A Liturgia do 14º Domingo do Tempo Comum (ano C) nos convida a refletir sobre o envio que Jesus faz dos Seus discípulos e as exigências da missão evangelizadora.
Na passagem da primeira Leitura (Is 66, 10-14c), refletimos sobre a missão dos discípulos de serem portadores da paz, da vida e da esperança de um mundo novo.
O Profeta, mesmo numa situação difícil em que o Povo de Deus se encontrava (martirizado, sofrido e angustiado), tem palavras de confiança e esperança.
Apresenta a ação divina com imagens de fecundidade e vida; somente Deus pode oferecer ao seu povo o “shalom”, ou seja, saúde, fecundidade, prosperidade, amizade com Ele e com os outros, a felicidade total.
O Profeta tem sempre uma palavra que convida à alegria. Deus age por meio dele. Também nós somos Profetas, a voz de Deus num mundo também marcado pelo sofrimento, angústia, dores, prantos e morte.
Ontem e hoje, vivendo a vocação profética, somos convidados a superar o medo e a angústia e sentir a presença e a força de Deus conosco, não nos curvando diante dos temores que nos paralisam.
É oportuno nos questionarmos sobre a mensagem que temos a oferecer, como Igreja e Profetas do Reino, neste contexto.
O Apóstolo Paulo, na passagem da segunda Leitura (Gl 6,14-18), nos exorta ao testemunho radical que passa pela cruz, para alcançarmos a glória, e assim possa nascer a vida do Homem Novo em nós:
“Só gerados e alimentados por essa fonte é que poderemos ser novas criaturas. No que diz respeito, Paulo declara que no centro da sua glória não está a observância rigorosa da Lei, mas Cristo Crucificado” (Lecionário Comentado - pág. 669).
Com a passagem do Evangelho (Lc 10,1-12.17-20), refletimos sobre a nossa missão de sermos continuadores da missão de Jesus.
Pelo Batismo todos somos chamados a anunciar a alegria do Reino de Deus, não obstante as dificuldades que possam surgir.
Pelo Batismo todos somos chamados a anunciar a alegria do Reino de Deus, não obstante as dificuldades que possam surgir.
O comentário do Missal Dominical é enfático ao afirmar: “... Não há missão sem perseguição, sem sofrimento e sem Cruz.
A Cruz pelo Reino de Deus, aceita com amor, é o sinal da vitória sobre o mal e a morte...
O que o Senhor nos pede é a fidelidade a Ele, à Sua mensagem e ao Seu estilo de anúncio. Não nos garante o êxito” (pp. 1169-1170).
Jesus envia 72 discípulos, de dois em dois, pois a ação é comunitária, e apresenta a eles algumas exigências e advertências:
Ø Haverá dificuldades;
Ø Viver a pobreza, confiando tão apenas na providência divina;
Ø Crer na força libertadora da Palavra de Deus;
Ø A urgência da missão (não pode haver perda de tempo);
Ø Dedicar-se totalmente à missão;
Ø Ser portador da paz;
Ø Combater contra o mal que se contrapõe ao Reino de Deus;
Ø Exultar de alegria por terem os nomes inscritos no céu, no livro da vida.
Concluindo, é preciso que o discípulo missionário confie na Palavra de Deus, com desprendimento, coragem, ousadia, confiante na providência de Deus e paixão por Ele, e carregando a cruz quotidiana, pois somente Cristo interessa para nossa Salvação, de modo que nossa identificação com Ele se dará na intensidade que amarmos como Ele nos ama.
Reflitamos:
Ø Qual é a nossa fidelidade à missão que Deus nos confia?
Ø Quanto nos empenhamos para que percebam em nós a alegria da chegada do Reino de Deus?
Ø Percebem as pessoas que somos prisioneiros do mais belo Amor, Jesus Cristo, marcados pelo sinal da Cruz, como expressão do amor radical, da liberdade, da vida, doação e serviço?
Ø Como viver mais intensamente a missão, por Deus, a nós confiada?
Ø Em quem depositamos nossa confiança e esperança?
Retomo as palavras do Papa São Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente a um grupo de leigos, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas” na Evangeli Nuntianti.
Participando das Mesas Sagradas do Senhor, sejamos iluminados e fortalecidos por Sua Palavra, e revigorados pelo Pão da Imortalidade, para continuarmos com coragem e fidelidade a missão que Ele nos confia. Amém.
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