segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Em poucas palavras...

 


A ação do poder do Espírito em nós

“Quando cai do rosto a máscara da sabedoria puramente formal, quando se extinguem os refletores da ideologia ou do êxito, e as coisas aparecem em sua simples e profunda realidade, emerge então ‘o poder’ do Espírito (1 Cor 2,4)” (1)

 

(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 1219 - Comentário da passagem da Carta de Paulo aos Coríntios (1 Cor 2,1-5)

Em poucas palavras...

 


Carapaça ou coluna interior?

“Ora, não é protegendo a nossa fé com uma carapaça de leis que a tornamos mais sólida, mas por uma escuta sem cessar nova daquilo que ‘o Espírito diz às Igrejas’.

Mas é verdade que o Espírito Santo sempre teve tendência para mexer com os homens e provocá-los, para fazê-los avançar para o grande largo!

O Espírito de Jesus quer construir-nos como seres vivos, com uma coluna vertebral interior e não com uma carapaça exterior, para que possamos manter-nos de pé, como ressuscitados!” (1)

(1) www.dehonianos.org

O Espírito Santo nos conduz na missão

                                       

O Espírito Santo nos conduz na missão

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 4,16-30), oportuna para refletirmos sobre a missão de Jesus, uma missão divina, libertadora, inauguradora de um novo tempo, de uma nova realidade.

Com Ele, o Ano da graça é instaurado, a alegria, a paz, a vida em plenitude nos é alcançada por Sua presença e ação em nosso meio, pois Ele age sendo a própria presença da Palavra de Deus com a unção do Espírito Santo.

A missão de Jesus é a missão da Igreja, que ungida pelo Espírito Santo, alimenta-se e encarna a Palavra de Deus na vida.

Reflitamos:

- Quais as realidades que nos desafiam?
- De que modo comunicamos a Boa-Nova de Jesus?

- Sentimo-nos como um corpo em comunhão de carismas, diferentes ministérios empenhados em prol da vida e na edificação da comunidade?

- Quanto mais formos unidos, maior será a eficácia da Evangelização. Sendo assim, como vivemos a solidariedade, a responsabilidade e a coparticipação em nossa comunidade?

- Como acolhemos a Palavra de Deus? O que ela provoca em cada um de nós? Ela nos alegra, ilumina, alimenta?
- Esvaziamos a eficácia da Palavra de Deus, ouvindo-a sem praticá-la?      

- Cremos que o anúncio não é apenas para o outro que está ao nosso lado?

Renovemos nossas motivações, para que sejamos autênticos discípulos missionários do Senhor, seguindo-O, decidida e apaixonadamente, pois somente Ele tem palavras de vida eterna, como bem disse o Apóstolo Pedro (Jo 6,68).

Oremos:

“Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o Vosso Amor, para que possamos, em nome do Vosso Filho, frutificar em boas obras. Por N. S. J. C. Amém.”

“Loucura da Cruz” – Loucura do Amor

“Loucura da Cruz” – Loucura do Amor

“Nós pregamos Cristo Crucificado...”

O zelo pela casa do Pai consumiu Jesus Cristo, como também deve nos consumir (cf. Jo 2,19).

Quando Jesus diz “Destruí este santuário, eu o reerguerei em três dias”, está falando da Ressurreição do Templo de Seu corpo.

Somos convidados a voltar nosso olhar para a Obra do Amor fiel que Jesus levará a termo em Jerusalém, e não o faria se não entrasse no Templo e o purificasse. 

Uma vida que não vai em direção da Cruz não é cristã. É preciso viver a “loucura da Cruz” – a loucura do Amor em fidelidade ao Amor Maior, Jesus.

Cremos, pregamos e anunciamos Jesus Crucificado, como o Apóstolo disse “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios” (1Cor 1,22-25).

Cremos no Deus que aceitou, por meio de Seu Filho, amar até às últimas consequências. É a loucura do Amor que salva, redime, liberta. Amém.

Acolhamos a Palavra do Senhor, com humildade e afeição íntima

 


Acolhamos a Palavra do Senhor, com humildade e afeição íntima

Sejamos enriquecidos com um texto do Livro da Imitação de Cristo (séc XV):

“Ouve, filho, minhas palavras suavíssimas, que superam toda a ciência dos filósofos e sábios deste mundo. Minhas palavras são espírito e vida (cf. Jo 6,63), não ponderáveis por humanas inteligências. 

Não devem ser puxadas para a vã complacência, mas escutadas em silêncio, acolhidas com total humildade e afeição íntima. 

Eu disse: Feliz a quem instruis, Senhor, e lhe ensinas tua lei para que o alivies nos dias maus (Sl 93,12-13) e para que não se sinta abandonado na terra. 

Eu, diz o Senhor, ensinei no início aos profetas e até hoje não cesso de falar a todos. Porém muitos, à minha voz, são surdos e endurecidos. 

Muitos se comprazem em atender ao mundo mais que a Deus; com maior facilidade seguem os apetites de sua carne do que a vontade de Deus. 

O mundo promete coisas temporárias e pequeninas e é servido com imensas cobiças. Eu prometo bens sublimes e eternos e se entorpecem os corações dos mortais. 

Quem me serve e obedece com tanto empenho em todas as coisas, quanto se serve ao mundo e aos seus senhores?

Cora de vergonha, servo preguiçoso e descontente, porque aqueles estão mais prontos para se perderem do que tu para viveres.

Mais se alegram aqueles com a vaidade do que tu com a verdade. 

E, no entanto, por vezes se frustra sua esperança, ao passo que jamais falha a alguém minha promessa, nem sai de mãos vazias quem em mim confia. 

O que prometi, darei; o que falei, cumprirei. 

Sou eu o remunerador dos bons e inabalável acolhedor de todos os fiéis. 

Escreve minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias no tempo da tentação.

O que não entendes ao ler, entenderás quando te visitar. 

Costumo visitar de dois modos meus eleitos: pela tentação e pela consolação. 

E lhes leio diariamente duas lições: uma, arguindo seus vícios; outra, exortando a progredir na virtude. 

Quem tem minhas palavras e delas faz pouco caso, terá quem o julgue no último dia (cf. Jo 12,48).”

Vivendo o mês de setembro, de modo especial dedicado ao mês da Bíblia, intensifiquemos e aprofundemos a oração, com a Sagrada Escritura.

Seja a Leitura Orante um modo privilegiado para que nossa oração nos ajude a viver mais configurados a Jesus Cristo (Fl 2,1-11).

Que a Palavra de Deus seja para nós, como foi para todos os profetas, como assim o foi para Jeremias:

“Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar eu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15,16).

 

“Por que as pessoas procuram uma religião?”

                                                          

Por que as pessoas procuram uma religião?”

Uma breve reflexão a partir da passagem do Evangelho proclamado na quarta feira da 22ª Semana do Tempo Comum (Lc 4, 38-44).

Uma pergunta aparentemente simples, mas nem tanto: “Por que as pessoas procuram a religião?”

Há os que acreditam que a maioria das pessoas que procuram a religião o faz por motivos egoístas, relacionando Deus como um grande servidor para obter a proteção, saúde, sucesso econômico, profissional, social ou afetivo.

Também pode ser para fugir do medo do desconhecido, do sobrenatural ou da própria morte, que se vislumbra irreversivelmente no horizonte de cada um de nós.

Outros afirmam que ela é um ópio que nos aliena da realidade em que nos encontramos inseridos, ocultando as complexidades e conflitos da sociedade.

Porém, há um autêntico motivo: a nossa configuração plena com Jesus. À luz dos Evangelhos, aprendemos a procurar na religião um relacionamento pessoal e amoroso com o próprio Deus, para que possamos servi-Lo amando os nossos irmãos e irmãs.

Nisto consiste o melhor conceito de religião, ainda que dito de forma sucinta: religar – religar-nos com Deus e com nosso próximo.

Torna-se um imperativo na vida do discípulo missionário do Senhor o conhecimento do Evangelho, no qual Ele nos anuncia a Boa-Nova do Reino de Deus.

O conhecimento do Evangelho interpela, inexoravelmente, à vivência concreta do amor, da solidariedade, do perdão, da partilha em relação com o nosso próximo.

Assim como Jesus no raiar do dia se recolheu em intimidade e Oração diante do Pai, também precisamos deste momento, em que nos colocamos num diálogo amoroso e frutuoso com o Deus Pai de Amor, para maior fidelidade ao Filho e continuidade de Sua missão com a força, sabedoria e luz do Santo Espírito.

Sem momentos de recolhimento, revigoramento de nossas forças, sem que nos deixemos interpelar por Deus e por Sua Palavra e vontade, podemos viver uma religião com matizes que subtraem o verdadeiro motivo da religião.

Portanto, é preciso que nossa vida seja mais intensamente configurada a Jesus, num relacionamento mais amoroso com Deus, para que mais fraternos o sejamos. 

As pétalas do Ipê cobrirão as cinzas da morte

                                               



As pétalas do Ipê cobrirão as cinzas da morte

Ao leitor dedico tão apenas alguns versos,
Que muito dirão, há mais neles ainda imerso.
Que as pétalas do Ipê cubram as tristes
Marcas das cinzas deitadas pelo chão.

As pétalas cobrirão as cinzas da morte
Que floresça a límpida inspiração
Sobre as cinzas deste complexo chão,
Emaranhado na mente, fincado no coração,
Conto com Deus e Sua colaboração.

As pétalas cobrirão as cinzas da morte
Enquanto a Primavera não chega
Rezo, contemplo sinais de vida e morte,
Mãos elevo em súplicas mais que ardentes,
Para que vida seja gerada das sementes.

As pétalas cobrirão as cinzas da morte
Flores vêm e sempre virão
Teimosamente em cada Primavera.
Nossos olhos contemplarão
E nossos lábios então louvarão!

Enquanto a Primavera não chega, 
o  Ipê Amarelo se antecipa e generosamente encanta o nosso olhar. 
Suas pétalas cobrem as cinzas funestas, tristes, gritantes... 
em sinal da Esperança que sempre haveremos de cultivar!

Enquanto a Primavera não chega...
As pétalas do Ipê cobrirão as cinzas da morte.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG