Mc 13,24-32 – nos ilumina como devemos viver a fé neste tempo intermediário, na espera desta grande “parusia”.

“Eschaton” consiste no sentido e no destino final da história. E, é esta a tonalidade das Leituras dos últimos Domingos do Tempo Comum, e para ela se volta nosso olhar. Esperamos a “parusia” (o regresso glorioso, a segunda vinda definitiva do Senhor no fim dos tempos).

Em primeiro lugar, é preciso que mantenhamos fixo o olhar da fé no final da História, em que Ele, o Senhor, regressará glorioso e os Seus eleitos poderão vê-Lo e experimentar Sua proteção e Seu Amor.

Que promessa consoladora, que nos preenche de coragem, ainda que nos tempos de calamidade, quando a barca da história parece ficar à deriva das forças do mal, da morte, da injustiça, da violência. Confiantes há que se permanecer, pois “céu e terra passarão”, mas “as Palavras” do Senhor jamais passarão (Mc 13,31).

Cairão todas as forças do mal, da morte, da dominação; as montanhas do egoísmo, mentira, vaidade ou quaisquer outros nomes que obscureçam a vida, que lhe roubem a beleza, dignidade e sacralidade. Enquanto isto é preciso ficar vigilantes na fé.

Em segundo lugar, a atitude que se dever ter neste tempo presente, no cotidiano: evitar a curiosidade inútil de conhecer o futuro e o estéril desejo de certezas que sempre seduziram a Humanidade.

Nossa História está nas mãos de Deus. Como cristãos, não nos curvamos às determinações de horóscopos, magias, visionários diversos, como que messias de plantão. Uma atitude de fé autêntica não precisa e nem se apoia nisto ou em coisas semelhantes.

Em terceiro, o reconhecimento dos sinais do Amor de Deus em nossa vida, que bate sempre a nossa porta e nos faz estremecer de alegria com a Sua amada e desejável presença. Não há lugar para o pânico quando temos a certeza de que o Amante, o Amado e o Amor (a Santíssima Trindade) estão conosco em cada momento da vida.

A estação do inverno tem sua beleza própria, como todas as estações, mas há algo do inverno que não combina com a fé: o frio.

Um inverno da fé não condiz com a atitude de quem no Senhor deposita a confiança e a esperança;  de quem se encontrou com a Fonte Divina do Amor: Jesus.

Inverno espiritual não é do que o mundo precisa, antes precisa de quem possa comunicar o fogo, o ardor, a chama do Santo Espírito, acesa no dia Batismo para nunca mais se apagar e ao mundo luz, calor, vida, alegria, esperança e amor comunicar, expressando e testemunhando a maravilha de se ter fé.

Ajudar o próximo a crer que as estações se sucedem e que depois de um inverno espiritual, com maturidade enfrentado, esforços multiplicados, pode-se contemplar a primavera do Espírito na perseverança, com coragem, lucidez, alegria interior contagiante, sabedoria e discernimento na espera do dia do Senhor que veio, vem e virá.

Quando? Ninguém sabe, é segredo do Pai (Mc 15,32). Não nos cabe saber o momento, mas para nós cabe atitude de vigilância, vivendo a fé, solidificando a esperança, na vivência daquilo que jamais passará: o amor.

Oremos:

“Ó Deus, que velais sobre a sorte do Vosso Povo,
Aumentai em nós a fé de que todos os que
dormem no pó ressuscitarão.

Concedei-nos o Vosso Espírito para que, ativos na caridade,
esperemos cada dia a manifestação do Vosso Filho,
o qual há de vir para reunir todos os eleitos no Seu Reino
e que dentre os quais estejamos incluso. Amém”


PS: Livre adaptação do Lecionário Comentado - pp. 801-802.

A oração e o compromisso indispensável

                                                              

A oração e o compromisso indispensável

As mãos que elevamos aos céus
são as mesmas que na terra estendemos ao outro...

No sábado da 32ª Semana do Tempo Comum, a Liturgia nos apresenta a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,1-8), convidando-nos a refletir sobre a verdadeira oração, que consiste uma relação estreita e íntima com Deus, num diálogo intenso e insistente.

A oração leva-nos à compreensão do silêncio de Deus, respeito ao Seu ritmo, que não necessariamente é o nosso e, sobretudo, nos leva ao crescimento no Seu Amor.

Voltemo-nos para a passagem do Livro do Êxodo (Ex 17, 8-13a), em que o autor nos apresenta uma catequese sobre a oração, como força em nossa luta quotidiana.

A oração de Moisés é a grande intercessão em favor do povo hebreu contra os amalecitas. Enquanto ele mantém as mãos levantadas, há a vantagem sobre os inimigos, mas quando vencido pelo cansaço, suas mãos se abaixam, os inimigos dominam.

