Síntese da mensagem para o 57º Dia
Mundial das comunicações
A mensagem do Papa
Francisco para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais traz como tema “Falar
com o coração” , e o lema - “Testemunhando
a verdade no amor” (Ef 4, 15)»
Nas
mensagens anteriores, o Papa aprofundou os verbos “ir e ver” e “escutar”.
Nesta, continua aprofundando a comunicação a partir do verbo “falar”.
“Foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar,
e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora.”
Se escutarmos o
outro com o coração puro, afirma o Papa, conseguiremos também falar
testemunhando a verdade no amor (cf. Ef. 4,15), e acontece acolhendo as
fragilidades recíprocas com respeito, em vez de julgar a partir dos boatos
semeando discórdia e divisões.
Mas para esta
comunicação acontecer ao testemunhar a verdade no amor, é preciso que se faça a
purificação do coração, e assim é possível comunicar cordialmente:
“Comunicar cordialmente quer dizer que a pessoa que
nos lê ou escuta é levada a deduzir a nossa participação nas alegrias e
receios, nas esperanças e sofrimentos das mulheres e homens do nosso tempo.”
A partir da
experiência dos discípulos de Emaús, reflete sobre a manifestação de Jesus
Ressuscitado, que fala com o coração, acompanhando com respeito o caminho da amargura
experimentado pelos discípulos, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes
amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido.
Em tempos de
polarizações e oposições, é preciso uma comunicação de coração e braços abertos
da parte de todos.
É preciso um
falar amável que abra brecha nos corações mais endurecidos – “Precisamos daquele
falar amável no âmbito dos ‘mass media’, para que a comunicação não fomente uma
aversão que exaspere, gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a
refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a
realidade onde vivem.”
São Francisco de
Sales, doutor da Igreja é nos apresentado como referência exemplar de
comunicação – “A
sua mansidão, humanidade e predisposição a dialogar pacientemente com todos, e
de modo especial com quem se lhe opunha, fizeram dele uma extraordinária
testemunha do amor misericordioso de Deus. Dele se pode dizer que as suas
«palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas
respostas agradáveis» (Sir 6, 5). Aliás uma das suas
afirmações mais célebres – «o coração fala ao coração» – inspirou gerações de
fiéis, entre os quais se conta São John Henry Newman que a escolheu para seu
lema: Cor ad cor loquitur. «Basta amar bem para dizer bem»”.
Lembra-nos o Papa
que “somos aquilo que
comunicamos”, e isto é uma lição contracorrente
hoje, sobretudo nas redes sociais, em que a comunicação é muitas vezes
instrumentalizada para que o mundo nos veja, não por aquilo que somos, mas como
desejaríamos ser.
Segundo São Paulo
VI, os escritos de São Francisco suscitam uma “leitura sumamente agradável, instrutiva e
estimulante”; e assim devem ser os artigos,
reportagens, serviços radiotelevisivos nas redes sociais.
Apresenta-nos o
referido santo da ternura (São Francisco) como inspiração para os agentes da
comunicação, procurando e narrando a verdade com coragem e liberdade, mas
rejeitando a tentação de usar expressões sensacionalistas e agressivas.
Urge falar com o
coração no processo sinodal, e para tanto é preciso de uma escuta sem
preconceitos, atenta e disponível. Este falar será segundo o estilo de Deus,
que se sustenta de proximidade, compaixão e ternura.
Diante do quadro
de conflitos, lembra o Papa, vivemos uma realidade como há 60 anos, uma hora
escuta temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa
possível, inclusive em termos de comunicação. Urge desarmar os ânimos,
promovendo uma linguagem de paz - “Fica-se
apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a
destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem
muitas vezes em ações bélicas de celerada violência. Por isso mesmo há que
rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de propaganda que
manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas. Em vez disso seja
promovida, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições
para se resolverem as controvérsias entre os povos.".
Uma conversão do
coração decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração
humano – “Do coração
brotam as palavras certas para dissipar as sombras dum mundo fechado e dividido
e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos. É um esforço
que é exigido a todos e cada um de nós, mas faz apelo de modo particular ao
sentido de responsabilidade dos agentes da comunicação a fim de realizarem a
própria profissão como uma missão.
Conclui a Mensagem com estas palavras:
“Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai,
nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial.
Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez
carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos
reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide.
Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade
e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões
uns dos outros.”
Desejando, leia a mensagem
na integra: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20230124-messaggio-comunicazioni-sociali.html
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