A esperança da vida
plena e feliz
Sejamos
iluminados pelo início da chamada Carta de Barnabé (Séc. II), em que nos fala
da esperança da vida como o início e o fim de nossa fé.
“Saúdo-vos na paz, filhos e
filhas, em nome do Senhor que nos ama.
Por serem grandes e preciosas as
liberalidades que Deus vos concedeu, mais que tudo e intensamente me alegro por
vos saber felizes e esclarecidos. Pois assim acolhestes a graça do dom
espiritual, enxertada na alma. Por isto ainda mais me felicito com a esperança
de ser salvo, ao ver realmente derramado sobre vós o Espírito vindo da copiosa
fonte do Senhor.
Estou plenamente convencido e
consciente de que ao falar convosco vos ensinei muitas coisas, porque o Senhor
me acompanhou no caminho da justiça; e sinto-me fortemente impelido a amar-vos
mais do que a minha vida, porque são grandes a fé e a caridade que existem em
vós pela esperança da vida.
Tendo em consideração que, se é de
meu interesse por vossa causa partilhar convosco algo do que recebi, será minha
paga servir a tais pessoas. Decidi, então, escrever-vos poucas palavras, para
que, junto com a fé, tenhais perfeita ciência.
São três os preceitos do Senhor: a
esperança da vida, início e fim de nossa fé; a justiça, início e fim do
direito; caridade alegre e jovial, testemunho das obras de justiça.
Pelos profetas, o Senhor fez-nos
conhecer as coisas passadas, as presentes e deu-nos saborear as primícias das
futuras. Ao vermos tudo acontecer por ordem, tal como falou, devemos nós, mais
ricos e seguros, assimilar o Seu temor.
Quanto a mim, não como mestre, mas
como um de vós, mostrarei alguns poucos pontos, pelos quais vos alegrareis nas
circunstâncias atuais.
Nestes dias maus, Ele mostra Seu
poder; empenhemo-nos, pois, de coração em perscrutar os Mandamentos do Senhor.
Nossos auxiliares são o temor e a paciência; apoiam-nos a generosidade e a
continência que, aos olhos do Senhor, permanecem castas, no convívio da
sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento.
Todos os profetas nos revelaram
não ter Ele necessidade de sacrifícios nem de holocaustos nem de oblações,
dizendo: ‘Que tenho a ver com a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor.
Estou farto de holocaustos, de gorduras dos cordeiros; não quero o sangue de
touros e de cabritos, mesmo que venhais à minha presença. Quem exige isto de
vossas mãos? Não pisareis mais em meus átrios. Trazeis oblações de farinha?
Será em vão. O incenso me é abominável; vossos novilúnios e solenidades, não as
suporto (cf. Is 1,11-13)”.
Como
discípulos missionários do Senhor, empenhemo-nos em viver os três preceitos do
Senhor que Barnabé nos apresenta:
- “a esperança da vida, início e
fim de nossa fé”;
- “a justiça, início e fim do
direito”;
- “a caridade alegre e jovial,
testemunho das obras de justiça”.
Oremos:
Ó Deus de bondade,
ajudai-nos a fazer progresso no temor de Vós, com a paciência necessária
para que vejamos florir e frutificar frutos de amor e justiça no mundo em que
vivemos.
Concedei-nos a
generosidade e a continência, e que elas permaneçam puras, vivendo com
sabedoria, inteligência, ciência e conhecimento dos Vossos desígnios, ontem,
hoje e sempre.
Fortalecei a
esperança da vida plena e feliz, que é o início e o fim de nossa fé, quando
parecer não mais haver sinais de esperança, e não tenha a última palavra a
cultura da morte.
Ajudai-nos a buscar
primeiro o Vosso Reino e a justiça, e tudo o mais nos será acrescentado, fiéis
à fé que professamos e à Doutrina que nos conduz.
Revigorai em nossos
corações a caridade alegre e jovial, a fim de que elas sejam testemunhos
credíveis das obras de justiça dentro e fora da Igreja, em todos os âmbitos, na
fidelidade a Jesus e com o Santo Espírito. Amém.
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