quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

                                                           

Santos Anjos da Guarda: reverência, gratidão e confiança

No dia 02 de outubro, celebramos a Memória dos Santos Anjos da Guarda, sejamos enriquecidos pelo Sermão do Abade São Bernardo (séc. XII).

A teu respeito ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos (Sl 90,11). Louvem o Senhor por Sua misericórdia e Suas maravilhas para com os filhos dos homens. Louvem e proclamem às nações que o Senhor agiu de modo magnífico a favor deles. Senhor, que é o homem para que assim o conheças? Ou por que inclinas para Ele teu coração? Aproximas dele teu coração, enches-te de solicitude por sua causa, cuidas dele. Enfim, a ele envias o Teu Unigênito, infundes o Teu Espírito, prometes até a visão de Tua face. E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os Teus Santos Espíritos a servir-nos, confia-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.

A teu respeito, ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor.

Estão aqui para proteger, para te serem úteis. Na verdade, embora enviados por Deus, não nos é lícito ser ingratos para com eles, que com tanto amor lhe obedecem e em tamanhas necessidades nos auxiliam.

Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra Àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados.
Assim, irmãos, n’Ele amemos com ternura Seus anjos como futuros coerdeiros nossos, e enquanto esperamos nossos intendentes e tutores dados pelo Pai como nossos guias. Porque agora somos filhos de Deus, embora não se veja, pois ainda estamos sob a tutela quais meninos que em nada diferem dos servos.

Aliás, mesmo assim tão pequeninos e restando-nos ainda uma tão longa, e não só tão longa, mas ainda tão perigosa caminhada, que temos a temer com tão poderosos protetores? Eles não podem ser vencidos, nem seduzidos, e ainda menos seduzir, aqueles que nos guardam em todos os nossos caminhos. São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu”.

De fato, deve aumentar sempre em nós a reverência pelos anjos, por sua presença conosco, acompanhada da gratidão sempre maior por sua benevolência constante por nós, bem como a confiança porque podemos contar com sua proteção em todos os momentos.
Reverência, gratidão e confiança sejam sempre renovadas em nós pela presença e ação dos anjos em nosso favor, pois assim é o desejo de Deus.

Contemplemos a ação dos anjos nas inúmeras páginas da Sagrada Escritura, bem como no ensinamento da Igreja, como podemos ver nos parágrafos 328-336 do Catecismo da Igreja Católica.

Concluo com os parágrafos 328 e 336, respectivamente:

Santo Agostinho diz a respeito deles: ‘Angelus [...] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus –Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)’. Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem ‘continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus’ (Mt 18, 10), eles são ‘os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra’ (Sl 103, 20)”.

“Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. ‘Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para guiá-lo na vida’. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”.

Como é bom saber que os anjos nos guardam em todos os caminhos, como rezamos no Salmo 91!

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...”

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