sexta-feira, 6 de junho de 2025
Deus sabe trabalhar com nossa fragilidade
Santíssima Trindade: adorar, amar e imitar...
Santíssima
Trindade: adorar, amar e imitar...
“A graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.”
(2 Cor 13,13)
Reflexão
sobre o Tratado Sobre a Trindade, do Bispo Santo Hilário (Séc. IV:
"O Senhor mandou
batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando
a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus.
Um só é o Criador de
todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o
Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é
o Espírito, que foi dado a todos nós.
Todas as coisas são
ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo
procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor
da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição.
Tudo é perfeitíssimo na
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na
Imagem, a atividade no Dom. Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre
a ação do Espírito em nós:
Tenho ainda muitas
coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora (Jo
16,12). É bom para vós que Eu parta: se Eu me for, vos mandarei o
Defensor (cf. Jo 16,7).
Em outro lugar: Eu
rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre
convosco: o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Ele vos conduzirá à
plena verdade. Pois Ele não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará porque
receberá do que é meu (Jo 16,13-14).
Estas palavras, entre
muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade d'Aquele que
confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom.
Por conseguinte, já que
a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é
o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus, para iluminar a
nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus. Assim, o
Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender.
Como o corpo natural do
homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessários para as
suas funções – os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os
ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente
nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por
falta de estímulo para agir – assim é a alma humana: se não recebe pela fé o
Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas
falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.
Este Dom de Cristo está
inteiramente à disposição de todos e encontra-Se em toda parte; mas é dado na
medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do
mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera; Ele, pela atividade dos
Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura; Ele é a Luz do nosso
espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
Nas três Pessoas da Trindade contemplamos,
respectivamente (Pai, Filho e Espírito Santo):
“... a infinidade no
Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom”;
“... o Espírito Santo é
recebido para nos tornar capazes de compreender.”;
“Ele está conosco até o
fim do mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera;
Ele, pela atividade dos
Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura;
Ele é a Luz do nosso
espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
Assim
falou Santo Agostinho: “Vês a Trindade se vês o Amor”.
E
ainda: “Deus é um Mistério tão grande, que uma vez encontrado, ainda falta tudo
para encontrá-Lo”.
Bem
afirmou Santo Irineu (séc. II): O Filho e o Espírito são “as duas mãos do Pai”,
que nos acolhem, envolvem, abraçam e nos impelem para a missão.
Crer
na Santíssima Trindade, mistério de comunhão, amor, partilha e esperança, nos
compromete em transformar um mundo dividido, individualista e sem esperança.
Contemplemos,
adoremos a ação da Trindade Santa e renovemos sagrados compromissos, como
Igreja Sinodal: ser no mundo, sinal e instrumento do Amor
Trinitário.
Adoremos,
amemos e imitemos a Santíssima Trindade: vida, luz e paz teremos, e um dia
nesta comunhão plena e eterna viveremos.
Concluímos com a palavra do Evangelista São João:
“Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu
Filho unigênito, para que não morra todo o que n’Ele crer, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3,16).
Exultemos
de alegria com a ação do Espírito em nós, e a Ele rezemos:
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis
e acendei neles o Fogo do Vosso Amor...”
E o medo se foi...
E o medo se foi...
Pedro, naquela noite, o medo tomou conta de ti, e negaste três vezes que conhecias o Senhor, ainda que com Ele convivesse e partilhasse memoráveis momentos.
Mas o medo não conseguiu criar raízes para sempre em teu coração, como vemos depois ao pregares nas sinagogas e em todos os lugares.
Foi a humana experiência da qual não estamos imunes, e quem somos para te julgar; ao contrário, contigo aprender, para que tenhamos a mesma coragem no discipulado.
Depois de testemunhar a vida e presença do Ressuscitado, como nos falam as páginas dos Evangelhos, e depois, na tríplice afirmação de amor ao Senhor, novas páginas...
Memoráveis páginas que Lucas nos descreve nos Atos dos Apóstolos: abertura ao Espírito, pregação da Palavra, coração pelo Senhor apaixonado e seduzido.
Pedro, incansável foste: curas, libertação, pregação, conversões alcançadas. fidelidade plena à missão pelo Senhor a ti confiada, pelo sangue derramado, vida sacrificada, no martírio testemunhada.
Pedro, e o medo se foi... Assim foi contigo. Que assim seja conosco, peregrinos da esperança de um novo céu e nova terra, mesma fidelidade, testemunho viver.
Que nosso medo se vá, e que a coragem que tiveste seja para nós um farol a iluminar nossas travessias, por vezes, tomadas pela escuridão de nossas fragilidades e debilidades.
Possamos nós, também, dizer ao Senhor ontem, hoje e sempre: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu Te amo”, e dos lábios do Senhor ouçamos: “Apascenta as minhas ovelhas” (cf. Jo 21,15-19). Amém.
Em poucas palavras...
A ação da Trindade Santa
“Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição.
Tudo é
perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno,
o esplendor na Imagem, a atividade no Dom. Escutemos o que diz a palavra
do Senhor sobre a ação do Espírito em nós...”. (1)
(1)Bispo Santo Hilário (Séc. IV)
Adesão incondicional ao Senhor
“A messe é grande, poucos são os operários”
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Em poucas palavras...
“Jesus orou também por nós...”
“É consolador para nós, crentes do século XX, pensar que Jesus orou também por nós, por nossa fé, nossa santidade, nossa unidade. Como Sua Palavra, também sua prece, atravessa os séculos e é ‘contemporânea’ do homem de todos os tempos, de toda latitude e raça.” (1)
(1)Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - 1998 - pág. 483 - sobre a passagem do Evangelho de João (Jo 17,20-26).