domingo, 13 de julho de 2025

Compaixão e ternura (XVDTCC)

                            


Compaixão e ternura  

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele.” (Cf. Lc 10,33-34)

Não creio em respostas e soluções mágicas
Para as dificuldades que me confidencias.

Mas direi que é preciso ousar e olhar para dentro de si;
Ter coragem de encontrá-las, sem jamais desistir.

Não te falarei da poesia e odores das flores,
Porque sentes na alma a dor de um espinho.

Mas contigo olharei para Aquele que por nós,
Em ato extremo de amor, coroado foi, não por coroa de flor.

Não serei indiferente por estares caído à beira do caminho,
Porque tuas esperanças e sonhos foram saqueados.

Mas quero ser como o bom samaritano,
Não apenas ver, compaixão sentir, e de ti “cuidar”.

São teus o vinho e o azeite para as feridas.
Derramo sobre ti o vinho e o óleo da acolhida e ternura

São tuas as faixas de que tanto precisas;
Ofereço-te as faixas das minhas orações e solidariedade.

Não te direi sequer uma palavra neste momento,
Porque estás saturado de palavras vazias.

Mas te darei meu ombro e meus ouvidos,
E no peito do Amado, Jesus, reclina silenciosamente.

Por fim, te direi: ponha-te de pé, tens que em frente seguir.
Nutre tua fé, renove tua esperança, fortalece a chama da caridade.

Com renúncias, tome tua cruz, celebre comigo a Ceia da Eucaristia,
Deixa-te iluminar pela Palavra, revigora-te com o Pão de Eternidade.Amém.


Fonte inspiradora: Lc 10,25-37

Mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente - Síntese (2022) (XVDTCC)

                                                     


Mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente - Síntese

A mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Doente (11/02/2022) tem como tema: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36), e o convite para que nos coloquemos ao lado de quem sofre, num caminho da caridade, voltando nossos olhos para Deus que «rico em misericórdia» (Ef 2, 4), que olha sempre para os Seus filhos com amor de Pai, mesmo quando se afastam d’Ele.

A misericórdia é por excelência o nome de Deus, que expressa a Sua natureza não como um sentimento ocasional, mas como força presente em tudo o que Ele faz, e conjuntamente é força e ternura.

A prática da misericórdia nos faz testemunhas da caridade de Deus que, a exemplo de Jesus, misericórdia do Pai, derrama sobre as feridas dos enfermos o óleo da consolação e o vinho da esperança, tocando a carne sofredora do próprio Cristo:

“O convite de Jesus a ser misericordiosos como o Pai adquire um significado particular para os profissionais de saúde. Penso nos médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, auxiliares e cuidadores dos enfermos, bem como nos numerosos voluntários que doam tempo precioso a quem sofre. Queridos profissionais da saúde, o vosso serviço junto dos doentes, realizado com amor e competência, ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma missão. As vossas mãos que tocam a carne sofredora de Cristo podem ser sinal das mãos misericordiosas do Pai. Permanecei cientes da grande dignidade da vossa profissão e da responsabilidade que ela acarreta”.

O Papa bendiz ao Senhor pelos progressos que a ciência médica realizou sobretudo nestes últimos tempos; as novas tecnologias que permitiram dispor de vias terapêuticas de grande utilidade para os doentes; a pesquisa que continua a dar a sua valiosa contribuição para derrotar velhas e novas patologias; a medicina de reabilitação que desenvolveu notavelmente os seus conhecimentos e competências.

É fundamental a proximidade na dimensão relacional com o enfermo na sua escuta e consolo.

Quanto aos lugares para o tratamento dos enfermos, destaca as necessárias “estalagens do bom samaritano” (cf Lc 10,34); instituições sanitárias católicas, sobretudo neste grave contexto de pandemia e cultura do descarte.

Ressalta a importância da pastoral da saúde cada vez mais reconhecida e indispensável, e deste modo, todos somos responsáveis, no exercício do “ministério da consolação”:

“A propósito, gostaria de lembrar que a proximidade aos enfermos e o seu cuidado pastoral não competem apenas a alguns ministros especificamente deputados para o efeito; visitar os enfermos é um convite feito por Cristo a todos os Seus discípulos. Quantos doentes e quantas pessoas idosas há que vivem em casa e esperam por uma visita! O ministério da consolação é tarefa de todo o batizado, recordando-se das palavras de Jesus: «Estive doente e visitastes-me» (Mt 25, 36)”.

Finaliza intercedendo a Maria, Saúde dos Enfermos, confiando todos os doentes e as suas famílias, para que unidos a Cristo, que carrega sobre Si o sofrimento do mundo, possam encontrar sentido, consolação e confiança; reza por todos os profissionais de saúde para que, ricos em misericórdia, ofereçam aos pacientes, juntamente com os tratamentos devidos, a sua proximidade fraterna; e concede-nos a Bênção Apostólica.

 

 

Se desejar, confira a mensagem na integra:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick.html


O Bom Samaritano no Sacramento da Penitência (XVDTCC)


O Bom Samaritano no Sacramento da Penitência

“Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas,
derramando nelas azeite e vinho” (Lc 10,34)


Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37), em que Jesus nos apresenta a Parábola do Bom Samaritano.

A passagem nos possibilita uma reflexão sobre o Sacramento da Penitência, no qual o penitente se reconcilia com Deus e com os irmãos e irmãs.

Para o discípulo missionário do Senhor, é sempre tempo de reconciliações, principalmente celebradas e revigoradas na graça do Sacramento da Penitência, que tem seus fundamentos bíblicos nas próprias Palavras do Senhor (Mt 16,19; João 20,21; 2Cor 5,18).

Deste modo, vejamos qual a importância do Sacerdote, que é chamado a exercer um dos mais belos ministérios, em virtude do Sacramento da Ordem: O Ministério da Reconciliação.

Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja em dois breves parágrafos(1464/5):

“Os Sacerdotes devem incentivar os fiéis a receber o Sacramento da Penitência e devem mostrar-se disponíveis a celebrar este Sacramento cada vez que os cristãos o pedirem de modo conveniente.

Ao celebrar o Sacramento da Penitência, o Sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida;
- O bom samaritano que cura as feridas;
- Do Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar;
- Do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo.

Em suma, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador”.


É antes de tudo servo do perdão de Deus, e não senhor do mesmo.
Como servo, deve ser também um eterno aprendiz do perdão, participante da escola do amor do Bom Pastor, que testemunhou um amor mais forte que o pecado.

O Sacerdote, como todo cristão, deve ter no lar (seu berço histórico), a primeira escola de vida cristã, uma escola de enriquecimento humano.

No berço do lar (pequena igreja doméstica), aprendem a resistência à fadiga, a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso, a oração e a oferenda de sua vida (CIC 1657).

No sigilo sacramental, orienta aquele que pecou para uma nova caminhada, um novo horizonte, que só pode ser vislumbrado por alguém que se sentiu amado e perdoado.

O Sacramento deve ser por excelência uma expressão do amor de Deus, o experimentar de Seu mar de misericórdia.

É o olhar de Deus que nos olha para além de nossa pequenez, e envia-nos para testemunhar este encontro restaurador, vivenciando-o nos relacionamentos cotidianos.

Testemunhar um amor que ama até o extremo do amor, na prática da caridade que cobre uma multidão de pecados (1 Pd 4,8), tomando, com alegria e coragem, sua cruz de cada dia, caminho mais seguro de penitência.

O Padre é o homem do perdão, aquele que, diante do pecador, vivencia os limites impostos pelo pecado, ruptura com Deus e Seu Projeto de vida.

É sempre tempo de não desperdiçarmos as oportunidades que nos são concedidas para a acolhida da graça e do perdão.

É necessário que procuremos o Sacramento da Penitência, a fim de que mergulhemos neste mar de misericórdia, e descortinemos um horizonte ilimitado e iluminado pela luz e amor de Deus.

Em cada Sacramento da Penitência celebrado, o padre com o Bom Samaritano, na missão de Bom Pastor, faz exatamente o que Jesus fez em relação à humanidade: vai ao encontro de todas as pessoas atribuladas no corpo ou no espírito, derramando sobre as suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança, tal como fez o samaritano na Parábola.

Seja para nós, portanto, o Sacramento da Penitência, uma rica concretização desta página do Evangelho.

Em poucas palavras... (XVDTCC)

                                                         


Óleo da Consolação e Vinho da Esperança

“Em sua vida terrena, Ele passou fazendo o bem e socorrendo todos os que eram prisioneiros do mal.

Ainda hoje, como bom samaritano, vem ao encontro de todos os que sofrem no corpo ou no espírito, e derrama em suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança.

Por este dom da vossa graça, também quando nos vemos submergidos na noite da dor, vislumbramos a luz Pascal em vosso Filho morto e ressuscitado.” (1)

 

 

(1) Missal Romano – Prefácio Comum VIII

Em poucas palavras... (XVDTCC)

                                                                    


“Nós, sacerdotes...” 

“Nós, sacerdotes, somos o pobre e queremos ter o coração da viúva pobre quando damos esmola e tocamos a mão do mendigo fixando-o nos olhos. 

Nós, sacerdotes, somos Bartimeu, e levantamo-nos cada manhã para rezar: «Senhor, que eu veja!» (cf. Mc 10, 51). 

Nós, sacerdotes, somos, nos vários momentos do nosso pecado, o ferido espancado deixado meio morto pelos ladrões. 

E queremos ser os primeiros a estar entre as mãos compassivas do Bom Samaritano, para depois podermos com as mãos ter compaixão dos outros.” (1)

 

(1)           Homilia Santa Missa Crisma – Papa Francisco – 18/04/19

 

Em poucas palavras... (XVDTCC)

                                                               




“Ao celebrar o sacramento da Penitência...”


Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida: do bom Samaritano que cura as feridas; do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso; do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 1465

A esperança em Deus jamais nos decepciona (XVDTCC)

                                                

A esperança em Deus jamais nos decepciona

Em tempos difíceis por que passamos, são iluminadoras e providenciais as palavras do Apóstolo Paulo aos Romanos: 

“Gloriamo-nos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 3-5).

Urge caminharmos com o Senhor, contando com o Seu Espírito, a fim de edificar uma Igreja misericordiosa e missionária, confessando o Seu nome.

Há um longo caminho a percorrer, e em cada Eucaristia, renovamos nossas forças para superar as tribulações, inerentes ao caminho daqueles que se põem a seguir o Senhor com fidelidade, coragem, firmeza e generosidade.

Sejam derramadas no coração de todos de nossas comunidades eclesiais missionárias torrentes de graças que nos vêm do Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, em virtude provada, não deixando morrer a esperança, porque sabem e confirmam as palavras do Apóstolo, “a esperança não decepciona”.

Porém, a solidificação da fé e a renovação da esperança exigem que cresçamos cada vez na caridade, pois amamos a Deus nos irmãos e irmãs, e amamos os irmãos e irmãs em Deus, vivendo um amor de compaixão, sobretudo para com os que mais precisam – “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34).

O Apóstolo também disse aos Romanos: “Não fiqueis devendo nada um aos outros a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro cumpriu a Lei” (Rm 13, 8).

Deste modo, quanto mais nos abrirmos à ação do Espírito Santo, muito mais o amor de Deus será derramado sobre nós, e também, que eventuais prantos vespertinos se tornarão alegrias matutinas, porque a madrugada da Ressurreição foi precedida pelas tardes da escuridão e do vazio sepulcral, mas a vida venceu, de fato, a morte. Aleluia!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG