sexta-feira, 2 de maio de 2025

Em poucas palavras...

                                                               


A Liturgia terrena: uma antecipação da Liturgia celeste 

“Pela Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo (Ap 21,2; Cl 3,1; Hb 8,2); por meio dela cantamos ao Senhor um hino de glória com toda a milícia do exército celestial, esperamos ter parte e comunhão com os Santos cuja memória veneramos, e aguardamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até Ele aparecer como nossa vida e nós aparecermos com Ele na glória (Fl 3,20; Cl 3,4).” (1)

 

(1) Sacrosanctum Concilium – parágrafo n. 8 - apropriado para a passagem da Carta aos Hebreus (Hb 12,18-19.21-24)

Celebremos exultantes de alegria os Mistérios da Fé

                                                                   

Celebremos exultantes de alegria os Mistérios da Fé

“Participando da Liturgia terrena saboreamos
antecipadamente a Liturgia que se celebra
na Santa Cidade, a Jerusalém Celeste.”


Entre tantas riquezas, o Concílio Vaticano II nos agraciou com a Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia. Embora inúmeras vezes citada, é possível que ainda seja desconhecida para alguns. Volto a ela, pois, sempre nos renova na Presidência de nossas Celebrações Eucarísticas.

“Cristo está sempre presente em Sua Igreja, principalmente nas Ações Litúrgicas. Está presente no Sacrifício da Missa, tanto na pessoa do Ministro, pois quem o oferece agora, através do Ministério dos Sacerdotes, é Aquele mesmo que Se ofereceu na Cruz, como, mais intensamente ainda, sob as Espécies Eucarísticas.

Está presente pela Sua virtude nos Sacramentos, pois quando alguém batiza é Cristo quem batiza. Está presente por Sua Palavra, pois é Ele quem fala, quando se lê a Sagrada Escritura na Igreja. Está presente, enfim, na Oração e Salmodia da Igreja, Ele que prometeu: Onde dois ou três se reúnem em meu nome, aí estou no meio deles.

De fato, nesta obra tão grandiosa em que Deus é perfeitamente glorificado e santificados os homens, Cristo une estreitamente a Si Sua esposa diletíssima, a Igreja, que invoca seu Senhor e, por Ele, presta culto ao eterno Pai.

Portanto, com razão, considera-se a Liturgia como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, onde os sinais sensíveis significam e, do modo específico a cada um, realizam a santificação do homem.

Assim, pelo Corpo místico de Jesus Cristo, isto é, Sua Cabeça e Seus membros, se perfaz o culto público integral. Por este motivo, toda Celebração Litúrgica, por ser ato do Cristo Sacerdote e de Seu Corpo, a Igreja, é a ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra obra da Igreja iguala no mesmo título e grau.

Participando da Liturgia terrena saboreamos antecipadamente a Liturgia que se celebra na Santa Cidade, a Jerusalém Celeste, para onde nos dirigimos como peregrinos, lá onde Cristo Se assenta à direita de Deus, Ministro do Santuário e do verdadeiro Tabernáculo.

Juntamente com todos os exércitos celestes, cantamos hinos de glória ao Senhor. Venerando a memória dos Santos, esperamos ter parte em sua companhia. Finalmente, estamos na expectativa do Salvador, nosso Senhor Jesus Cristo, que aparecerá, Ele, nossa vida, e nós também apareceremos com Ele na glória.

A Igreja, seguindo a tradição dos Apóstolos cuja origem remonta ao próprio dia da Ressurreição, celebra o Mistério Pascal cada oito dias, que por isto se chama Dia do Senhor ou Domingo.

Neste dia devem os fiéis reunir-se para escutar a Palavra de Deus e participar da Eucaristia, a fim de se lembrarem da Paixão, Ressurreição e Glória do Senhor Jesus, dando graças a Deus que os recriou para a esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo, dentre os mortos.

Assim é o Domingo a Festa primordial e, como tal, seja apresentado e inculcado à piedade dos fiéis para que se lhes torne dia de alegria e de descanso dos trabalhos.

Todas as outras celebrações, a não ser que sejam realmente de máxima importância, não passem à sua frente porque é o fundamento e o cerne de todo o Ano Litúrgico.” (n.7)

Vemos que na Liturgia “Cristo une estreitamente a Si Sua esposa diletíssima, a Igreja, que invoca seu Senhor e, por Ele, presta culto ao  eterno Pai.”, portanto, seja aquele que preside, seja aquele que da Missa participa, deve deixar-se envolver pelo esplendor daquilo que se celebra.

Sem desrespeitar as rubricas litúrgicas, sem esvaziar o conteúdo e a estrutura dos  Ritos com que se celebra, devemos nos empenhar a fim de que nossas Missas sejam mais participadas, sejam verdadeiramente plenas, ativas, conscientes, frutuosas e piedosas.

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente

                                           

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente

O Concílio Vaticano II nos agraciou com a Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, e nos apresenta um parágrafo que nos convida a contemplar a presença de Jesus Cristo Ressuscitado em diversos momentos (n.7).

Oremos:

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente em Sua Igreja, principalmente nas Ações Litúrgicas.

Contemplo-Vos, ó Cristo, presente na Sagrada Liturgia como o Vosso exercício do múnus sacerdotal, onde os sinais sensíveis significam e, do modo específico a cada um, o que realizam na santificação do homem.

Contemplo-Vos, ó Cristo, presente na Celebração Litúrgica, por ser ato Vosso, do Cristo Sacerdote e de Seu Corpo, a Igreja, que é a ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra obra da Igreja iguala no mesmo título e grau.

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente no Sacrifício da Missa, tanto na pessoa do Ministro, pois quem o oferece agora, através do Ministério dos Sacerdotes, é Aquele mesmo que Se ofereceu na Cruz, como, mais intensamente ainda, sob as Espécies Eucarísticas.

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente pela Vossa virtude nos Sacramentos, pois quando alguém batiza é Cristo quem batiza.

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente por Vossa Palavra, pois sois Vós quem fala, quando se lê a Sagrada Escritura na Igreja.

Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente, enfim, na Oração e Salmodia da Igreja, pois Vós prometestes: “Onde dois ou três se reúnem em meu nome, aí estou no meio deles” (Mt 18,20).

Contemplo-Vos, ó Cristo, unindo estreitamente a Vós, a Vossa esposa diletíssima, a Igreja, que invoca seu Senhor e, por Ele, presta culto ao eterno Pai. Amém. 

A Árvore de todas as árvores: A vivificante Cruz de Cristo!

                                                      

A Árvore de todas as árvores: A vivificante Cruz de Cristo!

Sejamos enriquecidos por um dos Sermões de São Teodoro Estudita (séc. IX), no qual nos convida, como o Apóstolo Paulo, a nos gloriarmos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6,14).

“Ó preciosíssimo dom da Cruz! Vede o esplendor de sua forma!
Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.

É uma Árvore que não gera a morte, mas a vida, que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do paraíso, mas nele introduz.

A esta Árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.

Sobre esta Árvore o Senhor, como um valente guerreiro, ferido durante o combate em Suas mãos, em Seus pés e em Seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa.

Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela Árvore recuperamos a vida; se antes, pela árvore fomos enganados, agora, pela Árvore, repelimos a astúcia da serpente.  

Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças!
Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, incorrupção; da vergonha, a glória.

Não é sem razão que o Apóstolo exclama: 'Quanto a mim, que eu me glorie somente na Cruz do Senhor Nosso, Jesus Cristo. Por Ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo' (Gl 6,14).

Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na Cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos, que brotaram da Cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado.

Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber. Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus numa frágil arca de madeira? E o que dizer da vara de Moisés?

Não era figura da Cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar com o poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o Povo de Deus?

Símbolo da Cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo.

Abraão também prenunciou a Cruz, quando colocou seu filho amarrado sobre o feixe de lenha. Pela Cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela Cruz, todos os Apóstolos foram glorificados e todos os mártires coroados e todos os que creem, santificados. Pela Cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela Cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes”.

Meditemos sobre a Árvore de todas as árvores:

A Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por ela nos veio a Salvação, no Corpo que nela foi elevado, sacrificado.

Aos seus pés, nasceu a Igreja, e para sempre de Seu lado trespassado se nutriu.

Foi do lado de Cristo, adormecido na Cruz, que nasceu o admirável Sacramento de toda a Igreja.

Oremos:

Senhor, em Vossa morte, a morte do Verbo na Cruz, a morte da morte para a perene Páscoa, que nos abriu as portas da eternidade, para convosco viver, na comunhão de amor com Vosso Pai e o Espírito Santo para sempre. Amém. Aleluia!

Cremos na divindade e humanidade de Jesus

Cremos na divindade e humanidade de Jesus

No dia dois de maio, celebramos a Memória de Santo Atanásio (séc. IV), Bispo, que acompanhou o Bispo Alexandre, a quem sucedeu no episcopado.

Combateu corajosamente contra os arianos, e, consequentemente, enfrentou sofrimentos, sendo várias vezes condenado ao exílio.
Este Sermão é um dos seus escritos na defesa da verdadeira fé, sobre a Encarnação do Verbo.

“O Verbo de Deus, incorpóreo, incorruptível e imaterial, veio habitar no meio de nós, se bem que antes não estivesse ausente. De fato, nenhuma região do mundo jamais esteve privada de Sua presença, porque, pela união com Seu Pai, Ele estava em todas as coisas e em todo lugar.

Por amor de nós, veio a este mundo, isto é, mostrou-Se a nós de modo sensível. Compadecido da fraqueza do gênero humano, comovido pelo nosso estado de corrupção, não suportando ver-nos dominados pela morte, tomou um corpo semelhante ao nosso.

Assim fez para que não perecesse o que fora criado nem se tornasse inútil a obra de Seu Pai e Sua ao criar o homem. Ele não quis apenas habitar num corpo ou somente tornar-Se visível. Se quisesse apenas tornar-Se visível, teria certamente assumido um corpo mais excelente; mas assumiu o nosso corpo.

Construiu no seio da Virgem um templo para Si, isto é, um corpo; habitando nele, fê-lo instrumento mediante o qual se daria a conhecer. Assim, pois, assumindo um corpo semelhante ao nosso, e porque toda a humanidade estava sujeita à corrupção da morte, Ele, no Seu imenso amor por nós, ofereceu-o ao Pai, aceitando morrer por todos os homens.

Deste modo, a lei da morte, promulgada contra a humanidade inteira, ficou anulada para aqueles que morrem em comunhão com Ele. Tendo ferido o corpo do Senhor, a morte perdeu a possibilidade de fazer mal aos outros homens, seus semelhantes. Além disso, reconduziu o gênero humano da corrupção para a incorruptibilidade, da morte para a vida, fazendo desaparecer a morte – como a palha é consumida pelo fogo – por meio do corpo que assumira e pelo poder da Ressurreição.

Assumiu, portanto, um corpo mortal, para que esse corpo, unido ao Verbo que está acima de tudo, pudesse morrer por todos. E porque era habitação do Verbo, o corpo assumido tornou-se imortal e, pelo poder da Ressurreição, remédio de imortalidade para toda a humanidade. Entregando à morte o corpo que tinha assumido, Ele o ofereceu como sacrifício e vítima puríssima, libertando assim da morte todos os seus semelhantes; pois o ofereceu em sacrifício por todos.

O Verbo de Deus, que é superior a todas as coisas, entregando e oferecendo em sacrifício o Seu corpo, templo e instrumento da divindade, pagou com a Sua morte a dívida que todos tínhamos contraído. Deste modo, o Filho incorruptível de Deus, tornando-Se solidário com todos os homens por um corpo semelhante ao seu, tornou a todos participantes da Sua imortalidade, a título de justiça com a promessa da imortalidade. Por conseguinte, a corrupção da morte já não tem poder algum sobre os homens, por causa do Verbo que por meio do Seu corpo habita neles”.

Jesus, tendo Se encarnado, assumiu nossa condição corpórea, fazendo-Se igual a nós, exceto no pecado, para nos redimir:

“Construiu no seio da Virgem um templo para si, isto é, um corpo; habitando nele, fê-lo instrumento mediante o qual se daria a conhecer. Assim, pois, assumindo um corpo semelhante ao nosso, e porque toda a humanidade estava sujeita à corrupção da morte, ele, no seu imenso amor por nós, ofereceu-o ao Pai, aceitando morrer por todos os homens”.

Oremos:
“Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de Vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no Vosso conhecimento e no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém”.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Celebremos o Aniversário da Dedicação de nossa Igreja Catedral

                                                       


Celebremos o Aniversário da Dedicação de nossa Igreja Catedral

No dia 1º de maio de 2025, Festa de São José Operário,  celebraremos 39 anos da instalação de nossa amada Diocese e 16 anos da dedicação de nossa Igreja Catedral. Uma bela história para celebrar no altar do Senhor.

Sempre oportuno e necessário, para bem celebrar, conhecermos um pouco da sua história:

- A Diocese pertence à Província Eclesiástica de Diamantina e foi criada a 18 de dezembro de 1985 pela Bula Pontifícia “Recte Quidem”, do Papa São João Paulo II, tendo seu território desmembrado da Arquidiocese de Diamantina e das Dioceses de Governador Valadares e Itabira - Coronel Fabriciano;

- Sua instalação solene aconteceu em 1º de maio de 1986, pelo Exmo. e Revmo. Sr. Núncio Apostólico no Brasil, Dom Carlo Furno, que também, nesta data, deu posse ao primeiro Bispo Diocesano, Dom Antônio Felippe da Cunha, SDN (Missionário Sacramentino de Nossa Senhora).

Quanto à Igreja Catedral, assim lemos na placa comemorativa da dedicação da Igreja Catedral da Diocese de Guanhães – MG:

“No ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2009, sendo pontífice S. S. o Papa Bento XVI, Bispo Diocesano Dom Emanuel Messias de Oliveira, esta Catedral foi dedicada a Deus em honra do Arcanjo São Miguel. Guanhães, 1° de maio de 2009.”

A Igreja Catedral, conforme nos ensina a Igreja, tem extrema importância:

- “Inculque-se no espírito dos fiéis, da maneira mais oportuna, o amor e veneração para com a Igreja Catedral. Para isto, muito contribui a celebração do aniversário da sua dedicação, bem como peregrinações dos fiéis em piedosa visita, sobretudo em grupos organizados por paróquias ou regiões da diocese.”   (1)

- “Para melhor realçar a importância e dignidade da Igreja particular, festejar-se-á o aniversário da dedicação da sua Igreja Catedral: na própria Igreja Catedral, com o grau de solenidade; nas restantes Igrejas da diocese, com o grau de festa. Isto, no próprio dia em que ocorrer o aniversário da dedicação. Se esse dia estiver perpetuamente impedido, esta celebração será fixada no dia livre mais próximo. O aniversário da dedicação de Igreja própria será, nela, celebrada com o grau de solenidade.”  (2)

Agradecemos a Deus pela graça de uma bela Igreja Catedral, com traços modernos, e de uma beleza indizível, que nos favorece o bem celebrar, o recolhimento, a oração, e a renovação das forças para que no cotidiano vivamos nossa fé, como peregrinos de esperança, com gestos e compromissos com a caridade em todos os momentos e âmbitos:

 “Pela sua força simbólica, a Catedral converte-se em casa de oração, em escola da verdade, lugar de escuta da Palavra e lugar de elevação do espírito e de encontro com Deus. Amar e venerar a Catedral é amar a Igreja como comunidade de pessoas unidas pela mesma Fé, pela mesma Liturgia e Caridade. É fundamental que a Catedral, presidida pelo Bispo com a participação do povo que forma a comunidade diocesana, seja expressão da Igreja Local viva e peregrina. Espera-se também que a Catedral seja um centro modelador da Liturgia, da Evangelização, da Cultura e da Caridade sendo assim expressão e sinal de toda a vida da comunidade diocesana.” (3)

Com isto, temos um longo caminho a percorrer, para maior valorização da Igreja Catedral, para que não seja apenas um espaço, um prédio, mas realização de tudo quanto ela significa e nos desafia, sobretudo na ação evangelizadora, como Igreja sinodal, misericordiosa e missionária, em que nos faz cada vez mais compassivos, próximos e solidários com quem mais precisar; alegres, convictos, amorosos, zelosos e ardorosos arautos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(1) Cerimonial dos bispos n. 45

(2)Idem n. 878


(3)https://diocese-braga.pt/documento/2022-08-28-o-eixo-de-uma-catedral-34709-1


No Fogo do Espírito, no lagar da Cruz...

                                                          

No Fogo do Espírito, no lagar da Cruz...

O Tratado sobre a Eucaristia do Bispo de Brecha (séc. V), São Gaudêncio, é indispensável para meditarmos sobre o Mistério da Eucaristia: Alimento de nossa caminhada, Pão de eternidade!

“O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente um dom do Novo Testamento concedido como herança; é o dom que Ele nos deixou como garantia da Sua presença, na noite em que foi entregue para ser crucificado.

Este é o viático da nossa peregrinação. É o alimento que nos sustenta nos caminhos desta vida até o dia em que, partindo deste mundo, formos ao encontro do Senhor.

Pois Ele mesmo disse: Se não comerdes a minha Carne e não beberdes o meu Sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53).

Ele quis efetivamente com Seus dons permanecer junto de nós; quis que as almas, remidas com o Seu sangue precioso, se santificassem continuamente pelo memorial de Sua Paixão.

Por esse motivo, ordenou aos Seus discípulos fiéis, constituídos como primeiros sacerdotes de Sua Igreja, que sem cessar celebrassem estes mistérios da vida eterna.

É necessário, portanto, que estes Sacramentos sejam celebrados por todos os sacerdotes em cada Igreja do mundo inteiro, até que Cristo desça novamente dos céus.

Deste modo, tanto os sacerdotes como todo o povo fiel, tendo diariamente ante os olhos o Sacramento da Paixão de Cristo, tomando-o nas suas mãos e recebendo-o na boca e no coração, guardem indelével a memória de nossa redenção.

Com razão se considera o pão como uma imagem inteligível do Corpo de Cristo.

De fato, assim como para fazer o pão é necessário reunir muitos grãos de trigo, transformá-los em farinha, amassar a farinha com água e cozê-la ao fogo, assim também o Corpo de Cristo reúne a multidão de todo o gênero humano e o leva à perfeita unidade de um só corpo por meio do Fogo do Espírito Santo.

Cristo nasceu pelo poder do Espírito Santo.E porque convinha que n’Ele se cumprisse toda a justiça, penetrou nas águas do Batismo para santificá-las, e saiu do rio Jordão cheio do Espírito Santo que tinha descido sobre Ele em forma de pomba.

O evangelista dá testemunho disso dizendo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão (Lc 4,1).

Do mesmo modo, o vinho do Seu sangue, proveniente de muitos cachos, quer dizer, feito das uvas da videira por Ele plantada, espremido no lagar da Cruz, fermenta por si mesmo em amplos recipientes que são os corações dos fiéis.

Todos vós, pois, que fostes libertados do Egito e do poder do Faraó, isto é, do demônio, recebei com santa avidez de coração junto conosco, este sacrifício pascal portador de salvação.

E assim, sejamos santificados até o mais íntimo de nosso ser por Jesus Cristo nosso Senhor, que cremos estar presente em Seus Sacramentos.
Seu poder inestimável permanece por todos os séculos.”

Para que nossa espiritualidade seja mais Eucarística, precisamos viver compromissos inadiáveis com a fraternidade e solidariedade.

No Fogo do Espírito, no lagar da Cruz... 

Cada vez que comungamos, como disse um diácono da Igreja, comemos o fogo, o Fogo do Espírito.

Sentimos inflamar nosso coração com o amor, com o fogo do Espírito Santo, que é invocado sobre a Eucaristia, quando consagrada na Missa, e quando anunciamos a morte do Senhor na Cruz, proclamamos a Sua Gloriosa Ressurreição: Vinde Senhor Jesus e do Pão de Imortalidade comungamos.

No Fogo do Espírito, no lagar da Cruz... Quis Deus, que nos amou como Amor infinito, Amor que ama até o fim, que o Fogo do Espírito nos fosse enviado no Mistério da doação, entrega e Morte de Cruz!

No lagar da Cruz foi amassado, dilacerado, crudelissimamente assassinado!

Alegremo-nos! No Fogo do Espírito, para sempre vivo, conosco está Ressuscitado! Amém! Aleluia!


(1) Liturgia das Horas - Volume II - pág. 602-603

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG