quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Somos Eternos aprendizes do perdão! (02/12)

                                                       

Somos Eternos aprendizes do perdão!

Advento, muito mais do que um tempo com começo e fim, prolonga-se em todo tempo, como tempo favorável de conversão, com forte apelo à oração, jejum e esmola (partilha).

O Advento é apresentado como tempo de reconciliações, principalmente celebradas e revigoradas na graça do Sacramento da Penitência, que tem seus fundamentos bíblicos nas próprias Palavras do Senhor (Mt 16,19; João 20,21; 2Cor 5,18).

Deste modo o Sacerdote é chamado, neste tempo, a exercer de modo mais intenso um dos mais belos ministérios a ele confiado, em virtude do Sacramento da Ordem: O Ministério da Reconciliação.

Assim lemos no Catecismo da Igreja (1464/5):

“Os Sacerdotes devem incentivar os fiéis a receber o Sacramento da Penitência e devem mostrar-se disponíveis a celebrar este Sacramento cada vez que os cristãos o pedirem de modo conveniente.

Ao celebrar o sacramento da Penitência, o Sacerdote cumpre O ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida;

- O bom samaritano, que cura as feridas;
- Do Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar;
- Do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo.

Em suma, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador”.

É antes de tudo servo do perdão de Deus e não senhor do mesmo.
Como servo deve ser também um eterno aprendiz do perdão, participante da escola do amor do Bom Pastor, que testemunhou um amor mais forte que o pecado.

O Sacerdote, como todo cristão, deve ter no lar (seu berço histórico), a primeira escola de vida cristã, uma escola de enriquecimento humano.

No berço do lar (pequena igreja doméstica), aprendem a resistência à fadiga, a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso, a oração e a oferenda de sua vida (CIC 1657).

No sigilo sacramental, orienta aquele que pecou para uma nova caminhada, um novo horizonte, que só pode ser vislumbrado por alguém que se sentiu amado e perdoado.

O Sacramento deve ser por excelência uma expressão do amor de Deus, o experimentar de Seu mar de misericórdia.

É o olhar de Deus que nos olha para além de nossa pequenez e envia-nos para testemunhar este encontro restaurador, vivenciando-o nos relacionamentos quotidianos.

Testemunhar um Amor que ama até o extremo do amor, na prática da caridade que cobre uma multidão de pecados (1 Pd 4,8), tomando com alegria e coragem sua cruz de cada dia, caminho mais seguro de penitência.

O Padre é o homem do perdão, aquele que, diante do pecador, vivencia os limites impostos pelo pecado, ruptura com Deus e Seu projeto de vida.

É sempre tempo de não desperdiçarmos as oportunidades, que nos são concedidas para a acolhida da graça e perdão.

É necessário que procuremos o Sacramento da Penitência, a fim de que mergulhemos neste mar de misericórdia, e descortinemos um horizonte ilimitado e iluminado pela luz e amor de Deus.

Assim a paz e a alegria verdadeira germinada no Advento, florescida no Natal, frutificada também em tempo Pascal, reinarão em nosso coração, não de forma aparente e superficial, porque brota do Coração de Jesus, que é a expressão máxima de amor que nos reconciliou.

Jamais nos esqueçamos que Aquele que na manjedoura nasceu, que cresceu e por nós padeceu e na Cruz morreu, é o mesmo que Ressuscitou!

Vivamos a estreita e inseparável relação do Advento, Natal, Quaresma, Paixão e Morte, Páscoa da Ressurreição! 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG