domingo, 3 de agosto de 2025

Oremos por todos os Presbíteros

Oremos por todos os Presbíteros

Uma breve reflexão à luz da Constituição “Lumen Gentium” n. 28:

“Os Sacerdotes no meio do rebanho adoram a Deus, em espírito e verdade (cf. Jo 4,24). Devem meditar na Palavra e na Doutrina (cf. 1Tm 5,17), acreditar no que assimilam da lei do Senhor, ensinar o que acreditam e praticar o que ensinam [...]

Sejam como pais dos fiéis gerados espiritualmente pelo Batismo e pela Doutrina (cf. 1Cor 4,15; 1 Pd. 1,23) e modelos do rebanho (cf. 1Pd 5,3).

[...] Deem a todos o testemunho da verdade e da vida e, como bons pastores, procurem (cf. Lc 15,4-7) aqueles que foram batizados na Igreja Católica, mas abandonaram os Sacramentos ou mesmo, perderam a fé. [...] atuem em conjunto, sob a direção dos Bispos e do Papa, evitando toda dispersão de forças, para conduzir a humanidade à unidade da família de Deus”.

A partir deste parágrafo, temos um “decálogo”, com os sagrados compromissos que um Presbítero deve assumir:

1 – Adorar a Deus em espírito e verdade;
2 – Meditar a Palavra de Deus contida na Sagrada Escritura;
3 – Conhecer e meditar a Doutrina da Igreja, a riqueza da Sagrada Tradição;
4 – Acreditar na Lei do Senhor, ensinando e praticando o que ensinam;
5 – Ser pai dos fiéis gerados espiritualmente pelo Batismo e pela Doutrina;
6 – Ser Modelo para o rebanho, na fidelidade total a Jesus, o Bom Pastor;
7 – Dar testemunho da verdade e da vida;
8 – Procurar aqueles que foram batizados na Igreja e que abandonaram os Sacramentos ou até mesmo perderam a fé;
9 – Jamais agir isoladamente, mas na comunhão com os irmãos Presbíteros, Bispos e o Papa;
10 – Não se desgastar de qualquer modo, e tudo fazer para congregar na unidade a família de Deus.

Oremos por todos os Presbíteros, de modo especial por aqueles com quem convivemos e partilhamos alegrias e tristezas, angústias e esperanças, na vida da comunidade a serviço do Reino, para que sejam fortalecidos pelo Espírito Santo, e consigam viver este “pequeno decálogo”, que percebemos na preciosa citação da “Lumen Gentium”.

“Nunc Dimittis”

                                                          


“Nunc Dimittis”

A Igreja reza à noite, todos os dias, a Oração das Completas, e nela está contido o “Nunc Dimittis” - "agora deixe partir",  rezado por Simeão, homem justo e piedoso, quando da apresentação do Senhor no Templo (Lc 2,29-32).

Cristo, Luz das nações e glória de Seu povo, é um cântico evangélico que pode também ser rezado por quantos puderem nas orações da noite, ao terminar um dia de intensas atividades, preocupações e eventual cansaço, para um bom descanso e um novo dia bem iniciado:

“Antífona: Salvai-nos, Senhor, quando velamos, guardai-nos também quando dormimos! Nossa mente vigie com o Cristo, nosso corpo repouse em Sua paz!

“–29 Deixai, agora, Vosso servo ir em paz,
conforme prometestes, ó Senhor.

30 Pois meus olhos viram Vossa salvação
31 que preparastes ante a face das nações:

32 uma Luz que brilhará para os gentios
e para a glória de Israel, o Vosso povo.”

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Antífona: Salvai-nos, Senhor, quando velamos, guardai-nos também quando dormimos! Nossa mente vigie com o Cristo, nosso corpo repouse em Sua paz!

Ser Padre...

                                                                       

Ser Padre...

Unamo-nos em oração para que seja reavivada a chama da vocação que, pelo Senhor, um dia foi acesa no coração do Presbítero. E assim, ele possa dizer todos os dias: 

“Como é bom ser Igreja, assim como é muito bom ser Padre!”

Ressoem sempre estas palavras: “Tu és sacerdote para sempre”, que entranham na alma quando pela Assembleia é cantado.

Ser Padre é ser por excelência o homem da Palavra de Deus; homem da Eucaristia, do Banquete.

O Padre é o homem que oferece o Pão que não se estraga, o Pão da eternidade, ligando a Mesa da Eucaristia a outras mesas do cotidiano (casa, trabalho, etc.);

Como Padre, se aprende a cada dia a viver bem a vocação, o Ministério Presbiteral, escrevendo uma história de amor, como Poeta do Reino.

Assim, ele é o pai que gera a Igreja, por isso deve ser plenamente feliz por gerar filhos espirituais. 

Ainda que não tenha gerado nenhum biologicamente, sabe que há muitas crianças para serem amadas.

O Presbítero, por sua vida e modo de ser revela a paternidade de Deus e a maternidade de Maria.

Acompanhado e assistido pela oração da comunidade, trilhando o caminho vocacional um dia começado.

Com suas limitações, finitude, o Padre é servidor do Amor infinito, Deus, tão apenas possível porque conta com a graça divina, com a força e a luz do Espírito Santo. Amém!

O testemunho do Presbítero desperta novas vocações!

O testemunho do Presbítero desperta novas vocações!

Por ocasião do Dia Mundial de Oração pelas Vocações e Domingo do Bom Pastor (2010), o Papa Bento XVI nos enviou uma mensagem com o tema “O testemunho suscita vocações”. 

Nela, afirmou que a fecundidade da proposta vocacional depende primariamente da ação gratuita de Deus, sendo também favorecida, como confirma a experiência pastoral, pela qualidade e riqueza do testemunho pessoal e comunitário de todos aqueles que já responderam ao chamamento do Senhor no Ministério Sacerdotal e na Vida Consagrada, pois o seu testemunho pode suscitar noutras pessoas o desejo de corresponder com generosidade ao apelo de Cristo.

Percorrendo o caminho bíblico, falou-nos das diversas vocações presentes no Antigo e no Novo Testamento, afirmando: “... a iniciativa livre e gratuita de Deus se cruza com a responsabilidade humana daqueles que acolhem o Seu convite, e  interpela-os para se tornarem, com o próprio testemunho, instrumentos do chamamento divino.

O mesmo acontece ainda hoje, na Igreja: Deus serve-Se do testemunho de Sacerdotes fiéis a sua missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do Seu Povo”.

Apresentou três aspectos essenciais para um testemunho sacerdotal eficaz:

A amizade e a intimidade com Cristo:

Constituem-se elementos fundamentais e comprovados de toda vocação ao sacerdócio e à vida consagrada. O diálogo incessante com Deus deve acompanhar o Ministério do Sacerdote, pois se ele for «homem de Deus», reservará tempo para a escuta da Sua Palavra.

A Oração é o primeiro testemunho que suscita vocações.

O dom total de si mesmo a Deus:

Citando o Apóstolo João - «Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3,16).

Os  Sacerdotes, a exemplo dos discípulos, são convidados a entrarem na lógica de Jesus que, ao longo de toda a Sua vida cumpriu a vontade do Pai até a entrega suprema de Si mesmo na Cruz, manifestando a misericórdia de Deus em toda a sua plenitude; Amor misericordioso que derrotou as trevas do mal, do pecado e da morte, testemunhando o dom total de si mesmo a Deus.

Citando João Paulo II, lembra-nos que a história de cada vocação cruza-se, quase sempre, com o testemunho de um Sacerdote que vive jubilosamente a doação de si mesmo aos irmãos por amor do Reino dos Céus. E que a presença e a palavra de um Padre têm a capacidade de despertar interrogações e de conduzir a decisões definitivas.

A comunhão:

Sinal distintivo de quem deseja ser seu discípulo, a profunda comunhão no Amor deixado por Jesus: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35).

De modo particular, o Sacerdote deve ser um homem de comunhão, aberto a todos, capaz de fazer caminhar unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando a superar divisões, a sanar lacerações, a aplanar contrastes e incompreensões, a perdoar ofensas.

Mais uma vez citando João Paulo II - «A própria vida dos Padres, a sua dedicação incondicional ao rebanho de Deus, o seu testemunho de amoroso serviço ao Senhor e a Sua Igreja – testemunho assinalado pela opção da Cruz acolhida na esperança e na alegria pascal –, a sua concórdia fraterna e o seu zelo pela evangelização do mundo são o primeiro e mais persuasivo fator de fecundidade vocacional».

Fiel à sua vocação, cada Presbítero, cada consagrado (a) transmite a alegria de servir a Cristo, e convida todos os cristãos a responderem a vocação universal à santidade.

Finalizou afirmando que, para se promoverem as vocações específicas ao Ministério Sacerdotal e à vida consagrada, para se tornar mais forte e incisivo o anúncio vocacional, é indispensável o exemplo daqueles que já disseram o próprio «sim» a Deus e ao Projeto de Vida que Ele tem para cada um.

Resumindo, a mensagem convidou, de modo especial, Sacerdotes, Consagrados (as) a reverem o testemunho dado, renovando o fogo ardente no coração, revigorando no primeiro amor do chamado, somente deste modo despertarão novas e necessárias vocações para a vida da Igreja.

A mensagem propunha e continua a propor a revisão de nossa conduta, revigorando nosso testemunho com sabedoria e misericórdia, sempre inaugurando Horizontes inéditos do Reino.

Ser Padre: missão de resplandecer a luz de Cristo no rosto da Igreja

Ser Padre: 
Missão de resplandecer a luz de Cristo no rosto da Igreja

“O Concílio deseja ardentemente iluminar todos os homens com a claridade de Cristo, luz dos povos, que brilha na Igreja, para que o Evangelho seja anunciado a todas as criaturas (cf. Mc 16,15)”. (1)

De modo especial, através do Ministério Presbiteral verdadeiramente, a luz de Cristo resplandece no rosto da Igreja, bem como na vida de todo cristão.

Quando foram ordenados presbíteros, foi dito pelo bispo: “Tu és Sacerdote para sempre, segundo a ordem do Rei Melquisedec”, para fazer resplandecer a luz de Cristo no rosto da Igreja.

Renovem dia pós dia esta imensa graça, com uma vida em que o anúncio da Palavra seja acompanhado do indispensável testemunho.

Procurem viver o que celebram, em perfeita sintonia, levando muitos a contemplarem o resplandecer da luz de Cristo no rosto da Igreja, a que devem estar sempre a serviço.

Sejam instrumentos da publicidade da luz, numa vida simples, coerente, pois a luz não existe para ser escondida, como nos falou o Senhor no Evangelho. Quando se possui a luz de Deus, quando ela foi acesa no coração é impossível guardá-la para si.

Jamais escondam ou permitam apagar a chama do amor de Deus acesa, comunicando a universalidade da luz do amor pelos últimos, sem se esquecer dos primeiros; a luz do amor pelos pobres, pelos pequeninos, pelos humildes, enfermos, e outros tantos rostos com quem Ele Se identificou (Mt 25).

Comuniquem a consistência da luz da Palavra Divina, que não se reduz às palavras, teorias, discursos, discussões, mas em obras concretas de amor, justiça, perdão, fraternidade, humildade, compaixão e solidariedade.

Nesta comunicação da transparência da luz divina, façam de tal modo que não atraiam ninguém para si, mas para Aquele que nos chama e envia: Jesus, o Bom Pastor.

Seja a transparência de suas vidas, como Presbíteros, por causa de suas obras, motivação para que muitos glorifiquem o Pai que está nos céus (Mt 5, 16).

Sejam instrumentos da perfeita comunhão, na fidelidade a Jesus, Divino Mestre da unidade e da paz, fortalecendo a família do Senhor, que se une pelo laço da fé e da prática da Palavra Divina.

Sejam alegres servidores numa Igreja ministerial, misericordiosa e missionária, como nos exorta o Papa Francisco, levando a Boa-Nova e luz do Senhor ao mundo todo.

Comuniquem esta luz, na noite sombria de um mundo marcado por tantos sinais de morte e exclusão.

Vivam o Ministério numa crescente devoção a Nossa Senhora e ao Sagrado Coração de Jesus, que os tornará cada vez mais compadecidos e solidários com a dor dos pobres, verdadeiramente Sacerdotes conforme o Coração de Jesus.

Que a luz de Cristo resplandeça no rosto da Igreja pelas suas vidas e Ministério Presbiteral, em comunhão com todos os cristãos leigos e leigas da Igreja.

Sejam, portanto, sal da terra e luz do mundo, contando sempre com a força indispensável que nos vem da oração sincera, pura e confiante. Amém.


Fonte inspiradora: Primeiros parágrafos da Constituição “Lumen Gentium” – Luz dos Povos - sobre a Igreja (1)

Identidade, vida e missão do Presbítero diocesano



Identidade, vida e missão do Presbítero diocesano

Reflitamos sobre a vida e missão do presbítero diocesano, à luz dos parágrafos 43-53, do Documento número 110 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobre as Diretrizes para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil.

O Presbítero diocesano é corresponsável pela ação pastoral da Igreja particular, portanto, cabe a este a colaboração para que a Diocese com suas Paróquias reformulem as suas estruturas, tornando-se casas e escolas de comunhão, como redes de comunidades evangelizadoras, na expressão visível da opção preferencial pelos pobres (cf. n.49).

Sua identidade, vida e missão se expressam no vínculo especial de comunhão com o seu bispo, e devem permear todo o itinerário formativo em vista de viver o Ministério segundo o estilo de Jesus, ferido, morto e Ressuscitado, de modo que seja:

- capaz de ter a mesma compaixão de Jesus;
- generosidade;
- amor para com todos e especialmente pelos mais pobres;
- pronta solicitude pela causa do Reino;
- testemunha da caridade pastoral. (cf. n.44)

Deste modo, o Presbítero deverá:

- dar testemunho pessoal de fé e caridade;
- viver uma espiritualidade marca por renúncias e despojamento de si mesmo;
- priorizar a tarefa da evangelização, conferindo o caráter missionário do ministério;

- acolher a exemplo de Cristo Pastor, unindo a firmeza à ternura, sem ceder à tentação de um serviço burocrático e rotineiro;
- viver solidariedade efetiva com a vida do povo, na opção preferencial pelos pobres com especial sensibilidade com os oprimidos e sofredores;

- cultivar a dimensão ecumênica, o diálogo inter-religioso no respeito à pluralidade de expressão da fé em Deus e nos valores do Evangelho;
- apoiar a justas reinvindicações do povo, especialmente dos pobres, de acordo com as orientações do Magistério da Igreja;

- ter a capacidade de respeitar, discernir e suscitar serviços e ministérios para a ação comunitária e a partilha;
- promover a manutenção da paz e da concórdia fundamentada na justiça;

- configurar-se como homem da esperança e do seguimento de Jesus na Cruz;
- ter capacidade para a administração pastoral, patrimonial, econômico-financeira e pessoal.  (cf. n.43).

Concluindo, o presbítero diocesano viverá no mundo, no meio do seu povo, conhecendo as “alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”, e assim, será um bom padre, como nos falou o Papa Francisco:

“Um bom padre é antes de tudo, um homem com sua própria humanidade, que conhece a própria história, com as suas riquezas e as suas feridas, e que aprendeu a fazer paz com as mesmas. Alcançando a serenidade de fundo própria de um discípulo do Senhor” (cf. n.46).

O testemunho do padre faz florescer a comunidade

 


O testemunho do padre faz florescer a comunidade

Reflexão sobre o Ministério Presbiteral, à luz da primeira Carta de Paulo a Timóteo (1 Tm 3,1-13).

O apóstolo pede três coisas aos presbíteros:

-   Reponsabilidade;

-   Irrepreensibilidade;

- Consciência de continuar o ministério salvífico de Cristo Ressuscitado.

Portanto, haverá de viver em coerência com o Evangelho, para que se torne uma presença visível de Cristo para toda a comunidade.

Na fidelidade a Jesus, que teve uma vida humana e uma vida divina, também se espera encontrar, inseparavelmente e simultaneamente, nos bispos e sacerdotes uma vida verdadeiramente humana e divina.

Tudo devem fazer para que não lhes falte uma ou outra, pois não corresponderia ao esperado pela Igreja, quando da ordenação.

Solícito e compreensível da realidade de tantas famílias que constituem a comunidade, no exercício sinodal do ministério, marcará a vida da comunidade, escrevendo uma história memorável, de modo que a comunidade não perderá a lembrança daquele ministro ordenado, daquele bispo ou padre.

O que toda a comunidade espera é que eles vivam como são, vivam a vida de Deus, alimentados pela Palavra e Eucaristia, numa vida marcada por profunda e fecunda espiritualidade, em compromissos solidários com a comunidade, para edificar a Igreja de Cristo, e juntos, renovados empenhos na ação evangelizadora.

Deste modo, a comunidade deve intensificar e multiplicar a oração para que o padre viva com alegria, não obstante as dificuldades e provações, este Mistério por Deus concedido, na fidelidade ao Cristo, o Servo Justo e Sofredor, Aquele que Ressuscitou e nos chama e nos envia a todos para a missão, como alegres discípulos missionários Seus.

 

Fonte: Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.1273-1274

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