sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Reencantar-se pela vida e pelo Reino

                                                       

Reencantar-se pela vida e pelo Reino

Na Liturgia da sexta-feira da 18ª Semana do Tempo Comum é proclamada a passagem do Evangelho (Mt 16,24-28) em que Jesus faz uma instigante pergunta – “que poderá dar o homem em troca de sua vida?”.

É preciso coragem para segui-Lo na doação da própria vida, dando a ela sentido e conteúdo desejáveis, levando ao encontro da realização e da felicidade; no entanto, é preciso cultivar algo nas entranhas do coração: o amor pela beleza e pela bondade da vida:

“O amor pela beleza e pela bondade da vida, até ao ponto de fazer qualquer coisa pela felicidade real, própria e alheia, é a ‘estrela polar’ dessa sequela. Uma generosidade que tem em conta sempre para além do interesse particular é o valor-guia sem o qual não é possível julgar-se ou dizer-se cristão” (1)

Quando esta “estrela polar” não pauta nossa vida, traímos a essência do Evangelho de Jesus Cristo e por isto, de fato, já não podemos nos dizer cristãos.

O discípulo de Jesus é por excelência uma pessoa enamorada pela beleza e bondade da vida, porque encontrou Alguém que o fascinou e o fez comprometido com a sacralidade da vida. Já não consegue viver mais para si, pois consistiria no empobrecer do seu viver.

O discípulo missionário do Senhor vivendo na doação, humildade, alegria e serviço, motivado e alimentado pela Divina Fonte de Amor, Jesus, na Palavra e na Eucaristia, compromete-se com a novidade do Reino.

Já não consegue mais viver sem o Amor de Deus. Movido e impulsionado pelo Seu amor, plasma sempre novos relacionamentos, renova pensamentos e atitudes, e multiplica gestos de solidariedade e compromisso com a vida, fraternidade e paz.

Bem disse o Apóstolo Paulo: “Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer Jesus Cristo, meu Senhor" (Fl 3,8).

Seja a vida de cada um dos seguidores de Jesus uma contribuição valiosa na História da Humanidade, e deste modo, o chão desta História será como um belo tapete entretecido com amor e por amor a cada pessoa, criando laços de amizade e de fraternidade, com palavras e gestos numa bela e interminável construção.

Quanto mais soubermos fortalecer na família, na comunidade e no mundo, laços de fraternidade e ternura, muito mais a vida ganhará novo impulso, beleza, esplendor.


(1) Lecionário Comentado  - Volume II - Tempo Comum - Editora Paulus - Lisboa - p.75.

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