Fascinados por Cristo

                                                        

Fascinados por Cristo

“O que há em Jesus Cristo

que desperta nosso fascínio...?”

As Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora no Brasil (2011-2015) nos apresentaram algumas interrogações muito oportunas (n.4):

“Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e para o Reino do Pai. Jesus é a nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. N’Ele, com Ele e a partir d’Ele mergulhamos no Mistério Trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária. [...]

Em atitude orante, contemplativa, fraterna e servidora, somos convocados a responder, antes de tudo, a nós mesmos: quem é Jesus Cristo? (cf. Mc 8,27-29). 

O que significa acolhê-Lo, segui-Lo e anunciá-Lo? O que há em Jesus Cristo que desperta nosso fascínio, faz arder nosso coração (cf. Lc 24,32), leva-nos a tudo deixar (cf. Lc 5,8-11) e, mesmo diante de nossas limitações e vicissitudes, a afirmar um incondicional amor a Ele (cf. Jo 21,9-17)?

A paixão por Jesus leva ao arrependimento, à contrição (cf. Lc 24,47; At 2,36ss) e à verdadeira conversão pessoal e pastoral [...]”.

Desde a primeira vez que li a palavra “fascínio” me chamou atenção. De fato, sem ele, entendido como atração, encantamento, paixão, sedução, encontro pessoal de amor com a pessoa de Jesus, jamais conseguiremos dar passos corajosos no Seu seguimento.

O discípulo missionário do Senhor, em sua pertença à Igreja, no serviço do Reino, precisa deste fascínio, sem o que não suportaria o peso da cruz, as dificuldades encontradas no caminho.

Fascinado por Cristo, conta com Espírito da Verdade que o santifica, e o livra de outros tantos fascínios, dentre eles o fascínio da “lógica mundana”, não traria a desejada felicidade, realização.

Sem fascínio por Cristo, os Mandamentos Divinos tornam-se um peso, e não alargam os horizontes de nossa liberdade.

Sem fascínio por Cristo, nossas Eucaristias tornam-se encontros formais, sem o ardor na acolhida da Palavra Proclamada.

Sem fascínio por Cristo, nossas ações tornam-se insípidas, inodoras, não resplandecem a luz divina, e não levaremos ninguém a glorificar a Deus por elas.

Sem fascínio por Cristo, nossas reuniões são apenas obrigações formais de um planejamento, sem a alegria do encontro, da comunhão fraterna fortalecida, da alegria de amar e servir a quem nos seduziu, nos chamou, nos amou, nos enviou.

Sem fascínio por Cristo, o perdão será para amanhã ou mesmo nunca.

Sem fascínio por Cristo, correntes nos aprisionam a mente, os pensamentos, as inspirações, para que encontremos caminhos de evangelização nos novos areópagos que nos desafiam.

Sem fascínio por Cristo, nos tornamos pesados para quem se encontra do nosso lado.

Sem fascínio por Cristo, não suportamos o jugo a ser carregado, nosso coração ficará inquieto, insatisfeito.

Sem fascínio por Cristo, cansaço, desalento, fracasso, mutilação de sonhos, fragilidade, futilidades, banalidades, serão a pauta de nosso triste quotidiano.

Mas não! Sejamos fascinados por Jesus. Sejamos por Ele apaixonados, encantados, numa relação de amor-amizade que nos transforma n’Ele em cada Eucaristia que celebramos, até que possamos corresponder ao que o Apóstolo Paulo disse: “tenhamos em nós os mesmos pensamentos e sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 5); e possamos chegar a dizer como Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo quem vive em mim” (Gl 2,20).

Oremos:

“Dai-nos o fascínio e ardor necessários,

para que, a exemplo de Paulo,

formemos e geremos Cristo em nós.

Amém."