A oração é importante, e deve ser perseverante, persistente. Por isto, Aarão e Hur, ao lado de Moisés, amparam-lhe as mãos e assim os hebreus vencem os inimigos.

De fato, a libertação pressupõe a oração de Moisés e a intervenção de Deus, mas não dispensa a ação do povo. A mensagem catequética é explícita: a libertação se deve mais à ação de Deus do que aos esforços do Povo.

Deus não cruza os braços no processo de libertação do Seu Povo e a oração se torna a grande força para o combate e a vitória:

“A conquista é dom de Deus. Se o Povo de Deus reza e confia no Senhor, o próprio Senhor combate e vence; se o Povo de Deus se apoia apenas suas forças é derrotado” (1).

Também com o Apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo (2 Tm 3,14-4,2), vemos como é importante a Palavra de Deus como fonte privilegiada de oração.

O texto foi escrito para as comunidades que viviam um contexto de perseguição, da falta do entusiasmo. Era mais do que necessário a redescoberta deste entusiasmo pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Era preciso retomar a fidelidade à doutrina, como grande herança dos Apóstolos, que é acompanhada pela fidelidade às Escrituras, fonte de formação e educação cristã, tornando o discípulo mais configurado ao Senhor.

Paulo exorta a uma proclamação da Palavra sem medo, sem pudores e com entusiasmo. Palavra que é oportuna para ensinar, persuadir, corrigir e formar.

Urge rever se a Palavra de Deus tem centralidade em nossa vida, como a valorizamos e que formação procuramos para melhor compreendê-la e melhor vivê-la.

Retomando a passagem do Evangelho (Lc 18,1-8), vemos Jesus a caminho de Jerusalém, e nos exorta à prática da verdadeira Oração, como diálogo contínuo e perseverante e que nos leva à abertura do coração ao Projeto de Salvação.

Muitas são as inquietações que nos cercam em todos os âmbitos (pessoal, familiar, comunitário e social, mundial...). Por vezes não entendemos o “silêncio de Deus”.

Mas aqui a grande notícia: Deus não é indiferente aos nossos sofrimentos. Porém, é preciso uma oração feita com paciência e com perseverança, até que o Projeto de Deus se cumpra.

A oração é sempre o momento em que nos colocamos diante de Deus, para reencontrarmos forças para perseverarmos no caminho do encontro de Seu Amor; é o abastecer para acolher e realizar, com coragem e entusiasmo, o Projeto de Salvação que Deus tem para nós.

Quando nos envolvemos pelo Amor de Deus, sabemos esperar em Sua aparente ausência, que é a mais verdadeira presença.

A oração há de ser sempre uma atitude que brota da fé em Deus, na confiança e na perseverança. Rezarmos sempre, sem nos desencorajarmos, com a certeza de que Deus nos escuta depressa, sem tardar.

Se Deus não nos atende pode ser porque não pedimos o necessário, e nossa oração não está devidamente sintonizada com o Seu Projeto de Vida e Salvação.

Na Parábola, vemos que “Não corresponde ao estilo de Jesus Cristo um ensinamento que induz o discípulo a forçar a vontade de Deus, para O fazer mudar de ideias e obrigá-Lo a fazer aquilo que o homem quer! Pelo contrário, a Parábola é provocatória e, para compreendermos bem, temos de entender a inversão de perspectiva”  (2)

Importante dizer que oração não é transferência de responsabilidade para Deus. Deus fará o que a nós é impossível, e jamais nos dispensará de sinceros compromissos para que a graça seja alcançada.

“Como para Israel no deserto, também na nossa vida se trata de combater contra um adversário poderoso, que não pode ser vencido apenas com as nossas forças humanas.

A oração constante e convicta, é sinal de quem confia na ajuda divina, ‘levanta as mãos’ (Ex 17,11) e clama continuamente (cf. Lc 18,7), tirando proveito da Palavra que escutou, convencido de que pode realizar-se.” (3)

Quando orarmos pela paz, nos empenhemos pela paz. Quando orarmos pelos pobres, multipliquemos gestos de solidariedade para com os mesmos. Quando orarmos pela paz na família, façamos sincera revisão de nossas atitudes que venham a ferir esta paz.

Toda oração que elevamos aos céus, nos compromete, imediatamente com Deus, com o outro e conosco.

Reflitamos:

- O que é oração?
- Como e para que a oração?

- Quais são as pessoas que nos ensinam a beleza da oração em nossa vida?

- O que precisamos fazer para redescobrir o gosto, a beleza e a força da oração?

- Quais são os conteúdos de nossas orações?
- O que a oração repercute em nossa vida?
- Preparamo-nos para bem proclamar, acolher e viver a Palavra de Deus?

Concluindo, vemos que, na necessária conversão, para que melhores discípulos missionários do Senhor sejamos, é preciso que tenhamos fé, ou seja, uma atitude confiante para desejar fortemente tudo que seja conforme o Projeto de Deus.


(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus - Lisboa - pág. 600
(2) Idem – pág. 602
(3) idem - pág. 603

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Dupla tentação: esquecimento de Deus e ativismo (14/11)

                                                          

Dupla tentação: esquecimento de Deus e ativismo

Na sexta-feira da 32ª Semana, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas, que nos fala sobre o dia em que o Filho do Homem Se manifestará, de forma surpreendente (Lc 17,26-37).

Jesus nos convida a vigilância, sem olhar para trás, com a disponibilidade para tudo abandonar, em incondicional fidelidade na espera de Sua volta.

Mas somos todos sujeitos a uma dupla tentação, pois a tentação do esquecimento de Deus e o ativismo podem se fazer presentes na vida de qualquer um que se coloque no caminho do discipulado:

“O esquecimento de Deus é também para nós a tentação maior, tal como a ocupação ansiosa e frenética nos afazeres que nos impede de pensar, de nos interrogarmos, de procurar o Senhor” (1)


Oremos:

Senhor, livrai-nos da tentação que nos leve a Vos esquecer, ou não amá-Lo como se convém, acima de todas as coisas, de todo o coração, com toda a alma e todo o entendimento, antepondo e sobrepondo outras coisas e atividades de nosso cotidiano.

Senhor, livrai-nos da tentação de um ativismo estéril e devorador de nossas forças, ainda que boas sejam as ações, mas sem o devido cuidado, podendo ser a expressão de ansiedade desmedida, sem necessário critério e discernimento.

Senhor, reinai soberanamente em nosso coração, para amarmos e servirmos como Vós fizestes, com ardor, amor, zelo e plena alegria; fazendo todas as coisas com novo sabor, luminosidade, porque impulsionados pela chama e graça do Vosso indizível amor.

“Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a Vós, o Criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém” (2)


(1) (2) Lecionário Comentado – Editora Paulus - p.782 - Oração do dia do 33º Domingo do Tempo Comum.                    

O juízo final e a vigilância necessária

                                                  

O juízo final e a vigilância necessária

Ouvimos, na sexta-feira da 32ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 17,26-37), em que somos convidados a estar sempre preparados para o encontro com Deus:

“O juízo que nos espera é a revelação daquilo que realmente somos; a morte nos mostrará toda a verdade. Sua vinda nos detém no ponto em que nos encontramos no relacionamento com Deus e com os homens: ódio e amor, bondade e malícia, egoísmo e generosidade ficam imobilizados no instante em que cessa a vida” (1).

Deste modo, o encontro poderá ser “de alegria ou de infinito desespero, conforme o sentido que cada um tiver dado à própria existência” (2).

Segundo o Lecionário Comentado, “a aplicação dos exemplos à vinda do Filho do Homem não é de fácil compreensão. Através de uma série de contraposições, o texto afirma a necessidade de não voltar atrás, como fez a mulher de Lot (cf Gn 19,26) e, implicitamente, a exigência de estar preparado” (3).   
                                           
No versículo final da referida passagem, quando os discípulos lhe perguntaram - “Senhor, onde acontecerá isso?” (Lc 17,37), temos a enigmática resposta de Jesus: - “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.

Vejamos algumas possíveis explicações, em que podemos fazer referência ao juízo final:

- A profecia de Ezequiel, retomada pelo livro do Apocalipse, em que o Profeta se refere à batalha vitoriosa final contra as forças do mal. Os animais de rapina ou os abutres serão mandados a comer as carnes dos cadáveres (Ez 39,4.17-20; Ap 19,17-18);

- O vale de Josafá, onde acontecerá o juízo final de acordo com a profecia de Joel (Jl 4,2.12);

- E ainda, um simples provérbio popular semelhante a este: “Onde há fumaça, há fogo!”.

Entretanto, o que podemos, de fato, apreender, é a necessária atitude de discípulos missionários: a vigilância; de modo que, à Sua chegada, estejamos devidamente preparados, doando a nossa vida, perdendo-a para ganhá-la eternamente, e não sejamos como “cadáveres para os abutres”.

Estejamos sempre prontos, a serviço da vida plena e definitiva, para que mereçamos a glória da eternidade.

Oremos:

Iluminai, Senhor, os nossos corações, com o esplendor da Vossa divindade, para que não andemos na escuridão, pois sois a Luz do Mundo, e quem Vos Segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida.

Firmai, Senhor,  nossos passos, para que caminhemos, com segurança, rumo à Pátria da luz eterna, e assim, devidamente preparados para a Sua chegada gloriosa. Amém.


(1) (2) Missal Cotidiano - pp. 1493-1494
(3) Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 - pp. 781-782

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Os Arcanjos, enviai-nos, Senhor

                                        


Os Arcanjos, enviai-nos, Senhor

Enviai, Senhor, Vossos Arcanjos ao nosso encontro,
Sobretudo nestes momentos tão difíceis por que passamos,
Em que o sol parece se pôr como que para sempre,
Sem perspectivas de contemplar um novo amanhecer.
 
Devido a uma enfermidade, a partida de quem amamos
Para a eternidade, doce lembrança de momentos vividos,
Amargo gosto da ausência para um abraço, uma palavra,
Ainda que os tenhamos vivos na memória e coração.
 
Não fosse a fé que temos na Ressurreição,
Como suportaríamos a dor da saudade que nos consome?
Ah, se não fosse a presença amável dos Anjos e Arcanjos conosco,
Revelando-nos a divina onipotência de amor que nos envolve!
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Enviai Vosso Arcanjo Miguel, cujo nome revela uma missão:
“Quem é como Deus?”, para com Ele vencermos os combates
De nomes tantos do cotidiano, bem como a força do Maligno.
 
Vossos Arcanjos, enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos,
Enviai Vosso Arcanjo Gabriel, para renovar em nós
A fé, a coragem e a confiança incondicional em vosso poder,
Vossa força que vem em socorro de nossa humana fraqueza.
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Enviai Vosso Arcanjo Rafael, trazendo-nos de Vós a Cura
De nossas enfermidades físicas ou espirituais,
Que nos fragilizam no carregar da cruz cotidiana.
 
Vossos Arcanjos enviai-nos, Senhor, suplicamos-Vos.
Rafael, para a cura de nossas enfermidades múltiplas,
Gabriel, para nos comunicar a força divina,
Miguel, para vencermos o bom combate da fé. Amém.
 

Sejamos firmes na construção do Reino! (13/11)

                                                     


Sejamos firmes na construção do Reino!

Na quinta-feira da 32ª Semana do Tempo Comum ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 17,20-25) sobre a presença do Reino em nosso meio.

Vejamos o comentário do Missal Cotidiano:

“A sociedade de lucro e de consumo quer controlar tudo com o metro da produtividade, do interesse e da utilidade; sonha com uma era de bem-estar completo e tende para ela. Quimera inatingível; basta uma crise energética para por em perigo todos os níveis adquiridos.

O Reino que Jesus veio inaugurar no mundo não pertence a esse gênero; consiste em abater as barreiras do egoísmo, do arrivismo, da exploração, para fazer de todos os homens uma só família de filhos de Deus.

É esta a principal missão da Igreja (Lúmen Gentium 5). Mas a Igreja opera através de seus filhos; por isso, a conversão deve começar por cada um de nós. Se o nosso coração permanece de pedra, frio, insensível, o Reino de Deus não poderá dilatar-se”.(1)

A citação seguinte retrata a perfeita sintonia do pensamento da Igreja, que em um dos seus documentos nos enriquece com estas palavras, levando-nos a refletir sobre a incansável missão da Igreja:

"Toda a Igreja é missionária, em virtude da mesma caridade com que Deus enviou Seu Filho para a Salvação de todos os homens. E única é a sua missão, a de se fazer próxima de todos os homens e todos os povos, para se tornar sinal universal e instrumento eficaz da paz de Cristo" (RdC 8).(2)

Nisto consiste a missão da Igreja, a missão do próprio Cristo, deste modo, as mesmas tentações enfrentadas pelo Senhor no deserto serão enfrentadas pelos Seus discípulos missionários no “deserto da cidade”: tentação do ter, poder e ser.

Na missão da Igreja nunca o poder será sinônimo de tirania, arbitrariedade, autoritarismo, mas serviço alegre e incansável, simplesmente por amor.

Jamais o ter nos levará a cobiça, acumulação, expropriação, enriquecimento ilícito...

Mais que ter é preciso ser de Deus na partilha com o outro. Idolatria da acumulação dos bens jamais!

Adoração ao Deus vivo e verdadeiro sempre, pois só Sua graça nos basta!

Jamais o ser que nos leve ao arrivismo (atitude daquele que se vale de quaisquer meios para alcançar o sucesso), que nos torne capazes de macular a imagem do outro, de prejudicar a muitos... O arrivismo tem que ceder lugar para a humildade na autenticidade de nosso discipulado.

Oremos:

O pão nosso de cada dia nos dai hoje, Senhor.
Não o pão da acumulação, mas o pão que a todos sacia na alegre partilha.

Ajudai-nos a não ceder à tentação do sucesso e prestígio sem com o outro compromissos edificantes.

Iluminai-nos para que façamos de nossa vida um alegre serviço na construção do Vosso Reino, porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre. Amém!

  
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - p.1489.
(2) idem

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG