quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Entre palavras (...)

                                                           

Entre palavras (...)

“A alegria de viver (...) a fragilidade da vida”.

O que seria este (...)?

Se (...) for “e”,
Temos que a alegria de viver e a fragilidade da vida coexistem inseparavelmente, e viver consistirá em redescobrir cotidianamente a alegria, assumindo os limites da condição humana, na real expressão da fragilidade da vida.

Se (...) for “depende”,
Aprendemos que a alegria de viver depende de como suportamos os revezes da vida, devido à sua indubitável fragilidade que nos acompanha da concepção ao seu declínio natural.

Se (...) for “pressupõe”,
Faz-nos tomar consciência de que a alegria de viver pressupõe a capacidade de lidar com a fragilidade da própria vida, com seus limites que se impõe cotidianamente.

Se (...) for “apesar”,
Implica que a alegria de viver é uma busca constante, apesar da fragilidade da vida que pode nos surpreender, por isto é preciso estar sempre vigilantes para eventuais acontecimentos que nos fragilizem ou queiram roubar nossa alegria, com a busca de caminhos de superação, acrisolamento, crescimento...

Se (...) for “com”,
A alegria de viver com a fragilidade da vida são inseparáveis, como a existência cristã só é pensável com a cruz quotidiana, com suas renúncias necessárias para seguimento do Divino Mestre.

Concluindo, o Senhor jamais nos desampara, sabe de nossas fraquezas, imperfeições, nos revela a misericórdia divina, e nos assegura que tão apenas com Ele podemos alcançar a plena alegria, se n’Ele permanecermos, alimentando-nos com a Seiva do Espírito, a Seiva do Amor.

Cada momento difícil por que tenhamos que passar, não nos fragilizará, mas será como que uma poda, para que, enxertados na Verdadeira Videira que é o Senhor, muitos e eternos frutos produzamos, como Ele mesmo nos assegurou (Jo 15).

Senhor, não nos deixeis cair em tentação

Senhor, Não nos deixeis cair em tentação

Ouvimos na Leitura da quarta-feira da quarta Semana do Tempo Comum (ano par) uma passagem do Segundo Livro de Samuel (2Sm 24,2.9-17), na qual o Rei Davi reconhece o seu pecado ao fazer o recenseamento do povo.

A tentação do poder levou Davi ao recenseamento, que era a expressão de sua dupla ambição: o cadastramento da população que contribuía com tributos (exploração econômica); o levantamento dos homens aptos para a guerra (dominação política).

Este episódio do recenseamento mostra certa "secularização" do governo de Davi, ou seja, a tendência a gerir os negócios do reino segundo os costumes dos outros poderosos, e por isto seu remorso e oração ao Senhor, por ter se comportado como se tudo não estivesse nas mãos de Deus, Senhor da vida e da morte; como se o registro do potencial humano e econômico lhe garantisse uma segurança demasiado humana, proporcionando-lhe uma sensação de êxito e poder.

Bem diferente é a ótica de Deus e do Profeta, ainda que pareça um pouco fora do comum para nós, apresenta-se como a nova visão que perpassa os acontecimentos humanos e faz da história profana uma história sagrada: o Deus da Aliança quer e deve ser o único.

No Missal Cotidiano, encontramos esta questionadora reflexão para nossas comunidades que professam a fé em Deus:

“A tentação de medir o progresso do Reino de Deus sempre ronda nossas comunidades: ainda com demasiada frequência, avaliamos as coisas sob o aspecto quantitativo e visível.

Quando fazemos estatísticas e levantamentos necessários, não podemos esquecer uma variável misteriosa, mas real, que pode mudar todos os valores dos nossos dados: a graça de Deus”. (1)

Em todos os níveis, corre-se o risco de escrever a história com dupla atitude extrema: escrevê-la como se nada dependesse de Deus, sem espaço para Sua graça, presença e ação, na absoluta negação ou indiferença em relação a Ele; de outro lado a passividade ou omissão, confiando tudo à ação divina, não fazendo o que nos é próprio, com as forças e recursos que nos são confiados e disponíveis.

Reflitamos:

- Em que sentido elas se relacionam e se completam, para que a vida seja mais humana, como expressão de vida plena para todos?

- De que modo se dá a interação entre a fé e a razão para não cairmos em estéril fideísmo ou num ativismo que prescinda de Deus e da própria fé?

- Como colocar todos os recursos disponíveis que nos são confiados para cuidar da nossa casa comum, de nosso planeta, como refletimos a partir da Encíclica do Papa Francisco – “Laudato Si”?

- De que modo a tentação e o pecado de Davi se repetem ao longo da história da humanidade, de nossas comunidades e de nossa própria história?

São questões pertinentes que nos desafiam a tomar a mesma atitude de Davi: reconhecer nosso pecado, e nos colocarmos como frágeis criaturas diante do Criador, a quem tudo pertence, e cuidar do jardim que Ele nos confiou, como responsáveis jardineiros da criação. E tão somente assim, cuidaremos de nossa casa comum, e todos teremos melhores condições de vida, assegurando também aos que virão.


(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus - pág. 719

“Prepara-te para a tentação”

                                                   

“Prepara-te para a tentação”

Retomemos um trecho do Sermão sobre os pastores, escrito pelo Bispo Santo Agostinho (séc. V), em que exorta a preparação para vencer as tentações ao viver o bom combate da fé.

“Já sabeis o que amam os maus pastores. Vede o que descuidam. ‘Ao enfermo não fortificastes; ao doente não curastes; o machucado’, isto é, fraturado, ‘Não pensastes; ao desgarrado, não reconduzistes; ao que se perdia não fostes procurar e ao forte oprimistes’ (Ez 34,4), matastes, destruístes. A ovelha se enfraquece, quer dizer, tem coração débil, imprudente e desprevenido a ponto de ceder às tentações que sobrevierem.

O pastor negligente, quando alguém se lhe confia, não lhe diz: ‘Filho, vindo para servir a Deus, mantém-te na justiça e prepara-te para a tentação’ (Eclo 2,1). Quem assim fala fortifica o fraco e de fraco faz firme, de modo que, se lhe forem confiados os bens deste mundo, não se fiará neles. Se, contudo, houver aprendido a fiar-se na prosperidade terrena, por esta mesma prosperidade será corrompido; sobrevindo adversidades, ferir-se-á e talvez pereça.

Quem assim edifica não constrói sobre a pedra, mas sobre a areia. ‘A pedra era Cristo’ (1 Cor 10,4). Os cristãos têm de imitar os sofrimentos de Cristo e não, ir atrás de prazeres. O fraco se fortifica, quando lhe dizem: ‘Espera, sim, provações neste mundo, mas de todas elas te livrará o Senhor, se teu coração não voltar atrás. Pois para fortalecer teu coração veio padecer, veio morrer, veio ser coberto de escarros, veio ser coroado de espinhos, veio ouvir insultos, veio ser pregado na cruz. Tudo isso por tua causa, e tu, nada: não para Ele, mas em teu favor’.

Quais são estes que, por temerem ofender os ouvintes, não apenas não os preparam para as inevitáveis provações, mas prometem a felicidade neste mundo, que o Deus deste mundo não prometeu? Ele predisse a este mundo labutas e mais labutas até o fim; e tu queres que o cristão esteja isento a estas labutas? Justamente por ser cristão, sofrerá algo mais neste mundo.

Com efeito, disse o Apóstolo: ‘Todos aqueles que querem viver sinceramente em Cristo, sofrerão perseguições’ (2 Tm 3,12). Agora, tu pastor insensato, que procuras os teus interesses e não o de Jesus Cristo, deixe que ele diga: ‘Todos aqueles que querem viver sinceramente em Cristo, sofrerão perseguições’. E por tua conta vai dizendo: ‘Se em Cristo viveres piedosamente, terás abundância de todos os bens. Se não tens filhos, tê-los-á e os criarás, e nenhum morrerá’. É esta tua construção? Olha o que fazes, onde a colocas.

Sobre a areia a constróis. Virá a chuva, o rio transbordará, soprará o vento, baterão contra esta casa; ela cairá e será grande sua ruína.

Tira-a da areia, põe-na sobre a pedra: esteja em Cristo aquele a quem desejas ver cristão. Observe os injustos sofrimentos de Cristo, observe-o sem pecado, pagando o que não devia, observe a Escritura a lhe dizer: ‘O Senhor castiga todo aquele que reconhece como filho’ (Hb 12,6). Ou se prepare para ser castigado, ou não procure ser aceito”.

Urge viver o “Bom combate da fé” (1 Tm 6,12), e para tanto, urge estar sempre pronto, em atitude de vigilância, preparados para as tentações, a fim de vencê-las, sem jamais vacilarmos na fé, esmorecermos na esperança e esfriarmos na caridade.

Supliquemos a Deus que nos conceda resistência na tentação, paciência na tribulação e sentimentos de gratidão na prosperidade, vivendo com Ele e para Ele, a quem damos toda a honra, glória, poder e louvor.

Pastores e rebanho, edifiquemos nossa vida sobre a Rocha, a Pedra Fundamental que é Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre, e nada poderá nos abalar.

Deste modo, sejamos iluminados pela Palavra de Deus, nutridos pelo Pão da Eucaristia, testemunhas vivas da evangélica caridade, vivendo, a cada dia, a missão que o Senhor nos confia, como alegres testemunhas como discípulos missionários Seus.

Dai-nos, ó Deus, Sabedoria e Inteligência

 


Dai-nos, ó Deus, Sabedoria e Inteligência 

No capítulo 28 do Livro de Jó, encontramos uma meditação sobre a Sabedoria:

“E Deus disse à humanidade: ‘No temor do Senhor está a Sabedoria; no apartar-se do mal, a Inteligência’” (Jó 28,28)

Oremos:

Senhor Deus, ajudai-nos a perceber, a cada momento de nossas vidas, que a sabedoria, de fato, só tem sentido quando no temor do Senhor.

Que nos abramos à Vossa Sabedoria para nos conduzir e orientar nossas decisões, firmando nossos passos no Caminho, que é o próprio Jesus Cristo, e assim, a Verdade resplandecerá em todo o nosso viver, e teremos a Vida plena, que é Ele mesmo (cf. Jo 14,6).

Senhor Deus, concedei-nos a inteligência, para que saibamos distinguir o bem do mal, e não apenas distinguir, mas não realizá-lo.

Que tenhamos força para do mal nos afastarmos, como Vosso Filho nos ensinou a rezar: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Amém.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Adoramos o Senhor, servimos nosso próximo

                                                       

             Adoramos o Senhor, servimos nosso próximo
 
No segundo anúncio da Paixão de Nosso Senhor (Mc 9,30-37), Jesus diz aos discípulos, que discutiam no caminho, qual seria o maior entre eles, que quisesse ser o primeiro, deveria ser o último de todos, e o servo de todos.
 
Jesus diz aos discípulos, que discutiam no caminho, qual seria o maior entre eles: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”
 
Retomemos este parágrafo do Catecismo da Igreja Católica (n.786):
 
“O Povo de Deus participa finalmente da função ‘régia’ de Cristo. Cristo exerce a Sua realeza atraindo a Si todos os homens pela Sua Morte e Ressurreição.
 
Cristo, Rei e Senhor do Universo, fez-Se o servo de todos, pois ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate pela multidão’ (Mt 20, 28).
 
Para o cristão, ‘reinar é servir’, em especial ‘nos pobres e nos que sofrem, nos quais a Igreja reconhece a imagem do Seu Fundador pobre e sofredor’.
 
O povo de Deus realiza a sua ‘dignidade régia’ vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo”. (1)
 
Assim como veio servir e não ser servido, Jesus deixou este ensinamento para os Seus discípulos, e o fez expressivamente ao lavar-lhes os pés (Jo 13).
 
Como Igreja, também devemos renovar sempre a alegria e o amor no serviço ao Senhor, na pessoa dos pobres que nos são confiados.
 
Deste modo há a contínua necessidade do fortalecimento de nossas Pastorais e Serviços diversos de nossas comunidades, para cada vez mais reinemos com Jesus, colocando-nos, generosamente, em atitude de amor, serviço e doação.
 
Ainda temos muito que aprender para reinar com Jesus, pois ainda temos muito que nos converter, para que mais expressiva e frutuosa seja nossa generosidade e doação em favor de nosso próximo. 
 
Firmemos nossos passos neste caminho. Alegremo-nos e exultemos no Senhor, que nos acompanha nesta maravilhosa graça e missão, conduzidos e iluminados pela Sua Palavra, e nutridos pelo Seu Divino Corpo e Sangue que recebemos no Banquete da Eucaristia.
 
Que reinemos com o Senhor, mas só o fazemos, quando ao próximo nós serviços. Amém.
 


 
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n.786
 
PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Mc 9,30-37)
 


“Sejamos primeiros para os outros”

                                                      

“Sejamos primeiros para os outros”

Para aprofundamento da Liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum (ano B):

A verdadeira autoridade não está em estar acima dos outros, oprimir os outros, na afirmação de si mesmos reduzindo os outros a escravos, clientes ou aduladores; está em ‘ser primeiros para os outros’. Em colocar o que se tem de bom a serviço de todos.

Isto cria a nova grandeza evangélica, que é verdadeira grandeza, porque, se é verdade que ‘os primeiros serão os últimos’, é verdade também que ‘os últimos’ (estes últimos dos quais nos falou o Evangelho serão os primeiros (Mt  20,16)”. (1)

Parece pequena a diferença, mas na verdade é de imensa: é preciso antes “ser primeiro que os outros”, “ser primeiro para os outros”.

Quantas vezes, vemos disputas para ver quem é o melhor, quem chega primeiro, quem tem mais acesso, mais ibope... A lista é interminável.

Na verdade deve ser colocada a questão: primeiro, para dominar ou para servir melhor?

Primeiro que o outro em tudo, para enriquecimento pessoal ou para enriquecimento do outro?

A busca do primeiro que o outro só tem sentido se for movido pelo amor doação, serviço, para que todos tenham vida e vida plena.

Sejamos os primeiros a:

- nos colocar alegremente no carregar da cruz, em solidariedade com os crucificados.

- carregar nossa cruz de cada dia, com renúncias, coragem e fidelidade, testemunhando e ajudando o próximo no carregar de sua cruz, como “Cirineus”, que o mundo tanto precisa...

- promover o bem, a verdade, a justiça, a ética, os valores que, se vividos, tornam o mundo mais belo.

Sejamos os primeiros a estender a mão a quem mais precisa. Primeiro, para amar e servir. Eis a grande lição que Jesus nos dá na passagem do Evangelho (Mc 9, 30-37).


(1) O Verbo Se faz Carne - Raniero Cantalamessa - Editora   Ave Maria - 2013 - p.438

PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Mc 9,30-37)

Discípulos da Divina Misericórdia

 


Discípulos da Divina Misericórdia

Sejamos enriquecidos pela carta de São Policarpo de Esmirna (séc. II), sobre a Carta aos Filipenses, em que nos apresenta Jesus Cristo que nos deixou um exemplo em Sua própria Pessoa.

“Que os presbíteros tenham entranhas de misericórdia e se mostrem compassivos para com todos, tratando de trazer ao bom caminho aqueles que se extraviaram; que visitem aos enfermos e não descuidem das viúvas, dos órfãos e dos pobres, antes, que procurem o bem diante de Deus e diante dos homens; abstendo-se de toda ira, de toda acepção de pessoas, de todo juízo injusto; que vivam afastados do amor ao dinheiro e não se precipitem crendo facilmente que os outros tenham agido mal, que não sejam severos em seus juízos, tendo presente a nossa natural inclinação ao pecado.

Portanto, se pedimos ao Senhor que perdoe nossas ofensas, também nós devemos perdoar aos que nos ofendem, já que estamos sob o olhar de nosso Deus e Senhor, e todos compareceremos diante do tribunal de Deus, e cada um prestará contas a Deus de si mesmo.

O sirvamos, portanto, com temor e com grande respeito, conforme nos ordenaram tanto o próprio Senhor como os Apóstolos que nos pregaram o Evangelho, e os profetas, aqueles que antecipadamente nos anunciaram a vinda de nosso Senhor.

Busquemos o bem com dedicação, evitemos os escândalos, afastemo-nos dos falsos irmãos e daqueles que levam o nome do Senhor de forma hipócrita e arrastam ao erro os insensatos.

Todo aquele que não reconhece que Jesus Cristo veio na carne é do anticristo, e aquele que não confessa o testemunho da Cruz procede do diabo, e o que interpreta falsamente as sentenças do Senhor segundo suas próprias concupiscências, e afirma a inexistência da ressurreição e do juízo, esse tal é o primogênito de Satanás.

Por conseguinte, abandonemos os vãos discursos e falsas doutrinas que muitos sustentam e voltemos aos ensinamentos que nos foram transmitidos desde o princípio; sejamos sóbrios para entregar-nos à oração, perseveremos constantemente nos jejuns e supliquemos com rogos ao Deus que tudo vê, a fim de que não nos deixe cair em tentação, porque, como disse o Senhor, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Mantenhamo-nos, pois, firmes em nossa esperança e a Jesus Cristo, recompensa de nossa justiça; Ele, carregando nossos pecados, subiu ao lenho, e não cometeu pecado nem encontraram engano em Sua boca, e por nós, para que vivamos n’Ele, tudo suportou.

Sejamos imitadores de Sua paciência e, se por causa de Seu nome temos de sofrer, O glorifiquemos; já que este foi o exemplo que nos deixou em Sua própria Pessoa, e isto é o que nós cremos.” (1)

Na fidelidade a Jesus Cristo, como discípulos missionários, sigamos Seus passos, elevando a Deus orações, para que todos os presbíteros “tenham entranhas de misericórdia e se mostrem compassivos para com todos...”

Assim, também, toda a comunidade mantenha firme a esperança no Senhor, imitadora da paciência do Senhor, e se acaso vier o sofrimento, que seja motivo para glorificá-Lo com fé, em expressão viva de caridade. Amém.

 

(1)         Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp.158-159

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG