sexta-feira, 16 de maio de 2025

Cremos no Ressuscitado e somos Suas testemunhas

Cremos no Ressuscitado e somos Suas testemunhas

                                                 Sejamos cristãos alegres, corajosos,                                                              convictos a caminho do céu,
  vivendo  no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Somos discípulos missionários do Senhor Ressuscitado, Jesus Cristo, Ele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,1-12).

A missão da Igreja, que nasce de Jesus na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus.

Nisto consiste a missão da comunidade: continuar a missão de Jesus,  no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada: Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino: a glória da eternidade.

A comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao outro.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho.

Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Renovemos em nosso coração o Amor de Deus infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos a missão em plena fidelidade ao Senhor Ressuscitado, que conosco caminha e nos garante a presença e ação do Seu Espírito, para que sejamos, como Igreja, instrumentos do Reino de Deus.

Somente Jesus nos conduz ao Pai

                                                                

Somente Jesus nos conduz ao Pai

                                                    Sejamos cristãos alegres, corajosos, 
                                                              convictos a caminho do céu,
vivendo  no tempo presente 
a nossa fé em Jesus Cristo, 
que nos conduz ao Pai, com a força, 
presença e ação do Seu Espírito.

Na 4ª sexta-feira do Tempo da Páscoa, ouvimos a passagem do Evangelho de João (Jo 14,1-6), em que Jesus Se apresenta como Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

Reflitamos sobre a missão da Igreja, que nasce de Jesus, na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus.

A comunidade continua a Sua missão, no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada.

Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino: a glória da eternidade, de modo que a comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao próximo.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho. Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

E como vemos na passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 6,1-7), a Igreja em Jerusalém, com seu testemunho, tinha alguns aspectos que davam a ela sua identidade:

Uma comunidade santa, embora formada por pecadores, num contínuo processo de conversão, procurando viver a fidelidade apesar das falhas e dificuldades;

Possui uma organização hierárquica com a responsabilidade de conduzir e orientar a direção da comunidade, favorecendo o diálogo e a participação consciente, ativa e frutuosa;

Uma comunidade de servidores que colocam em comum os dons de Deus recebidos;

Finalmente, uma comunidade criada, animada e dinamizada pelo Espírito Santo, para que dê testemunho de Jesus Cristo Ressuscitado.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Renovemos em nosso coração o Amor de Deus, infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos com os pés firmes neste Bom Caminho que nos conduz aos céus, à comunhão plena e eterna de Amor: Céu. 

“A vida é essencialmente comunhão”

                                                           

“A vida é essencialmente comunhão”

Assim Jesus Se definiu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

Assim afirma o Lecionário Comentado: “alguém poderia pensar que a vida é uma realidade misteriosa que está sabe-se lá onde, que Jesus pode dar ou que a ela pode conduzir. Na verdade, a vida é ainda o próprio Cristo e consiste precisamente naquela intimidade profunda com o Pai que se obtém vivendo com o Filho.

A vida é essencialmente comunhão: quem não tem afetos, relações, amizades, não vive; pois bem, Jesus oferece a principal das relações, a relação com Deus, que não é alternativa aos outros, mas está dentro de todas as boas relações que tecem a trama de uma vida” (1)

Assim como Jesus estabeleceu uma relação de amigo com Seus discípulos, enquanto com eles estava e caminhava, também quer estabelecer conosco: “Já não vos chamo de servos, mas amigos” (Jo 15,9-17).

É preciso intensificar nossa amizade com Jesus, nosso Senhor, que nos revela a face do Pai, como Ele mesmo disse a Felipe: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9), pois viver é fortalecer a comunhão entre nós e com Deus.

Uma sadia e fecunda relação com Deus nos introduz na comunhão perfeita com o Filho e o Seu Espírito, e assim, consequentemente, nos abrimos em relação ao nosso próximo, estabelecendo vínculos e amizades sinceras e fraternas, numa expressão de afetos, que se abrem sempre para novas amizades multiplicadas, incessantemente.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus-Lisboa - Volume Tempo da Quaresma e Páscoa - p. 528 

Cristo é o Caminho para a luz e a Verdade para a Vida (parte 1)

                                                           

Cristo é o Caminho para a luz e a Verdade para a Vida

"Grande coisa é a Verdade,
grande coisa é a Vida! Ah se fosse possível
à minha alma encontrar o Caminho para lá chegar!"

Sejamos iluminados por esta citação do Bispo Santo Agostinho (séc. V), extraída “Dos Tratados sobre o Evangelho de São João”, quando Jesus, num contexto de partida para junto do Pai, apresenta-Se à comunidade como o caminho para a luz e a verdade para a vida (Jo 14,1-12).

