sexta-feira, 25 de abril de 2025

Fidelidade aos Mandamentos, garantia de felicidade



Fidelidade aos Mandamentos, garantia de felicidade

Vejamos quão atuais e iluminadoras, as palavras de Madre Basilea (1904-2001):

"Nós homens, acreditávamos poder desprezar, superar todas as regras de Deus em qualquer campo, criar nossa vida com livre decisão, exatamente segundo nosso modo de pensar. Mas Deus segura o homem pelo punho… Se violarmos os Seus Mandamentos, interrompemos o fio de nossa vida, destruímos nossa felicidade". (1)

De fato, a violação dos Mandamentos divinos tem consequências sempre negativas para a humanidade, como que numa interrupção do fio de nossa vida, e com isto a destruição da própria felicidade.

As consequências tornam-se visíveis: contaminação, focos de infecção, desequilíbrio biológico, degradação, poluição ambiental, poluição sonora, e inúmeras outras situações:

“Os brados de alarme chamam nossa atenção para a ruptura de equilíbrio do planeta, em todos os níveis. Até nos níveis mais profundos do homem e da sociedade É uma presença de Deus ‘em negativo’”. (2)

Neste sentido, ressoem as palavras do Papa Francisco na “Encíclica Laudato Si”, e a necessária Ecologia integral, preservando o meio ambiente, o planeta e a própria humanidade.

Urge uma conversão profunda de todos nós, na relação com o Planeta em que vivemos. Por isto, é providencialíssima a retomada das conclusões do Sínodo Pan-Amazônico,  para que revisemos nossas posturas e atitudes, afim de que sejam garantidas a vida, não somente da Amazônia, mas de todos nós, de todos os povos, de toda a humanidade.

Supliquemos a assistência e luzes do Espírito Santo por toda a Igreja e por todas as pessoas de boa vontade, por uma cultura de vida e de paz.

(1) (2) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp.1377-1378

Os Milagres são pura expressão do Amor de Deus

Os Milagres são pura expressão do Amor de Deus

Reflitamos sobre um tema de importância singular, e por vezes complexo, que se não bem compreendido pode levar às dispersões, controvérsias estéreis: os milagres.

Milagres existem e são sinais que ultrapassam a explicação racional, pois a fé escapa às categorias da razão, do pensamento científico, e não devem ser usados como espetáculos midiáticos que rendem altos pontos de ibope.

A Igreja, como é de se esperar, tem muita prudência em afirmar que um determinado fato é um milagre ou não. Entretanto, quando ocorrem, de fato, a Igreja os atribui à expressão máxima da misericórdia de Deus.

Seja ressaltado que mais importante do que provar ou negar milagres é nos abrirmos constantemente à graça divina, que faz acontecer no silêncio de muitas histórias tantos milagres que não são noticiados.

E, assim, reconhecermos o grande milagre inadiável a ser vivido, que nos alcançará muito mais do que uma graça aqui ou acolá, trata-se do milagre do amor.

Viver amando como Jesus amou é o grande milagre, para que possamos construir novos tempos, novas relações, enfim, um mundo novo que não podemos mais adiar.

O milagre, portanto, deve ser entendido como prerrogativa divina. Eles acontecem porque temos fé, e não o contrário, ainda que muitos o queiram, logo não precisamos dos milagres para termos fé.

Uma fé viva e corajosa nos fará contemplativos e ativos, acolhendo as inumeráveis graças divinas. Não correremos atrás dos milagres, porque estaremos seguindo serenamente o Caminho que é Jesus Cristo, Verdade que nos liberta e Vida em plenitude para todos nós.

Nisto consiste a beleza do viver: abrir-se ao
Mistério Divino que nos acompanha.
E, quando milagres Deus propicia,
é a mais pura expressão do Seu amor
para com aqueles que criou.

Alegremo-nos! Vive Aquele que estava morto

Alegremo-nos! Vive Aquele que estava morto

Riquíssimo o Sermão do Papa e Doutor da Igreja, São Gregório Magno (séc. VI), sobre a passagem do Evangelho em que Jesus Ressuscitado entra pela porta fechada, onde se encontravam os discípulos por medo dos judeus. 

“A primeira questão que nos propõe a leitura do texto evangélico é esta: como pôde ser real o Corpo do Senhor depois da ressurreição, se pode entrar na casa estando as portas fechadas? Porém, temos de ter presente que as obras de Deus não seriam admiráveis se fossem compreensíveis para a nossa inteligência; e que a fé não tem mérito algum, se a razão humana lhe oferece as provas.

Mas estas mesmas obras de nosso Redentor, que em si mesmas são incompreensíveis, devemos considerá-las à luz de outras situações suas, para que as façanhas mais maravilhosas tornem críveis as coisas simplesmente admiráveis.

De fato, aquele Corpo do Senhor que, fechadas as portas, entrou onde estavam os discípulos, é exatamente o mesmo Corpo que, no momento de Seu nascimento, saiu aos olhos dos homens do seio selado da Virgem. O que tem, pois de estranho, que Ele, depois de Sua ressurreição, já eternamente triunfante, entrasse através das portas fechadas o que, vindo para morrer, saiu do seio selado da Virgem?

Mas como, diante daquele Corpo visível, duvidava a fé daqueles que O contemplavam, em seguida mostrou-lhes as mãos e o lado; ofereceu-Se para que apalpassem aquela carne, que tinha introduzido através das portas fechadas.

De uma forma maravilhosa e inestimável nosso Redentor, após Sua Ressurreição, revelou um Corpo ao mesmo tempo incorruptível e palpável, para que o mostrando incorruptível convidasse ao prêmio, e apresentando-o palpável assegurasse a fé.

Mostrou-se, pois, incorruptível e palpável para deixar fora de dúvidas que Seu Corpo, depois da ressurreição, era da mesma natureza, mas de glória distinta.

E lhes disse: ‘A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio’. Isto é, como Pai, que é Deus, enviou a mim que sou Deus, assim também Eu, que sou homem, vos envio a vós, que sois homens.

O Pai enviou ao Filho e determinou que Se encarnasse para a redenção do gênero humano. Certamente quis que viesse ao mundo para padecer, entretanto, amou ao Filho a quem mandou para a paixão. 

Também aos Apóstolos que Ele escolheu, o Senhor os enviou ao mundo não para gozar, mas – como Ele mesmo foi enviado – para padecer, de forma semelhante aos discípulos que são amados pelo Senhor, mas são enviados ao mundo para padecer. Por isso Ele disse:

‘Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio’, isto é, quando Eu vos envio ao abalo das perseguições, estou vos amando com o mesmo amor com que o Pai me ama, e que, apesar disso, fez-me vir para suportar tormentos.

A palavra ‘enviar’ pode entender-se também de Sua natureza divina. Na verdade, diz-se que o Filho é enviado pelo Pai, enquanto que é gerado pelo Pai. Na mesma ordem de coisas, o próprio Filho nos fala de enviar-nos o Espírito Santo que, sendo igual ao Pai e ao Filho, contudo não Se encarnou.

De fato, Ele diz: ‘Quando vier o Paráclito, que vos enviarei deste o Pai.’ Sendo que deveríamos interpretar a palavra ‘enviar’ unicamente no sentido de ‘encarnar-se’, de modo algum poderia dizer-se do Espírito Santo que seria ‘enviado’, visto que nunca Se encarnou.

Sua missão Se identifica com a processão, pela qual procede do Pai e do Filho. Portanto, assim como se diz do Espírito que será enviado porque procede, assim também se diz corretamente do Filho que é enviado, no sentido de que é gerado”. (1)

Colocando-Se no meio deles, comunica-lhes a paz e, com o sopro, comunica-lhes o Espírito, enviando-os em missão; e, na segunda parte, a nova manifestação do Ressuscitado e a profissão de fé feita por Tomé ao ver e tocar as chagas gloriosas do Senhor – “Meu Senhor e meu Deus” (cf. Jo 20, 19-31).

Destacam-se três pontos:

- O primeiro, quando o bispo fala do Mistério da Encarnação do Senhor no ventre de Maria, e este mesmo corpo glorioso, o corpo do Ressuscitado. Maria concebendo pela ação do Espírito mantém a perpétua virgindade, como expressa um dos Dogmas Mariano da Igreja Católica.

A profissão de fé que fazemos na Encarnação do Senhor não se separa de outra verdade inseparável que também professamos no Creio, a Sua Ressurreição, tendo passado pela morte.

- Segundo, sobre o Senhor Ressuscitado ter-Se manifestado de forma incorruptível e palpável, nos assegurando o mesmo destino, e nos possibilitando o afastamento de qualquer dúvida de Sua vitória sobre a morte, de Sua Ressurreição.

- Terceiro, o fato de, sendo Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, ter sido enviado pelo Pai, com a presença do Espírito que sobre Ele pousava inseparavelmente, e que tendo nos amado, nos amou até o fim, suportando o padecimento, o sofrimento e a morte para nos redimir e nos reconciliar com Deus por Seu Sangue derramado.

E agora, Ele mesmo, vivo e glorioso, é quem nos envia em missão no mundo, também com a assistência do Espírito Santo, que nos é dado pelo Seu sopro divino.

Na criação, recebemos o sopro para termos vida, e com a Ressurreição do Senhor recebemos o Espírito Santo, que nos faz novas criaturas, e nos assiste na remissão dos pecados.

Com este Sermão, temos a graça de renovar nossa fé na Ressurreição do Senhor, pois se Cristo não tivesse ressuscitado, vazia seria a nossa pregação, e ilusória a nossa fé, como afirmou o Apóstolo Paulo (cf. 1 Cor 15, 13-17).

Renovemos nossa fidelidade ao Senhor, que nos envia com a missão de anunciar e testemunhar a Boa-Nova do Evangelho, fazendo necessárias passagens em nossa vida: da tristeza para a alegria, do desânimo para a esperança; do medo para a coragem, da morte para a vida. 

Oremos: 

“Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do Vosso povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu a vida e o Sangue que nos redimiu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém". (2)


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - PP. 343-344 
(2) Oração do dia do 2º Domingo de Páscoa.

Marcados pelo Selo do Espírito

                                                       

Marcados pelo Selo do Espírito

 “Em Cristo, também vós, tendo ouvido a Palavra da verdade –
 o Evangelho da vossa Salvação – e nela tendo crido, fostes
selados pelo Espírito da promessa” (Ef 1,13-14)

Sejamos enriquecidos pelo escrito do Bispo São Cirilo, extraído “Das Catequeses de Jerusalém” (séc. IV), que nos fala sobre a  unção do Espírito Santo que acontece no dia do Batismo:.

“Batizados em Cristo e revestidos de Cristo, vós vos tomastes semelhantes ao Filho de Deus. Com efeito, Deus que nos predestinou para a adoção de filhos tornou-nos semelhantes ao corpo glorioso de Cristo. Feitos, portanto, participantes do corpo de Cristo, com toda razão sois chamados 'cristãos', isto é, ungidos; pois foi de vós que Deus disse: Não toqueis nos meus ungidos (Sl 104,15).

Tomastes-vos 'cristãos' no momento em que recebestes o selo do Espírito Santo; e tudo isto foi realizado sobre vós em imagem, uma vez que sois imagem de Cristo.

Na verdade, quando Ele foi batizado no rio Jordão e saiu das águas, nas quais deixara a fragrância de Sua divindade, realizou-se então a descida do Espírito Santo em pessoa, repousando sobre Ele como o igual sobre o igual.

O mesmo aconteceu convosco: depois que subistes da fonte sagrada, o Óleo do Crisma vos foi administrado, imagem real daquele com o qual Cristo foi ungido, e que é, sem dúvida, o Espírito Santo.

Isaías, contemplando profeticamente este Espírito, disse em nome do Senhor: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a Boa-Nova aos humildes (Is 61,1).

Cristo jamais foi ungido por homem, seja com óleo ou com outro unguento material. Mas o Pai, ao predestiná-Lo como Salvador do mundo inteiro, O ungiu com o Espírito Santo.

É o que nos diz Pedro: Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo (At 10,38).

E o Profeta Davi cantava: Vosso trono, ó Deus, é eterno, sem fim; Vosso cetro real é sinal de justiça: Vós amais a justiça e odiais a maldade. É por isso que Deus vos ungiu com Seu óleo, deu-vos mais alegria que aos vossos amigos (Sl 44,7-8).

Cristo foi ungido com o óleo espiritual da alegria, isto é, com o Espírito Santo, chamado óleo de alegria, precisamente por ser o autor da alegria espiritual.

Vós, porém, fostes ungidos com o óleo do Crisma, tornando-vos participantes da natureza de Cristo e chamados a conviver com Ele.

Quanto ao mais, não julgueis que este Crisma é um óleo simples e comum. Depois da invocação já não é um óleo simples e comum, mas um dom de Cristo e do Espírito Santo, tornando-se eficaz pela presença da divindade.

Simbolicamente unge-se com ele a fronte e os outros membros. E enquanto o corpo é ungido com óleo visível, o homem é santificado pelo Espírito que dá a vida”.

Ressalto alguns aspectos desta Catequese:

“Tomastes-vos ‘cristãos’ no momento em que recebestes o selo do Espírito Santo”.

Somos remetidos, primeiramente, às palavras de São Paulo (Ef 1,13-14):

– “Em Cristo, também vós, tendo ouvido a Palavra da verdade – o Evangelho da vossa Salvação – e nela tendo crido, fostes selados pelo Espírito da promessa, o Espírito Santo, que é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Ele adquiriu, para o Seu louvor e glória”.

Depois ao Catecismo da Igreja Católica, que assim define o Batismo, fundamentado na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja:

«Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este ensinamento [catequético] ficam com o espírito iluminado...» (São Justino). Tendo recebido no Batismo o Verbo, «luz verdadeira que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9), o batizado, «depois de ter sido iluminado» (Hb 10,32), tornou-se «filho da luz» (1Ts 5,5) e ele próprio «luz» (Ef 5, 8):

«O Batismo é o mais belo e magnífico dos dons de Deus [...] Chamamos-lhe dom, graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo e tudo o que há de mais precioso.

‘Dom, porque é conferido àqueles que não trazem nada: graça, porque é dado mesmo aos culpados: Batismo, porque o pecado é sepultado nas águas; unção, porque é sagrado e régio (como aqueles que são ungidos); iluminação, porque é luz irradiante; veste, porque cobre a nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é sinal do senhorio de Deus’». (1)

Consista, portanto, o Tempo Pascal para nós, tempo do transbordamento da alegria, como nos diz com propriedade o Prefácio da Missa neste Tempo.

Renovemos a alegria de viver o Sacramento do Batismo, com a unção e a força do Espírito Santo que em nós habita, como templos sagrados de Deus.

Vivendo o Batismo, com alegria, esperança e coragem, seremos para o mundo testemunhas desejáveis e credíveis do Ressuscitado.


(1) Parágrafo n. 1216 do Catecismo da igreja Católica, e a citação é de São Gregório Nazianzo, Oratio  40, 3-4: SC 358, 202-204 (P. 36, 361-364).

Proclamemos as maravilhas do Senhor

                                               

Proclamemos as maravilhas do Senhor

        Vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que Ele conquistou para proclamar as obras admiráveis d’Aquele que vos chamou.

Reflexão à luz da passagem da Primeira Carta de São Pedro (1 Pd 2,2-5.9-12).

Reflitamos sobre a missão da Igreja, que nasce de Jesus na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus: Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

O Apóstolo nos apresenta Jesus como o fundamento, a Pedra  Angular, a Pedra principal da Igreja, no qual os cristãos são pedras vivas.

Como Igreja se constitui um povo sacerdotal, com a missão de viver uma obediência incondicional aos Planos do Pai, no amor aos irmãos, e nisto consiste o verdadeiro culto agradável a Deus.

Deste modo, a Igreja precisa crescer na fé para alcançar a Salvação, vencendo todas as dificuldades, hostilidades, incompreensões e perseguições, consciente de sua missão no testemunho do Ressuscitado, com a força vivificante do Espírito Santo, infundida no coração dos discípulos.

Como comunidade da Nova Aliança, a Igreja precisa oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus e, como Povo de Sacerdotes, ofertar uma vida santa, vivida na entrega a Deus e no dom da vida aos irmãos, com amor total e incondicional, superando todo medo em total fidelidade e confiança em Deus.

A comunidade não pode se contentar com um verniz cristão que a torne indiferente a todos os problemas que cercam a vida humana.

Sendo Cristo o fundamento da Igreja, e o amor o distintivo dos cristãos, a missão da Igreja será colocar-se em todos os âmbitos, profeticamente, como instrumento da vida plena e definitiva.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Renovemos em nosso coração, o Amor de Deus infundido em nós pela ação do Espírito, firmando nossos passos no Bom Caminho que nos conduz aos céus, que consiste na comunhão plena e eterna de Amor.

Livrai-nos, Senhor, do pecado capital da soberba

 


Livrai-nos, Senhor, do pecado capital da soberba
 
Senhor Jesus, a Vós que dissestes: “Bem-Aventurados os puros de coração porque verão a Deus. Bem-Aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”(Mt 5,8-9), nós Vos pedimos:
 
Livrai-nos da tentação de querer saber tudo de todos, mas sem a preocupação em edificar e construir pontes de fraternidade e comunhão.
 
Livrai-nos da fraqueza de espírito, gerada pela falta de profundidade na oração que nos leva à futilidades e vazio sem sentido.
 
Livrai-nos da tola e falsa alegria, que se alimenta, frequentemente, dos defeitos dos outros e os ridiculariza, prevalecendo-nos das fraquezas do próximo.
 
Livrai-nos da arrogância, pois esta atitude nos torna vaidosos, orgulhosos, com o não reconhecendo a importância do outro.
 
Livrai-nos da arrogância que nos cega, levando-nos à indiferença ou até mesmo a pisar sobre os mais fracos, fechando-nos em nós mesmos.
 
Livrai-nos da presunção, com o conceito maior de nós mesmos, a ponto de não reconhecermos, humildemente nossas fraquezas e limitações.
 
Livrai-nos do fechamento da mente e do coração, não reconhecendo jamais as falhas próprias, ainda que sejam notórias para todos com os quais convivemos.
 
Livrai-nos do medo de conhecer a autêntica realidade do nosso coração, e que não sejamos dados a pisar sobre os outros, seja em pensamento ou em atitudes. 
 
Livrai-nos da miopia de não enxergarmos nossa miséria, diante de Vossa infinita misericórdia, sempre pronta para nos acolher a todos para novos pensamentos e atitudes.
 
Livrai-nos da relutância, medo ou indiferença em abrir nossa alma ao sacerdote no Sacramento da Penitência, por não reconhecermos nossos pecados. Amém.
 

Cuidemos do jardim de nossa alma!

                                                            

Cuidemos do jardim de nossa alma!

Músicas boas nos devolvem a esperança de que a mediocridade não fez submergir o que de melhor Deus tenha em cada um de nós colocado, que plantado com raízes profundas no coração, e que em conexão com a mente, com a reflexão, fazem multiplicar salutares pensamentos e compromissos com um novo e belo amanhecer.

"Meu jardim" me faz acreditar que a primavera é possível: quer na alma ou no sombrio cinza da cidade, ora manchado pelos sinais de vidas ceifadas precocemente; um jardim a ser plantado e reconstruído, quando vemos cidades em cacos, destruídas por atentados absurdos, e em meio aos destroços, a contagem dos corpos mortos.

Agora, façamos um mergulho dentro de nós mesmo, e com a ajuda do poeta Vander Lee, vejamos de que modo podemos preparar a primavera de nossa alma.

“Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"

Refletindo...

Na primavera, as flores trarão beleza ao nosso olhar. Algumas plantadas e cuidadas, e outras generosamente florescerão como um processo imperceptível da natureza; um presente de Deus, que não cessa Sua obra criadora para sempre nos dar o mais belo e o melhor.

É tempo de prepararmos uma nova primavera para nossas famílias, para as pessoas com quem convivemos no dia a dia. 

Nova e florida primavera para nossa cidade, como espaço da circulação, do encontro, da proximidade promovida, rompendo muros do isolamento; da superação do anonimato, para que nos chamemos pelo nome ou ao menos nos vejamos não com os olhos do medo e da desconfiança. Já não há por que ver no outro um inimigo e ameaça em potencial, pois a flor da humanidade florescerá nos corações.

Que a primavera de Deus também aconteça nas comunidades que se reúnem em nome do Senhor, com esforços contínuos de conversão e perdão; regadas silenciosamente pelas gotas fecundas da oração.

Que floresçam finas flores da esperança,
Exalando odores de alegria,
De modo que a vida ganhe matizes diversificados,
Na multiplicidade das cores,
Beleza dos odores exalados
Por todos deliciosamente sentidos.
Cuidemos de nossos jardins!

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG