quinta-feira, 20 de junho de 2024

Oração para a Comunhão Espiritual (2)

                                   

                     Oração para a Comunhão Espiritual

“Aos Vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e Vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no Vosso e na Vossa santa presença. Eu Vos adoro no Sacramento do Vosso amor, desejo receber-Vos na pobre morada que meu coração Vos oferece.

À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-Vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a Vós. Que o Vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em Vós, espero em Vós. Eu vos amo. Assim seja”. (1)


(1) Cardeal Rafael Merry del Val

Exemplos que nos inspiram

 


Exemplos que nos inspiram

A última parte do Livro do Eclesiástico é dedicada ao elogio dos antigos patriarcas, que constituem nobre exemplo para as futuras gerações.

Enriquecedor o comentário do Missal Cotidiano sobre a passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 44,1.9-13), que nos fala destes exemplos de piedade e retidão, cujas boas obras não foram esquecidas e a posteridade herdou suas virtudes:

“Este elogio dos homens que foram grandes com Deus será retomado na Epístola aos Hebreus (c.11) e permanece na memória que a Igreja faz dos mártires e Santos, que construíram sua história, a história mais profunda e verdadeira, a do homem com Deus.

‘Em seu dia natalício a Igreja proclama o mistério pascal realizado nos Santos que sofreram com Cristo e com Ele são glorificados, e propõe aos fiéis o seu exemplo, que atrai a todos ao Pai por meio de Cristo’ (SC 104).

A luta pela oração, pela vitória sobre si mesmos, por uma ardente bondade, por um amor puro, pela fidelidade conjugal, pela virgindade, paz e a paciência é a vitória da Igreja.

Também da história de nossa vida, o que em verdade permanecerá, será a história de nosso amor com relação a Deus e aos irmãos” (1).

Reflitamos:

- Na Sagrada Escritura, quem inspira minhas ações, meus passos e decisões?

- Quais sãos os santos e santas na história da Igreja que me inspiram a imitar suas virtudes, na fidelidade a Jesus Cristo, como discípulo missionário d’Ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?

- Quem são aqueles/as que já na glória de Deus, também me inspiram no meu dia a dia?

- Qual a história de amor a Deus e aos irmãos e irmãs eu tenho escrito?

“Pai Nosso que estais nos céus...”

 

(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.835-836

Templo: lugar sagrado do encontro com Deus

                                                       

Templo: lugar sagrado do encontro com Deus

Uma breve reflexão sobre a passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 50, 5-10):

“Como era glorioso ao fazer a volta do santuário, ao sair da casa do Véu! Era como a estrela da manhã no meio da nuvem, como a lua cheia nos dias de festa; como o sol resplandecendo sobre o santuário do Altíssimo, como o arco-íris brilhando entre as nuvens de glória; como a flor das roseiras em dias de primavera, como o lírio junto às fontes das águas, como a vegetação do Líbano em dias de verão. Era como o fogo e o incenso no turíbulo, como um vaso de ouro maciço, ornado de toda espécie de pedras preciosas; como a oliveira carregada de frutos, como o cipreste, que se eleva até às nuvens”. 

Notamos dez comparações, que Simão de Onias, sumo sacerdote, faz sobre à Casa do Senhor, que restaurara (Eclo 50,1):

1.   como a estrela da manhã no meio da nuvem;
2.   como a lua cheia nos dias de festa;
3.   como o sol resplandecendo sobre o santuário do Altíssimo;
4.   como o arco-íris brilhando entre as nuvens de glória;
5.   como a flor das roseiras em dias de primavera, como o lírio junto às fontes das águas;
6.   como a vegetação do Líbano em dias de verão;
7.   como o fogo e o incenso no turíbulo;
8.   como um vaso de ouro maciço, ornado de toda a espécie de pedras preciosas;
9.   como a oliveira carregada de frutos;
0. como o cipreste, que se eleva até às nuvens. 

Ainda que humildes e simples sejam nossas Igrejas, cuidemos e agradeçamos pelas mesmas, pois é graça de Deus, lugar sagrado do encontro para a Celebração dos Sacramentos, do fortalecimento de nossa espiritualidade, sobretudo na Celebração da Eucaristia.

Glorifiquemos a Deus por nossas Igrejas, edificadas com tanto esforço e generosa colaboração de muitos. Cada Igreja tem sua história, pessoas que contribuíram e continuam contribuindo para sua manutenção, quer entre nós, quer conosco na comunhão dos santos.

Da mesma forma que cuidamos de nossas igrejas (templos), urge que  tenhamos mesmo amor e cuidado de cada pessoa, como templo sagrado de Deus, no qual Ele quis fazer Sua morada. Deste modo, urge, também, o fortalecimento de nossas Pastorais, no cuidado da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Humildade e Sabedoria Divina

Humildade e Sabedoria Divina

Uma breve reflexão à luz da passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 3,19-21.30-31).

O autor sagrado nos apresenta a atitude de humildade como exigência fundamental, para que sejamos agradáveis a Deus e, ao mesmo tempo, para termos êxito e sermos felizes.

Deste modo, nos colocaremos, por amor e alegremente, a serviço do outro, sobretudo daqueles que  mais precisam (os fragilizados, os marginalizados, os empobrecidos).

O aprofundamento sobre a sabedoria divina e a sua vivência, é certeza do viver bem e feliz, pois esta somente pode ser saboreada por quem viver a humildade, ou seja, quem assumir com simplicidade o próprio lugar, pondo a render os talentos, sem jamais humilhar o outro com uma eventual superioridade, mas colocando os próprios dons a serviço de todos, com simplicidade e amor.

Bem diferente é o soberbo, que permite crescer nas entranhas de seu coração a árvore da maldade, com suas raízes tão profundas.

A vida cristã será sempre o desafio de não sermos soberbos, mas humildes servidores, não pelo nosso mérito, mas pela graça de Deus, porque tudo é dom de Deus.

E a humildade necessária, requer de cada um de nós, discípulos missionários, vigilância, oração e conversão constante.

Se assim o fizermos, seremos cumulados de sabedoria divina e faremos os outros felizes, edificando a nossa própria felicidade.

Crer, esperar e amar

                                                         

Crer, esperar e amar

Eucaristia é o Mistério maior de nossa fé, pois dela vivemos, nos alimentamos e nos refazemos de nossos cansaços, renovamos nossas forças para avançar adiante nos sagrados compromissos que dela emanam:

'A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã'. 'Os demais Sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa’’’ (1)

A Eucaristia bem celebrada redimensiona as virtudes divinas que nos movem:

“Antes de agirmos, a Eucaristia convida-nos a viver as três dimensões mais pessoais e íntimas da experiência cristã, ou seja, crer, esperar e amar. É uma questão de sangue, de corpo, de vida e de morte.

A Eucaristia abrange o homem todo, não é apenas um rito ou uma aspiração, mas sim um sinal que recorda e exige a realidade: Um Sacramento” (2)

Crer, esperar e amar:

Crer num novo mundo possível, sem jamais perder a esperança. Manter viva a fé, dando razão de nossa esperança vivendo a essência do ser cristão, amar;

Amar a Deus e ao próximo, inseparavelmente, como nos ensinou e o Mandamento o Senhor nos deu;

Crer como mais bela expressão de fé em Deus e em Sua onipotência;

Esperar no Senhor, mas não nos omitirmos do que a nós for próprio.

Amar sempre; amor intenso e profundo, amor de Cruz, como o Senhor viveu.

Crer, esperar e amar, somente possível, quando da Eucaristia partícipes e nutridos, e sagrados compromissos com o Reino, mais do que renovados, assumidos e fortalecidos.



(1)        Catecismo da Igreja Católica §1324
(2)        Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – p.881
Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 14,12-16.22-26)

“Pai-Nosso”: uma Oração íntima e confiante em Deus

                                                     


“Pai-Nosso”: uma Oração íntima e confiante em Deus

Nas passagens do Evangelho (Lc 11,1-13; Mt 6,7-15), vemos que é preciso que revisitemos a Escola de Jesus para aprendermos a verdadeira Oração, que consiste num diálogo confiante com o Pai: insistência e confiança são evidências da madura e frutuosa Oração.

O homem novo que somos tem necessidade da Oração em todos os momentos, como expressão da intimidade e encontro com o Pai, em estreita relação de amor e comunhão.

Somente o homem velho fossiliza-se na autossuficiência e indiferença no relacionamento com o Seu Criador.

Na Oração do "Pai-Nosso", que o Senhor nos ensinou, tem conteúdo indizível quando dizemos: 

-  Santificado seja o Vosso nome” - afirmamos que Ele é Salvador de todos os povos;

- “Venha o Vosso Reino” -  suplicamos a vinda de um mundo novo marcado por relações de amor, verdade, justiça, liberdade e paz;

"O Pão nosso de cada dia nos dai hoje" -  suplicamos o pão (pão material e do Pão espiritual);

- "Perdoai-nos as nossas ofensas..." - é a súplica do perdão e da liberdade nos relacionamentos.

A Oração do Pai Nosso carrega no mínimo três grandes desejos humanos:

- Que Deus seja reconhecido como Deus;
- Que o Projeto de Amor de Deus venha ao mundo;
- Que os 03 pedidos sejam respondidos: pão para viver; perdão para amar; liberdade para permanecer de pé.

Finalizando, a Oração exige de nós paciência e renúncia.
Se o Espírito pedirmos, Ele nos será dado! O que mais nos faltará?

Na Escola de Jesus, e somente nela, aprendemos a rezar,
no Senhor de coração confiar e infinitas graças alcançar!
Amém.

“Pai Nosso que estais nos céus...”

                                                   


“Pai Nosso que estais nos céus...”
 
Disse o Senhor na passagem do Evangelho de João (Jo 16,23b-28): “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16,23b).
 
Oportuno um aprofundamento sobre a autêntica oração, que deve acompanhar a vida do  discípulo missionário do Senhor, pois esta, feita em Seu nome, deve nascer da profunda intimidade com Ele, de tal modo que, a Ele configurados, haveremos de ter mesmos sentimentos (Fl 2,1-11).
 
Tudo isto nós vemos e encontramos na mais bela oração que Ele mesmo no-la ensinou: o “Pai-Nosso” (Mt 6,7-15; Lc 11,1-4), que ora refletimos:
 
A manifestação da glória do Pai – “Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome”  amar a Deus sobre todas as coisas; santificar Seu nome por uma vida que expresse nossa filiação, como imagem e semelhança D’Ele criados; profunda e perfeita sintonia com Deus em todos os momentos;
 
A vinda do Reino de Deus – “Venha a nós o Vosso Reino” – o Reino de Deus, como assim rezamos no Prefácio da Missa da Solenidade de Cristo Rei: “Com óleo de exultação, consagrastes Sacerdote Eterno e Rei do universo Vosso Filho único, Jesus Cristo, Senhor nosso. Ele, oferecendo-Se na Cruz, vítima pura e pacífica, realizou a redenção da humanidade. Submetendo ao Seu poder, toda criatura entregará à Vossa infinita majestade um Reino eterno e universal: Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz...” 
 
 amorosa  vontad divina  –  ―”Sej feita   voss vontad assi na  terr com nos céus” -  Nada pode sobrepor à vontade divina, de modo que não podemos nos submeter à busca de fins mesquinhos e egoísticos. Ser capaz de sacrificar caprichos e vontades de tal modo que estas sejam cada vez mais em conformidade à vontade divina, que nem sempre poderá corresponder à nossa, na mais perfeita sintonia;
 
A súplica pelo pão cotidiano – “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”  é preciso pedir o pão cotidiano, porque a salvação atua neste mundo e na história. Peçamos O Pão de Eternidade, O Pão da Eucaristia e com ele o amor, a vida, a alegria, a paz, a solidariedade, a salvação. Podemos e devemos, como cristãos, também, pedir as coisas temporais, mas desde que sejam fundamentais para o nosso viver com sobriedade, numa vida fugaz, sem ficarmos presos às armadilhas do consumo supérfluo, sem critérios ou sem medidas, numa insaciabilidade prejudicial a si mesmo, sem a solidariedade com os mais empobrecidos do essencial para uma vida digna;
 
O perdão dos pecados – “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” – Suplicar o perdão divino é necessário, mas não nos dispensa de viver o mesmo em relação ao nosso próximo. Se experimentarmos o amor e o perdão divinos, verdadeiramente, poderemos viver a graça do perdão também concedido  “Pois, se perdoardes aos homens os seus pecados, também Vosso Pai celeste vos perdoará: mas se não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará vossos delitos” (Mt 6,14);
 
Preservação e libertação da tentação  “Não nos deixeis cair em tentação”  as tentações do Maligno, que Nosso Senhor venceu no deserto (ter, poder e ser  acúmulo, domínio e prestígio respectivamente) – (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), e nos ensinou o mesmo a fazer, para que vivamos na liberdade, pois é para ela que Ele nos libertou, para que sejamos verdadeiramente livres (Gl 5,1); e ainda nos falou o Senhor – “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32);
 
A libertação do mal – “Mas livrai-nos do mal” – para isto precisa da ação e presença dos dons do Espírito Santo para o discernimento, orientação dos passos e perseverança no testemunho das virtudes divinas (fé, esperança e caridade). Aqui lembramos as palavras que rezamos na conclusão do Pai Nosso ao celebrar a Santa Missa: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança, e a  vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo. Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”.
 
Concluímos com a leitura orante da passagem da Carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 5,1-26), na qual ele nos exorta a viver a verdadeira liberdade e caridade, que devem ser marcas fundamentais dos discípulos missionários do Senhor, não satisfazendo os desejos da carne, mas conduzidos pelo Espírito.
 
Fonte: Missal Cotidiano  Editora Paulus  1998  pp. 468-469.
 

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