Esperamos Aquele que veio, vem e virá
O Tempo Litúrgico do Advento beleza própria, e propicia que nos preparemos para celebrar a vinda de Jesus Cristo, no tempo e na história da humanidade, trazendo-nos a graça da salvação.
Acentua-se em nosso coração a alegre expectativa, ativa e contagiante, para recebermos dignamente o Senhor no momento em que Ele vier.
Num sermão memorável, São Bernardo (abade do século XII) afirma a tríplice vinda do Senhor, acenando para uma vinda intermediária entre a primeira e a última:
“... Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens... Na última, todo homem verá a salvação de Deus e olharão para Aquele que transpassaram. A vinda intermediária é oculta, e nela somente os eleitos o veem em si mesmos e recebem a salvação. Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de Sua graça; na última, virá com todo o esplendor de Sua glória. Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira a última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação”.
Nesta vinda intermediária, algumas atitudes são esperadas de todos os presbíteros e comunidades. A primeira, e sempre necessária é a vigilância na fé, acolhendo os sinais de sua presença em nosso meio.
Ao lado desta vigilância o imperativo da conversão; preparação dos caminhos do Senhor, numa incansável busca de acertar nossos projetos com o Projeto do Criador. Pode-se assim acolher e testemunhar a alegria que procede do Verbo que se encarna e se faz um de nós, assumindo nossa condição humana, exatamente igual a nós, exceto no pecado.
As Celebrações Eucarísticas, com a riqueza Litúrgica de cada Domingo, convida-nos ao mergulho no Mistério desta Encarnação, fazendo de nossa existência lugar privilegiado de sua morada, para que na total fidelidade a Ele, asseguremos morada na eternidade.
Com o Advento reiniciamos um tempo intenso de muita oração, novenas, celebrações penitenciais, gestos de reconciliação, multiplicação de sinais de partilha e solidariedade... Urge adentrar neste caminho celebrativo e inovador de alegrias e esperanças, rompendo todas as amarras de angústias e tristezas.
A cor roxa, predominante na liturgia, não é sinal de tristeza, como em tempos fúnebres, mas um singelo convite à reflexão, meditação e oração. Mais uma vez o Criador aposta em nós e em nossa capacidade de iluminar a história; a vida de milhões de pessoas que vivem nas trevas do ódio, da mentira, da opressão.
Que o Mistério d’Aquele que veio, vem e virá traga para todos nós, Presbíteros e Comunidades, mais ardor e empenho em nossa missão, para que o próximo Natal seja uma Festa repleta de Amor e Luz.
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