“Diz o Senhor: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). Estas breves Palavras contêm um Preceito e uma Promessa.

Façamos o que o Senhor mandou, para esperarmos sem receio receber o que prometeu, e não nos vir Ele a dizer no dia do Juízo:

"Fizeste o que mandei para esperares agora alcançar o que prometi?".
Responder-te-á: "Disse que me seguistes". Pediste um conselho de vida. De que vida, senão daquela sobre a qual foi dito: "Em Vós está a Fonte da Vida?" (Sl 35,10).

Por conseguinte, façamos agora o que nos manda, sigamos o Senhor, e quebremos os grilhões que nos impedem de segui-Lo. Mas quem é capaz de romper tais amarras se não for ajudado por Aquele de quem se disse:

"Quebrastes os meus grilhões? (Sl 115,7). E também noutro Salmo: ''É o Senhor quem liberta os cativos, o Senhor faz erguer-se o caído (Sl 145,7.8).

Somente os que assim são libertados e erguidos poderão seguir aquela luz que proclama: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, não andará nas trevas".

Realmente o Senhor faz os cegos verem. Os nossos olhos, irmãos, são agora iluminados pelo colírio da fé. Para restituir a vista ao cego de nascença, o Senhor começou por ungir-lhe os olhos com sua saliva misturada com terra.

Cegos também nós nascemos de Adão, e precisamos de ser iluminados pelo Senhor. Ele misturou Sua saliva com a terra: "E a Palavra se fez Carne e habitou entre nós" (Jo 1,14). Misturou Sua saliva com a terra, como fora predito:

"A verdade brotou da terra" (cf. Sl 84,12). E Ele próprio disse: "Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida" (Jo 14,6).

A verdade nos saciará quando O virmos face a face, porque também isso nos foi prometido. Pois quem ousaria esperar, se Deus não tivesse prometido ou dado?

Veremos face a face, como diz o Apóstolo: "Agora, conheço apenas de modo imperfeito; agora, nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face" (1Cor 13,12).

E o Apóstolo João diz numa de suas Cartas: "Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é" (1Jo 3,2). Eis a grande promessa!

Se O amas, segue-O! "Eu O amo, dizes tu, mas por onde O seguirei?" Se o Senhor te houvesse dito: "Eu sou a verdade e a vida", tu que desejas a verdade e aspiras à vida, certamente procurarias o caminho para alcançá-la e dirias a ti mesmo:

"Grande coisa é a verdade, grande coisa é a vida! Ah se fosse possível à minha alma encontrar o caminho para lá chegar!".

Queres conhecer o caminho? Ouve o que o Senhor diz em primeiro lugar: "Eu sou o caminho". Antes de dizer aonde deves ir, mostrou por onde deves seguir. Eu sou, diz Ele, o caminho. O caminho para onde? "A verdade e a vida".

Disse primeiro por onde deves seguir e logo depois indicou para onde deves ir. Eu sou o Caminho, Eu sou a Verdade, Eu sou a Vida. Permanecendo junto do Pai, é verdade e vida; revestindo-Se de nossa carne, tornou-Se o caminho.

Não te é dito: "Esforça-te por encontrar o caminho, para que possas chegar à verdade e à vida". Decerto não é isso que te dizem. Levanta-te, preguiçoso! O próprio Caminho veio ao teu encontro e te despertou do sono em que dormias, se é que chegou a despertar-te; levanta-te e anda!

Talvez tentes andar e não consigas, porque te doem os pés. Por que estão doendo? Não será pela dureza dos caminhos que a avareza te levou a percorrer?

Mas o Verbo de Deus curou também os coxos. "Eu tenho os pés sadios, respondes, mas não vejo o caminho". Lembra-te que Ele também deu a vista aos cegos.”

Foi desejo de Santo Agostinho contemplar a face de Deus, assim como também deve ser o nosso. No entanto, somente será possível se aderirmos incondicionalmente ao Senhor Jesus, que não apenas apontou o Caminho, mas é o próprio Caminho.

Não apenas nos ensinou a Verdade que nos faz verdadeiramente livres, como é a própria Verdade que nos liberta (cf. “Conhecereis a verdade e a Verdade vos libertará” - Jo 8,32). Jesus é a nossa Vida e a garantia de uma vida plena e feliz.

Urge que firmemos nossos passos no caminho para a eternidade, colocando nossa vida nas mãos de Deus, como oferenda agradável a Ele; iluminados pelo Esplendor da Verdade, que é o próprio Cristo Jesus. 

Cristo é o Caminho para a luz e a Verdade para a Vida (parte 2)

                                                  

Cristo é o Caminho para a luz e a Verdade para a Vida 

 “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”
(Jo 14,6)

Caminho que conduz a Deus e à morada eterna.
Caminho porque é nosso Único Mediador com Deus.
Caminho que devemos percorrer como comunidade.
Caminho para a glória que passa pela Cruz.
Caminho da felicidade, se vividas as Bem-Aventuranças.

Verdade que Ilumina todos os Povos.
Verdade porque nos Revela a face de Deus,
Verdade plena de esplendor que devemos proclamar ao mundo.
Verdade que, se seguida, não caminharemos nas trevas.
Verdade que, se conhecida, nos fará livres.

Vida que renova o mundo e toda a humanidade.
Vida que nos dá gosto e sentido da vida, e dela cuidar.
Vida porque é nosso Redentor com Seu Sangue derramado.
Vida plena e abundante nos concede no tempo e na eternidade.
Vida na morte, força na fraqueza, glória na humilhação.

Cristo é o Caminho para a luz e a Verdade para a Vida

Amemos como o Senhor nos amou

                                                             

Amemos como o Senhor nos amou

“...o Senhor definiu a plenitude do Amor
com que devemos amar-nos uns aos outros”

Sejamos enriquecidos pelo Bispo Santo Agostinho (séc. V) com uma reflexão extraída de seu “Tratado sobre o Evangelho de São João”:

“Irmãos caríssimos, o Senhor definiu a plenitude do Amor com que devemos amar-nos uns aos outros, quando disse: Ninguém tem Amor maior do que Aquele que dá Sua vida pelos amigos (Jo 15,13).

Daqui se conclui o que o mesmo Evangelista João diz em sua epístola: Jesus deu a Sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1Jo 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros, como Ele nos amou até dar a Sua vida por nós.

É certamente a mesma coisa que se lê nos Provérbios de Salomão: Quando te sentares à mesa de um poderoso, olha com atenção o que te é oferecido; e estende a tua mão, sabendo que também deves preparar coisas semelhantes (cf. Pr 23,1-2 Vulg.).

Ora, a Mesa do poderoso é a Mesa em que se recebe o Corpo e o Sangue D'Aquele que deu a Sua vida por nós. Sentar-se à Mesa significa aproximar-se com humildade.

Olhar com atenção o que é oferecido, é tomar consciência da grandeza desta graça. E estender a mão sabendo que também se devem preparar coisas semelhantes, significa o que já disse antes: assim como Cristo deu a Sua vida por nós, também devemos dar a nossa vida pelos irmãos.

É o que diz o Apóstolo Pedro: Cristo sofreu por nós, deixando-nos um exemplo, a fim de que sigamos os Seus passos (cf. 1Pd 2,21). 

Isto significa preparar coisas semelhantes.Foi o que fizeram, com ardente amor, os Santos mártires. Se não quisermos celebrar inutilmente as suas memórias e nos sentarmos sem proveito à Mesa do Senhor, no Banquete onde eles se saciaram, é preciso que, como eles, preparemos coisas semelhantes.

Por isso, quando nos aproximamos da Mesa do Senhor, não recordamos os mártires do mesmo modo como aos outros que dormem o sono da paz, ou seja, não rezamos por eles, mas antes pedimos para que rezem por nós, a fim de seguirmos os seus passos.

Pois já alcançaram a plenitude daquele Amor acima do qual não pode haver outro maior, conforme disse o Senhor. Eles apresentaram a seus irmãos o mesmo que por sua vez receberam da Mesa do Senhor.

Não queremos dizer com isso que possamos nos igualar a Cristo Senhor, mesmo que, por Sua causa, soframos o martírio até o derramamento de sangue.

Ele teve o poder de dar a Sua vida e depois retomá-la; nós, pelo contrário, não vivemos quanto queremos, e morremos mesmo contra a nossa vontade.

Ele, morrendo, matou em Si a morte; nós, por Sua morte, somos libertados da morte. A Sua carne não sofreu a corrupção; a nossa, só depois de passar pela corrupção, será por Ele revestida de incorruptibilidade, no fim do mundo.

Ele não precisou de nós para nos salvar; entretanto, sem Ele nós não podemos fazer nada. Ele Se apresentou a nós como a Videira para os ramos; nós não podemos ter a vida se nos separarmos d’Ele.

Finalmente, ainda que os irmãos morram pelos irmãos, nenhum mártir derramou o seu sangue pela remissão dos pecados de seus irmãos, como Ele fez por nós. Isto, porém, não para que O imitássemos, mas como um motivo para agradecermos.

Portanto, na medida em que os mártires derramaram seu sangue pelos irmãos, prepararam o mesmo que tinham recebido da Mesa do Senhor.

Amemo-nos também a nós uns aos outros, como Cristo nos amou e Se entregou por nós”

Contemplamos a plenitude do Amor de Deus por nós, que não poupou o próprio Filho por amor à humanidade, e nos convida a viver o mesmo amor uns pelos outros.

Passemos da contemplação à vivência de mesmo Amor, como tão fortemente nos exorta o Bispo; e envolvidos por este amor, dele plenificados, podemos e haveremos de amar como Jesus Ama: Amor que ama sem medida, e assim faremos da nossa vida uma agradável oferenda a Deus,  sem o que tornaria nossos ritos e sacrifícios sem sentido, gosto e conteúdo.

Nossa vida, aos poucos, ficaria sem sonhos, sem verdadeiros projetos e perspectivas. No entanto, tudo se renova para quem experimenta, cotidianamente, o Amor de Deus, e procura vivê-lo em relação ao próximo, progredindo no essencial, que é o distintivo de nossa fé: a vivência do Mandamento do Amor.

Amando como o Senhor nos amou, daremos razão de nossa esperança ao mundo, e os sinais do Reino, os sinais Pascais se multiplicarão. Amém.

A mentira é uma autêntica violência

                                                            

A mentira é uma autêntica violência

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) afirma, à luz das Sagradas Escrituras, que “os discípulos de Cristo ‘revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade’ (Ef 4,24). ‘Livres da mentira’ (Ef 4,25), devem ‘rejeitar toda maldade, toda mentira, todas as formas de hipocrisia, de inveja e maledicência’ (1 Pd 2,1)” (CIC n. 2475).

Bem sabemos os efeitos negativos que a mentira provoca em nossos relacionamentos, em todos os seus âmbitos; é funesta para toda a sociedade, e jamais poderemos compactuar com a mesma.

Por mentira, compreende-se em dizer o que é falso com a intenção de enganar, por isto Jesus denuncia a mentira como obra diabólica: “Vós sois do diabo, vosso pai, ... nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44).

Deste modo, “A mentira é a ofensa mais direta à verdade. Mentir é falar ou agir contrariamente à verdade, para induzir em erro. Lesando a relação do homem com a verdade e com o próximo, a mentira ofende a relação fundamental do homem e da sua palavra com o Senhor” (CIC n. 2483).

O CIC afirma, categoricamente, que a mentira é como uma autêntica violência feita a outrem: “A mentira (porque é uma violação da virtude da veracidade) é uma autêntica violência feita a outrem. Este é atingido na sua capacidade de conhecer, a qual é condição de todo o juízo e de toda a decisão.

A mentira contém em gérmen a divisão dos espíritos e todos os males que a mesma suscita. É funesta para toda a sociedade: destrói pela base a confiança entre os homens e retalha o tecido das relações sociais”. (Catecismo da Igreja Católica n. 2486).

Quanto à sua gravidade, é medida segundo a natureza da verdade que ela deforma, de acordo com as circunstâncias e intenções daquele que a comete, os prejuízos sofridos por aqueles que são suas vítimas – “Embora a mentira, em si, não constitua senão um pecado venal, torna-se mortal, quando fere gravemente as virtudes da justiça e da caridade” (CIC n. 2484).

Sendo assim, “toda falta cometida contra a justiça e contra a verdade implica o dever da reparação, mesmo que o seu autor tenha sido perdoado.

Quando for impossível reparar publicamente um mal, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que foi lesado não pode ser indenizado diretamente, deve dar-se-lhe uma satisfação moral, em nome da caridade. Este dever de reparação diz respeito também às faltas cometidas contra a reputação alheia. A reparação, moral e às vezes material, deve ser avaliada segundo a medida do prejuízo causado e obriga em consciência” (CIC n. 2487).

No empenho de reconciliação com Deus e com nossos irmãos e irmãs, urge  pautarmos nossa vida pela verdade, rompendo as amarras da mentira, que nos priva da liberdade que o Senhor nos alcançou, pois é para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1).

Procuremos caminhos para superação da violência, na construção da cultura da paz, ressuscitando a verdade em nossos espaços e relacionamentos cotidianos.

Como vemos, a prática da mentira, ou compactuar com a mesma, é uma das múltiplas faces da violência.

A fidelidade a Jesus, o Senhor que cremos e amamos; nosso Caminho, Verdade e vida (Jo 14,6), é a verdade, pois como Ele mesmo o disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Concluindo: somente a verdade vivida nos coloca no caminho da construção de uma verdadeira e fecunda fraternidade. A mentira é a própria morte da verdade, e com ela a morte da fraternidade e da paz que tanto ansiamos.

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