sábado, 25 de outubro de 2025

“Graça e Paz!”

                                  

“Graça e Paz!”

Nas Vésperas da Liturgia das Horas, rezamos a passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 1,2b-6a):

“A vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai. Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, sempre rezando por vós, pois ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que mostrais para com todos os santos, animados pela esperança na posse do céu. Disso já ouvistes falar no Evangelho, cuja Palavra de verdade chegou até vós. E como no mundo inteiro, assim também entre vós ela está produzindo frutos e se desenvolve”.

Sejamos enriquecidos pela saudação Paulina: “Graça e paz da parte de nosso Pai”.

Todos precisamos desta graça divina, a fim de que sejamos fortalecidos na missão evangelizadora, como discípulos missionários do Senhor, com a força e a presença do Santo Espírito.

Da mesma forma, da paz verdadeira, que tão somente o Senhor pode nos conceder,  e  ela tem um nome, um rosto: é Jesus, o Filho amado do Pai, que nos comunica o “shalom”, a paz, a plenitude de todos os bens.

Troquemos orações mútuas, para que, revigorados e animados sejamos, e vivamos a graça batismal, a vida nova dos filhos e filhas de Deus – “Sempre rezando por vós”.

Revigorados na fé viva, sejamos como a comunidade de Colossas: “Ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus”.

Renovemos a esperança de participar de um novo céu e uma nova terra: “Animados pela esperança na posse do céu”.

Finalmente, seja nosso coração inflamado de amor, fortalecendo os vínculos da comunhão fraterna, em frutuosa partilha e solidariedade para com todos, e de modo especial, a quem mais precisar – “do amor que mostr

Palavra, Sacramentos e Caridade: O tríplice serviço do Presbítero

Palavra, Sacramentos e Caridade: O tríplice serviço do Presbítero

Aconteceu na Catedral de Guarulhos a Santa Missa presidida pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer - Arcebispo Metropolitano de São Paulo - dada a vacância de Bispo na Diocese de Guarulhos, na qual Ordenou Presbíteros os diáconos Cássio Fernando e Pedro Nacélio.

Destaco alguns pontos da Homilia feita pelo Cardeal:

Deus chama, acolhe e acompanha quem Ele deseja para conduzir o Seu rebanho. A pessoa apenas responde a este chamado. Assim aconteceu com estas duas vocações.

Acenou em seguida para o tríplice serviço que o Presbítero deve desempenhar frente à comunidade:

1 – Serviço da Palavra de Deus: sedento desta Palavra, lendo-a. meditando-a e a proclamando também com a vida. O Presbítero deve preocupar-se, de modo especial, com o momento da Homilia.

Neste sentido, bem-vinda e fundamental  a Exortação sobre a Palavra de Deus que o Papa Francisco enviaria e que deveria ser por todos os Presbíteros e comunidades conhecida e estudada.

O Presbítero deve trazer a mensagem da Palavra de Deus para o dia de hoje. Lembrando os Atos dos Apóstolos capítulo 7, acenou para a diaconia na comunidade, que permitirá ao Presbítero ocupar-se daquilo que lhe são próprios: a Oração e o anúncio da Palavra de Deus.

2 – Serviço da santificação do Povo de Deus – O sacerdote lida com as coisas de Deus. Zelo e dedicação na celebração dos Sacramentos e, de modo especial, à Eucaristia.

Para tanto, deverá ter uma vida íntegra, fundamentada nas Bem- Aventuranças. Pelo exemplo de vida, edificar o Povo de Deus na santidade e ajudá-lo a se santificar com a graça de Deus. Uma vida santa é desejada de cada Presbítero na vivência das divinas virtudes.

3 – Serviço da caridade pastoral: sinal do Bom Pastor, na atenção para com todos. Tem a missão de pastorear, formar e organizar a caridade na comunidade (doentes, pobres, desanimados, desorientados).

Deve cuidar da Igreja prédio, mas, sobretudo cuidar da Igreja Povo de Deus, a comunidade dos fiéis, para que nada lhe falte. Cuidar do rebanho com carinho, sobretudo para que não se torne vítima de mercenários.

Aludindo à Palavra proclamada, recomendou que os Presbíteros renovem o dom que receberam de Deus pela imposição das mãos dos Apóstolos, como Paulo assim se dirigiu ao jovem Bispo Timóteo.

O Presbítero deve cuidar-se de si mesmo para bem servir. Deve nutrir-se da Fonte da Fé, na Oração e na escuta da Palavra de Deus.

À luz do Evangelho proclamado (Jo 15), o Presbítero deve permanecer unido a Jesus; deve-se unir a Ele e n’Ele, pois foi Ele quem o escolheu.

O Presbítero é amigo de Jesus, como o próprio Senhor o disse, e assim dá a sua vida para Cristo e não mede sacrifícios.

Finalizando, afirmou que sem Jesus o Presbítero não é ninguém. Sem estar unido a Ele, o Ministério Sacerdotal se esvazia.

Se referindo ao Papa, afirmou que Jesus não precisa de funcionários, mas de amigos que O amem e se coloquem inteiramente a serviço do rebanho.

Concluiu com estas Palavras do Senhor Jesus: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para Sua messe”.

A reflexão é uma luz para que tenhamos cada vez mais Presbíteros e fiéis solidificados na fé, renovados na esperança e inflamados na caridade. 


PS: 25 de outubro de 2013

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova

                                                       

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova

A missão de Jesus é a nossa missão e contamos com o Seu Espírito: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres” (Lc 4,16-21).

Não estamos sós! Temos alegria e a graça de continuar a missão do Senhor, como discípulos missionários d o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, atentos ao que Ele nos disse -  “Permanecei na cidade” ( Lc 24,49).

Iluminados pela Conferência de Aparecida (2007) e em plena comunhão com a Igreja do Brasil, iluminados pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – (2019-2023), multiplicamos esforços para que o Objetivo Geral seja realizado: 

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.

Ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na sua Igreja, comunicando o fogo do amor, para sermos, com renovado ardor, portadores desta Boa- Nova.

Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hb 12,14).

Para que esta ação evangelizadora aconteça, afetiva e efetivamente, é preciso ter alguns objetivos:

- Conversão Pastoral e suas estruturas;
- Acolhida de irmãos e irmãs com alegria, formando uma comunidade em que se vive o amor, a fraternidade, ternura e a solidariedade;

- Evangelização da Família;  
- Catequese permanente;

- Interação da fé com a vida em todos os âmbitos (social, político, econômico, cultural);
- Evangelizar nos novos areópagos (Internet, rádio, TV, jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings).

Cremos que a atividade pastoral e a ação evangelizadora são respostas corajosas para superação de realidades tão gritantes, que impedem a realização do Reino por Jesus inaugurado e por nós a ser anunciado, construído, testemunhado.

Que o mesmo Espírito, que pousou sobre Jesus na Sinagoga de Nazaré, continue repousando sobre nós, para que tenhamos o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade (Is 11,1-3a).

Sendo a fé viva quando são as obras que falam, deixemos as obras falarem no cuidado do rebanho, por Deus, a nós confiado! (1 Pd 5,1-4).

A misericórdia divina e a conversão necessária

                                            

A misericórdia divina e a conversão necessária


Do deserto à montanha, da montanha à planície...
 Em todos os dias a conversão,
Mistério de Paixão e Morte: Transfiguração!
Gloriosa e desejada Ressurreição...

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,1-9), é um convite a repensarmos a nossa existência, para que sejamos homens novos e livres, com exigente mudança de mentalidade e atitudes.

Jesus nos revela a face misericordiosa de Deus, que deseja de todos os modos a salvação da humanidade, e ao mesmo tempo requer de todos nós a conversão à novidade do Reino de Deus por Ele inaugurado:

“Por maior que seja uma catástrofe que atinja os homens nos seus bens e até na sua sobrevivência terrena, muito mais grave é a catástrofe a que vai ao encontro quem não se abre à ação de Deus e não lhe responde.

Isto não significa que o Senhor seja um juiz vingativo e que o mal seja uma represália Sua. Pelo contrário, Ele é um Pai misericordioso, pronto a fazer mais festa por um só pecador que se tenha salvado do que por noventa e nove justos que O louvam (cf. Lucas 15)” (1)

De fato, a fé em Jesus requer a nossa sincera conversão que consiste numa reorientação geral da própria vida, como resposta à ação misericordiosa de Deus por meio d’Ele, o Filho Amado, Jesus.

A onipotência divina pode ser contemplada em sua ação misericordiosa, sendo livre para perdoar e criando o bem mesmo onde ele não existe.

Da mesma forma sua transcendência ultrapassa a distância entre o céu e a terra como reza o Salmista (Sl 102,11).

Lamentavelmente, pode se confundir a paciência de Deus contemplada no Evangelho com a indiferença para com nossos pecados, e permissividade para a continuidade marcada por uma vida descomprometida e desordenada.   

Jamais nos é permitido confundir misericórdia divina como cumplicidade e permissividade. Ao contrário, ela é uma força de Amor que rompe a dureza de nosso coração, incendeia com o fogo do Espírito a frieza do pecado.

Ela provoca que abramos a mente e o coração para um sincero e contínuo compromisso de conversão (Rm 2,4) de tal modo que nos tornemos misericordiosos como o Pai, e na solicitude para com os empobrecidos procuremos ter os mesmos pensamentos e sentimentos de Cristo Jesus.

Reflitamos:
  -   Onde e quando Deus nos oferece oportunidades para conversão?
  -   O que entendemos como conversão da mente e coração?

  -   Quais são os frutos que expressam nossos esforços de conversão?
  -  De que modo correspondemos à bondade e paciência de Deus, sem abuso da mesma?

  -   Como o tempo é breve, temos nos empenhado em busca sincera de conversão?

Jamais nos esqueçamos ou nos descuidemos, e que ressoe em nosso coração o forte apelo de conversão da mente e coração (metanoia), para que produzamos os frutos esperados por Deus.

A contemplação e correspondência ao Amor divino são verdadeiras quando nos fazem melhores, mais humanos, mais sinceros, mais fraternos.

Contemplemos a misericórdia, compaixão, bondade divinas, sem jamais abusar da paciência de Deus.

Do deserto para a montanha, da montanha para a planície, pois é nela que os apelos de conversão se multiplicam.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - p. 148

Em poucas palavras...

                                               


A adoração de Deus três vezes santo

“A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador. Exalta a grandeza do Senhor que nos criou  e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. 

É a prostração do espírito perante o «Rei da glória» (Sl 24,9-10) e o silêncio respeitoso face ao Deus «sempre maior» (Santo Agostinho). A adoração do Deus três vezes santo e soberanamente amável enche-nos de humildade e dá segurança às nossas súplicas.

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2628

Quaresma: tempo favorável de conversão

            



Quaresma: tempo favorável de conversão

Oremos:

Dai-nos, ó Deus, a graça de vivermos a penitência interior, como uma reorientação radical de toda a nossa vida, com o regresso e conversão de nosso coração a Vós.

Fortalecei-nos para a necessária ruptura com o pecado, com a aversão ao mal, repugnância pelas más ações que cometemos, não permitindo que caiamos em tentações que nos afastem de Vós.

Renovai o nosso desejo e o propósito de uma urgente mudança de vida, com a esperança da Vossa Misericórdia e Graça, abrindo-nos ao Mistério do Reino como dom de amor, em total entrega ao próximo.

Pedimos-Vos, que a conversão do coração seja acompanhada por uma dor e uma tristeza salutares, com a aflição do espírito, compunção do coração, para que melhor vivamos a graça do Batismo. Amém.

 

PS: fonte inspiradora – Catecismo da Igreja Católica parágrafo 1431

Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 13,1-9), e aprofundar sobre a compulsão do coração mencionada na Carta Encíclica "Dilexit nos" - Papa Francisco - 24 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

                                             


“É ainda tempo de conversão...”

“É ainda tempo de conversão... Deus cuidou de nós, uma e outra vez, como de uma árvore que parece totalmente incapaz de dar fruto.

O jardineiro, porém, sente pena. Deus tem pena dos homens e cuida deles, uma vez mais, por meio da mensagem e da esperança de Jesus. Se não correspondemos a esses cuidados, o machado da destruição cairá sobre nós.” (1)

 

 

(1) Comentários da Bíblia Litúrgica – Gráfica de Coimbra 2 – p. 1149 – passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,1-9)

 

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