Cremos no Deus do impossível
A passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,5-25) nos fala do nascimento de João Batista (Deus é doador da graça) anunciado pelo Anjo Gabriel.
O Missal Cotidiano nos apresenta, em seu comentário, uma citação enriquecedora do Cardeal J. Suenens:
“Felizes os que sabem auscultar em profundidade, porque ouvirão a Deus! A nós parece incrível que Deus nos fale, entretanto Ele o faz ininterruptamente. Por que então não lhe ouvimos a voz? Simplesmente porque não estamos à escuta. A frequência de suas ondas é captada por quem pede e ouve em silêncio”.
O Anjo Gabriel (a força e o poder de Deus) faz duas comunicações: o nascimento extraordinário de João Batista, filho de um casal que prepara a anunciação de outro nascimento, e o nascimento divino: Jesus (Lc 1,26-38).
De fato, para Deus nada é impossível, e o Seu poder tem começo exatamente onde a fraqueza humana revela seus limites de possibilidades. Cremos no Deus do impossível!
“Todo o Amor suscitado pelo Espírito de Deus permanece para sempre e não há ventre estéril que o Espírito não possa tornar fecundo, porque ‘a Deus nada é impossível’” (Lc 1,37).
Bem afirmou o Cardeal que é preciso estar sempre vigilantes e em total sintonia com a voz de Deus que nos fala ao coração, e nos quer inseridos em Seu plano de Salvação.
Importa ouvir e acolher os Projetos de Deus, sem jamais atrapalhar, ou até mesmo atrapalhar quem deseja a este Projeto de Amor corresponder.
A felicidade que possamos alcançar é diretamente proporcional à capacidade de sintonia e escuta da voz de Deus que fala diretamente conosco, ou por intermédio de Seus bons “Anjos”, com quem convivemos, que são as pessoas de boa vontade que procuram viver em perfeita e plena sintonia com o querer de Deus, como fizeram Zacarias (o Senhor Se lembrou), Isabel (O meu Espírito jurou – Deus é plenitude), Maria (a amada de Deus), José (homem justo e piedoso), o próprio Jesus, o Emanuel, o Messias, Nosso Salvador, e todos aqueles que, pela fé, se colocaram em mesma atitude.
Como o próprio Apóstolo Paulo que ouviu a voz do Senhor lhe dizer em resposta à sua súplica, diante das dificuldades enfrentadas: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”; e aos Coríntios, ele assim se expressou: “Prefiro gabar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim, pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12, 9-10).
É sempre tempo de maior atenção à Palavra Divina e, a partir de sua escuta e vivência, acolhê-la em nosso coração; é sempre tempo de experimentar em nossa fragilidade humana, a onipotência do Amor Divino, que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro.
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