quarta-feira, 6 de setembro de 2023

“Por que as pessoas procuram uma religião?”

                                                          

Por que as pessoas procuram uma religião?”

Uma breve reflexão a partir da passagem do Evangelho proclamado na quarta feira da 22ª Semana do Tempo Comum (Lc 4, 38-44).

Uma pergunta aparentemente simples, mas nem tanto: “Por que as pessoas procuram a religião?”

Há os que acreditam que a maioria das pessoas que procuram a religião o faz por motivos egoístas, relacionando Deus como um grande servidor para obter a proteção, saúde, sucesso econômico, profissional, social ou afetivo.

Também pode ser para fugir do medo do desconhecido, do sobrenatural ou da própria morte, que se vislumbra irreversivelmente no horizonte de cada um de nós.

Outros afirmam que ela é um ópio que nos aliena da realidade em que nos encontramos inseridos, ocultando as complexidades e conflitos da sociedade.

Porém, há um autêntico motivo: a nossa configuração plena com Jesus. À luz dos Evangelhos, aprendemos a procurar na religião um relacionamento pessoal e amoroso com o próprio Deus, para que possamos servi-Lo amando os nossos irmãos e irmãs.

Nisto consiste o melhor conceito de religião, ainda que dito de forma sucinta: religar – religar-nos com Deus e com nosso próximo.

Torna-se um imperativo na vida do discípulo missionário do Senhor o conhecimento do Evangelho, no qual Ele nos anuncia a Boa-Nova do Reino de Deus.

O conhecimento do Evangelho interpela, inexoravelmente, à vivência concreta do amor, da solidariedade, do perdão, da partilha em relação com o nosso próximo.

Assim como Jesus no raiar do dia se recolheu em intimidade e Oração diante do Pai, também precisamos deste momento, em que nos colocamos num diálogo amoroso e frutuoso com o Deus Pai de Amor, para maior fidelidade ao Filho e continuidade de Sua missão com a força, sabedoria e luz do Santo Espírito.

Sem momentos de recolhimento, revigoramento de nossas forças, sem que nos deixemos interpelar por Deus e por Sua Palavra e vontade, podemos viver uma religião com matizes que subtraem o verdadeiro motivo da religião.

Portanto, é preciso que nossa vida seja mais intensamente configurada a Jesus, num relacionamento mais amoroso com Deus, para que mais fraternos o sejamos. 

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